Quer jogar um jogo?
Asphodel sentiu o coração bater errado ao receber aquela mensagem. Número desconhecido, sem imagem de perfil.
Um link surgira em seguida, no que ele encarou com receio.
Quem é você?
Por que não clica no link para descobrir?
Ele não gostava nada daquela ideia. Chamou pela assistente virtual em seu celular.
– Verificar potenciais ameaças – ordenou ao sistema.
– Iniciando varredura – a voz digital ecoou.
Asphodel começou a roer uma de suas unhas, a ansiedade fazendo seu estômago doer. Outra mensagem surgira em sua tela, dessa vez sendo de seu namorado.
Oi amor. O que tá fazendo?
Queria falar sobre o estranho e a mensagem suspeita, mas não queria preocupá-lo tão tarde da noite.
Nada de mais, apenas deitado. Vc?
Pensando no que podemos fazer nesse fim de semana. Topa ir ao cinema?
Pode ser. Qual filme?
Não sei, a gente pode escolher um na hora. Estou com saudades, quero ver você.
Uma nova mensagem de outra conversa surgiu ao mesmo tempo em que o sistema de seu celular o informara que nenhuma ameaça fora detectada. O estranho novamente.
Não tem coragem?
Eu não te devo nada, foda-se. Pare de me mandar mensagens ou eu vou te bloquear.
Boa sorte com isso – e um emoticom de sorriso.
O que quer dizer com isso?
Uma imagem foi enviada a ele. Asphodel congelou onde estava.
Era uma foto de si mesmo onde estava naquele momento.
Brinque comigo – o estranho insistiu. Uma caça ao tesouro. Jogue o jogo e vença.
Essa conversa vai para a polícia – digitou com os dedos trêmulos.
Não perca seu tempo os procurando, eles são nossos.
Nossos? Quantos estavam envolvidos com aquilo? E o que diabos era aquilo? Enquanto ponderava possíveis respostas, uma nova imagem chegara. Ele engoliu a seco quando viu uma foto de Caleb, distraidamente olhando para seu celular.
Seu namorado é muito fofo. Talvez eu deva enviar o link a ele. O que acha disso? Acha que ele aceitaria participar da caça ao tesouro? Ou talvez seu irmãozinho...
Deixe minha família em paz! O que você quer de mim?!
Que você jogue.
Entre sua vida e a de Caleb e sua família, ele não pensaria duas vezes. Quase não enxergava a tela direito, tão marejados seus olhos estavam. Era como se uma corda estivesse ao redor de seu pescoço, apertando-se cada vez mais.
Quando o site se abriu, um contador apareceu na tela, acompanhado de coordenadas. Uma hora e meia em contagem regressiva. Aquilo não podia ser bom.
Asphodel copiou as coordenadas e testou possíveis locais para aqueles números. Via de regra, deveria procurar por lugares dentro da cidade Tulipa, onde nascera e vivia, pois era o mais próximo.
Anotou com pressa os prováveis endereços da caça ao tesouro e então se vestiu para sair. Uma desculpa qualquer sobre ir para a casa de um amigo pegar um livro da escola que havia esquecido foi o suficiente para despistar sua mãe e logo ele estava na rua, pedalando a toda velocidade, o coração batendo tão rápido que podia sentir o sangue bombeando em sua boca.
O primeiro local, dentro da cidade Tulipa, ficava nos fundos de uma loja de conveniência. Procurou por quaisquer coisas que consistissem em um tipo de tesouro e enviou fotos dos objetos para o estranho.
Frio, muito frio, glacial. Tente de novo.
Uma hora e regredindo.
Pedalou a uma distância ainda maior. Sua boca estava seca quando parou na ponte que interligava Tulipa a Girassol. Enviou mais fotos com possíveis tesouros.
Não, não, Asphodel. Geladeira.
Seu desespero aumentou. O próximo local considerado mais próximo lhe custaria muito mais pedalando. Precisava tentar, não sabia o que aquele louco faria com sua família. Restava pouco mais de quarenta minutos.
O terceiro local era um parque mal iluminado, devido a poucos postes funcionando. O local era precisamente um banco. O fotografou rapidamente e esperou pela resposta.
Picolé, Asphodel.
– Merda! – ele se desesperou, começando a pedalar com toda a sua força.
É claro que seria o local mais distante! Por que não pensara naquilo antes?!
Faltavam dois quarteirões para chegar ao seu destino quando um taco de baseball se encontrou com sua cabeça, o lançando ao chão.
– Acabou o tempo. Game Over, Asphodel.
A cidade Tulipa é a principal exportadora de flores do continente Flos, mas o que faz dela especial não são suas flores, e sim os estranhos acontecimentos que tendem a ocorrer em seu solo mágico. Leer más sobre Cidade Tulipa.
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