biana-v Biana Vendramini

Aquela voz... Aquela bendita voz... Era ela. Apesar de não ser impossível, ainda assim estava incrédulo que pudesse ser... E certamente havia voltado com ainda mais sede de vingança, o que significava que ele iria morrer da pior forma possível. Afinal, não seria a primeira vez que ela tentava tal feito. No entanto da última vez que se reencontraram, Jack a deixara a própria sorte em uma ilha inóspita mesmo que lutasse contra si mesmo pelo forte sentimento que nutria por aquela perigosa mulher.


Fanfiction Películas Sólo para mayores de 18.

#Jack-e-Angelica #Piratas-do-Caribe #Jack-Sparrow #Angelica-Teach
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Capítulo Único

Desde que o resto de sua tripulação havia o abandonado exceto Gibbs, seu fiel companheiro nos bons e maus momentos e verdade seja dita, a muito Jack vinha passando por maus momentos. Mal se lembrava dos tempos de glória, quando seu nome era motivo de tribulação nos sete mares. Atualmente não passava de uma mera lembrança do que um dia foi o tão famoso capitão Jack Sparrow. Depois de sua última aventura e felizmente de seu último encontro com um de seus maiores infortúnios, Armando Salazar, sua vida só decaiu ainda mais. Agora era somente ele e Gibbs, até seu precioso Pérola havia perdido em um jogo de apostas. Vagava sem rumo algum pelas travessas fétidas e asquerosas de Tortuga, procurando tirar vantagem em cima de algum tolo desavisado enquanto Gibbs tentava arranjar algum trabalho para ambos. Lutava para poupar o pouco de rendimentos que ainda dispunha consigo. Fazia mais de uma semana que não sabia o que era um banho, normalmente não se incomodaria com isso, entretanto a situação que se encontrava era tão lastimável que seu ser clamava por um. Decidiu trocar o dinheiro que usaria na refeição do jantar para se hospedar na estalagem mais barata que havia por perto somente para que pudesse ter o tão almejado e merecido banho.

Passou um bom tempo mergulhado na tina para relaxar. Ao menos poderia aproveitar aquele momento o máximo que conseguisse antes de retornar para a vida miserável que levava. Alcançou sua bússola no bolso de seu sobretudo que estava disposto sobre uma cadeira próxima a ele. Ao abri-la o ponteiro girava de forma desgovernada em sentido horário e anti-horário, no entanto lentamente foi diminuindo a velocidade até estagnar definitivamente na direção leste, onde encontrava-se a porta de seus aposentos. Mas o que isso poderia significar? Como sua bússola poderia apontar especificamente para um ponto se naquele momento ele nem sabia mais ao certo o que tanto desejava além de um relaxante banho?

Esta porcaria deve ter quebrado de vez. Pensou consigo mesmo enquanto sacudia violentamente o objeto que permanecia apontando para a mesma direção. Desistiu de tentar entender o que se passava e devolveu a bússola para o bolso. Recostado na borda da tina, tratou de fechar os olhos e desfrutar daquele momento de calmaria. Estava tão imerso dentro de sua bolha que não ouviu a porta ser aberta cautelosamente e leves passos de pés descalços irem ao seu encontro. Porém, sentiu dedos finos e uma mão um tanto calejada deslizar por trás sobre seus ombros até o peitoral, massageando-o. Abriu um sorriso de satisfação quando sentiu as unhas arranharem levemente sua tez.

- Hummm... Não sabia que estava incluso na hospedagem serviço de massagem... – Declarou ainda com as pupilas fechadas.

Mas o sorriso logo se desfez quando sentiu o fio da adaga ser pressionado com certa firmeza sobre seu pescoço. Os olhos abriram-se instantaneamente em pânico pressentindo que a morte viria lhe buscar muito em breve. Porém, a vós que ressoou ao pé de seu ouvido só o fez arregala-los ainda mais.

- Não está incluso. É uma cortesia da minha parte. – Riu brevemente de maneira sádica. – O que foi Jack? Não sentiu minha falta? Assim você me magoa... – Disse de forma manhosa apertando ainda mais a adaga contra o pescoço, fazendo um filete de sangue escorrer e o pirata soltar um gemido com a dor.

Aquela voz... Aquela bendita voz... Era ela. Apesar de não ser impossível, ainda assim estava incrédulo que pudesse ser. E certamente havia voltado com ainda mais sede de vingança, o que significava que ele iria morrer da pior forma possível. Afinal, não seria a primeira vez que ela tentava tal feito. No entanto da última vez que se reencontraram, Jack a deixaraàprópria sorte em uma ilha inóspita mesmo que lutasse contra si mesmo pelo forte sentimento que nutria por aquela perigosa mulher.

- Macacos... Eu devo estar amaldiçoado até o fim de meus tempos, não há outra explicação. – Disse com certa dificuldade mais para si mesmo ainda desejando que aquilo não passasse de um terrível pesadelo. – Vá em frente. Está esperando o que? Não tenho mais nada a perder...

Outra risada de deboche por parte da mesma, que totalmente contrária ao que Jack imaginava que faria, retirou a adaga de seu pescoço, deixou-a de lado, mas a seu fácil alcance e serpenteou sedutoramente para dentro da larga tina na extremidade oposta com ele a fita-la atônito não somente pela atitude inesperada, mas também pelo estonteante corpo desnudo que estava a sua frente. Havia se esquecido dos detalhes daquelas belas curvas. Por sorte estava tendo o privilégio de poder relembrar. A mulher de pele bronzeada pelo sol, íris amendoadas e longas madeixas morenas levemente onduladas no final do comprimento ficara submersa nas águas ensaboadas até cobrir os seios fartos.

- Hora, hora... – Pronunciou-se tirando o homem de seus devaneios de vislumbres. - Quem diria que o famoso capitão Jack Sparrow de outrora agora não passa de um ser decadente e maltrapilho. – Arqueou a sobrancelha e sorriu soberbamente pela extremidade dos lábios. – Eu venho te observando, já tem algum tempo. Você sempre foi um homem deveras teatral e dramático, Jack. Mas nunca pensei que incorporaria o drama totalmente em sua vida...

- Também é muito bom te rever, minha querida Angelica. – Declarou ele em tom sarcástico apoiando os braços sobre a borda da tina.

- É uma pena que não posso dizer o mesmo. – Rebateu a morena em tom sério.

- Como conseguiu sair daquela ilha? – Indagou ele com curiosidade.

A mulher abriu novamente um sorriso irônico nos lábios.

- Tartarugas, meu querido. Não é essa a famosa história que conta para as mentes tolas e burras o suficiente para acreditarem em você?

- E como me encontrou? - Devolveu a pergunta.

Ela manteve o sorriso intacto.

- Eu sempre consigo o que quero. Confesso que foi uma busca árdua, mas então me lembrei que cedo ou tarde você sempre volta para Tortuga.

- Certo, vamos ao que interessa. O que veio fazer aqui?

- Relaxe, não vim atrás de sua cabeça. – Disse Angelica com a expressão mais amena. - Apesar de ter motivos suficientes para quere-la em uma bandeja de prata.

O pirata arqueou a sobrancelha ainda sem entender o motivo dela estar ali se não fosse para mata-lo.

- Não sou ingrata como pensa, Jack. Apesar de ter tirado de mim a única família que me restou, depois de muito meditar sobre isso, caí em mim que salvou minha vida porque no fundo se importa verdadeiramente comigo e não unicamente para livrar-se de meu pai. Apesar de ter me largado em uma ilha para morrer em seguida.

- É aí que você se engana, minha amada. – Rebateu gesticulando com a mão. - Eu sabia perfeitamente que cedo ou tarde escaparia de lá, só precisava ganhar tempo o suficiente para me distanciar sem você em meu encalço faminta por vingança por ter matado o louco e egoísta do seu papaizinho.

Angelica semi-cerrou os olhos em repreensão a declaração.

- Ele podia ser o que você quisesse, mas ainda assim era a única família que eu tinha. – Retrucou de forma austera. - Mas não vim aqui discutir sobre o passado, vim lhe fazer uma proposta.

Jack gargalhou em tom de ironia.

- Da última vez que me veio com uma proposta eu acabei sequestrado e tendo que limpar o convés do Vingança da Rainha Ana para seu querido pai, quase virei refeição de sereia, fui obrigado a saltar de um precipício e isso é só começo da imensa lista. Seja o que for que tenha a me propor sinto lhe informar que perdeu seu tempo vindo até aqui, não estou interessado. – Concluiu fechando novamente os olhos na tentativa de voltar a relaxar em seu banho.

- Desta vez é diferente. – Jack permaneceu inalterado tentando ignorar a presença da morena, o que a fez bufar já perdendo a paciência. – E se eu lhe disser que todo o tesouro asteca que você deixou para trás está praticamente na palma de sua mão apenas esperando para ser pego? – Atiçou se aproximando mais do pirata.

- Eu diria que você perdeu de vez o juízo que um dia teve. Aquele ouro é amaldiçoado e já desgraçou a vida de muitos. – Hector que o diga... Que esteja descansando em paz. Pensou consigo mesmo. – Se preza o mínimo por sua vida vai passar bem longe daquele tesouro. – Declarou sem fazer questão de abrir as pupilas.

Angelica não conseguiu conter outra gargalhada de escapar-lhe da garganta.

- Você já foi mais inteligente que isso, Jack. Mas ao que me parece além do tempo levar embora sua dignidade, também levou sua capacidade de raciocinar. – Zombou ganhando a distância restante entre seus corpos, entrelaçou os braços ao redor do pescoço do homem e sussurrou ao pé de seu ouvido. – Mas deixe-me elucida-la. Quando o tridente de Poseidon foi destruído qualquer maldição que fora feita antes disso acontecer também foi quebrada juntamente. Ou seja... O ouro asteca amaldiçoado, não é mais amaldiçoado.

E no mesmo instante ele abriu abruptamente os olhos fitando-a intrigado.

- Como soube disso?

- As histórias sempre chegam aos quatro ventos, tolo. E obviamente eu procuro estar sempre a par de tudo que anda acontecendo.

Depois de alguns longos segundos matutando, Jack chegara a conclusão que Angelica estava totalmente certa em sua linha de raciocínio, afinal, quando Henry Turner partiu o tridente de Poseidon ao meio, tanto a maldição de Salazar e sua tripulação quanto a de William Turner e o Holandês Voador foram imediatamente desfeitas. O que significava que o ouro asteca amaldiçoado de outrora não passava de apenas um mero tesouro perdido agora.

- Você pode ter lá sua razão, no entanto se veio atrás de mim para pegar carona no Pérola até a Isla de Muerta, mais uma vez perdeu seu tempo.

- Não me diga que até o Pérola você perdeu? Como quer ser chamado de capitão se nem um navio você possuí mais? – Questionou ela de forma debochada o que fez Jack revirar os olhos.

- Me poupe da ironia sórdida.

- Mas não se preocupe. Felizmente não dependo do seu navio para conseguir chegar até a Isla de Muerta, pois já tenho o meu próprio com velas negras suntuosas. Apenas necessito que seja meu guia já que até o presente momento você é o único que conheço que sabe chegar até lá.

Pela expressão convencida de Angelica, Jack se deu conta de que navio ela estava a falar.

- Não me diga que... – Especulou ele semicerrando os olhos.

E o sorriso nos lábios róseos dela só confirmou sua suspeita.

- Digamos que eu ganhei o Pérola Negra em um jogo de um idiota que dissera que havia ganho de outro idiota.

- Ótimo, era só o que me faltava... – Resmungou ele. – Agora serei obrigado a aguentar toda a viagem você esfregando na minha cara que o Pérola é seu agora e que não sou mais capitão de merda alguma.

- Oras... Cadê seu senso de humor querido? – Ironizou a morena. – Espere... Então isso significa que aceitou minha proposta?

- Se eu não aceitasse de bom grado, certamente você iria arranjar uma forma de me sequestrar e jogar-me em seu navio novamente. – Constatou afagando as madeixas da mulher com um débil sorriso nos lábios. – Mas se me fizer limpar convés outra vez, me atirarei ao mar sem pestanejar.

Angelica gargalhou com o típico drama do pirata.

- Não se preocupe Jack, o único lugar que almejo vê-lo é em minha cabine. - Apaziguou ela sentando-se sem qualquer cerimônia sobre a virilha dele com seu sorriso intacto.

Era impossível para o homem não descer o olhar e deleitar-se com aquele atraente par de seios de mamilos rosados bem ao seu alcance. Ainda mais com aquela tatuagem sobre um deles, o deixava louco de tesão e o pior, Angelica sabia muito bem e por isso o estava provocando descaradamente. E como de praxe, ele não iria resistir por muito tempo a essa mulher que de uma forma totalmente inexplicável sempre o conseguia ter na palma de sua mão.

- E meu senso de humor fora embora junto ao meu navio. – Tentou arduamente parecer indiferente à situação que ocorria.

- Disso eu duvido muito. Eu sei que lá no fundo ainda é o velho Jack que não resiste a mim. – Murmurou ela ao ouvido do pirata colando seus seios ao peitoral dele, fazendo-o engolir a própria saliva tentando em vão resistir ao inevitável.

- Sabe de uma coisa? As vezes você me provoca arrepios na espinha. E não é dos bons... – Declarou encarando as íris amendoadas seriamente enquanto de maneira involuntária suas mãos circundaram a cintura dela.

A morena sorriu sinistramente de forma sedutora.

- Você me fez quem eu sou. Deveria estar orgulhoso. – Rebateu ela provocando certo atrito entre suas intimidades aos rebolar levemente sobre o colo de Jack, o que o fez ranger os dentes tentando conter-se.

- De fato eu estou, mas sinto que acabei criando um monstro pior do que me arrastou para o baú de Dave Jones...

- Deixe de ser exagerado. – Resmungou a mulher revirando os olhos. – Achei que as canções estapafúrdias que cantavam sobre você ter sido engolido pelo Kraken de Dave Jones fossem somente histórias de uma imaginação muito fértil.

- Acredite minha cara, eu bem que gostaria que isso tivessem sido somente uma canção estapafúrdia. Mas felizmente sou um daqueles poucos que vivem para contar as histórias, até então.

- E felizmente essa será a empreitada que nos deixará podres de ricos. Então sugiro que comecemos a construir o material das canções de nossa nova aventura agora mesmo. – Declarou ela com um sorriso malicioso a brotar no canto da boca.

E Jack logo captou a mensagem, afinal, não era somente de aventuras no mar que ele possuía uma vasta experiência. E Por que raios estava lutando tanto contra algo que tinha plena ciência que não poderia resistir e certamente desejava com fervor?

- Nós extorquimos e roubamos, furtamos e saqueamos. Empilhamos e desfalcamos e até raptamos. Somos patifes e canalhas, somos vilões e trapaceiros. Bebei amigos yo ho... – Cantarolou devolvendo o mesmo tom de sorriso para a morena enquanto deslizava as mãos até as nádegas da mesma e tomou em seguida seus lábios róseos para si em um beijo ávido.

Jack sabia que havia certa probabilidade daquela peripécia ser um completo fracasso, entretanto esta era uma nova chance que o destino estava lhe proporcionando de aventurar-se novamente e até possivelmente recuperar sua tão prezada reputação. Ainda que não fosse mais o jovem vigoroso de muito tempo atrás, ainda assim a chama de sua alma sedenta por uma boa pirataria permanecia fortemente acessa e claramente não poderia ignorar a este chamado. Estava disposto a assumir outra vez todos os riscos para viver a aventura nos mares que seu espírito tanto clamava e a aventura de sentimentos em seu coração que aquela mulher indomável lhe despertava. Por mais que insistisse em afastar-se, o destino e suas reviravoltas sempre arranjavam uma forma de trazê-la novamente para ele. Verdade seja dita, adorava essa relação de gato e rato que ambos viviam. E mesmo que tentasse convencer a si mesmo do contrário, no fundo sabia que sempre amaria Angelica Teach como nunca amara outra em sua vida.

21 de Noviembre de 2020 a las 04:44 2 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

Conoce al autor

Biana Vendramini Paulistana, amante da literatura e escritora contumaz desde 2015 dos gêneros fantasia, comédia, romance, drama, mas principalmente terror e suspense que são seus preferidos, almejando instigar leitores e fazer a diferença na literatura brasileira através de suas palavras.

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Thays Diniz Thays Diniz
A capa ficou show! Ansiosa pelas novas aventuras desses dois pelos mares do Caribe.
November 21, 2020, 16:11

  • Biana Vendramini Biana Vendramini
    Queria fazer uma capa mais elaborada, mas enquanto eu não arranjar um Photoshop não rola. Aí, quero logo conseguir voltar a escrever para poder me dedicar a esse fandom mara 🤩🤩🤩 November 21, 2020, 18:37
~