misuhotita Thais Grigorio

A noite é fria e sombria em Londres e, na Mansão Hellsing, Seras Victoria passa o tempo se lembrando do único homem que amou... E que Nunca será seu... As lembranças de Pip dentro de si corroem e, fazem com que se lembre de que jamais irá vê-lo novamente, estando condenada a viver a eternidade em uma completa solidão.


Fanfiction Anime/Manga No para niños menores de 13.

#hellsing #Seras-Victoria #eternidade #drama #solidão #saudade
Cuento corto
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Capítulo Único

Seras Victoria caminha pelos escuros e vazios corredores da Mansão Hellsing. Seus olhos vermelhos refletindo toda a dor e solidão que traz dentro de si. Em seus ombros, um casaco verde, que, mesmo sem saber exatamente o motivo, ela gosta de carregar em noites sombrias e solitárias como esta.

A lua cheia ilumina a noite em Londres e, pelas grandes janelas da imponente mansão, Seras Victoria sente a dor novamente tocar seu coração. E, em um movimento instintivo, a vampira se abraça, recordando-se, mais uma vez, da noite em que tudo aconteceu... Da noite em que matara e bebera o sangue de Pip, fazendo com que ele se tornasse parte de si...

Dois anos se passaram desde o fim da Guerra Nazista e, desde então, em noites como esta, sempre se pega pensando nele... Nunca soube o que é amar alguém mas, em seu coração, o sentimento que sempre sentiu pelo Capitão das Tropas Mercenárias sempre foi grande...

Com os pensamentos distantes, continua a caminhar pelos corredores da mansão, até que chega ao terraço, onde, encosta-se a uma das paredes, olhando para a imponente lua cheia.

Não sente firo, mas, mesmo assim, a vampira se abraça no casaco verde de Pip. Os pensamentos do Capitão se misturam a seus próprios pensamentos e, por alguns momentos, ela não é capaz de discernir quais os sentimentos dele, e quais os dela...

Fecha os olhos, as lembranças de Pip invadindo a sua mente sem parar... Deixa-se consumir pelas lembranças que se referem a ela... No começo, era mais do que óbvio que o Capitão das Tropas Mercenárias só queria se divertir e tirar sarro da vampira, na época, serva de Alucard. Mas, pouco a pouco e, sem que nenhum dos dois se desse conta, estes sentimentos foram pouco a pouco se transformando e, no meio da guerra, os dois se viram presos em uma história de amor.

Se existe amor em meio à guerra? Sim, existe, e ela, Seras Victoria, é a prova viva de que dois seres completamente diferentes podem se amar. Não tivera tempo de dar a ele um último adeus... Não tivera tempo de dizer: “eu te amo...!”

Até o momento em que bebera todo o sangue de Pip, não imaginara o tamanho dos sentimentos que ele nutria por ela, mesmo que os dois sempre estivessem juntos, mesmo ele sempre implicando com ela, fazendo-a rir, nunca imaginou que por trás de tudo isso houvesse algo mais...

Nunca imaginou que por trás de todas as provocações, houvesse um homem que a amava e que a desejava... E que não se importava com o fato de que ela é uma vampira, uma morta viva... Um ser da noite que tem sede de sangue...

Na terrível guerra contra os nazistas, os dois sempre estiveram juntos, sempre lutaram juntos... E, talvez fora esta proximidade que fez com que, sem perceber, brotasse em seu coração os sentimentos pelo homem que ela mesma matou, chupando todo o seu sangue...

Com os olhos fechados, as memórias de Pipi voltam a se misturar as suas, e sente como se ele estivesse a seu lado... Como se não tivesse morrido... A dor é grande e, nem o conforto de ter suas memórias é capaz de acalentar seu coração...

Por ser uma vampira, não está entre os vivos, mas, isso não faz a menor diferença no que se refere ao seu coração... Mesmo que Pip esteja vivo dentro de si, graças ao sangue que ela bebera, não é a mesma coisa...

Sente falta dele... Todos os dias e, não há um único minuto de sua existência que não pense ou deseje ter seu valente capitão a seu lado...

É possível uma pessoa viver dentro de si? Sim, é possível, pois Pip vive dentro dela... E todos os dias, vê em sua mente as provocações dele... Seus próprios pensamentos se misturando aos dele, a ponto de, certas vezes, não conseguir diferenciar quais são as suas lembranças das dele...

Se levanta e pega o casaco. E, olhando para a lua cheia, que ilumina o céu, leva o casaco ao seu nariz, cheirando-o... Mesmo com o passar dos anos, o casaco inda tem o cheio dele... Um cheiro único que só Pip poderia ter... Até o cheiro de seu cigarro ela é capaz de sentir, como se ele estivesse ali, a seu lado!

Para ela, o cheiro de Pipi sempre foi único e, apesar do cigarro, ele tem um cheio másculo, um odor de homem que sempre a atraiu, mesmo que de forma involuntária...

Os dois sempre estiveram conectados durante todo o tempo em que Pip trabalhou na Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes, e, às vezes, desejava que o dia em que Integra Fairbrook Wingates Hellsing contratara os serviços da tropa de Pip nunca tivessem existido, assim, ele ainda estaria vivo...

Mesmo que os dois não tivessem se conhecido, ainda sim, iria preferir Pip vivo, a uma mera lembrança dentro de seu ser... Quando se ama alguém, como ela, dia após dia, tem descoberto que ama o seu Capitão das Tropas Mercenárias, o seu desejo, a sua felicidade, é a felicidade da pessoa amada e, infelizmente para Pip sua condenação fora o dia em que aceitara trabalhar para a Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes...

A vampira continua cheirando a jaqueta de Pip e, uma solitária lágrima escapa de seus olhos vermelhos e sanguinários, caindo na peça de roupa que guardara como um tesouro após o final da guerra nazista.

Mesmo não estando viva... Mesmo não tendo um coração humano, que pulsa e que bate... Mesmo sendo uma criatura da noite, condenada pela eternidade a vagar por este mundo em busca de sangue para sobreviver, não conseguiu se impedir de amar, e agora não passa de uma condenada por toda a eternidade, a ter a mente daquele que ama dentro de si, fazendo-a sofrer todos os dias e, por ter e não ter a seu lado, o único capaz de fazê-la feliz.

Pip...

Mesmo sendo uma morta viva, seu coração bate por ele, e, somente por ele...

Fecha os olhos por um instante e, quando volta a abri-los, tem uma surpresa, pois, ante seus olhos avermelhados, sedentos de sangue e tomados por uma imensa tristeza, eis que está diante de si o homem por quem seu coração sempre bateu, e por quem vive assombrada por seus pensamentos...

Com seus cabelos longos e trançados, o tapa olhos, e um cigarro em suas mãos, Pip encara Seras Victoria com o sorriso debochado que sempre teve em vida e, por um instante, a criatura da noite se mostra totalmente confusa, pois Pip está morto e, sendo assim, como ele pode estar ali, em carne e osso, bem diante de seus olhos?

― Pip, é você...? – a voz de Seras Victoria é de mais pura incredulidade.

― E quem mais seria, vampirinha? – a voz de Pip é repleta de sarcasmo.

― Mas como...?! – Seras Victoria não consegue acreditar no que seus olhos estão lhe mostrando.

― Queridinha, existem perguntas que simplesmente não tem respostas, e, você deveria se acostumar a isso. Apenas aproveite o momento e aprecie enquanto você ainda o tem, Seras Victoria.

O misto de emoções que invade o coração sem vida de Seras é tamanho que, a morta viva não consegue esboçar qualquer reação, apenas fica ali, completamente estática, olhando para o homem que um dia amou com todas as forças de seu ser.

Simplesmente não consegue reagir... Simplesmente não consegue encontrar forças para pronunciar qualquer palavra, por única que seja... E, a única coisa que consegue fazer é ficar ali, fitando o homem que deveria estar morto, mas, que a encara com os mesmos olhos e sorriso debochado com o qual sempre a encarou em vida.

― Não vai falar nada, queridinha? – provoca o Capitão das Tropas mercenárias – Quer dizer que eu vim até aqui, e você, ao invés de reagir, como costumava fazer antigamente, vai ficar me encarando com esta horrível cara de peixe morto?

― É que eu... Eu... Eu...

― Você o que? Sabe, vampirinha, no primeiro instante em que a vi, não acreditei que fosse uma vampira. Mas, nem cinco minutos depois que nos conhecemos, lá estava você, me derrotando com apenas um dedo, e, devo confessar, aquilo foi demais para mim.

― Por que você...

― Psiu! – Pipi se aproxima e, leva o dedo indicador aos lábios de Seras, fazendo com que ela engula suas palavras antes de pronunciá-las – Fique quietinha e escute. Seras, o que sinto por você, nem o tempo e nem a morte são capazes de apagar. Minhas lembranças são suas e, isso significa que eu pertenço a Ti. Vampirinha, embora não possa ter mais um corpo físico, eu sempre estarei ao seu lado! Quando você bebeu meu sangue, nos tornamos um só, eu me tornei parte de ti, e, se há algo nesta vida do qual eu não me arrependo, é do destino ter me colocado diante da vampira mais atrapalhada que conheci. Tivemos bons momentos juntos, dos quais jamais irei me esquecer. E esses momentos, são as melhores lembranças que eu carrego e que tenho a honra de dividir com você. Eu sou seu, Seras Victoria, e, porque você bebeu o meu sangue, serei sempre e somente seu, por toda a eternidade, minha cara!

Seras sente que as palavras de Pip tocam no mais fundo de sua alma, e, dá um passo em direção ao homem que lhe faz tanta falta. Um pouco hesitante, a criatura da noite dá mais um passo em direção ao homem e, passo após passo, vai caminhando, até estar frente a frente a ele...

Se tivesse um coração humano, este certamente estaria batendo forte, de forma descompassada, condizendo exatamente com todas as emoções que tomam conta de seu coração. Mas, como é uma vampira, e não está mais entre os vivos, não sente seu coração batendo, mas, todas as emoções que sente transbordam por todo o seu ser...

Estende o braço, a fim de tocar novamente a pele de Pip e, ver que tudo isso é real... Mas, no momento em que está para, mais uma vez, tocar a pele do homem que ama com todas as forças de seu ser, o corpo de Pip desaparece, e a vampira tem a impressão de que o corpo dele se transforma em milhões de estrelas cadentes, sumindo no céu noturno e, fazendo com que Seras tenha a impressão de que tudo fora apenas um sonho... Uma ilusão de um ser que está condenada a viver a eternidade de forma solitária...

Uma única lágrima escorre por seu rosto, enquanto ela continua olhando para a lua cheia, sua única companhia nesta fria e solitária noite. Seca sua lágrima com o casaco de Pip, ao mesmo tempo em que fecha seus olhos e se lembra de seu cheiro... De sua presença... E de que nunca mais os dois estarão juntos...

Como vampira, está condenada a viver eternamente nas trevas da noite e, como mulher, está condenada a viver sem o amor do homem que ama, e sem sentir o gosto dos lábios dele de encontro ao seu...

Seras Victoria caminha pelo terraço, e, olha para baixo, para o gramado do jardim... O silêncio da noite faz com que o vazio em seu coração apenas aumente... Assim como a dor de saber que está condenada pela eternidade a viver este vazio... Sem o amor... Sem o calor de um homem de encontro a seu corpo frio...

Ainda com lágrimas do mais puro sofrimento em seus olhos, a criatura da noite segura com força à jaqueta de Pip e, a leva a suas narinas mais uma vez, se permitindo sentir o cheio, pela última vez, do homem másculo, forte, destemido e engraçado que a usava... Em seguida, Seras Victoria joga a jaqueta, que é levada pela brisa do vento.

Victoria então dá as costas e começa a caminhar, de volta ao interior da mansão, onde o seu caixão a espera, pois mais um amanhecer está a caminho e, com ele, seu descanso...

E, quando uma nova noite vier, novamente o vazio em seu peito vai voltar a aumentar... Um vazio que irá acompanha-la por toda a eternidade, e até o fim dos tempos...

Nuvens escuras cobrem o céu de Londres e, pouco a pouco, a figura de Seras Victoria vai sumindo nas trevas da noite... Com um vazio dentro de si, que nem a eternidade será capaz de apagar...!

13 de Mayo de 2020 a las 16:11 5 Reporte Insertar Seguir historia
5
Fin

Conoce al autor

Thais Grigorio Meu nome é Thais, tenho 34 anos de idade, Otaku, Nerd, DCnauta e Wonderbat assumida. Escrevo desde os meus 14 anos de idade. Apaixonada por histórias ambientadas na época medieval.

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Tatiana Novaes Tatiana Novaes
One muito bem escrita, mostrando a profundidade do sentimento que a Seras sente pelo Pip, sentimento este que, pelo fato de ela ser uma vampira e, portanto, imortal, vai carregar com ela para sempre. E, o encontro dos dois foi lindo e emocionante. Algo que tocou no fundo do meu coração.
May 24, 2020, 20:16
Bruna Corrêa Bruna Corrêa
Linda one shot, onde os sentimentos da Seras com relação ao Pip são muito mais do que bem trabalhados. Onde vemos que o amor que ela sente por ele supera até mesmo as barreiras da morte. Beijão! ^.~
May 21, 2020, 22:21
Ana Virgínia Pacheco Ana Virgínia Pacheco
Uma história dramática e repleta de sentimentos. Mostrando que o amor pode habitar no coração de todos, mesmo depois da morte, e, mesmo que viva para sempre, Seras sempre levará o amor que ela sente por Pip em seu coração. Cordialmente, Ana Virgínia.
May 20, 2020, 22:23
Samantha Oliveira Samantha Oliveira
One maravilhosa, repleta de sentimentos de tristeza e de saudade, que combinam com a Seras, que perdeu o homem que ela amava. Adorei o encontro dos dois.
May 19, 2020, 21:40
Tommy Batista Tommy Batista
Ótima one, repleta de dramas e mostrando um pouco o que é a vida da Seras, a eternidade sem poder estar ao lado dele. A profundeza dos sentimentos dela foi muito bem trabalhada.
May 15, 2020, 19:55
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