moonie_e Moonie e

- O que caralhos você está fazendo? - Estou caçando passarinhos. - Com uma corda? E você vai enlaçá-los por acaso? - Sim. - Okay. A corda amarelada foi jogada em direção aos pássaros, que estavam em um galho mais grosso. Todos voaram de uma vez e, quando a ponta caiu do outro lado, ele agarrou-a e fez um laço forte envolta do galho. - Eu não acho que você vai gostar de assistir isso. Por que não volta para casa ou algo assim? {A 19 Days fanfiction} | [Jian Yi + Zhan Xi] - Gatilhos a suicídio/depressão >pulicado no wattpad<


Ficción adolescente No para niños menores de 13.

#19days #mangá #manhwa #old-xian #he-tian #mo-guanshan #jian-yi #zhanxi #19-days #zhan-zheng-xi #fanfic #depressão
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One Night (único)


- O que caralhos você está fazendo?


- Estou caçando passarinhos.


- Com uma corda? E você vai enlaçá-los por acaso?


- Sim.


- Okay.


A corda amarelada foi jogada em direção aos pássaros, que estavam em um galho mais grosso. Todos voaram de uma vez e, quando a ponta caiu do outro lado, ele agarrou-a e fez um laço forte envolta do galho.


- Eu não acho que você vai gostar de assistir isso. Por que não volta para casa ou algo assim?


- Você não pegou nenhum pássaro.


- Você achou que eu estava falando sério?


- Não achei, mas não gosto de mentiras.


- O problema é exclusivamente seu.


Ele pegou um banco velho que estava apoiado no tronco úmido e esverdeado da grande árvore. Assim que o posicionou, subiu e enlaçou seu próprio pescoço.


- Nunca pensei que suicídio assistido fosse de graça.


- Vai mesmo fazer isso?


- E parece que eu não vou fazer?


- Bom, aparentemente você está decidido. Quer que eu avise alguém? Sabe, para pegar seu corpo.


- Ah... Não, não. Vão me achar com facilidade aqui.


A corda foi apertada envolta de seu pescoço fino. Por uma última vez ele olhou a vista bonita que aquele vale possuía, contemplando as árvores e o pôr do sol alaranjado. Sorriu e então-


- Ei, qual seu nome?


- Sai daqui, inferno. Me deixa em paz!


- É que tem algo me preocupando. Se você se enforcar e existirem rastros meus aqui, podem achar que foi assassinato.


- Então saia logo daqui, eu deixei claro na minha última nota que esse é meu desejo. Agora eu posso aproveitar meu momento? Caralho.


- Okay, Okay.


Uma última olhada, a última brisa fresca, o último sorriso, para então atingir a paz que almejava.

Ele levantou um dos pés e com o outro começou a empurrar o banco.


- Mas você tem mesmo certeza? Assim, dizem que quem morre com arrependimentos nunca sai do plano terrestre, tipo um fantasma.


- QUAL A PORRA DO SEU PROBLEMA? INFERNO!


E então, de uma vez, o banco foi jogado para trás e seu corpo pendurado pela corda amarelada, em uma vista bonita, com uma brisa fresca e um sorriso fraco desmanchando-se aos poucos.


- Sabe, eu achei que você não teria coragem mesmo, mas agora o trabalho vai ficar todo para mim.


O garoto intrometido resolveu levantar depois de um tempo, indo em direção ao corpo pendurado e arroxeado do homem que não parecia tão velho assim.


- Isso é porque você não disse seu nome.


Com um pequeno canivete a corda foi cortada e o homem, mesmo que bravo, estava sem forças para reclamar.


Seu corpo magro foi carregado até um carro com aparência antiga, onde ficou deitado no banco de trás, já sem a corda apertando-o.


- Eu o-odeio você...


- Sua tentativa foi de suicídio e não assassinato. Você não me odeia, mas sim, odeia a si mesmo.


Irritado e cansado, os dois suspiraram. O carro deu partida e então, o suicida decidiu descansar.





Um parede amarelada, janelas altas e grandes, uma sacada. Foi aquilo que Jian Yi viu quando abriu os olhos. Seu pescoço ardia e sua garganta estava seca, mas aos poucos foi recordando-se de seu dia.


Na sacada, uma silhueta. Jian tinha algumas perguntas, mas era inteligente o suficiente para deduzir algumas coisas por si. A primeira delas era que estava na casa do intrometido; a segunda era que sua tentativa de suicido falhou miseravelmente e, por último, estava mais que óbvio que o intrometido não havia sido exatamente o que chamamos de cuidadoso.

Com o corpo dolorido e uma possível torção no tornozelo, Jian sentou-se, estralando o pescoço e passando a mão devagar sobre a pele dolorida e esfolada.


- Então você acordou? A bela adormecida realmente estava cansada.


- Por que eu tô na sua casa?


- Não é minha casa.


- Hum. Okay, estou indo.


Uma tentativa falha de se levantar. Duas tentativas. Seu orgulho era realmente grandioso comparada a sua situação miserável.


- Merda..


- Qual seu nome?


- De novo você com essa merda? Por que quer saber meu nome?


Um suspiro cansado e olhos revirados foram as primeiras interações não faladas entre ambos.


- Já vi que você não é familiarizado com ele... Da pra prestar atenção onde você está?


Um apartamento. Pela primeira vez o homem, com olhar de garoto, olhou em volta. Estava diferente desde a última vez que compareceu ali. Agora estava mobiliado e organizado, com sofás, uma cama grande e algumas decorações, tudo separado pela bancada da cozinha e a parede do banheiro.


- He Tian... Caralho, quando foi que ele organizou o próprio apartamento? E por que ele não me chamou aqui antes? Porra... ESPERA! Como você conhece ele?


- Estudamos juntos no ensino médio. Ele encontrou sua carta por acaso quando foi a sua casa de última hora. Foi bem insensível mandar um estranho te buscar, não foi?


- Não me faça rir. He Tian sempre foi insensível. - Jian Yi ria incrédulo, mordendo os lábios em uma mistura de raiva e tristeza. - Que merda...


- Qual seu nome?


- Jian Yi.


- Zhan Zheng Xi.


Um sorriso, um aperto de mãos e uma risada fraca.


- Zhan Xi, diga-me, Tian te pagou para me salvar ou algo assim?


- Não. Eu estava devendo-o um favor e ele me disse para resolver seu problema. Diga-me, por que ia se matar?


- Aparentemente He Tian é o único infeliz que sentiria minha falta. Deixei o bilhete em casa ontem de noite. Ele não foi o único que viu, mas foi o único que fez algo.


- Uau, tem que ser bem egocêntr-


- Eu sou gay.


Silêncio.


- Desculpe, eu ia te chamar de egocêntrico.


- Nah, relaxa. Todo mundo é meio egocêntrico e mais um monte de coisas ruins. Eu só... Não aguento tudo isso. - Jian riu de si mesmo, conseguindo agora levantar adequadamente, mesmo que o tornozelo doesse. - Pode me levar pra casa?


- Você... Quer ir para minha casa? Sabe, para se cuidar. Eu não quis sair para comprar remédios nem nada antes que você acordasse.


- Bom, nos dois lugares não tem ninguém me esperando mesmo. Vamos.


•••


- Diz ai, a corda realmente doeu? Ouvi falar que ficava marcado, com cicatriz e tals, mas em você não ficou tanto.


- Existem pessoas que ficam com medo de última hora e tentam sair dali, por isso machuca. Eu no caso só tava parado mesmo, como você pôde ver. - Dando de ombros e mexendo em seu celular já quase sem bateria, Jian respondia os questionamentos sem escrúpulos do homem ao seu lado.


- Ah, entendi. Faz sentido mesmo. - Assim que o carro parou, ambos olharam um para o outro. - Hum... Chegamos.


O dois saíram do carro. Com ajuda de Zhan, entraram na casa simples e esverdeada. O bairro parecia um conjunto de habitações, além de aparentar não ser tão caro. Mesmo sem luxo, era confortável e passava segurança aos olhos de Jian, que nunca esteve ali.


- Não vai ser estranho você chegar com um cara desconhecido na sua casa, sendo que esse cara está com o pescoço quase que queimado e um pé torcido?


- Nah. Só mora eu e minha irmã. Desde que você não me maltrate ou algo assim, ela não vai se importar. - Zhan abriu a porta, entrando com cuidado, deixando assim seu mais novo "amigo" livre para tirar o sapato e se apoiar nas paredes, considerando que o sofá não estava distante.


- Minha irmã chega do trabalho às 10h. Pode descansar no sofá enquanto isso, eu vou comprar alguma coisa que resolva a marca da tua coleira aí.


- Cuidado para não comprar camisinhas pensando que são doces.


- Bastardo.


Jian riu alto e se jogou no sofá, olhando o teto. De repente, tudo que parecia silencioso não estava mais.


- Ele tem quantos anos para me chamar de "bastardo"? 70?


•••


- Caralho que FRIO.


Zhan voltou de sua vergonhosa ida à farmácia. Talvez o que Jian tenha dito não fosse apenas uma piada. Como ele explicaria a situação para não se enganar com o que ia comprar? Chegar na farmacêutica e dizer que um desconhecido tentou se enforcar não seria exatamente a melhor opção. O homem teve de se virar para conseguir o que precisava.


Quando entrou e calçou suas pantufas, não viu o corpo do rapaz no sofá.

Então, o desespero.


- Jian!? Jian Yi??


Percorreu todos os cômodos, assustado e com medo dele ter ido embora naquele estado ou de até mesmo ter tentado se matar novamente.


- JIAN-


Parou repentinamente quando abriu a porta do banheiro, vendo o rapaz sentado na privada, confuso.


Zhan fechou a porta, batendo-a forte, irritado e constrangido.


- BASTARDO!


Um olhar confuso, paralisado, preso em ambos.


- Mas que porra...?


- SAI LOGO PRA EU TE AJUDA COM SUA COLEIRA AÍ.


Depois do constrangimento se ambos, Jian saiu rindo do banheiro, caminhando com uma certa dificuldade até o próximo cômodo, vendo a figura alta de Zhan ali.


- Sabe que eu nunca tinha encontrado alguém com a minha altura? Só o He Tian, mas ele ainda é dois centímetros mais baixo.


- Sim, sim. Desencosta da minha porta e senta ai Torre Eiffel.


Jian riu, sentando-se na cama do rapaz. Em sua cômoda estavam remédios para queimaduras e uma bolsa de gelo, além de gases e algumas tranqueiras.


Olhando em volta, viu Zhan lendo as recomendações do remédio e, atrás dele, uma estante com vários livros e mangás.


- Aaah! Você gosta de mangás! Qual seu favorito? - Zhan ergueu a sobrancelha, curioso. Jian também gostava?


- 19 Days. A coleção chegou semana passada, ainda não desembalei tudo, então não está na estante.


- Ei, espera. 19 days? Aquele dos casais gays?


- Não é porque tem uma cena de beijo que eles são um casal. Mas sim.


- Você é...?


- Talvez.


Silêncio.


- Levanta a cabeça, isso aqui é tipo um merthiolate mas é para queimaduras e não ralados. Vai arder, mesmo que na embalagem esteja escrito que não.


- Igual merthiolate.


- Sim.


Entre risos, Zhan cuidou com delicadeza de seu colega suicida, mesmo que o mesmo não parasse de rir por sentir cócegas no pescoço. Os dois estavam sentados de frente um para o outro e o clima estava agradável, mesmo que a razão para estarem ali não fosse exatamente a melhor delas.


O quarto era bem diferente do comum para Jian, cheio de personalidade, com uma estante cheia de coisas que o outro gostava, pôsteres na parede e na escrivaninha com jogos e coisas escolares.


- Jian, quantos anos você tem?


- Decidiu querer saber coisas sobre mim é? Achei que meu nome fosse o suficie- Ai! Caralho, não precisa machucar também.


- Se você respondesse apenas o que eu perguntei iria doer menos, sabia?


- Hum. Tenho 22.


- Oh, sério? Em que mês você nasceu?


- Dezembro. Mas por que vo- AI PORRA.


Zhan riu alto, terminando de limpar e passar o remédio, fazendo por fim uma atadura simples e um pouco torta, apenas para ficar até o dia seguinte.


- Eu também tenho 22, mas nasci em julho.


- Sério? Achei que você fosse mais novo que eu.


- Ah. Eu achei que você fosse mais novo que eu.


Silêncio.


- Aqui a bolsa de gelo. Coloca isso no tornozelo, assim vai desinchar.


- Okay, mãe.


Com o olhar provocativo do mais novo, Zhan fechou a cara e bateu em seu ombro.


- Cala a boca que eu já fiz mais do que deveria fazer. Vou pedir comida.


- Zhan... - Antes que saísse do quarto, o mais novo segurou seu pulso, olhando para a frente envergonhado.


- O que?


- Obrigado.


Entre sorrisos eles comeram, entre risadas a irmã mais nova de Zhan se juntou aos dois. Entre brigas os três jogaram juntos. Ao final da primeira noite, entre semblantes sérios, ambos dormiram.

Desculpe qualquer erro. Espero que vocês tenham gostado :)

9 de Agosto de 2020 a las 04:31 0 Reporte Insertar Seguir historia
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