O Escuro pode ser Claro Follow story

Me chamo Adan... Adan Faro, nome incomum, eu sei. Mas garanto que é a coisa mais comum do meu cotidiano. Sou um policial da área de investigação e perícia, ou seja, um detetive. Moro no Brasil na cidade de Belo Horizonte.

Era uma tarde fria de julho quando eu recebia uma ligação da delegada Camila da Policia Militar, onde ela me dizia sobre um assassinato ocorrido em uma praça local de um bairro, fui para lá o mais rápido possível, não era nenhuma novidade para mim, era apenas mais um homicídio entre tantos que investigo (Pelo menos era isso que eu pensava antes de ir), principalmente na atual situação do país, aquele caso era realmente bem comum...

Chegando no local do crime vi um corpo com aspecto de um assassinato bem brutal, ele estava amarrado com os olhos costurados, na academia onde eu me formei aprendi que sinais como esse (olhos costurados) geralmente não são feitos por acaso, a pessoa que cometeu esse crime pode ter feito isso por vários motivos: Vingança, ódio, ou até mesmo um Serial Keller querendo deixar sua marca, Mas isso era assunto para depois, continuei investigando outras características que aquela cena do crime podia me fornecer.

Enquanto eu continuava a investigar, recebi mais uma ligação da delegada Camila:

- Alô... Detetive Faro. Tudo bem? Mais alguns assassinatos foram registrados nesses últimos dias, e eles tem várias semelhanças ao seu atual, poderia investigar isso para mim?

- Oi Camila, sem problemas, quando vi os olhos costurados rapidamente desconfiei disso, mas não posso afirmar nada antes de investigar, vou fazer um relatório e te envio, pode ser?

- Pode sim! Muito obrigada Adan, desejo boa sorte em sua investigação. Beijos!

- Obrigado Camila, abraço.

Ao desligar o celular aquilo que temia virou uma teoria realmente plausível, poderia ser um novo Serial Killer a solta, e mais que isso, um assassino em potencial em minha cidade, naquele momento eu tinha um objetivo... ir para casa dormir. E eu fiz isso.

CAPÍTULO 1: O INÍCIO DE UMA NOVA INVESTIGAÇÃO

Acordei no dia seguinte como qualquer outro normal, porém era domingo, então eu não trabalhava naquele dia, podia tirar aquele tempo para talvez me divertir, ou simplesmente descansar, como muitos fazem no domingo. Decidi que iria até a casa de um amigo meu qual se chamava Fred, para resumi-lo é um cara bem descontraído e de bom humor, serio... ele é muito descontraído, tanto que chega a ser irritante, mas independente disso ele era meu amigo, um homem bom, não havia motivos para evitar visita-lo.

Chegando lá sua casa era tanto quanto inusitada, tinha mato lá porem era no meio da cidade, algo que contradiz bastante, mas é interessante, eu particularmente curti, principalmente porque pela quantidade abundante de plantas era um lugar bem fresco e puro quando se tratava do ar. Chegando, logo veio e me cumprimentou.

- Opa, se não é meu grande amigo Adan. Como você está meu parceiro?? Faz tempo que não te vejo. - Disse Fred

- Hahaha pois é, oi Fred, beleza? O tempo passa né? Estava meio ocupado, mas hoje é meu dia de descanso, entende?

- Com certeza, o trabalho é algo estressante, principalmente para você que meche com tantas coisas estressantes e... macabras... posso dizer.

- Sim, sei bem disso, para ser sincero com você as vezes me sinto estranho, e te garanto que não é pelos assassinatos que investigo, longe disso. Me sinto as vezes vazio, mas por motivos que não sei exatamente o que é. Entende? - Eu disse a Fred

- Acho que você está precisando é de uma namorada cara, esse tal vazio aí vai ser preenchido rapidamente por ela. Por falar nisso e aquela menina que você tinha me dito antes? Rolou algo??

- Camila?? - Eu perguntei

- Isso, essa mesmo, está rolando um clima, né?? - Fred disse

- Ah cara é complicado, ela é delegada da Polícia, logo é quase que minha patroa, eu sinto que até pode rolar algo, mas... é bem difícil, sabe?

- Ela é sua patroa no trabalho, e no futuro será no casamento hahahahahaha - Disse Fred

Acho que depois disso todos entenderam o que disse a respeito do Fred, mas apesar de tudo ele é um grande amigo meu. E a respeito da Camila é algo muito complicado, as vezes sinto que pode realmente haver algo... Mas isso é um assunto que no correr do dia e trabalho eu mal consigo pensar, só consigo em domingos como esse, e isso com certeza não é o suficiente para que possa ter um relacionamento entre eu e ela.

Mas enfim... depois daquele domingo na casa do Fred voltei para a casa e como tradição nos domingos à noite, fiquei no meu escritório analisando meus casos e tentando encontrar pistas de quem pode ser o assassino. Fiquei até as 03:23 da madrugada investigando a respeito do caso do homicídio dos olhos costurados (sim, esse foi o nome que deram) mas não tive muito sucesso, eu teria que amanhã voltar a cena do crime para assim tentar achar mais evidencias de quem poderia ter cometido tal ato.

As 4:45 da madrugada eu acordei com uma ligação, e não era da Camila, mas sim de um dos homens que faziam parte da minha equipe de investigação, e ele me disse:

- Detetive Faro, foi encontrado morto ontem um homem chamado Klaus Franco, ele é líder de um movimento chamado “Mais Alegria” qual ajuda pessoas com depressão, mas o motivo por eu ter te ligado é que ele assim como o seu caso, também estava com os olhos costurados, e não só isso, havia um bilhete enigmático ao seu lado.

- Certo, mas o que havia nesse bilhete? Eu perguntei

- Vou te mandar uma foto e você mesmo avalia, pode ser?

- Ok, obrigado. Pode me enviar.

Ao desligar fiquei arrepiado em saber que o suposto assassino que estou procurando pode ter feito mais uma vítima, tudo isso embaixo do meu nariz, meus pensamentos foram interrompidos com a foto do tal bilhete, e nele dizia:

“A dor os anjos podem ofuscar... mas não há escuridão nesse mundo que a luz possa parar”

Ao ler isso vi que era a típica frase poética com significado que só o assassino entenderia ou pelo menos essa era a intenção dele. Eu dormi e acordei cedo para rapidamente poder ir ao meu escritório registrar tudo isso que recebi. Enquanto estava anotando meu parceiro da perícia me ligou avisando para eu ir até a cena do crime, eu disse a ele que iria assim que terminasse minhas anotações, e foi isso que fiz. Ao terminar fui até meu carro para poder ir ao local do crime. No caminho me toquei de algo, eu tinha um carro de quatro portas e 5 lugares (carros que normalmente são de pessoas que tem família) mas no meu caso eu tenho 28 anos e moro sozinho, não tenho mulher nem namorada e muito menos filhos. Minha Familia mora em Foz do Iguaçu, uma cidade no Paraná no sul do país. Logo me toquei que só interajo mais nos domingos quando tenho tempo, tirando isso minha interação se resume ao meu trabalho e o pessoal que trabalha na pizzaria da esquina onde eu vou de vez em quando. Será que ser solitário pode me fazer alguém pior? Eu pensava nisso de vez em quando, mas o que eu poderia fazer? Eu trabalho de segunda a sábado e meu amigo qual eu interajo no domingo mora em uma casa cheia de mato no meio da cidade, se estou “sozinho” hoje, não seria assim que eu poderia mudar. Sinceramente a minha principal companhia nesses últimos anos foi eu mesmo, eu sempre que posso converso com minha mente e até discuto com ela, não sei se é normal, ou de fato passar tanto tempo sozinho me deixou louco.

Mas ok, meus pensamentos da minha vida pessoal teriam que esperar, pois eu acabava de chegar ao local do crime de carro. Ao descer vi que a Delegada Camila estava presente pessoalmente, algo bem raro. Vi ela poucas vezes. Me aproximei dela e dei aquele clássico “Abraço automático” tão frio quanto um saguão de aeroporto. E a cumprimentei. Se existia um clima entre nós ... isso deveria esperar, o clima era tenso, pois um possível Serial Killer poderia ter feito mais uma vítima. Camila me disse:

- Seguinte Detetive Faro, os olhos desse homem também estavam costurados como do seu último caso, a diferença é que esse já foi identificado, seu nome é Klaus Franco, Líder do movimento “Mais Alegria” contra a depressão, você já deve ter visto o tal bilhete enigmático né?

- Sim senhora, um dos seus homens me enviou, já fiz um pequeno relatório da vítima e estou pronto para iniciar a investigação, espero contar com seu apoio. – Eu disse a ela

Ela me olhou por uns 5 segundos em meus olhos e disse:

- Sim, conte comigo sempre! Obrigada Faro. Fique bem.

Após isso ela foi embora, não vou mentir, eu senti um clima e fiquei arrepiado no momento, nunca tinha me sentido daquele jeito, a maneira que ela me olhou me fez sentir algo qual não consigo explicar com palavras. Talvez pelo fato dela ser apenas 1 ano mais nova que eu (27 anos), eu não sei. Mas não podia pensar nisso agora, eu tinha muito trabalho pela frente.

Ao chegar perto do corpo eu senti calafrios, e para mim que estou acostumado com casos como esse, isso não era normal. Chegando mais perto eu vi que pelos sinais do cadáver Klaus tinha morrido por falta de ar, poderia ele ter sido enforcado? Ou afogado? Se foi afogado, como? Era muitas perguntas se criando e poucas sendo respondidas, eu ficando sem paciência com isso decidir abrir a boca do corpo e vi algo bizarro, havia algo em sua garganta, provavelmente essa era a causa de sua falta de ar que consequentemente levou a morte. Ao ver um pouco mais sobre a vida de Klaus Franco descobri que ele era conhecido por tirar centenas de pessoas da depressão e por isso foi apelidado de “Anjo” pelas pessoas que frequentavam seu movimento. ESPERA, apelidado de anjo?? Na hora me toquei e lembrei da mensagem enigmática dada pelo assassino

“A dor os anjos podem ofuscar... mas não há escuridão nesse mundo que a luz possa parar”

Bingo! Eu encontrava mais uma pista, mas analisando a frase, percebi que ele disse que então Klaus pode ofuscar a dor, mas o que seria essa tal “escuridão” que nem ele poderia parar? O que ele quis dizer com isso? Eram mais perguntas se formando...

Depois de 2 horas foi revelada a autopsia de Klaus, o que havia em sua garganta era uma chave, exatamente... uma chave! E mais, nessa chave havia uma coordenada geográfica que quando nossa equipe seguiu encontramos um quarto em um Hotel barato da cidade, dentro desse quarto estava tudo aparentemente normal, mas só aparentemente. Embaixo da cama havia uma carta, e nela dizia:

“Parabéns Detetive Faro, você chegou até aqui, mas isso não será o suficiente para encontrar o que procura, você olha muito para o externo e falha mente esquece de olhar o interno. Você deve seguir o ditado “Vai pela sombra” para conseguir o que quer, no caso eu. Boa sorte e lembre-se, O Escuro pode ser Claro.”

Ao ler a carta eu fiquei bastante assustado, não era apenas um assassino normal, ele estava fazendo um jogo comigo, e novamente usando essa tal “escuridão” como destaque, com toda certeza esse louco estava matando vidas inocentes simplesmente para “jogar” comigo. Fui até a recepção desse Hotel e perguntei a atendente:

- Boa Tarde senhora, descobrimos que um assassino qual nossa equipe está atrás esteve em um de seus quartos, precisamente no quarto EAP151, pedimos que você possa dar informações de quem era o sujeito

- Boa tarde, não posso ajudar muito senhor.

- Como não? Você pode sim, - nesse momento coloquei uma nota de 100 reais no balcão

- Ok, não posso afirmar quem é, pois não tenho câmeras aqui, mas um sujeito estranho apareceu antes de ontem de madrugada se hospedando exatamente nesse quarto

- Como ele era? -Perguntei

- Estava com capuz muito longo, não deu para identificar. Tinha mais ou menos sua altura e disse que precisava preencher sua escuridão no quarto. Dei a chave a ele, e foi para o quarto. Passou a madrugada e saiu as 6 da manhã dizendo que precisava voltar a esconder seu mau. Não entendi nada, mas fazer o que? Temos de tudo por aqui...

- Ok, muito obrigado pelo depoimento, vai nos ajudar

- Eu que agradeço, adeus.

Voltei para a casa pensando muito nisso que ela falou, esse tal assassino é muito mais louco do que eu imaginava, eu cheguei a ficar assustado, ele sabe meu nome e sabe que estou atrás dele, logo provavelmente também sabe onde moro e onde estou. Por conta disso liguei para a PF e pedi para que deixasse um guarda em minha casa, eu iria paga-los para isso. Garantir minha proteção é muito importante agora.

Quase chegando em casa, eu recebi uma ligação de um homem chamado Matheus, ele me disse que iria ser o substituto do falecido Klaus Franco no projeto “Mais Alegria” e que queria conversar comigo sobre isso. Eu disse que estava combinado e que eu iria até sua casa amanhã logo cedo. Por conta desse compromisso que marquei voltei para a casa para dormir, já que teria que acordar cedo no dia seguinte. Olhei para a janela e vi tudo lá fora, vi que meu guarda já estava na porta e fiquei tranquilo. Logo peguei no sono...

Tive um sonho muito esquisito durante a noite, sonhei que estava em um lugar todo escuro apenas com um lampião iluminando a mim mesmo, eu andava sem rumo naquela escuridão procurando uma saída, de repente vi a Camila me olhando com uma cara de raiva, perguntei a ela o que eu fiz, no momento em que fiz a pergunta alguém atrás de mim sussurrou na minha orelha “Você não pode evitar as sombras” e logo após isso meu lampião apagou e eu acordei.

Acordei apavorado sem entender o que havia acontecido comigo, eu não sonho com frequência, e para piorar havia uma carta encima de minha cama, eu abri ela e estava escrito:

“Caro Detetive Faro, você falha em achar que pode me evitar, você contratou um segurança e mesmo assim eu entrei em seu quarto para escrever essa carta. Fique tranquilo, eu quero te ajudar. Sei de tudo, da sua queda pela Camila, do fato de sua vida ser solitária, e seu trabalho intenso. Tudo isso são coisas que alimentam sua escuridão, algo que eu, você e todos nós temos. Fique calmo, e lembre-se... O Escuro pode ser Claro.”

Lembro de ter quase desmaiado depois de ler aquela carta, aquilo não podia ser real, além do assassino ter conseguido invadir minha casa, ele também sabe da minha vida, sabe sobre meu trabalho, e sabe sobre a Camila, sendo que a única pessoa que sabe desse caso é meu amigo Fred. Tudo aquilo era muito bizarro e sem explicações, mas sou um detetive e meu trabalho não podia parar.

Quando eu estava saindo de casa perguntei ao segurança se alguém tinha entrado, ele disse que não, nenhum sinal de nada durante a noite. Quando fui verificar as câmeras de segurança vi que todos os fios haviam sido cortados, e com isso as câmeras não pegaram nenhuma imagem, ele era esperto, só não entendo como conseguiu fazer isso debaixo do nariz do segurança sem que ele se percebe, de fato muito bizarro.

Estava na hora de ir à casa do Matheus, o novo líder do movimento “Mais Alegria”. No caminho decidi que mais tarde eu iria até a casa do Fred, só ele sabe sobre a Camila, se o assassino sabe, então Fred pode ter contado a ele, e esse Serial Killer pode ser mais próximo de nós do que eu imaginava...

Ao chegar na casa de Matheus eu bati na porta, esperei por alguns minutos e bati de novo, ninguém atendia, porem Matheus estava em casa, já que seu carro estava na garagem, vi que a porta estava aberta e logo fui entrando. Eu chamei pelo Matheus dentro da casa, mas não havia resposta, de repente vi alguns vasos e enfeites quebrados como se alguém tivesse invadido sua casa, então logo corri com pressa para ver se havia acontecido algo com ele, e quando abri a porta de seu quarto, vi Matheus sem vida em sua cama com os olhos costurados, lembro de ter deitado no chão e colocado a mão em meu rosto, eu não conseguia acreditar no que estava perante a mim, quanto mais incompetente eu era, mais inocentes morriam de maneira covarde por aquele psicopata. Me a aproximando do corpo do Matheus encontrei mais uma das cartas enigmáticas daquele doente, antes de ler eu pedi desculpas mais uma vez por não ter sido competente para evitar aquele desastre. E ao ler a carta nela estava escrita:

“Você pode dominar a escuridão, ou a escuridão pode dominar você, ao cruzar o labirinto escuro, sempre use uma lanterna, ou tente ser iluminado por vagalumes, ao contrário disso, você se perde e não acha mais a saída. O Escuro pode ser claro”

Logo depois eu chamei a polícia e a imprensa, o mundo chocava ao saber que mais um líder de um movimento anti-depressão morria brutalmente, e ouve consequências por esse dia... Após isso as pessoas do movimento “Mais Alegria” decidiram encerrar seus serviços por medo do que poderia acontecer com o próximo líder, com isso várias pessoas que dependiam disso para curarem de depressão eram deixadas de lado e se perdiam sem seus tristes sentimentos. A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou alerta vermelho para a população alegando que um Serial Killer altamente perigoso estava solto pela cidade, e todas essas notícias caíram em minhas costas, agora a cidade inteira sabia que eu era o detetive do caso, e a cada segundo que se passava eram mais pessoas reclamando do meu trabalho e me acusando de incompetência por não ter pegado alguém que eu mal sabia como era.

Obviamente tudo isso me afetou muito e eu comecei a ficar muito alterado psicologicamente por isso, eu deitei em na minha cama e dormi por 2 horas para “relaxar” e ao acordar vi uma mensagem de texto da Camila em me celular:

“Oi Detetive Faro, vi todas as notícias envolvidas com você e o suposto assassino, gostaria de avisar que confio muito no seu trabalho e te dou todo o apoio para continuar. Caso queira falar algo pode vir até a sede da PM em meu escritório. Boa sorte”

Essa mensagem até me ajudou um pouco, mas a pressão era algo realmente grande. Então eu levantei da minha cama e fiz o que eu fazia de melhor, investigar e achar um assassino! Fui até a casa de Fred onde eu iria questiona-lo sobre o fato do maníaco saber de algo que em teoria só ele sabia. Chegando em sua casa ele disse:

- Opa, Adan! Que surpresa te ver em um dia de semana! Entra aí cara.

- Oi Fred, infelizmente não estou vindo para lazer, mas a trabalho.

- O Que? Como assim? - Disse Fred muito espantado

- Acho que você pode saber de algo envolvendo os casos dos olhos costurados. Posso fazer algumas perguntas?

Fred me olhou por um tempo sem reação, e depois de alguns segundos disse:

- Ok, pode sim. Mas não sei de nada.

Eu e Fred então fomos até seu escritório, já que ele trabalhava em casa de maneira online. Ele sentou em uma cadeira e eu também, ficamos cara a cara, e comecei a interroga-lo:

- Certo Fred, eu recebi recentemente uma suposta carta do assassino, e eu percebi que ele sabia muitas coisas sobre mim, inclusive sobre a Camila, algo que eu achava que só você sabia, o que pode me dizer sobre isso?

- Meu deus Adan, eu nunca contei isso para ninguém, você deve estar se enganando, sério.

- NÃO MINTA PARA MIM FRED! - Eu gritei

- Isso é algo sério, para quem você já contou isso?

Fred respirou fundo e disse:

- Ok, eu já contei para uma pessoa, o nome dele é Gabriel, ele me questionava se eu sabia de alguma história de amor frustrado. Eu disse da sua, mas eu juro que foi só ele. JURO!

- Onde esse tal Gabriel mora Fred? Eu perguntei

- Ele mora em um bairro chamado novo amanhecer, na rua Zurick, número 855. Não acho que pode ser ele, mas a gente pensa que conhece as pessoas né?

- Certo, valeu Fred.

Ok, pela primeira vez nesse caso talvez eu pudesse estar indo para o lado certo, fui rapidamente até a casa desse homem chamado Gabriel. Chegando lá bati em sua porta e quem abriu era sua esposa, se chamava Samanta. Ela me disse que Gabriel estava trabalhando e só chegaria as 23 horas da noite, eu fiquei um pouco desconfiado, mas engoli essa dessa vez, disse que voltaria amanhã.

Voltando para casa eu me deparei com uma menina na rua chorando, aparentava ter uns 18 anos, eu desci e perguntei o que havia acontecido, ela me disse que acabava de ser assediada por um homem, e disse que não era a primeira vez que ele fazia isso. Já percebi que quando mulheres passam por momentos assim, elas não querem exatamente vingança, ou ver o cara se ferrando, mas sim um pouco de apoio, amor, afeto, algo que elas não recebem muito no dia dia. Eu dei um abraço nela e disse que pegaria o responsável por isso, mas principalmente disse que ela nunca deve abaixar a cabeça para coisas como essa, ela era linda do jeito que era e não deveria dar ouvidos a pessoas como ele. Ela me agradeceu, porem disse que se sentia desprotegida com tudo aquilo que acontecia, eu disse a ela que isso era algo errado de se pensar, muitas mulheres passam por momentos como esse e não falam nada, por isso se sentem sozinhas, acham que não há ninguém do lado delas nesse momento, porem existe sim, nós da polícia sempre estamos prontos para ajudar, elas devem ser fortes e contar as autoridades, o apoio existe!

Depois disso ela me agradeceu muito e até disse que já me conhecia, pois ela ouviu os pais delas falando muito mal de mim por não ser competente o suficiente para pegar um Serial Killer, mas eu não me importava com aquilo, eles tinham todo direito de não aprovar o meu trabalho, acho que no lugar deles eu também não aprovaria... Eu me despedi dela e segui meu caminho até em casa. Meu dia acabava ali, mas amanhã começava outro...