vanessasakata Vanessa Sakata

Uma mulher chega em busca de um acerto de contas e se hospeda na Yorozuya. Conseguirá ela seu objetivo? O que ela irá querer com Gintoki?


Fanfiction Not for children under 13.

#Gintama #Sakata-Gintoki #Shimura-Shinpachi #Kagura #personagem-original #comédia #fanfiction #fanfic #anime
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Capítulo único

Ao chegar à Yorozuya, abri a porta corrediça e, após me desfazer dos meus chinelos, anunciei:

— Cheguei!

Como estava acontecendo nos últimos dias, fui completamente ignorado pela algazarra que estava acontecendo. Gin-san e Kagura-chan estavam disputando o último bolinho de arroz, mas não era um bolinho de arroz comum.

Era um bolinho de arroz feito por uma hóspede que estava passando uns dias ali. À primeira vista, ela pareceria parente do Gin-san, mas ele faz questão de dizer que não. E acho que nem tinha como isso acontecer, porque ela, pra começar, é uma amanto e quase cortou o pescoço dele no momento em que ele a atropelou com a scooter.

Definitivamente, ele só dá de cara com mulher maluca pelo caminho...

Como essa mulher veio parar aqui? Bem, voltemos uma semana no tempo...


— Uma semana atrás... —


— Gin-san – eu disse. – Deveria correr menos, senão vai atropelar alguém assim!

— E eu vou perder o primeiro episódio de mais uma temporada de One Piece? Mas nem pensar!

Gin-san não me ouviu, e correu mais rápido enquanto a Kagura-chan tentava nos alcançar com o Sadaharu. Aliás, ele estava doido pra ver One Piece faz tempo e não queria perder nem mesmo a abertura. Depois diz que é velho demais pra essas coisas...

Enfim, ele acelerou ainda mais a scooter e, com isso, eu caí e ele atropelou uma mulher mais à frente. Eu, claro, fiquei aterrorizado com aquilo:

— GIN-SAAAAAANNNN!!! O QUE VOCÊ FEZ?!

Em vez de acudir a mulher, ele foi enfiar a cabeça numa máquina de refrigerantes a fim de procurar uma máquina do tempo, como ele sempre faz nessas horas após fazer uma grande besteira. Eu o agarrei pela gola da camisa e o levei até onde estava a mulher, a qual a Kagura-chan já cutucava com o guarda-chuva.

— Kagura-chan, o que você tá fazendo?

— Vendo se ela tá viva, oras! Se não estiver viva, vamos ter que fazer o Sadaharu enterrá-la!

— Tá ficando doida? Nós vamos ser procurados pela Polícia, pelo Shinsengumi e até pelo Exército se fizermos isso!

— É por isso que eu estava procurando a máquina do tempo, Shinpachi-kun.

— Que mané “máquina do tempo” o quê! Vamos ver se ela tá bem!

A mulher em questão surpreendeu o Gin-san com um canivete apontado bem para o pescoço dele, não lhe dando tempo para que esboçasse qualquer reação.

— P-Para a sua informação, Shinpachi-kun... – ele disse engolindo seco. – Parece que ela está ótima...! Como qualquer outra mulher que eu conheço, essa quer me matar também...!

— Se não me levar para a sua casa, eu te mato mesmo! – a mulher de cabelos lisos e longos, igualmente prateados, ameaçou. – É o mínimo que você pode fazer por me atropelar dessa maneira!


*


Antes de chegarmos à Yorozuya, Gin-san decidiu dar uma passada no bar da Otose-san e tomar sua costumeira dose de saquê. Claro que aquela mulher que nos acompanhava não passou despercebida.

— Não sabia que você tinha parentes, Sakata-san. – Catherine comentou.

— Nem de longe essa maluca assassina é minha parente. – Gin-san rebateu.

— Sem essa, mulher-gato de meia-idade! – a mulher disse enquanto apontava novamente a faca para o pescoço do Gin-san. – Se esse idiota com olhos de peixe morto e cabelo ruim fosse meu parente, ele estaria morto há muito tempo!

Enquanto Kagura-chan ficava exigindo da Otose-san uma panela de arroz para devorar, eu via no Gin-san o quanto ele estava doido para se livrar daquela maluca que toda hora ameaçava lhe cortar o pescoço. Ele parecia contar até dez antes de pegar a bokutou e a acertar.

— Ei, velha – ele disse. – Me traz um saquê. Vou dividir com essa maluca pra ver se ela para de ameaçar me cortar o pescoço.

— Você só traz gente doida para este bar, Gintoki.

— Eu não tenho culpa se atraio só mulher maluca! – ele se virou para a mulher assim que esta recebeu sua dose de saquê. – Afinal, quem é você, hein?

A bebida a deixou mais solta, fazendo-a responder:

— Meu nome é Hikaru. Sou uma amanto da raça Hanta, vivo como caçadora.

— Caçadora?

— Sim, caço animais e também criminosos para receber recompensas.

— Está caçando algum criminoso agora? – perguntei com curiosidade.

— Sim, um homem da mesma raça que a minha. – ela tomou mais um gole da bebida. – Mas ele fugiu quando o idiota de cabelo ruim me atropelou.

— Não fale assim do meu cabelo! – Gin-san resmungou. – Só eu sei o sofrimento de ter um cabelo assim!

— Não seja dramático. Daqui a uma semana ele reaparece aqui em Kabuki.

— Hã?

— Ele gosta de passear em Kabuki toda semana.

— Nunca vi um Hanta antes.

— Os Hanta se parecem com os Yato, igual à pirralha ruiva.

— Não sou pirralha! – Kagura protestou de boca cheia.

Hikaru-san ignorou o protesto e prosseguiu:

— Hantas e Yatos têm muita força, mas nós temos o diferencial de não precisarmos nos esconder do sol.

—O que você pretende fazer com esse homem em especial? – perguntei.

— Quero acertar contas com ele. Por isso não me importo de pagar por hospedagem por uma semana até pegar aquele homem.

— Pagar? – os olhos de Gin-san brilharam a ponto de me fazer pensar que mais um pouco apareceriam cifrões naqueles olhos de peixe morto.

Em seguida, ele olhou para mim e cochichou:

— É, Shinpachi-kun... Parece que o atropelamento foi providencial, não?


— Voltando ao presente... —


Com uma semana, eu observava aqueles três e me surpreendia como eles pareciam uma família. A Hikaru-san estava bem à vontade, até cozinhava algumas refeições diferentes que ela aprendia em suas viagens pelo espaço. Apesar de, no começo, ameaçar o Gin-san com uma faca no pescoço quando era contrariada, ela se mostrou ser uma mulher de certa forma sociável.

Ela não era feia. Pelo contrário, era bonita... Não mais do que a Otsuu-chan, claro...

Além dos cabelos com a mesma cor dos cabelos do Gin-san, ela tinha pele bronzeada e se vestia com camiseta regata branca, calça cáqui e coturnos pretos. Tinha um talento e tanto pra culinária, que era seu hobby favorito.

Hobby favorito que conquistou o Gin-san e a Kagura-chan pelo estômago.

Nisso, a esganada da Kagura-chan conseguiu ganhar o bolinho após acertar um soco no Gin-san e o mandar pra longe. Mesmo assim, ele se levantou furioso e foi para cima dela, tentando esganá-la.

— PAREM COM ISSO!

Os dois olharam para mim, quando Hikaru-san disse:

— Quatro-olhos, você sabia que os seus berros irritam?

— Essa é a minha função! Eu tenho que fazer o papel do cara certinho, esqueceu?

— Relaxa, Hikaru... – Gin-san falou. – Com o tempo você se acostuma com o quatro-olhos.


*


Após o almoço, nós quatro saímos para andar por Kabuki, pois a Hikaru-san estava à procura do tal homem que pertencia ao mesmo clã que ela. Não sabíamos as razões para ela estar à espera dele, mas ela queria pegá-lo.

E hoje era o dia em que o dito-cujo iria fazer a sua “visitinha” a Kabuki.

Havia outra coisa que eu havia notado nela e no Gin-san durante a semana. A Hikaru-san olhava muito para ele, como se quisesse conversar com ele mais do que o trivial. Ela olhava diferente para ele com algum interesse, mas não um interesse de stalker, como a Sacchan-san. Era mais ou menos como a Tsukuyo-san fazia.

Ela e a Kagura-chan entraram para comprar uns dangos para nós, enquanto Gin-san e eu ficávamos esperando do lado de fora. Foi quando eu perguntei:

— Gin-san, você não estranha a forma como ela te olha?

— Hã? – ele obviamente estava distraído com a sua árdua missão de fazer sua higiene nasal.

— A Hikaru-san.

— O que tem a Hikaru?

— Você não percebeu que ela te olha de um jeito diferente?

— Agora que você falou... – ele jogou fora a caquinha de nariz que estava no dedo mindinho. – Ando meio desconfiado dessas olhadas dela.

Hikaru-san saiu com dangos para mim e para o Gin-san e novamente dirigiu um olhar para ele do jeito que fazia ultimamente. E, ao que parecia, ele percebeu. Porém, antes que houvesse qualquer conversa, ela engoliu os dangos apressadamente e saiu correndo.

Ela havia avistado o tal homem.

Corremos atrás dela até um beco sem saída, no qual vimos o tal homem. Ele era um pouco mais baixo que o Gin-san, também tinha a pele mais bronzeada, mas tinha cabelos longos e loiros platinados.

— Finalmente eu te encontrei. – Hikaru-san disse de forma fria. – Agora podemos acertar as contas.

— Para que ficar com ressentimentos do passado?

— Não é ressentimento, é vingança.

— Isso não vai fazer nada mudar no passado, Hikaru.

— Mas pelo menos isso limpa a minha consciência, Inei. – ela sacou a faca. – Tão logo eu acabar com você!

Hikaru-san logo partiu ao ataque, desferindo um soco, que foi rapidamente bloqueado pelo tal Inei. Aquele soco parecia ter uma força igual à da Kagura-chan, que ficou boquiaberta. Gin-san também ficou bastante surpreso, porque ela se mostrava muito forte numa luta corpo a corpo contra aquele cara. Mas ele logo sacou uma pistola, disparando vários tiros de laser contra ela, que, com saltos acrobáticos, se esquivou deles. Correu até o homem, a fim de desferir um chute contra ele, porém, ele segurou sua perna. Mesmo assim, Hikaru-san conseguiu acertar um chute no rosto dele com o outro pé, se livrando de seu adversário.

— Parece que você está treinando muito, não é?

— Para mata-lo, eu preciso ser mais forte, Inei. Eu vou vingar a morte de Hoshii de qualquer maneira!

— Grande tola! Isso não vai trazê-lo de volta! Ele mereceu a morte!

Hikaru-san ficou furiosa e novamente partiu para cima do Inei. Porém, ele foi mais rápido e disparou um tiro para atingi-la. Tudo foi muito rápido, ela caiu no chão com a mão no ombro ferido, enquanto o sujeito saía correndo. Gin-san tentou persegui-lo, mas ele fora mais rápido.


*


Abri a porta corrediça do quarto, a fim de entrar e dar algo para a Hikaru-san se alimentar. Porém, ela não estava sozinha, mas na companhia do Gin-san. Ela estava com o olhar distante e parecia querer falar algo a ele, porém não tinha coragem.

— E esse ferimento seu? – Gin-san puxou assunto.

— Melhor.

— Quem era aquele cara?

— Não era ninguém muito importante, Sakata-kun. – era assim que ela tratava o Gin-san.

— Se não fosse importante, você não estaria querendo vingança.

Hikaru-san parecia sem saída. Quando Gin-san olhou nos olhos dela, teve que ceder.

— Aquele homem chamado Inei é meu meio-irmão. Ele matou Hoshii.

— Quem era Hoshii?

Ela suspirou antes de dizer:

— Era o meu noivo. Inei tinha desavenças com ele, e não aceitou meu relacionamento com ele. Um dia o Inei o pegou em uma emboscada e o matou. Eu estava com o Hoshii e o vi morrendo na minha frente.

Ela deu uma breve pausa e olhou para o Gin-san:

— Sakata-kun... Eu prometi a mim mesma que não iria sentir atração por outro homem enquanto não me vingasse, mas...

Ela não completou a frase e não deixou o Gin-san dizer nada. Acabou dando um beijo nele. Nessa hora, a Kagura-chan os surpreendeu:

— Nossa! Imagina quando a Tsukky e a Sacchan souberem disso, Gin-chan!

Quando ela saía, Gin-san a pegou pela gola da blusa e não a deixou fazer nada. Ficou vermelho e se retirou do quarto. Hikaru-san também saiu dali e apenas eu fiquei.

Eu tinha visto absolutamente tudo, por acaso, mas ninguém tinha me notado.

Novidade... Eu nunca sou notado mesmo.


*


— Aqui está o pagamento por mais uma diária, Sakata-kun – Hikaru-san deixou por sobre a escrivaninha do Gin-san mais um bolo de notas, totalizando mais quatrocentos ienes. – Agora vou partir.

— Aonde você vai? – Gin-san perguntou, sentado em sua cadeira e de costas para ela.

— Ao Terminal. Daqui a pouco parte uma nave para outro lugar onde Inei gosta de fazer seus passeios.

— Bem, só me resta te desejar boa sorte.

— Espero que nenhum maluco me atropele como você fez. Bem... Depois que eu conseguir meu acerto de contas, cogito fazer uma visita a este lugar.

— Hikaru-chan – Kagura-chan disse. – Quando você vier, eu vou querer que você faça bolinhos de arroz! Você é muito boa fazendo eles com sukonbu!

— Pode deixar. – Hikaru-san sorriu. – Não vou esquecer, Kagura-chan.

Ela olhou para mim e disse:

— Shinpachi-kun, mantenha esses dois com um pouco de juízo. – ela limpou as lentes dos meus óculos.

— Hikaru-san, você...

— Quatro-olhos, o seu suporte fala demais.

— ATÉ VOCÊ? – protestei.

Mas que droga! Será que é tão difícil compreenderem que EU sou o Shinpachi, e não os meus óculos?

Hikaru-san se dirigiu à porta corrediça, onde calçou os coturnos pretos e disse:

— Bem, não vou me demorar mais aqui. Preciso partir. Obrigada pela hospitalidade, Sakata-kun.

— Não há de quê! – Gin-san, ainda de costas, deu um aceno.

Ela se despediu e saiu dali, rumo ao Terminal. Iria embora atrás de um acerto de contas. Vingar o noivo assassinado. Será que ela conseguiria seu acerto de contas? E será que ela voltaria a Edo?

Talvez jamais fôssemos ter uma notícia a respeito dela.

— Mulheres... – Gin-san murmurou. – Quanto mais eu tento entende-las, mais complicadas elas são... E ainda dou de cara com os piores tipos...

— Por que diz isso, Gin-san? – eu perguntei.

— Você viu o que aconteceu, quatro-olhos.

— Você me notou lá?

— Aham.

— Você acha que ela gosta de você?

— Sei lá. Se ela reaparecer em Edo, pode ser que sim. Nem eu entendi qual é a dela com aquele beijo... Talvez eu nunca vá entender.

Ao ouvir essa frase do Gin-san, cheguei a uma conclusão... Mulheres, sejam terráqueas ou amantos, são complicadas...

... Por isso, eu prefiro a Otsuu-chan.


Fim!

Feb. 4, 2020, 9:16 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Vanessa Sakata Ficwriter por hobby | Gintama Fan | Devoradora de livros | Antiga VanessaBR | Posto fanfics com o mesmo user no Spirit, Nyah, Fanfiction.net, Wattpad e AO3.

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