wesley-ferreira1587000262 Wesley Ferreira

Ana acorda certo dia e percebe que esqueceu tudo o que aconteceu nas últimas duas semanas. Também descobre que foram dias horríveis. Naturalmente, ela deseja correr atrás de toda a verdade; um desejo perigoso.


Thriller/Mystery All public.

#misterio #drama
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Brincando com memórias

Ana convidou seus pais pra jantarem em sua casa hoje. Roberto, seu marido, a abraça por trás enquanto ela penteia seu cabelo em frente ao espelho do quarto: você tem certeza que quer fazer esse jantar? Eles vão entender se cancelar

Ana respira fundo. Sua feição não esconde certa preocupação: tenho certeza -Ela se vira pra ele: não posso garantir que esse não será o último esse ano

Roberto: não diga isso! Tudo dará certo no seu tempo. E enquanto não der, vou estar do seu lado -Ele a beija

Ana respira aliviada com suas palavras. Envolve seus braços em seu pescoço: eu te amo

Os convidados chegam. Além dos pais de Ana, Fabrício e Rosana, vem sua irmã Laura e um amigo do casal, Leonardo. A empregada os recebe e na sala a família se encontra.

Fabrício para Ana, no meio dos cumprimentos: desculpa o atraso, você conhece sua mãe

Rosana ri: não é totalmente culpa minha. Não sou que sempre esquece onde deixa a chave do carro!

Ana ri: ta tudo bem, o bom é que vieram

Laura percebe uma feição diferente em Ana, e cochicha pra ela: ta tudo bem?

Ana não consegue esconder: não. Mas depois falamos sobre isso. Só não queria estragar o clima, to deixando muito aparente assim?

Laura: por enquanto só eu e Leonardo percebemos

Ana: ai meu deus. Vou tentar sorrir mais

Carla, a empregada, coloca as panelas sob a mesa: pessoal, a janta está servida!

Todos vão para a mesa

Ana: mãe e deu certo comprar o tecido que você queria?

Rosana: deu sim. Eu imaginei que a qualidade fosse melhor, mas deu pra fazer o vestido

Laura: ah, vocês não acreditam quem me mandou mensagem hoje

Roberto: não acredito

Leonardo: o desgraçado?

Laura: exatamente. Dizendo que sentia minha falta

Fabrício: esse cara precisa de uns tapas no meio das orelhas

Ana: o que você respondeu?

Roberto: se é que respondeu. Você respondeu?!

Laura: mandei um áudio, dizendo coisas que não seria bom repetir aqui

Rosana: por favor, obrigada! Eu conheço bem o linguajar de Laura

A família ri. Logo há um momento de silêncio, onde há somente os barulhos dos talheres.

Depois de um tempo Rosana puxa assunto: Ana, o que deu sobre a mulher que quer processar o seu salão da zona norte?

Ana engasga e arregala seus olhos. Laura igualmente: o que?!

Os demais também se impressionam.

Ana começa a respirar fundo: como você está sabendo?!

Rosana: sou amiga da Cristiane, a manicure, esqueceu?

Roberto: e-eu acho que não é um assunto que ela gostaria de tocar agora

Ana: não, tudo bem amor -Ela respira: Bom, ela disse que vai processar, e infelizmente ela tem razão. Vou ter que despejar a funcionária responsável pelo mal serviço e provavelmente perderei no julgamento. E isso acontecendo, mais pessoas serão dispensadas

Sua família se preocupa

Laura: por que você não falou isso pra gente antes?!

Ana: vocês não teriam o que fazer

Fabrício: mas filha, você tem noção de quanto irá perder financeiramente?

Ana: pai, assim, pra não falar números eu posso dizer que será praticamente tudo. Mas está tudo bem, tudo se resolve -Ela dá um sorriso forçado: quero só aproveitar o jantar hoje

Todos ficam muito pasmos. Pra respeitá-la, ninguém mais toca no assunto. O silêncio toma conta por um tempo, o qual Leonardo quebra

Leonardo: mas esse frango está delicioso, parabéns Carla!

Carla: obrigada!

O silêncio continua, porém com um clima diferente, mais tenso. Roberto segura a mão de sua esposa. Após um tempo o celular de Ana toca. Ela vê o nome na tela e sai da mesa para atender: com licença gente. Alô?

- é o Fábio. Já estou com ele, pode pegar comigo quando quiser

Ana: amanhã de manhã ok, quando eu for caminhar. No parque central, perto da entrada onde o pipoqueiro fica.

Fábio: ok

Ana: espera! Me asseguraram que isso não afetará a saúde dela em nada, tem certeza disso né?

Fábio: absolutamente

Ana: como ele é?

Fábio: em pó. Pode colocar na bebida. Muito parecido com o sal

Ana: entendi

Se despedem e ela desliga. Ela paralisa e respira por um tempo, muito pensativa. Se esforça pra voltar ao normal e retorna a mesa.

Roberto: quem era?

Ana: oi? Ah, a Melissa do salão sul, perguntando sobre o novo esteticista que está pra começar lá a partir de segunda feira

Laura: legal! Faz tempo que estavam precisando né?

Ana: sim, faz tempo

Carla: coincidência, eu também! -coloca a mão em seu rosto. Eles riem.

Ana: mas agora vamos ver no que vai dar

A família a olha, empáticos. Roberto não acreditou no que ela disse sobre a ligação.

Após a janta, o casal se apronta pra dormir.

Roberto se deita na cama e abraça Ana, já deitada: amor você não ficou incomodada com sua mãe tocar no assunto?

Ana: não amor, juro que não

Roberto: mas eu vi sua feição na hora

Ana: aquela cara foi porque me deixou um pouco ansiosa por lembrar, eu tava bem distraída aquela hora. Mas foi bom, eu precisava contar pra eles alguma hora mas não sabia como. Ainda bem que a manicure fez isso por mim

Roberto: certo. E.. e sobre a ligação, era realmente a Melissa?

Ana sabe que não consegue mentir pra ele. Porém não lhe conta a verdade: na verdade não. Era meu advogado, me dando algumas notícias preocupantes. Mas não quero tocar no assunto agora. Podemos dormir?

Ele concorda e a beija, preocupado. Dormem.

Passa a noite e Ana acorda. Se vira para dar bom dia ao seu marido e não o encontra. Despreocupada se levanta. Estranha a roupa que está usando; as roupas de cama não são as mesmas; o quarto não é o mesmo. Assustada sua respiração acelera.

Ana grita por seu marido: Roberto!

Carla entra no quarto: está tudo bem Ana?!

Ana assusta: o que você ta fazendo aqui?! Na verdade, o que eu to fazendo aqui?! Cade o Roberto?! -Olha por todo o seu redor, não entendendo

Carla: Ana você não deve estar bem, teve algum pesadelo forte?

Ana: eu estou muito bem! Só não entendo o que está acontecendo!

Carla: deita um pouco até passar esse nervosismo

Ana: eu não quero deitar!! Só me diz onde o Roberto foi e por que me deixou aqui.. onde é aqui?

Carla está sem jeito: minha casa. Ana, lhe aconteceu alguma coisa, você realmente não está bem

Ana: por que você insiste nisso?! Eu estava na minha cama com meu marido ontem, e agora acordei aqui e quero saber onde ele está. Ele que me trouxe aqui?! -Quase chorando: por que você insiste que é eu que não estou bem?!

Carla: porque Ana, você passou por dias conturbados, e veio pra minha casa ontem

Ana paralisa.

Ana: como assim? Que dias conturbados? Eu não lembro de vir pra cá ontem. Eu estava bêbada? Mas eu lembro de deitar na minha cama ontem!

Carla: Não Ana, você só estava triste e preocupada. Talvez seja isso

Ana: cadê meu celular? Preciso ligar pro Roberto

Começa a procurar

Carla faz uma feição de quem começa a entender, e fica empática: Ana, Ana, querida -pega em sua mão -acredito que o sofrimento do luto está te fazendo passar por algum trauma muito forte. Vamos a psicóloga hoje, eu te levo

Ana se assusta, paralisada: luto?! Que luto? Do que você ta falando?!

Carla fica preocupada: pe-pelo seu marido. Mais uma vez eu sinto muito pelo que aconteceu. Eu fui boba de pensar que você estava melhorando da dor. Não imaginei que poderia se agravar após algum tempo, me desculpa!

Ana começa a tremer e chorar: você ta querendo dizer que.. meu marido... -não consegue terminar

Carla a abraça: sinto muito mesmo

Ana chora desesperadamente: isso não pode ser verdade! Por que você ta falando isso pra mim?! Por que isso tá acontecendo?!

Carla não sabe mais o que dizer pra ajudar e fica muito preocupada.

Ana, sob seu ombro: Carla, eu to com medo -Ela se desencosta e lhe olha de frente, segurando seus braços: eu sei que você não mentiria pra mim, mas ontem ele estava do meu lado! Ele dormiu comigo!!

Carla: Ana, me perdoa, mas estou confusa sobre o que está acontecendo com você

Ana não consegue falar, só chorar, sob os braços de Carla. Após um tempo, seus olhos focam no relógio eletrônico em cima da escrivaninha ao lado da cama. Ela enxuga os olhos porque a data lhe chamou atenção. Mesmo conturbada, ela quer matar sua curiosidade: Carla, por que seu relógio ta mostrando que hoje é dia 16?

Carla fica sem entender: porque hoje é dia 16 minha querida

Ana desencosta novamente de Carla: co-como assim? Ontem era dia primeiro

Carla pensa, e toma ação: Ana, seguinte, vamos nos arrumar pra irmos a psicóloga

Ana está sem forças, em choque, mas concorda com a ideia. Está muito confusa, pensando se seu marido está realmente morto.

A campainha toca e Carla atende. É Rosana, o qual entra e já vai abraçar sua filha.

Rosana: tudo bem minha filha?

Ana: não sei mãe, não sei o que tá acontecendo. Não lembro de ter chegado aqui, e Carla me disse que Roberto está morto mãe -Começa a chorar novamente: isso é verdade mãe?! Meu marido está morto?!

Sua mãe a abraça. Carla de longe acena com a cabeça mostrando que não entende o que está acontecendo.

Rosana a leva para o sofá na sala: meu amor senta aqui, vamos conversar. Você bateu a cabeça ontem numa queda no banheiro. Fomos ao médico e disse que infelizmente você poderia perder algumas memórias. Sinto muito por isso ter acontecido, ainda mais nesse momento conturbado. Roberto realmente faleceu minha querida.

Ana deita no colo de sua mãe, aos prantos.

Carla, tentando amenizar o clima: bom, mas você tem uma boa notícia ne?

Rosana faz feição de quem não queria contar

Ana tenta segurar um pouco o choro para ouvir a notícia

Rosana: bom, seu pai teve um infarto ontem. Mas hoje esta melhor!

Ana: infarto?! Meu deus! Como isso é boa notícia?!

Rosana: ah me desculpa, seria se você lembrasse. Ele continua internado, fora de perigo

Carla: Rosana você quer que eu converse com ela?

Rosana respira.

Rosana: não vai ser necessário. Vamos esperar um pouco; infelizmente minha filha tá começando a passar pelo luto novamente

Ana está conturbada. Não passado muito tempo que sua filha está aos prantos, Rosana pergunta: querida, só me diz uma coisa, onde está seu celular? Queria o contato de uma pessoa que está lá

Ana respira pra falar: eu também não sei, já acordei sem saber onde estava

Carla: ela já veio sem na verdade

Ana: contato de quem?

Rosana: de uma funcionária sua. Depois explico. Vamos pra casa descansar

Carla: se quiser deixar ela aqui tudo bem Rosana

Rosana: não, tudo bem, vamos pra casa. Quem sabe lá ela acha o celular

Na casa de Ana, sua mãe deixa sua filha descansando no sofá.

Rosana: melhor você ficar aqui. Eu vou procurar seu celular

Ana: mãe espera, nada disso faz sentido. Meu marido morreu, meu pai teve um infarto, eu escorreguei e bati a cabeça mas não sinto nenhum machucado, não sei no que acreditar!

Rosana: filha, você acabou de receber uma notícia horrível. Descansa um pouco depois conversamos tudo!

Ana concorda com a cabeça: espera! Me leva ao túmulo dele depois?

Rosana se emociona: claro amor! Agora descansa -Ela sobe para procurar o celular. Depois de procurar muito no quarto de Ana, encontra ele quebrado no chão, sem funcionamento.

Mais tarde, as duas vão para cemitério da cidade. Ambas chegam no túmulo de Roberto. Ana se ajoelha no chão pra chorar: meu amor, eu não sei como aconteceu! Nem consegui me despedir! Não faz sentido!

Sua mãe, que toca em seu ombro, demonstra uma preocupação com algo fora dali. Seus pensamentos estão distantes.

Passado um tempo Ana se levanta, e sai quase que carregada por sua mãe. Elas voltam pra casa de Carla: filha vou te deixar aqui porque vou ver seu pai. Amanhã você visita ele na parte da manhâ ok? Não seria bom ir hoje

Ana concorda, e Rosana sai antes dela entrar na casa. Antes de entrar, ela pensa e decide ir a casa de Leonardo.

Ela chega, contando com a sorte dele estar lá. Ele sai no portão: Ana, querida! -Se abraçam fortemente: sinto muito por tudo amiga, como você está?

Ana está tentando ser muito forte pra não desabar novamente. Sua vontade de entender o que aconteceu está empatado com seu luto: obrigada, de coração. Não estou nada bem

Eles entram, e se sentam na mesa da cozinha. Ana respira e continua: eu sei que você não sabe ainda mas eu preciso de ajuda. Eu to muito confusa. Não sei o que aconteceu, não sei porque, simplesmente acordei hoje com a notícia de que Roberto morreu

Leonardo: como assim?

Ana: hoje eu acordei sem saber porque estava na casa de Carla; do nada recebo a infeliz notícia sobre meu marido; e de que meu pai esta internado. Pra mim não faz sentido ser dia 16 de março, como se apaga 2 semanas da minha mente?! Parece que eu bati a cabeça e esqueci tudo. E o pior, to com a sensação de que estão me escondendo as coisas. Por isso eu vim aqui, quero toda a verdade

Leonardo arregala os olhos, tentando digerir o que ela disse: meu deus Ana, como assim? Não me falaram isso! Não está doendo sua cabeça? Coitada! Passando por todo o sofrimento de novo..

Ana: na verdade pra mim estou sofrendo só agora, mas por favor não enrole pra me falar, eu preciso saber a verdade, isso tá me consumindo!

Leonardo: ta, tudo bem, vamos lá, o que eu sei: Roberto morreu brigando com o marido da Sueli, que foi ate sua casa armado querendo te matar

Ana paralisa: o que?! M-mas.. ele foi assassinado?! Que homem é esse?! Quem é Sueli?! Por que brigaram?! Me matar?!

Leonardo: Vamos por partes. Até onde eu sei, Sueli é a mulher que perdeu o cabelo no seu salão da zona norte, fiquei sabendo isso no nosso último jantar,

Ana: meu deus! Eu não sabia disso -Ela digere a informação. Pensa e continua: jantar?! Em minha mente eu estava marcando esse jantar ontem. Mas enfim, me fala mais

Leonardo: bom, o que eu entendo é que ela era uma mulher de elite, influencer, e quis te processar, juntamente com várias outras mulheres, seguidoras dela, que supostamente também foram prejudicadas

Ana, aterrorizada: não acredito! O que aconteceu? Com certeza eu perdi

Leonardo: iria perder se ela não tivesse morrido por conta de uma doença que ela tinha. Epilepsia eu acho.

Ana se assusta: não acredito! Morta?! Meu deus!!!

Leonardo: eu sei, é muita informação pra digerir. To chocado que você esqueceu de tudo!

Ana: eu sei, ta muito estranho. Eu preciso da verdade! -Leonardo se consente por sua situação. Ana pensa e volta seu olhar distante pra seu amigo: mas agora me responde, por que o marido dela foi na minha casa me matar?!

Leonardo: pelo que sei ele estava louco, queria culpar alguem. Hoje ele ta preso

Ana digere as informações.

Ana: Roberto morreu como herói né?

Leonardo: com certeza

Eles se abraçam.

Rosana vai para o hospital ver seu marido.

Rosana chega afobada: eu encontrei o celular, porém estava todo quebrado. Precisei levar na loja pra arrumar, só assim pra ligar ele. 2 dias para conserto

Fabrício: 2 dias?! Será que temos tudo isso?!

Rosana: eu não sei. A Laura já foi?

Fabrício: mas ela nem veio

Rosana: quê? Ela ia vir na visita da manhã!

Fabrício: não, ela não apareceu

Rosana: vou ligar pra ela

Rosana tenta varias vezes ligar, sem resposta. Começa a ficar preocupada.

Rosana: ela não ta atendendo

A frequência cardíaca de Fabrício começa a subir

Fabrício: precisamos do celular de Ana urgente!

Rosana também se preocupa com a saúde dele: calma ela atendeu! Vou lá fora -Ela na verdade não atendeu, mas Rosana finge para acalmar Fabrício.

Rosana volta, depois de dar um tempo: querido vou me encontrar com ela, ta tudo bem

Fabrício: graças a deus. Tudo bem

Se beijam e Rosana sai. Assim que ela sai, reage ao medo e tensão que ela está, mas que estava segurando. Ela vai até ao serviço de Laura e não a encontra. Vai então até a casa de Laura e encontra a porta destrancada e algumas coisas jogadas no chão. Chama varias vezes por ela e nada. O desespero toma conta. Ela vai então pra casa de Carla, e respira fundo antes de entrar. Se esforça pra fingir que tá tudo bem. Encontra Ana jantando: filha que bom que está comendo!

Ana: é o que me resta mãe -Se abraçam. Depois vão para casa de Ana. Sem ela ver, Rosana agradece Carla com gestos.

Rosana passou a noite com sua filha. Mas não dormiu, de tão preocupada. Ana acorda.

Rosana: bom dia filha, como está?

Ana, com olhos inchados: bom dia mãe. Não sei dizer como estou. Me lembro de ontem pelo menos. Mas nada dos outros dias ainda

Rosana, lhe fazendo carinho: sinto muito

Ana: hoje é folga da Laura né. Vou ligar pra ela pra tomarmos um café juntas.

Rosana: sim, boa ideia -Tentando esconder sua tensão

Ela tenta ligar do celular de sua mãe.

Ana: não atendeu, não deve ter acordado ainda

Rosana: s-sim! Provavelmente

Ana: vou ver se hoje vou comprar um celular novo. To achando que não vamos encontrar mesmo o meu.

Rosana: que pena né filha

Ana: não é nada comparado a pior perda

Rosana lhe olha com empatia.

Terminam o café da manhã, e logo saem. Rosana deixa sua filha na visitação de seu pai e vai rapidamente para a loja que deixou o celular arrumando.

Rosana: vocês tem certeza que não conseguem acelerar?!

Funcionário percebe sua angústia: olha madame, o máximo que podemos fazer é te entregar hoje no final da tarde

Rosana, com lágrimas nos olhos: por favor! Preciso mais do que urgente desse celular

Ana chega no leito de seu pai e o abraça. Uma enfermeira lhe chama atenção. Olhando-a seus olhos se enchem de lágrimas: sua mãe me contou o que lhe aconteceu. Eu sinto muito! -Segura forte sua mão

Ana: tudo bem pai! Agora temos que cuidar de você. Eu estou bem e Roberto está melhor que todos nós. Como você foi ter esse infarto pai?

Fabrício: e-eu não sei filha

O médico chega a tempo de ouvir essa pergunta: acreditamos que ele tenha passado por algum susto muito grande, visto que seus exames constam boa saúde. Você é a outra filha dele né?

Ana: sim, sou! -Ela vira pra seu pai: susto pai? Susto por que?

Fabrício responde com uma feição confusa. O médico continua: como ele não está mais em estado grave ele vai voltar pro quarto hoje de tarde e ficará um tempo em observação. Quando estiver liberado te avisamos. -Ele se retira.

Ana, para seu pai, sorrindo: boas notícias!

Fabrício sorri de volta: sim! Mudando de assunto, você conversou com Laura?

Ana: ainda não! Vou na casa dela depois daqui. Ela não tinha me atendido quando liguei

Fabrício demonstra ansiedade: se quiser ir agora pode ir filha! Eu estou bem, você viu as notícias

Ana também está ansiosa para falar com Laura: isso é verdade. Então eu vou indo pai -Lhe beija na testa.

Ana sai do hospital e vai até a casa de Laura, não muito longe dali. Encontra o portão destrancado. Por dentro está do mesmo jeito que sua mãe encontrou ontem. Chama, chama por Laura e não a encontra. Ela fica indiferente, pensando que ela saiu com alguem as pressas, o que já aconteceu isso uma vez. Logo ela vê o celular dela jogado no chão, quase embaixo do sofá. Isso a preocupa. Ela pensa em voltar ao hospital. Com tempo de visita sobrando, ela consegue ir até seu pai novamente. Lá ela explica o que lhe aconteceu: pai, eu fui visitar Laura e não a encontrei, achei estranho porque ela deixou o celular

Rosana também chega

Fabrício: bom sua mãe ia encontrar ela ontem. Onde ela está querida?

Rosana fica sem jeito: Laura? Bom, é.. é..tambem não sei

Coração de Fabrício dispara novamente

Fabrício: como assim não sabe?!

Ana assusta: gente o que foi?

Rosana conta a verdade: ela está sumida desde ante ontem a noite

Ana: o que?! Como assim?! Por que não me disseram?! E por que não foram a polícia ainda?!

Fabrício fica tenso: não!! Não podemos!

Ana não entende: que?! Mas por que?!

Rosana demonstra medo: filha, não dá pra explicar, só confia na gente

Ana se estressa: olha só gente, já é demais eu esquecer tudo o que aconteceu, e agora querem continuar escondendo coisas de mim?!

Rosana tenta apaziguar: é pro seu bem querida! Você não entenderia!

Ana: ta bom! Ta bom. Eu sei que vocês vão continuar com essa teimosia. Conheço vocês. Vou descobrir tudo sozinha. Espero que não seja pior!

Ela sai, preocupada e nervosa.

Rosana para Fabrício: você acha que ela vai conseguir descobrir tudo?

Fabrício: não vai, não há como. Mas por favor, encontre a Laura!! -Ele demonstra muito medo

Ana vai até a casa de Leonardo. Lá ela o diz o que ta acontecendo e que quer descobrir exatamente tudo o que aconteceu desde o dia 2 de março, com provas concretas.

Leonardo: Laura desaparecida?!

Ana: mas aposto que não é nada demais, senão eles teriam ido na polícia. Só não sei porquê eles não querem me contar a verdade. Então eu gritei que vou descobrir por conta própria

Leonardo: estranho! Mas te entendo, no seu lugar eu faria o mesmo

Ana: por isso pedi sua ajuda, eu sei que você quer me ajudar de verdade, o unico que não quer esconder nada de mim

Leonardo: sim. Mas você sabe por onde começar?

Ana pensa bastante: bom, vamos lá. Aquela mulher que me processou, ela morreu por causa de sua doença, certo?

Leonardo: isso mesmo, epilepsia

Ana: minha primeira suspeita é ele ir armado na minha casa. Quantos dias mesmo depois do ocorrido ele foi fazer isso?

Leonardo: acho que 1 semana depois, 8 dias talvez

Ana: 8 dias? Por que um ódio assim de repente? Ele é inteligente, não surtaria do nada, parece que ele descobriu alguma coisa

Leonardo: tem razão, confesso que também achei estranho. Mas como vamos descobrir?

Ana: nós precisariamos conversar com mais alguem que estava envolvido com isso, mas que não esconderia nada de mim

Leornado reage rapidamente: é claro! Sabe, alguns dias depois do ocorrido, eu tava querendo falar com você pelo telefone e você me escreveu que estava falando com seu advogado!

Ana: advogado?! Claro! Por que nao me disse isso antes?!

Leonardo: porque foi só aquele dia, aparentemente não era nada demais. E eu não queria te carregar de informações por enquanto, você tinha muita coisa pra pensar

Ana: tá. Mas vamos falar com ele. Você sabia se era o Wagner?

Leonardo: disso eu não sei

Ana: vou tentar a sorte. Você tem o número dele ne?

Mateus pega seu celular, procura o número dele e Ana disca. Wagner atende.

Ana: oi Wagner, é Ana aqui, sua cliente.

Wagner: olá Ana! Como está?!

Ana: na medida do possível. Wagner, seguinte, o motivo dessa ligação é simples. Eu queria saber com detalhes o motivo do porquê o marido de Sueli quis me matar naquele dia que.. bom você sabe

Wagner demora pra responder

Ana: alô?

Wagner: oi, estou aqui. Ana, por que está me perguntando isso de repente?

Ana: Wagner me desculpa, é que tudo ficou muito confuso pra mim esses dias, eu só queria ter certeza do que aconteceu

Wagner: imagino, foram tempos conturbados. Bom, quer que eu lhe mande os vídeos da câmera de segurança da casa de Sueli?

Ana não entende: casa de Sueli? Po-pode, mas por quê?

Wagner: são os vídeos que fez ele acreditar que você era responsável pela morte dela

Ana fica preocupada: que eu era respon... p-por favor, me mande!

Leonardo estranha.

Eles encerram a ligação e em seguida ela recebe os vídeos. O primeiro mostra Ana chegando na frente de uma grande casa, e toca a campainha. Sua entrada é permitida, e no segundo vídeo mostra quem a recebe na porta.

Leonardo: é a Sueli! Você ta na casa dela

Ana respira fundo: eu fui na casa dela. Ai meu deus

Leonardo: só tem mais um vídeo. Quer mesmo ver?

Ana: sim, eu preciso

O terceiro vídeo mostra Ana e Sueli na sala, conversando. Em certo momento Sueli se retira, pois parece que Ana lhe pediu algo. Nesse momento, em um movimento rápido, ela despeja algo na taça de vinho de Sueli. Um pó.

Leonardo e Ana ficam paralisados. Ela não acredita no que vê.

Ana digita para Wagner: parece que eu fui a assassina dela!

Wagner: não Ana, repito: isso já foi resolvido, fica tranquila! Foi comprovado cientificamente que ela morreu da epilepsia!

Ana: mas o que eu coloquei na bebida dela?!

Wagner: era sal você não lembra? Você foi tentar fazer um acordo pra apaziguar o caso mas ela não aceitou. Você ficou com raiva e colocou sal pra se vingar

Ana para Leonardo: isso não faz sentido

Leonardo: é claro que faz! Sem contar, ele é advogado, ele sabe o que diz! Você não tem culpa nenhuma! Só o marido da Sueli achava isso! E acabou que ele se tornou o assassino

Ana concorda com a cabeça, respirando fundo, tentando engolir essa informação.

Chegando o final da tarde Rosana vai até a loja de assistência técnica retirar o aparelho consertado. Assim que ela pega em mãos procura um número no histórico não salvo e liga imediatamente

Fabio atende: Ana, finalmente!!

Rosana: não é Ana, é a mãe dela aqui! Por favor, diz que é você que está com a Laura!

Fábio: eu sabia que ela tinha vazado informação! Eles estão com ela, justamente por isso! Fui bem claro com ela sobre isso de não contar nada a ninguém, e a raptaram pra dar um aviso, e dentro de alguns dias eu e ela poderíamos estar mortos

Rosana continua com medo: eu entendo, entendo. Mas é o seguinte, já está tudo resolvido! A própria Ana não se lembra do que aconteceu, e nenhum de nós foi a polícia, nenhuma informação vazada, juro! O celular dela estava quebrado, por isso a demora para contato. Por favor, fala pra eles!

Fabio: ok, me encontre hoje a noite no cemitério, vou estar com sua filha. Deixarei ela lá, sem dizer nada. Só vou deixar bem claro, se descobrirem sobre qualquer informação vazada, todos nós morremos -Ele desliga, tremendo.

Como ordenado, Rosana está no cemitério, aguardando dentro do carro. Logo Laura chega correndo desesperada até ela, batendo no vidro. Ela entra e abraça sua mãe, chorando com medo: sinto muito minha filha!

Laura: mãe! Por que fizeram isso comigo?! Achei que eu fosse morrer!

Rosana: filha, seguinte, vou lhe contar toda a verdade, e preciso que você só me escute. Não diga nada até eu terminar.

Laura concorda com a cabeça, em choque.

No dia seguinte, Laura visita Ana. Na porta elas se abraçam.

Laura: é verdade que você estava preocupada comigo? -rindo

Ana: eu estava dando graças a deus por uns dias de folga de você -responde rindo. Desencosta e diz, segurando suas mãos: onde você estava?

Laura: passei um tempo na casa do meu namorado novo

Ana: nossa e você viu o jeito que deixou sua casa? Já se divertiram bastante pelo jeito

Laura: é que iamos no cinema e estavamos atrasados, saímos correndo

Ana acena com a cabeça mostrando que entendeu.

Ana: a mãe está com o pai no hospital. Ele ja está bem melhor

Laura: graças a deus. Mas fiquei sabendo o que aconteceu com você, sinto muito -Empática

Ana: obrigada. -Ela pensa: Falando nisso, você lembra como eu bati a cabeça?

Laura é pega de surpresa: oi? Ah, você tropeçou na escada e caiu. Não sangrou nem nada, mas a pancada foi muito forte. Ainda bem que esqueceu alguns dias somente, e não a vida toda

Ana se surpreende com sua resposta. Mas tenta esconder sua estranheza.

Ana: si-sim ainda bem. Pena que foram dias cruciais na minha vida

Rosana chega: oi gente -Elas respondem. Coloca sua bolsa na mesa da sala e vira pra sua filha: Laura seu pai esta te esperando ok?

Laura: ok já to indo

Ela se despede e vai. Imediatamente Ana começa a digitar para Leonardo.

Tempo depois Rosana pergunta: o que vai fazer de almoço?

Ana: oi? Ah, bisteca. Queria uma salada também, mas acabou em casa

Rosana: quer que eu vá buscar?

Ana: não vai te atrapalhar?

Rosana: imagina!

Ana: então aproveita viagem e pega essas coisas pra mim? -Lhe entrega um papel com a lista

Ela concorda e sai, somente com sua carteira. Alguns segundos depois Leonardo entra.

Leonardo: o que há agora?

Ana desliga algumas bocas do fogão pra dar mais atenção ao seu amigo: elas ainda estão escondendo coisa de mim e isso me preocupa. Minha irmã contou uma história diferente de como perdi a memória

Leonardo: sua irmã apareceu! Que bom!

Ana: sim, era nada demais, como eu disse

Leonardo: mas meu deus, por que será que estão mentindo? O que vamos fazer?

Ana: eu não sei. Será que eu devo falar com a Carla?

Leonardo: por que nao falou ainda?!

Ana: acho que ela tambem ta escondendo coisas, mas é minha unica opção

Leornado: tem razão -Eles ficam em silencio. Ele esta vendo um papel dentro da bolsa aberta de Rosana: desculpa reparar mas sua mãe pagou caro nesse conserto de celular -Ele pega o papel. Sempre teve intimidade com a família.

Ana: que conserto?

Leonardo vê melhor: nossa, é do seu celular! Você não tinha perdido?!

Ana fica confusa: sim, eu tinha! -Ela para pra pensar, e continua: olha que engraçado, minha mãe não parava de perguntar do meu celular no dia que acordei sem memória. Quer dizer que ela encontrou e mandou arrumar, e não me disse nada!

Leonardo: é obvio que lá tem segredos. Olha ela pegou ontem as 18 horas

Ana se levanta e rapidamente vai olhar a bolsa mais de perto. Encontra o celular: aqui!

Leonardo: liga ele logo!

Os dois começam a mexer nele, procurando por informações.

Ana: não tem mais nada, nenhum histórico

Leonardo: até de ligação foi apagado?

Ana: boa ideia. Olha, tem um. Anota aí. Minha mãe logo vai voltar, depois eu ligo pra esse número. Você precisa ir!


Leonardo sai.

Depois de almoçarem, Rosana recebe uma ligação e sai pra atender. Ana aproveita esse momento pra ligar naquele numero

Fabio atende: alô?

Ana: com quem eu falo?

Fábio: você deve saber pra quem ta ligando

Ana: eu sou Ana. Por acaso nos conhecemos?

Fábio: Ana cabeleireira?

Ana: exato! Quem é você?

Fábio: então é verdade que você não lembra!

Ana: como assim? Você sabe o que aconteceu?

Fábio: Ana, só me diz o que deseja com essa ligação

Ana: quero saber quem é você. Qual a ligação que nós temos

Fábio: sou Fábio, e tem um motivo pra você não se lembrar disso, me desculpe

Fabio desliga. Ana fica mais preocupada e confusa. Logo ela manda um áudio para Leonardo: Leonardo, eu tenho alguma ligação com o dono daquele número, ele se chama Fábio. Ele não quer contar pra mim o que aconteceu e ainda disse que tem um motivo pra eu não me lembrar disso! Por favor, liga pra ele pra tentar descobrir o que ele é! Beijos!

Lá fora Rosana está no telefone. Ela recebeu a ligação de Wagner: estou entrando em contato com você Rosana, como você mandou, para falar sobre o caso de Roberto. Ele realmente foi reaberto

Rosana se preocupa: não pode estar falando serio!

Wagner: infelizmente eles vão precisar falar com..

Rosana: não! Eu falo com eles. Eu falo -Ela desliga, tremendo.

Rosana entra e avisa sua filha que irá sair. Ana também diz o mesmo, irá visitar Carla.

Leonardo está em seu serviço, de recepcionista no hospital regional. Em seu intervalo ele faz o que Ana lhe pediu. Fábio atende: pois não?

Leonardo: oi! Alô.. é.. aqui é o Leonardo.. eu queria.. é.. você é quem mesmo?

Fabio: te contataram?

Leonardo: si-sim, me passaram seu número

Fábio: então você quer saber sobre o P.A.M

Leonardo: isso! Isso mesmo! C-omo é isso mesmo?

Fábio: é pó. Meia medida para um dia

Leonardo: pó? Para um dia?

Fábio: isso, parece sal. Meia medida apaga um dia

Leonardo, pensa: e como funciona isso de apagar um dia?

Fábio: no dia depois que a pessoa toma, ela não se lembra de nada do dia anterior

Leonardo se surpreende e pensa rápido: e-e.. isso prejudica a saúde?!

Fábio: só para pessoas cardíacas. Fora isso, prejudica em nada

Leonardo começa a ligar as coisas: e-entendi. Olha só, pensarei ainda sobre isso, depois de retorno

Fabio: fica esperto! Qualquer informação vazada é morte! -Ele desliga. Leonardo fica tenso. Pensa bem e decide investigar o histórico médico de Sueli. Logo encontra algo que o deixa bem preocupado.

Ana chega na casa de sua empregada, e Carla a abraça: minha querida, como está lidando com toda a situação?

Ana: confesso que ainda está bem tenso. Tem muita coisa em branco ainda na minha cabeça

Carla: imagino!

Ana: posso te fazer uma pergunta?

Carla: claro!

Ana: você acha que tem algo muito importante acontecendo e meus pais não querem que eu saiba?

Carla engasga: nossa, não faço ideia. Acredito que já te falaram tudo

Ana suspeita: o que é tudo pra você?

Carla: bom, que seu marido morreu numa briga, atingido por uma bala

Ana pensa: ele foi atingido na barriga certo?

Carla: eu não sei, não me falaram essas informações

Ana pensa em algo que não tinha pensando antes: me disseram isso. É estranho porque ele morreu a caminho do hospital

Carla: o-o que tem?

Ana: seria incapaz dele morrer tão rapido por causa de um tiro num lugar desse, eu já cursei enfermagem -Seu celular toca, é Leonardo lhe ligando. Rapidamente atende.

Leonardo: seguinte, pelo que entendi Fábio vende um pó que parece um sal que apaga memórias

Ana se choca: o que?!

Leonardo: ele só prejudica pessoas cardíacas. Fora isso ele é inofensivo. Mas meia medida dele apaga 1 dia da memória de alguém

Ana pensa: meu deus! Será.. será que.. foi isso que eu coloquei na bebida de Sueli?! Será que me deram isso?!

Leonardo demonstra preocupação na voz: otima pergunta, mas falando na Sueli..

Ana: o que foi?!

Leonardo: ela de fato tratava sua epilepsia. No dia que você foi na casa dela ela teve uma consulta que mudou sua medicação para uma mais forte, e parecia algo urgente

Ana: sim, o que tem?

Leonardo: ela não podia deixar de tomar de jeito nenhum

Ana: não tenho certeza se entendi

Leonado: e se ela esqueceu de tomar?

Ana liga as coisas e se assusta: ai meu deus! Será então que.. meu deus

Leonardo: ta aí o que parece, você pegou esse pó com Fábio, e colocou na bebida da Sueli

Ana: é claro! Ela esquecendo do que aconteceu com ela no salão, sem processo em cima de mim!

Leonardo: mas o processo não foi a única coisa que ela esqueceu..

Ana pensa e se desespera: meu deus! Eu fiz ela esquecer de tomar o medicamento, eu matei ela!! Seu marido estava certo!!

Leonardo: calma! Ela foi morta por conta de sua doença, foi comprovado!

Ana está chorando: mas foi culpa minha, não tem como negar!

Leonardo não sabe mais o que dizer: mas, mas...

Ana: vou desligar, preciso resolver outra coisa, pra variar -Desliga e lamenta todas essas informações

Carla observa, ao seu lado: minha querida o que esta acontecendo?

Ana: ah Carla, depois falamos sobre isso. Preciso entender o que aconteceu com meu marido

Carla: melhor não Ana, você não está bem! Descansa um pouco por favor!

Ana se altera: não Carla! Chega de eu ficar no escuro sobre tudo, eu só quero a verdade!

Carla fica muda. Ana pensa e continua: o hospital, qual hospital que ele foi levado?

Carla: quem?

Ana sobe o tom: Roberto! Pra onde Roberto foi levado quando recebeu o tiro?! Foi o Santa Cruz?

Carla não responde, fica engasgada. Ana: foi o Santa Cruz. Vou ligar lá

Carla: mas Ana..

Ana: cala a boca Carla! Alo? Oi, aqui é a Ana Sanchez. Eu só queria uma informação, queria saber quem foi o médico que cuidou de Roberto Sanchez, paciente que faleceu alguns dias atrás

Atendente: foi o Dr. Rogério Carpa

Ana: eu gostaria de falar com ele urgente!

Carla: não é assim que funciona An..

Ana: shh!!

Atendente: vou ver se ele está disponível. Um momento

Ela espera um tempo, até que o doutor atende

Ana: oi doutor, aqui é a Ana, espos.. ex-esposa de Roberto Sanchez, que faleceu

Doutor Rogério: ah sim! Como você está Ana?

Ana: lidando. Desculpa ligar de repente. Ta tudo meio confuso pra mim ultimamente. Eu só gostaria de saber como foi que meu marido morreu. Tipo, como o tiro levou a morte dele tão rapido

Rogério: puxa Ana, pensei que tinham lhe o passado recado. Eu também tinha ficado com essa dúvida, por isso exigi um exame toxicológico. Foi encontrado uma substância química em seu estômago. Depois de alguns estudos chegamos a conclusão que essa substância acelerou seu coração na hora que recebeu o tiro e fez ele vir a óbito rapidamente

Ana se apavora: você quer dizer que ele foi envenenado?!

Rogério: talvez. Ainda não reconhecemos qual substância é. Mas sinto muito você receber essa notícia agora. Quando liguei outra pessoa atendeu, a Carla. Você estava muito mal

Ana olha para Carla com revolta: Carla? Ta, tudo bem, muito obrigada

Desligam. Ana está chocada com tal informação, pensando quem poderia ter envenenado Roberto. Ao mesmo tempo, indignada com sua empregada: espero que você tenha uma boa explicação do porquê você não me contou isso!

Carla está com medo: e-eu contei! E foi isso que causou todo o problema!

Ana não entende: o que?!

Na mesma hora Carla recebe uma ligação e sai pra entender: com licença!

Nesse meio tempo Ana digere todas essas novas revelações. Carla volta, sua feição está pálida: Ana, é-é sua mãe. Ela está detida na delegacia

Ana se assusta e vai correndo pra lá.

Chegando na delegacia ela encontra com sua irmã.

Ana: o que aconteceu?!

Laura a segura: calma, é difícil explicar Ana

Ana está alteradíssima: o difícil é vocês falarem a verdade. Por que ela está presa?! Por acaso foi ela que envenenou meu marido?! Aliás.. -Ela repara em sua irmã: que marcas são essas em seu ombro?

Laura estava de regata e Ana reparou marcas de violência nela

Laura, preocupada: ninguém envenenou ninguém Ana, e essas marcas não são nada. Por favor fique aqui! -A deixa na recepção e sai. Leonardo chega logo depois e a abraça.

Leonardo: então é verdade tudo que você me escreveu?

Ana, ofegante: sim, e agora minha mãe está presa

Leonardo: você acha que ela envenenou Roberto?!

Ana demonstra extrema confusão e medo: Leonardo, vamos revisar tudo, por favor, desde o começo, preciso entender o que aconteceu

Leonardo: tudo bem, eu te ajudo

Ana respira: Sueli, a mulher de elite me processou no dia 2 de março. Fui na casa dela no dia seguinte, onde coloquei aquele pó que apaga memórias na bebida dela para esquecer dos dois dias anteriores

Leonardo: provelmente 1 medida

Ana: que?

Leonardo: porque meia medida dá um dia, logo uma medida.. é matemát.. enfim, não é importante isso, continua!

Ana: No dia 4 ela infelizmente morreu por sua epilepsia, porque esqueceu de tomar o medicamento novo por minha causa!

Leonardo: não vamos focar nisso.

Ana: não! Eu tenho que focar! Daí o marido dela descobriu e foi tentar me matar, porém nesse tempo alguem envenenou meu marido antes dele ser baleado no dia 12. Tem algum detalhe que eu estou perdendo

Pensam um pouco.

Leonardo: já pensou por que seu celular estava quebrado?

Ana pensa: é isso! Eu briguei em algum momento com Roberto. Não é a primeira vez que ele faz isso. Se eu não tive tempo de levar para arrumar é porque deve ter sido um pouco antes de tudo acontecer

Leonardo: e por que brigaram?

Ana pensa mais: será que ele descobriu sobre o que eu fiz com Sueli?

Leonardo: na certa! E pelo que conheço ele insistiu em querer denunciar as pessoas da onde você conseguiu tal pó

Ana: sim

Leonardo: e Fabio me disse: qualquer informação vazada pode ocorrer em morte!

Ana: espera! Isso explica o porquê minha mãe queria tanto meu celular, avisar Fábio que ninguém ia pra polícia, antes que acontecesse alguma coisa!

Leonardo: ela sabia disso tudo!

Ana: faz sentido!! Por isso que Laura foi sequestrada

Leonardo: sequestrada?

Ana: sim! Sequestrada. Nenhum namorado deixa marcas no braço dela. Alguem sequestrou ela pra dar algum tipo de aviso. No dia depois que consertou meu celular, o qual minha mãe pode ter conseguido entrar em contato com Fabio, Laura apareceu!

Leonardo: meu deus, faz sentido!

Ana pensa: mas não faz sentido matar Roberto para evitar alguma morte!

Leonardo pensa: Ana, como você sabe que ele foi envenenado?

Ana: eu liguei para o doutor que declarou o óbito dele, me disse que foi encontrado uma substância que acelerou seu coração

Leonardo assusta: Fábio disse que o tal pó não era recomendado para cardíacos!

Ana: o que? Mas Roberto não era... -Ela pensa: mas com o tiro, seu coração..

Leonardo, com cautela: acelerou

Ana pensa, cada vez mais aflita: meu deus.. eu?! Eu dei o pó pra ele?! Eu matei Roberto!! -Cai aos prantos

Leonardo fica sem jeito, concordando com a conclusão: puxa, e-eu sinto muito mesmo

Ana levanta o rosto e enxuga as lágrimas. Respira fundo, com feição determinada: Leonardo, obrigada por tudo

O abraça, emotiva

Leonardo não entende: mas, mas por que esse clima?

Ana se levanta: eu tenho que fazer o que é certo

Ana vai até a recepção: eu, eu.. preciso fazer uma confissão sobre Roberto Sanchez, com quem eu falo?

Recepcionista: por favor, aguarde aqui dentro

Nesse meio tempo ela continua pensando sobre o que aconteceu. Ela lembra do que Carla lhe disse, que a avisou sobre o recado do doutor, mas isso causou todo o problema. Ela pensa: eu descobri a verdade, que o pó lhe causou a morte. Eu fiquei decidida a contar tudo. Quando eu disse ao meu pai isso, dei o susto que lhe causou o infarto. Minha mãe, querendo evitar que eu vá a polícia, me deu o pó. Sim, 7 medidas. É isso. Essa é a infeliz verdade.

Wagner, seu advogado, entra na sala: Ana! O que você está fazendo?

Ana: o que é certo! Não adianta me defender! O caso foi reaberto ne? Minha mãe não conseguiu enterrar tudo!

Wagner lamenta: infelizmente foi, os advogados de Cláudio descobriram sobre a substância química em Roberto

Ana sabe que não pode vazar informação: sim.. veneno. Eu que lhe dei

Wagner: mas sua mãe confessou

Ana: mas foi eu. Eles não vão descansar até alguem ir preso. Não permito que minha mãe vá em meu lugar!

Wagner, com dificuldade, concorda com sua decisão.

Tempo depois, Rosana é liberada e Ana e já esta algemada. Ela tem 5 minutos para conversar com família antes de ir a prisão.

Ana, com os olhos inchados: agradeço o que fizeram pra me proteger. Mas isso que é o complicado de ser a caçula, eu não ganho oportunidades de aprender com meus erros. E por mais que as vezes as conseqüências são bem maiores do que os próprios erros, parecendo algo injusto, tenho que encarar de peito erguido

Laura: Ana, não precisa ser assim, vamos para o julgamento!

Ana: não é simples, vamos correr riscos assim

Laura entende o que ela diz, visto que foi própria vítima desses riscos.

Ana, para as duas: cuidem do pai por favor. Laura, passa um creme nesses hematomas -Elas riem em meio aos choros. Continua: E mãe, só uma ultima pergunta, como você sabia dos riscos?

Rosana: estou impressionada como você descobriu tudo. Mas é o seguinte, eu e seu pai já fomos contatados por essa organização que brinca com memórias no passado, e perdemos amigos queridos para eles, dados como desaparecidos até hoje. Descobrimos da pior maneira o quão perigosos eles são. Seu pai assustou quando soube que você se envolveu com eles

Ana está pasma: Isso é loucura

Rosana: apesar de tudo, nossa vida é mais importante

O carcerário informa que o tempo acabou. Elas voltam a chorar.

Ana: mais uma vez, obrigada por tudo mesmo gente

Rosana: fique tranquila, que 6 anos passarão bem rápido.

Se abraçam, muito emocionadas.

Ana está certa de que esses serão os piores 6 anos de sua vida. Na cela, ela se senta e lamenta por tudo, com muito medo e tristeza. Mais tarde arruma um canto para dormir. Quando acorda, no outro dia, vê sua cela bem mais cheia do que estava ontem. Seu cabelo está maior. Ela sente dores no corpo que ontem não estava. Um carcerário chega até a grade: Ana Clara, vamos!

Ana não entende porquê está sendo chamada: o que foi?

Carcerário: chegou o seu dia

Ana: dia do quê? -começa a se preocupar

Carcerário: liberdade! Esperou 6 anos por isso e agora não quer?

Ana se assusta: espera, que dia é hoje?

Carcerário: 19 de março

Ana pensa: d-de que ano?

Carcerário: 2026

Ana se choca, numa mistura de felicidade: e-eu não acredito! -Ela começa a rir sem parar, perdendo o fôlego, enquanto é conduzida para fora

April 25, 2020, 2:05 a.m. 0 Report Embed Follow story
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