“Doce e azeda, a garota dos olhos perolados era assim… Tinha gosto agridoce.”
O indicador do aplicativo de texto piscava em um ritmo devagar e Ino não conseguia parar de encarar o indicador de palavras, era incrível o quão rápido o tempo passava quando estava cheia de inspiração, mas sempre empacava na mesma parte, na mesma situação. Aquele não era seu primeiro nem último bloqueio criativo, estava acostumada com os mesmo, mas precisava ser sempre na parte do romance?
Bufou e apagou a frase, já era a décima tentativa de descrever aquela personagem excêntrica que faria o par de sua protagonista. Às vezes ela se arrependia de ter se aventurado no romance, de ter ficado famosa com seus livros, os prazos eram cada vez menores e a pressão era cada vez maior. Ino Yamanaka tinha ido de uma simples profissional corporativa a um ícone literário de sua comunidade, e seu sonho parecia cada vez menos glamuroso.
A loira se levantou e alongou, ainda vestia as roupas do que agora era seu segundo emprego: Ino não havia abandonado a carreira de empresária e a renda de escritora só viera para complementar seu sonho de criar uma editora, mas nem tudo vinha tão rápido, então ela ainda trabalhava para a mesma editora que publicava seus livros. Desabotoou a camisa branca e liberou o pescoço do aperto, coçou a cabeça e bagunçou o cabelo. Pegou o celular e checou as mensagens: cupons de aplicativo, mensagens do trabalho, e-mails de fãs, sugestões de compras, etc.
Foi até a cozinha e procurou algo para comer, descobrindo que não fazia compras há um tempo. Era difícil manter a própria vida estando tão atarefada. Foi até o quarto e deitou na enorme cama com lençóis brancos, tentando entender quando aquela semana se tornou tão cinza, ou se era só a horrível paleta de cores daquele apartamento “moderno”. Era sexta-feira e Ino sentia-se presa. Pegou o celular novamente e pediu algum fast-food, recebeu uma mensagem logo quando pretendia jogá-lo de volta no colchão.
Hyuuga: Ainda está escrevendo aquele livro sobre mim, gatinha?
Ino se sentou na hora, apoiou os cotovelos nos joelhos e jogou a cabeça para frente, sua visão invadida pelos cabelos loiros. Sentia uma dor de cabeça iminente, Hinata era tudo o que ela não precisava naquele momento, ainda mais com o prazo dos primeiros capítulos de seu livro chegando tão perto. A morena era uma distração dolorosa, e Ino sabia que era impossível de se resistir, e também ela já havia aberto a mensagem.
Lembrou-se da última vez que esteve com ela, sentiu saudade do toque da garota e do peso de seu corpo sob o seu. Tentava-se lembrar que Hinata nunca quis nada sério com ela, Hinata era inconsistente, difícil. Agridoce.
E provavelmente estava zombando de Ino naquele momento, quer tanto me evitar que virei personagem do seu livro? Ouvia as gargalhadas dela em sua mente. Abriu o chat e viu os três pontinhos se mexendo, ela estava digitando.
E então, recebeu uma foto.
Gracias por leer!
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