[...] Era como se nunca tivéssemos deixado de existir no mundo do outro, como se a vida não tivesse seguido. Naquele lugar, eu era sua, e você era meu.
O que mudou, então?
Uma vez escrevi sobre amores-furacões
Que derrubam todas as barreiras que construímos ao longo dos anos
Amores que nos tiram de órbita
E nos transforam em seres completamente diferentes dos quais estamos acostumados a ser.
Sou feita de memórias.
Um pouco de cada ser humano que cruzou o meu caminho e dividiu sua própria existência comigo; uma figura que se fez a partir dos fragmentos de cada amor, cada paixão que não deu certo, e apesar das minhas rachaduras ainda mui…
É hora de ir, penso.
Você não quer soltar a minha mão; talvez saiba, tanto quanto eu, que, se nós nos soltarmos, nunca mais nos tocaremos de novo. E pode ser que você sinta medo disso, mas está tudo bem, eu também sinto. É difícil reconhecer quando…