bosteta Vinicius Peron

Os Deuses em sua exuberância decidiram se reunir para debater qual seria a criação ideal para habitar o planeta que criaram. Em meio a turbulências, apenas uma criatura seria a superior à todas as outras. Os filhos do planeta. Aqueles detentores do espírito divino. Os discípulos da terra. A Perfeita Criação.


Cuento Todo público.

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A Perfeita Criação


Estavam reunidos num espaço alternativo os Deuses que regiam o mundo naquela ocasião. Eles haviam criado todo o enxoval para então começar a dar vida às suas criaturas viventes que poderiam dar-lhe graças quando fossem necessário e amá-los quando forem preciso.

Eles se sentaram sob seus colossais tronos e pareciam mexer delicadamente em cada coisa já criada no mundo.

As águas ganhavam um toque de azul e movimento, os céus receberam a mesma cor, porém, ao entardecer receberia um amarelado do sol e a noite recebeu a escuridão. Os animais recebiam seus mais diversos modelos, cores, estilos e modos. As pedras recebiam um toque da resistência de cada um deles e os montes eram criados para enfeitar as paisagens. Os Deuses trabalhavam duro para deixar o mundo que criaram perfeito para os seres viventes.

Após muito trabalho de todos eles, finalmente se reuniram. Como de costume estavam sentados em seus tronos dourados e gigantes. Cada Deus tinha o seu próprio trono e sua própria função, eles agora decidiriam os seres viventes daquele mundo e com isso, receber o amor de suas criações, assim como as criações receberão o amor deles.

O Deus Supremo, que era o regente de todos ali e mais poderoso, decidiu começar a reunião e indicar o que o Deus da Luz fizesse a sua criação.

O Deus da Luz pegou um punhado de luminosidade que continha no céu e começou a moldar com suas mãos, de repente ele jogou um pó das estrelas naquela massa e então um ser vivente apareceu.

- Essa é a minha criação, eles possuem asas para que possam voar livremente pelo mundo. São pequenos, pois assim não podem destruir muitas coisas que criamos. Eles são pacíficos e lhes dei o poder suficiente para criar feitiços para proteger a natureza e as florestas. Eu chamo a minha criação de fadas.

Todos ficaram impressionados com aquilo e o Deus Supremo disse:

- É uma ótima criação, mas os seres viventes não podem ser tão pequenos assim.

E então a reunião prosseguiu, o próximo Deus que teria que mostrar a sua idéia de ser vivente era o Deus da Terra. O mesmo então pegou um punhado de terra e misturou com as águas do imenso mar, também pegou um pouco do pó das estrelas e jogou sob aquela massa, de repente já estava formado.

- A minha criação tem a capacidade de minerar e fazer ouro. Eles também podem atender a quaisquer desejos de quem os pedir. São espertos e podem trabalhar em grupo e também viver como bem entendem. Eu os chamo de duendes.

A mesma reação fora feita para o Deus da Terra, porém, o Deus Supremo sempre tinha uma contradição.

- Eles podem atender desejos, mas... Se não houver ninguém para atender os desejos deles, para que isso serve?

Então o dia terminou e a noite se formou. Os Deuses decidiram continuar pela manhã do outro dia e foram descansar. Já amanhecendo, eles continuaram sentados em seus tronos gigantescos e começaram novamente o processo de criação. Dessa vez era o Deus dos Ventos que mostraria sua criação.

Ele pegou um pouco do vento que soprava entre eles, misturou com um dos animais voadores e então aproveitou para pegar uma pitada do sol.

- Eu apresento a minha criação. Eles possuem asas, pois podem voar e podem ir para onde quiserem. Tem o tamanho ideal para se viver nesse mundo e suas pernas são como garras que podem pegar os animais para se alimentar. Eu chamo a minha criação de harpias.

Essa criação fora a que mais talvez se encaixe nos padrões de todos os Deuses, eles pareciam já ter decidido entre si, mas o Deus Supremo sempre gostaria de contrariar.

- É uma ótima criação, mas a terra então seria inútil? Sua criação pode apenas voar e acho que a terra é essencial para se viver, se não, não teríamos a criado.

E a reunião continuou. O Deus da Natureza imediatamente se adiantou e rapidamente pegou um punhado de galhos de árvores e folhas, molhou aquela mistura com água e pegou um pó das estrelas e moldou sua criação.

- Eu os chamo de elfos. Ele tem vida longa e vivem o quíntuplo do que a natureza pode viver, são ágeis, inteligentes e principalmente pacíficos. Protegem as florestas, campos, animais selvagens e são incríveis guerreiros.

O Deus Supremo gostou dessa criação assim como todos os demais, ele pediu para que deixasse todas as criações já existentes juntas para ver como o mundo seria harmonizado e ficou pensativo, a reunião continuaria.

O Deus da Guerra se sentiu um pouco oprimido, pois todos os outros Deuses criavam criaturas pacíficas e ele por ser do seu feitio, iria apresentar uma criação mais agressiva. Ele amontoou um montante de terra e misturou algumas pedras, depois bateu forte com seus braços naquilo e pegou um pouco das rochas das montanhas.

- Esses são os ogros. Eles nasceram para a guerra. Podem ser pacíficos entre seus próprios seres, porém, se alguma raça diferente entrar em sua frente, eles com certeza aniquilarão esta raça.

O Deus Supremo imediatamente disse.

- Você está correto, precisa haver um equilíbrio entre as raças, vamos permitir que os ogros também se juntem aos elfos, fadas, harpias e duendes. – Disse o Deus Supremo.

E a noite enfim chegou, os Deuses da Escuridão e da Morte, precisavam da noite para formar suas duas criações e pediram permissão para continuarem aquela reunião, a permissão foi concedida e eles então começaram. O primeiro foi o Deus da Escuridão, ele pegou um pouco da noite e pegou o brilho da lua também, misturou com um pouco de sangue e então deu forma a sua criação.

- Esses são as criaturas da noite. Eles se alimentam de sangue, de qualquer sangue, seja dos animais ou também dos outros seres viventes. Eles não podem sair durante o dia, pois, o sol acabaria com sua pele e os derreteriam. São praticamente imortais e também inteligentes. Eu os chamo de vampiros.

Para terminar a noite o Deus da Morte, pegou a escuridão noturna, uniu com as profundezas do mar, o breu, uma pitada de maldade e um pouco do fogo. E o molde já estava praticamente pronto.

- Esses são os demônios. São as mais terríveis criaturas, eles não sentem amor, compaixão, pena, pelo contrário, são movidos a ódio, raiva e medo. Eles podem estar em qualquer lugar e a única função deles é propagar a discórdia entre as raças. Como você mesmo disse, um equilíbrio entre todos.

O Deus Supremo aceitou e pediu para que ambas as criaturas caminhassem também sobre a terra e vivessem em conjunto com os outros seres. A noite se passou e então os Deuses descansaram.

No outro dia os Deuses se reuniram mais uma vez e então antes de começar, ficaram a observar as criações sobre o mundo. Os elfos ficavam nas florestas com os duendes e fadas, os demônios prefeririam as profundezas e o subterrâneo, os vampiros na parte do dia se escondiam em cavernas e esconderijos e os ogros prefeririam o terreno mais rochoso. Não havia ainda conflitos entre eles e o Deus Supremo viu que era bom.

O próximo a apresentar suas criações era o Deus do Céu, ele se prontificou de agarrar um montante de nuvens e também um pouco do pó celeste, misturou isso com a luz do sol e uniu tudo no molde.

- Eles são os anjos. Eles vivem para o bem e governam para o bem, estarão sempre ao lado dos Deuses e também haverá um para cada ser vivente, pois eles têm o dever de proteger. Eles propagam a paz e são filhos da luz. Suas asas têm a capacidade de voar pelos céus e atravessar as dimensões para proteger e enfrentar quem eles quiserem.

O Deus Supremo gostou dos anjos e permitiu que eles pudessem viver sobre o mundo. Muitos outros Deuses apresentaram suas criações então. O Deus do Mar criou os tritões, que eram criaturas que vivem debaixo da água e somente na água. O Deus do Fogo criou os ciclopes, criaturas gigantescas que possuíam apenas um olho em sua face. O Deus da Sabedoria criou os centauros, que tinha corpo de animal e a outra metade era parecida com os elfos. O Deus do Sol criou os grifos, criaturas que tinham o corpo de leões, mas também tinham asas como os anjos.

E assim o longo dia se passou e a noite novamente atingiu o mundo. Eles descansaram após as diversas criações que ocorreram e pela manhã eles decidiram apenas observar as criações.

Eles vigiaram os seres viventes e ficaram abismados após alguns dias e noites. Os elfos entravam em combate com os ogros. As fadas combatiam os duendes também e lutavam pela floresta. Os anjos e demônios começaram uma guerra incansável pela disputa de território. Os tritões também proclamaram a dominação dos mares e nenhuma outra criatura poderia invadir as águas sem a concepção deles. O mundo então foi se tornando um caos e os Deuses ficaram a observar durante muito tempo o desfecho de tantos combates.

Após muitas luas, os Deuses então se reuniram para a derradeira conversa e decidir quais seres viventes viveriam sob a terra. Os Deuses Criadores criticaram as outras criações e defendiam suas próprias obras, sendo assim causando até mesmo um alvoroço entre eles. O Deus Supremo colocou um basta na discussão lançando um turbilhão de raios no céu e todos então pararam, ele tinha algo a dizer.

- Todas essas criaturas deveriam residir o mundo. Essas guerras e batalhas devem acontecer para ocorrer um equilíbrio, para as raças provarem quem são os melhores. – Disse o Deus Supremo. – Mas eu acredito que uma raça poderia residir o mundo.

Todos ficaram assustados com isso. O Deus da Luz então perguntou:

- Oh, Deus Supremo. Qual raça então deveria presidir o mundo que nós criamos?

O Deus Supremo ficou calado por um tempo, ele pegou um pouco do que achava que era bom e colocou para fazer um molde qualquer. Esse molde demorou mais tempo do que os outros e então ele proclamava enquanto criava.

- Essa será a raça que roubará os mesmos de sua própria espécie, também matará aqueles iguais a si mesmo. Eles terão a inteligência para construir enormes castelos e fortalezas, mas também a inteligência de destruir tudo isso em segundos. A maioria não irá partilhar os bens entre os povos de sua raça e muitos nem terão bens para repartir. Eles terão o poder de curar as vidas dos seus iguais, mas invés disso vão deixá-los em plena agonia. A ganância deles será tão extrema que nada poderá extingui-los a não ser eles mesmos. Nós seremos esquecidos por eles e assim como todas as outras raças também. As piores guerras e batalhas eles irão travar e também as melhores coisas da vida eles criarão. Eles são piores do que os animais e superiores à eles, eles serão a pior raça do mundo e ao mesmo tempo a melhor. Eles ficarão entre a linha do bem e do mal, pois muitos espalharão o bem e muitos e semearão o mal. Eles serão chamados de humanos.

21 de Mayo de 2020 a las 16:21 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

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Vinicius Peron Quem se descreve se limita.

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