magicsvante slow account

Na tentativa de conciliar o impasse entre a sua pobre conta bancária e as suas despesas estudantis, Taehyung toma uma medida desesperada para resolver uma situação desesperadora: ele se inscreve em um site de relacionamentos sugar.


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Capítulo Único: Encontro Açucarado

Quando me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse, eu respondi "médico". Ainda não sabia que nasci para ser o bebê açucarado de um milionário. Por isso, inicialmente, escolhi o caminho mais longo: estudar. Eu realmente acreditava que o mérito próprio me tiraria de uma fazenda no interior de Daegu e me levaria para uma cobertura no bairro mais rico de Seul antes dos trinta. Ganhar uma bolsa para estudar medicina na Universidade Kyung Hee significou o início desse sonho.

Os meus pais tentaram me convencer a ficar em Daegu, é claro. Eles preferiam que eu me tornasse um fazendeiro, abrisse meu próprio negócio ou fizesse uma graduação qualquer em uma faculdade local, apenas para preencher a check-list de "coisas que um adulto precisa fazer para ser adulto". Enquanto eu queria qualquer coisa, menos as opções acima.

Então, quando a carta de aceite da universidade chegou à minha porta, eu simplesmente fiz as malas, entrei no trem e me mudei para uma república estudantil na capital. Inicialmente, tudo parecia como nos filmes americanos e k-dramas superestimados: a iluminada e glamourosa Seul, com seus arranha-céus monocromáticos; o enorme campus da universidade, com auditórios, bibliotecas, laboratórios e possibilidades infinitas; a rotina caótica de uma república estudantil, com pessoas estranhas indo e vindo, brigando nos corredores, rindo, bebendo, fumando e transando de madrugada; os rostos estranhos dos meus colegas, professores e vizinhos.

No entanto, essa magia tinha prazo de vencimento, assim como os meus boletos e contas a pagar. Modéstia a parte, sempre fui bom em matemática financeira. Por isso, não precisei de uma calculadora para concluir que o dinheiro que os meus pais depositaram na minha conta-corrente não seria o suficiente para pagar as contas e me manter vivo em Seul.

Era um impasse inconciliável.

Fritei os meus miolos tentando descobrir como faria para sobreviver naquela selva de pedra com tão pouco dinheiro. Cheguei à solução mais óbvia que um jovem adulto chegaria: eu precisava de um emprego de meio-período.

Talvez, se eu não fosse um estudante de medicina, essa solução funcionaria. Mas eu era um estudante de medicina. Um estudante muito pobre por sinal. E, acima disso, um estudante bolsista. Eu, literalmente, tinha que estudar enquanto os filhos de papai dormem, cheiram pó e fodem. Então, além do impasse anterior, me vi diante de um novo impasse: estudar ou trabalhar, eis a questão.

— Meritocracia o meu pau! — Puxo os cabelos enquanto caminho de um lado para o outro no quarto minúsculo. — Como diabos vou sobreviver comendo só miojo?

— Pelo menos você comprou uma variedade grande de sabores — Jimin observa a caixa de macarrão instantâneo no chão do quarto.

Ele é o meu colega de quarto. Outro estudante de medicina fodido que se mudou de Busan para Seul. Porém, apesar de viver naquela espelunca — que ousaram denominar de república estudantil —, Jimin recebe mesada suficiente para comer algo além de miojo. Não que comer hambúrguer e coca-cola no café da manhã seja mais saudável...

— Vou sofrer intoxicação por sódio antes de salvar uma vida humana — constato, com as mãos no quadril. — Preciso de um emprego.

— Você precisa é de um sugar daddy — corrige. — Igual o que o Yoongi arranjou.

— Um sugar daddy? — Arqueio a sobrancelha.

— Você não sabia? — pergunta ao que nego com a cabeça. — Como assim, cara? Todo mundo sabe que ele faz a linha sugar baby desde que começou a aparecer com roupas de grife, iPhone novinho, cheio da grana — diz como se fosse uma notícia de interesse público.

— Nem sei quem é esse cara, imagina qual é a marca das roupas que ele veste...

— Primeiro andar. Quarto 3. Min Yoongi — indica, esperando que eu reconheça o meu suposto colega de república. Então percebe que continuo com a mesma expressão de bunda, e acrescenta: — O carinha de cabelo comprido e preto, baixinho, que parece que nunca tomou sol na vida, já viu?

— Ahhhh, sim, sei quem é! — digo quando a imagem dele me vem à cabeça. — E ele tem a mesma altura que você, tampinha.

— Esse aí mesmo — Jimin confirma, sem se incomodar com meu comentário. — Não sei porque ele continua morando nesse buraco. Juro que gasto o meu réu primário na próxima vez que nosso vizinho resolver transar às três horas da manhã.

Apesar da vida sexual escandalosa do nosso vizinho ser o menor dos meus problemas, a privação de sono resultante disso certamente contribui para tornar a minha vida mais miserável. Então entendo a revolta de Jimin. A república não passa de um prédio velho de seis andares, com apartamentos minúsculos, paredes finas, infiltração no teto e baratas transbordando pelo ralo do banheiro.

— Queria ter cinco por cento da sorte dele e conseguir um namorado rico e bonito daqueles — lamenta Jimin, ao se esparramar na cama de solteiro como uma estrela-do-mar.

Eu me sento na beirada da cama dele e o encaro com curiosidade.

— Você sabe como ele conheceu esse cara? — pergunto, interessado em me alienar dos meus problemas.

— Pelo que sei, existem sites de relacionamento próprios para conhecer sugar daddies.

Concordo com a cabeça, mesmo que não soubesse aquilo, porque não quero parecer o garotinho ingênuo do interior.

— Daí você cria um perfil cheio de fotos sexy — Jimin continua. — E espera até que um burguês safado se interesse por você e queira te "patrocinar".

— Isso não é muito arriscado?

— É como toda rede social, eu acho... — Jimin franze a testa. — Você se encontra pessoalmente com a outra pessoa apenas se quiser. Alguns mommies e daddies preferem manter tudo virtual. É um relacionamento de negócios. Então acho que você não é obrigado a fazer nada.

— Hum, entendi... — balbucio, enquanto me afogo em pensamentos. — Como você sabe tanto sobre isso?

— Eu já me cadastrei num site desses — confessa. — Só que fiquei com medo e exclui o perfil antes de ser aprovado. Acho que não tava desesperado o bastante — revela, com as bochechas levemente coradas. — Mas eu sei que garotos como você fazem sucesso nesse tipo de site. Você parece um modelo. Os daddies e mommies se matariam pra ter você como sugar baby — diz, sugestivamente, com uma risadinha.

Eu sorrio de volta, mas aquela conversa me deixa pensativo.

❤️

Gostaria de ter esquecido aquela conversa com Jimin. Principalmente a sua sugestão. Entretanto, sempre que meus problemas financeiros me perturbavam, eu lembrava do que Jimin disse. De repente, arranjar um sugar daddy parecia a solução mágica para tudo. Um golpe de sorte, como ganhar na loteria.

Por isso foi inevitável pesquisar sobre relacionamentos sugar na internet. Quanto mais lia sobre o assunto, mais seduzido era por aquela solução. Parecia tudo tão simples, prazeroso e imediato, que era difícil não me deixar levar por anúncios como: “Quer viajar pelo mundo? O seu Daddy paga!”. Ou ainda: “Se você é alguém inteligente e ambicioso à procura de uma pessoa para investir no seu futuro, então você veio ao lugar certo! O Be Sugar te ajuda a encontrar um Daddy maduro e generoso!”. Dentre outras propagandas que prometiam mundos e fundos a quem entrasse naquela relação de benefícios mútuos.

Também foi inevitável reparar em Yoongi após aquela conversa. Agora que sabia quem ele é e o que ele é, era impossível ignorar os artigos de luxo que ele usava pelos corredores da república. A bolsa da Louis Vuitton pendurada no ombro dele custava uma soma de dinheiro equivalente a um ano do meu curso. Isso, por si só, já me ofendeu. Porém, o que me deixou verde de inveja mesmo, foi vê-lo entrar em uma Ferrari vermelha, dirigida por um homem bonitão, com a pele dourada e o cabelo preto, que o agarrou pela cintura e o beijou no meio da calçada. Enquanto um caminhão de mudanças carregava os pertences de Yoongi para beeeeeem longe daquela fossa.

Se dormir com um homem daqueles rende tanto dinheiro, cara, eu estava totalmente afim — tanto de dar quanto de ganhar dinheiro.

Isso me fez jogar as hesitações pela janela. Entrei novamente no site Be Sugar e criei um perfil recheado com as minhas melhores fotos. Coloquei minha bunda para jogo — afinal, é disso que os gays gostam. Tomei cuidado para não revelar o meu rosto porque ainda tenho uma reputação a preservar como mediciner. Também preenchi o meu perfil cuidadosamente, pois queria atrair um bom daddy.

Não tinha o que temer. Se funcionou com Min Yoongi, por que seria diferente comigo?

Eu estava enganado. Como a minha mãe gosta de dizer: “você não é todo mundo”. Com certeza, eu não sou Min Yoongi e não tive a sorte de encontrar um homem maravilhoso como ele encontrou. Na verdade, a minha sorte acabou no momento em que pisei em Seul. Agora, sete anos de puro azar e pobreza me aguardavam — e olha que eu não quebrei espelho nenhum.

Resumidamente, todos os daddies com quem conversei eram muito velhos. Tinham idade para ser o meu avô. Como não tenho um fetiche por rugas, eu fugi deles como o diabo foge da cruz. Alguns desses vovôs eram casados e estavam à procura de um amante discreto. Enquanto outros viam os babies do site como garotos de programa. O fato era que eu não estava disposto a me submeter a isso. Preferia voltar para Daegu com o rabo entre as pernas do que me tornar um prostituto de luxo de um vovô milionário.

Foi um erro gigantesco me cadastrar naquele site. A realidade era muito diferente da relação de respeito, honestidade e benefícios mútuos anunciada pelo site. Era apenas uma plataforma de prostituição. Uma forma moderna de trocar sexo por dinheiro. Eu não sou moralista e conservador — até porque ninguém merece uma bicha moralista e conservadora. Então não via nada de errado em ser um trabalhador sexual. Mas foi assustador me ver naquela situação quando tinha me iludido a vida toda com sonhos dourados de felicidade e sucesso.

Estou a ponto de excluir o meu perfil no Be Sugar quando recebo uma mensagem do usuário JJK. Penso em simplesmente ignorá-lo. Deve ser mais um velho feio, barrigudo e nojento procurando um prostituto. Mas a minha curiosidade infinita me fez abrir o chat.

JJK:

Olá.

Você é um sugar baby?

Desculpa perguntar, mas já encontrei muitos garotos de programa por aqui.

BabyBoySide:

Oii

Eu queria ser um sugar baby, mas desanimei com o site porque só me procuram para programa

Tava prestes a deletar o perfil, inclusive

Sou tomado pela apreensão e ansiedade enquanto espero a resposta dele. Não sabia se respondê-lo foi uma boa decisão. Nada de bom poderia vir de um site como esse. Mas ele me respondeu em poucos segundos:

JJK:

Começamos bem, então, porque também estava quase desistindo desse site.

Você é minha última tentativa.

Espero não estar incomodando.

Mesmo por meio de mensagens, ele parecia tão diferente dos homens com quem conversei ali, que eu não consegui ignorá-lo.

BabyBoySide:

Depende

Você é solteiro e tem menos de cinquenta anos?

Se sim, talvez a gente possa conversar

JJK:

Acho que alguém aqui está mais traumatizado do que eu...

MAS, para a minha sorte, eu tenho 30 anos e sou solteiro.

A resposta dele foi o suficiente para que eu esquecesse que pretendia excluir o meu perfil alguns minutos atrás. Isso poderia ser adiado.

BabyBoySide:

Uma semana foi o bastante para me traumatizar 😔

Li muitas coisas indesejadas e desagradáveis

Você é a primeira pessoa com quem eu falei aqui que não tem idade para ser o meu pai ou o meu avô

JJK:

Sinto muito por isso ☹️

Nós a 80 km/hr pra ver quem está mais traumatizado com esse site.

BabyBoySide:

VC ATÉ USA MEMES MDS BATEU UMA EMOÇÃO AQUI!!!

tinha esquecido como era falar com alguém JOVEM

JJK:

Tudo bem. Você foi mais traumatizado por esse site do que eu. O pódio é todinho seu.

BabyBoySide:

Eu deveria processar esse site!!! 🤬

JJK:

Bom, se quiser fazer isso, está conversando com a pessoa certa.

Por acaso, eu sou advogado e tenho alguns escritórios de advocacia...

BabyBoySide:

Deve ser bom né...

JJK:

O quê?

BabyBoySide:

Ser tão burguês assim

JJK:

É.

BabyBoySide:

Ai, nem pra disfarçar 😭

Então, me conte o seu drama de homem rico à procura de um sugar baby

Tem sido tão difícil assim?

Perguntei porque estava curioso para saber como funcionava para os daddies do site — já que, no meu ponto de vista, eles são privilegiados. Mas também porque queria puxar assunto.

JJK:

Tem muitos garotos de programa aqui.

MUITOS mesmo.

É difícil encontrar alguém que não te responda já informando os preços dos programas.

Tem uns que vendem packs de fotos e vídeos também…

Aqueles que não são garotos de programa, agem como se fossem garotos de programa.

Isso não me incomodaria se eu estivesse procurando sexo.

Mas eu quero um homem agradável, bonito e inteligente, que eu possa levar em encontros, viagens, conversar, passar tempo de qualidade…

Um sugar baby mesmo, sabe?

A resposta de JJK fez com que tudo fizesse sentido. Os daddies tratavam os babies como garotos de programa porque estavam acostumados a contratar garotos de programa através do site. Isso, certamente, atrapalhava usuários que estavam interessados na relação sugar prometida pelo site. Apesar das nossas experiências como usuários serem diferentes, eu conseguia entender perfeitamente a frustração de JJK.

BabyBoySide:

Esse site é usado pra prostituição msm como foi q eu vim parar aqui meu pai

Aliás, sinto muito por vc tbm, deve ter sido bastante frustrante

JJK:

Como NÓS viemos parar aqui*

Mas a minha experiência não deve ter sido pior do que a sua.

A parte mais frustrante pra mim mesmo é que me veem como um black card, só que com um pau ajsiajsiajsa.

Seria engraçado se não fosse trágico 😐

BabyBoySide:

Pelo menos vc é um black card, eu sou só um vale refeição rs

ai q comparação horrível, senhor

enfim, n sei como é lidar com interesseiros, pq eu sou um universitário fodido q n tem onde cair vivo

JJK:

De repente eu fiquei MUITO preocupado 👀

Por favor, me diga que as informações no seu perfil estão corretas e eu NÃO estou conversando com um menor de 21 anos.

JJK é definitivamente diferente dos outros homens com quem conversei.

BabyBoySide:

Respire aliviado

Eu faço 22 esse ano

Mas se isso for um problema pra você, eu entendo

A diferença de idade entre nós era excitante para mim. Eu conseguia me imaginar sendo perfeitamente dominado por um homem (alguns anos) mais velho e experiente. Tinha todo o apelo de saber que ele era um homem adulto, com a vida ganha, mas sem uma distância intransponível entre nós. Entretanto, eu sabia que o contrário poderia não ser tão excitante. JJK poderia estar interessado em alguém com mais repertório do que eu.

JJK:

~respirando aliviado

Não tem problema.

Você é considerado maior de idade em todos os países do mundo, então...

BabyBoySide:

Você é o primeiro cara que se preocupou com a minha idade aqui

Posso te chamar de hyung? ☺️

JJK:

Claro, bebê.

Eu ofego devido ao apelido e bati os pés na cama como um adolescente. Trocamos poucas mensagens, mas JJK havia me fisgado. Restava saber se ele era atraente.

BabyBoySide:

É muito cedo pra eu pedir uma foto sua?

Aliás

Eu acho tãaaaaao injusto os daddies n serem obrigados a colocar uma foto no perfil, enquanto nós, babies, somos obrigados a publicar várias fotos nossas

A única forma de avaliar vcs é literalmente pela renda declarada no site

Na vdd, como eu sei q um daddie é rico de vdd e não uma farsa?

Fica o questionamento

JJK:

Acredito q a maioria de nós quer preservar a identidade, já que temos uma carreira, uma reputação, renome...

E nós temos que fornecer comprovantes bancários para o site. É assim que provamos que podemos ser daddies.

Também pagamos para nos inscrevermos e pagamos uma mensalidade para usar o site.

Mas eu concordo com você, não é justo que você não tenha nenhuma ideia de como eu sou.

Então vou te enviar uma foto minha:

[Imagem]

Eu quase caí da cama quando abri a foto que JJK enviou. Ele cobriu o rosto com um emoticon para preservar a identidade. Mas, em compensação, era uma foto de corpo inteiro. Ele estava em uma academia, porque havia máquinas de musculação atrás dele. Vestia uma regata cinza, combinada com umas calças moletom pretas e tênis de mesma cor. A camiseta deixava os braços fortes dele à mostra. Eu conseguia ver até as veias proeminentes nos antebraços dele se ampliasse a imagem. De modo geral, JJK tem um corpo esbelto, mas definido. O peito dele é amplo, a cintura magra, o quadril estreito, e ele tem as coxas mais deliciosas que já vi. O cabelo dele é preto, e estava preso em um curto rabo de cavalo.

A vida finalmente sorriu para mim e me trouxe um daddy gostoso.

Se o rosto dele fosse tão bonito quanto o corpo, então eu sentaria nele com prazer.

BabyBoySide:

Nossa, q homem... 🥵🥵🥵🥵

O q um homem rico, bonito e jovem como vc tá fazendo num site desses???? As passivas ainda não fizeram fila na portaria do seu prédio??? 🤨

JJK:

Pelo que sei, não.

Eu nunca conheci alguém tão direto como você.

BabyBoySide:

eu te assustei? 🥺

eu só não sou bom em bancar o difícil

você é realmente gostoso

com certeza daria em cima de vc se a gente tivesse se encontrado num bar ou algo assim

JJK:

Não, eu gostei disso.

Eu seria louco se não gostasse de ouvir um garoto lindo como você dando em cima de mim.

Se a gente tivesse se encontrado em um bar, eu pagaria uma bebida pra você.

E eu te pagaria um boquete, pensou, com uma risadinha. Mas, em vez disso, digitou:

BabyBoySide:

tem certeza q vc n é casado?

é difícil acreditar q um cara como vc é solteiro

e está num site como esse

JJK:

Eu saberia se fosse, bebê.

Também me pergunto o que um garoto lindo como você e com acesso a uma boa educação está fazendo num site como esses.

BabyBoySide:

Eu te conto a minha triste história se você me contar a sua

JJK:

Parece justo.

Bom, resumidamente, todos me veem como um black card, até fora daqui.

A maioria das pessoas com quem eu me relacionei estavam mais interessadas no dinheiro e nas coisas que eu poderia oferecer do que em mim.

BabyBoySide:

daí vc decidiu entrar em um relacionamento de interesses/benefícios mútuos????

JJK:

Sim, porque se é pra ter um relacionamento de interesses, prefiro que isso esteja claro desde o início.

Eu detesto que subestimem a minha inteligência ao ponto de acharem que vou cair no golpe do baú.

No meu ponto de vista, JJK não estava pedindo muito de um relacionamento. Deveria ser frustrante se envolver com alguém e mais tarde se dar conta de que era tudo sobre o dinheiro e influência e nada sobre amor e paixão.

BabyBoySide:

ok, vc tá sendo razoável

agora é a minha vez

a minha história é bem clichê, na vdd

eu sou um garoto do interior, q conseguiu uma bolsa de estudos numa faculdade na cidade grande, e agora sobrevive de miojo 😭😭😭😭

eu faço medicina. tenho aulas integrais. daí n rola trabalhar em meio-período.

se eu arranjasse um emprego de noite, n conseguiria fazer as leituras, trabalhos, pesquisas e etc., e perderia as minhas poucas horinhas de sono tbm

eu n posso me dar ao luxo de ir mal na faculdade, pq se eu tirar notas baixas, posso perder a bolsa no próximo semestre e aí o sacrifício q meus pais estão fazendo pra pagar a faculdade vai ser em vão

enfim, uma história mt triste, mas n precisa chorar

eu já choro td dia, só q nem é mais de tristeza, é de desespero msm 😭😭😭

JJK:

Como você decidiu entrar nesse site? Não era melhor pedir mais dinheiro pros seus pais? Ou, sei lá, tentar uma bolsa de 100% na faculdade?

BabyBoySide:

tinha um cara na minha república q entrou nessa e encontrou um milionário que tá bancando ele

eu pensei q teria a mesma sorte

mas acontece q eu n tenho sorte

além disso, eu sou POBRE. ou seja, os meus pais são pobres tbm. eu tenho dois irmãos mais novos, então a despesa da minha família não se resume só a mim.

a bolsa q eu consegui foi de 75%. até onde eu sei, n dá pra "negociar" uma bolsa maior. Acho q se eu tentasse negociar, me chutariam da faculdade 😥

JJK:

Eu não tenho nenhuma experiência em ser pobre, mas você parece estar enfrentando uma situação difícil.

BabyBoySide:

vc deve ser um daqueles burgueses safados q já nasceram podres de ricos e aí herdaram tudo dos pais

JJK:

Exatamente.

Eu tive que estudar bastante para assumir os escritórios de advocacia e ser respeitado, mas não posso dizer que construí nada além disso.

BabyBoySide:

vc é gostoso

e rico

quer ser o meu daddy? 🥺

JJK:

Nessa ordem?

BabyBoySide:

old q ser gostoso é mais importante do que ser rico

apesar de no momento eu estar dando MUITO valor a sua conta milionária...

sentar eu sempre sentei de graça 🥰

JJK:

Então, sim, eu quero ser o seu daddy

BabyBoySide:

MDS EU TAVA BRINCANDO ABSJZBHANXNSJXBX

VC NEM ME CONHECE TÁ LOUCO?

A declaração de JJK me pegou desprevenido. Eu não esperava que isso aconteceria tão rápido. Pensava que JJK seria mais cauteloso comigo, que nós iríamos nos conhecer melhor, construir uma relação de confiança, nos encontrar algumas vezes, talvez até transar antes de fazer um acordo. Afinal, havia dinheiro em jogo.

Entretanto, JJK me surpreendeu com a sua resposta:

JJK:

Isso é fácil de resolver.

Basta nos conhecermos.

Eu me chamo Jeon Jeongguk, e você?

BabyBoySide:

Kim Taehyung 😳

Eu pronunciei o nome dele baixinho. Quando o nome do homem dá tesão, é um sinal de que você precisa gemer o nome dele o mais rápido possível.

Talvez estudar demais e sentar de menos me deixou em um nível de carência extrema.

Como sou muito curioso, não perdi tempo ao pesquisar por "Jeon Jeongguk advogado" no Naver. Os resultados de busca confirmam as informações que Jeongguk me passou. De fato, ele é um advogado renomado. Há muitos endereços de escritórios de advocacia relacionados ao sobrenome dele no mapa. Quanto mais pesquiso, mais informações encontro. Descubro que a família inteira de Jeongguk atua no ramo jurídico e político. O pai dele é um juiz conhecidíssimo, a mãe é uma diplomata, o tio é um senador e o avô é um desembargador. Encontro até o currículo de Jeongguk, onde descubro que ele se formou com honras na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Apesar disso, existem poucas informações pessoais sobre ele na internet. O máximo que encontrei foi que ele participou de recitais e competições de piano no ensino médio — até ganhou alguns -, e que jogou pela equipe de basquete da Columbia quando morava nos Estados Unidos. Também encontrei o Facebook e o Instagram dele, mas os perfis eram profissionais.

De toda a minha pesquisa, o que mais me impactou foram as fotos de Jeongguk. Fotos nas quais o rosto dele não estava escondido por um emoticon. E, após analisar cada centímetro daquele rosto digno de Adones, eu só tinha uma certeza: precisava sentar nele. Ele tem um queixo simplesmente perfeito. Um nariz alto e imponente, lábios delicados, olhos escuros e sobrancelhas grossas. Como se não bastasse, ainda veste terno e gravata — o que o torna sexy pra caramba.

BabyBoySide:

vc vai achar muito assustador se eu disser q encontrei o seu face e insta? 👀

JJK:

Não é difícil encontrar, então não.

BabyBoySide:

eu tô impactado depois de ver mais fotos suas

como faz pra sentar em vc??? tem q pagar os honorários??? 🥵🥵🥵🥵🥵

JJK:

Acho que você não entendeu como isso vai funcionar. Sou eu quem vou pagar os seus "honorários", bebê.

BabyBoySide:

😳😳😳😳

JJK:

Como eu te encontro nas redes sociais?

Também quero ver você.

BabyBoySide:

meu user é @taetaebear no insta/twitter

eu n uso facebook pq é coisa de gente velha 🤪

Jeongguk demorou a me responder depois que passei o meu user para ele. Tento não ficar ansioso, porém, quanto mais Jeongguk demora, mais dificuldade sinto para controlar meus nervos. Quando o meu celular vibra em cima da cama, anunciando que recebi uma nova mensagem, o meu coração quase salta pela boca.

JJK:

Olha...

Em mim você pode sentar a qualquer momento, bebê.

BabyBoySide:

fico feliz com uma notícia dessas ☺️

eu serei o melhor menino que você já teve

JJK:

Ah, bebê, tenho certeza que será.

Você já é o mais lindo.

Conversar com Jeongguk era fácil. Parecia que nos conhecíamos há anos em vez de há poucas horas. Trocamos números de telefone naquela mesma noite. E as mensagens de Jeongguk rapidamente se tornaram a razão do meu riso. Eu acordava com mensagens de "bom dia, bebê" todas as manhãs, e adormecia de madrugada após uma relutante despedida. Nós conversávamos sobre tudo um pouco, compartilhando o nosso dia a dia, nossas experiências do passado e projetos futuros. Eu vivia com a cara enfiada no celular, rindo feito um bobo, e tirando fotos de tudo ao redor — mas, principalmente, de mim mesmo — para enviar a Jeongguk. Ele me deixava confortável para brincar e flertar sem vergonha nenhuma. Era difícil não dar em cima dele a cada oportunidade que tinha, e o que eu mais gostava era de como ele correspondia aos meus flertes com mais provocações, fazendo o meu estômago enrolar de excitação.

Passamos uma semana trocando mensagens compulsoriamente. Jimin sempre me enviava olhares curiosos quando me flagrava sorridente e corado, mexendo no celular. Mas evitei falar sobre Jeongguk com ele. Jeongguk era bom demais para ser real, e eu queria monopolizar aquela fantasia por enquanto.

E, diga-se de passagem, ele era a fantasia mais deliciosa que já tive.

Nunca poderia explicar como acabamos entretendo a ideia de transar no escritório dele, com Jeongguk a caráter, de terno e gravata, mas este foi o tópico mais quente da última madrugada. Eram quase três horas da manhã quando nos despedimos, e eu adormeci com as bolas azuis — porque não tinha privacidade no meu quarto para me aliviar. As minhas aulas começavam às oito, então dormi profundamente, sonhei com um certo advogado e acordei atrasado. Queria reclamar com Jimin por não ter me chamado mais cedo. (Afinal, não era para isso que os colegas de quarto serviam?) Mas não tinha tempo nem para brigar, pois precisava estar pronto em cinco minutos se não quisesse perder o primeiro horário.

Foi uma correria para chegar a tempo na universidade. Eu fui um dos últimos alunos a entrar na sala, mas pelo menos consegui assistir à aula... Quer dizer, assistir à aula não foi bem o que fiz... Passei a aula inteira sonhando acordado com Jeon Jeongguk, e mal prestei atenção ao que o professor da disciplina de Introdução à Saúde Coletiva estava falando.

Na segunda aula, eu fiz de tudo para manter o foco nos slides e explicações do professor. Mas era uma tarefa árdua impedir que minha mente vagasse para Jeongguk. Qual é o tom da voz de Jeongguk? Ele tem um perfume doce e floral, ou másculo e amadeirado? Os lábios dele são tão sedosos quanto parecem? De repente, trocar mensagens não era suficiente.

No horário de almoço, Jimin dá as caras com o sorriso mais sonso da face da terra. Estou comendo macarrão instantâneo pela milésima vez naquela semana, enquanto ele traz uma bandeja com um sanduíche, batatas-fritas e uma lata de coca-cola.

— Seu traidor! — Aponto o dedo para Jimin assim que se senta na cadeira à minha frente. — Você ia deixar eu perder aula!

— Eu tentei te acordar várias vezes, cara! Mas você tava dormindo como um defunto! — Jimin defende. — Um defunto falante ainda por cima!

— Eu falei enquanto dormia? — pergunto com a boca cheia.

Eu vou ser um bom menino, papai — afina a voz dele ao me imitar. — Por favor, papai! — geme, descaradamente, e eu engasgo com o macarrão.

Olho em volta, alarmado. Os gemidos de Jimin chamaram a atenção de pelo menos cinco estudantes, que nos encaram com diferentes expressões de curiosidade e nojo.

— Meu deus, Jimin, tá todo mundo olhando pra cá agora! — digo, exasperado, sem saber onde enfiar a cara.

— Não sabia que você tinha um daddy kink. — Ele ignora completamente as minhas bochechas vermelhas. — Mas não quis atrapalhar o seu sonho molhado com o "papai".

— Eu não tenho um daddy kink, pelo amor de deus! — protesto, tentando manter o tom de voz baixo, pois já estou mortificado o suficiente. — É culpa daquele site, tá legal?

— Você não excluiu o seu perfil? — pergunta. — Pensei que tava traumatizado com os velhos dando em cima de você, não excitado. Você desenvolveu gerontofilia, por acaso? — pergunta num tom crítico. — Não me diga que você tem estado todo sorridente por causa de um vovô.

— O quê? Credo, não! — Estava tão ofendido que não sabia a qual ataque responder primeiro. — Ele não é velho! — Resolvo focar no último.

— Eu sabia! — Jimin exclama. — Aquela felicidade toda só podia ser macho.

— Eu ia te contar — garante. — Só que ele parece bom demais pra ser real. Eu achava que homens como ele só existiam em romance. Tipo, ele tem um rostinho de bebê, mas é super gostoso também, e é todo culto, inteligente, sexy...

— Eu só trabalho com fotos — Jimin exige, estendendo a mão para o seu celular.

Então mostro a foto do perfil de Jeongguk no Instagram para ele. Na imagem, Jeongguk está de terno e gravata, com o cabelo estilizado para trás, revelando a testa, enquanto mantém uma expressão séria.

O queixo de Jimin cai.

— Uau... — Ele toma o meu celular e amplia a imagem. — Ele é um idol ou algo assim?

— Advogado. — Sorrio, presunçoso. — Mas tira o olho. Porque ele é a razão dos meus sonhos molhados e meu futuro sugar daddy — digo, resgatando o meu celular das mãozinhas de Jimin.

— Pisa no freio aí, amigo — Jimin alerta. — Como você sabe que ele não é fake?

— Ele me envia fotos o tempo todo — alego, rolando pelo chat de mensagens. — E eu confio nele.

— Ele pode ter roubado as fotos de algum lugar. Não é tão difícil assim.

— Ai, Jimin, por que você não deixa eu me iludir em paz? — reclamo, fazendo beicinho.

— Porque sou seu amigo, então preciso ser razoável de vez em quando — diz, enfiando uma batata-frita na boca.

— Disse a pessoa que me aconselhou a me inscrever naquele site horrível...

— Eu disse que você faria sucesso lá, e eu acertei. Você fez muito sucesso com a terceira idade — justifica, sem segurar a risada.

— Hahaha. Muito engraçado — satirizo.

— Eu só tô dizendo pra você ser um pouquinho mais cauteloso. Sei lá, faz uma chamada de vídeo pra ver se ele é isso tudo aí mesmo — aconselha.

— Espero que seja, porque foi vontade de sentar à primeira vista. — Eu suspiro, olhando sonhadoramente para a foto na tela do meu celular.

— Percebi — comenta, com um tom acusador que faz as minhas bochechas ruborizarem ao lembrar do meu sonho molhado.

A ideia de fazer uma chamada de vídeo com Jeongguk permaneceu na minha mente. O dia está perdendo o brilho quando saio da última aula. Assim que chego em casa, tomo um banho e devoro outro miojo para matar a fome. Então decido que não posso conviver com aquela desconfiança. Preciso confirmar que Jeongguk é quem diz ser para sonhar em ser fodido — e financiado — por ele em paz. Por isso, sugiro:

Eu:

me desculpa se for mt repentino...

mas o q vc acha de uma chamada de vídeo? 👀

Eu mal consigo controlar a minha ansiedade enquanto espero uma resposta. Caso Jeongguk se recuse a fazer uma chamada de vídeo, eu ficarei muito desconfiado. Caso ele aceite, eu terei um ataque do coração. Ambas as possibilidades fazem o meu estômago revirar com a ausência de resposta, enquanto vários cenários diferentes passam pela minha cabeça.

Demora exatamente vinte minutos para Jeongguk responder. E, quando responde, não é exatamente uma mensagem de texto. Meu celular vibra furiosamente ao lado da minha coxa, e eu salto da cama. Assim que o pego, a foto de perfil de Jeongguk ilumina a tela.

É uma chamada de vídeo.

Dizer que eu surtei seria um eufemismo. Em meio ao ataque de nervos, o celular escapa da minha mão e titubeia no chão do quarto. Eu fico apavorado, tanto porque meu celular poderia ter quebrado, quanto porque continuava tocando. É um alívio quando confirmo que a tela continua intacta. Porém, quando pego o celular, rejeito a chamada sem querer.

Estou tremendo de nervoso quando abro a minha conversa com Jeongguk, exatamente no momento em que envia a seguinte mensagem:

Jeongguk:

Oi, bebê.

Eu iniciei uma vídeo-chamada, mas você não atendeu.

Eu:

desculpa 😭😭😭😭

eu n tava preparado, aí fiquei nervoso e derrubei o meu celular 😥

Jeongguk:

Tudo bem, bebê 🥺

Você ainda quer fazer uma vídeo-chamada?

Posso te ligar agora mesmo.

Eu:

espera um minutinho

eu ligo pra você já, já

Jeongguk:

Ok 🥺

Imediatamente, corro até o espelho para pentear o cabelo com os dedos e conferir meu pijama, julgando-me apresentável. Então, respiro fundo e volto para a minha cama. Em um ímpeto de coragem, inicio a vídeo-chamada.

Jeongguk atende no segundo toque. No mesmo instante, sou cumprimentado por um sorriso fofo, que revela os dentinhos avantajados dele, e faz o meu coração quase parar de bater.

De certa forma, o Jeongguk na tela do celular é exatamente igual ao que encontrei nas redes sociais. Mas, ao mesmo tempo, é completamente diferente. Ele não veste um terno como na maioria das fotos. Em vez disso, Jeongguk veste um moletom verde-escuro. O cabelo dele não está estilizado para trás, nem preso com um elástico. Agora, as ondas escuras emolduram o rosto dele, alcançando a linha da mandíbula. O sorriso de Jeongguk é refrescante, faz com que pareça jovem e suave. O tipo de sorriso pelo qual eu me apaixonaria.

— Oi — Jeongguk diz, parecendo um pouco tímido, ao que penteia os seus cabelos escuros para trás.

— Oi — respondo, sentindo as minhas bochechas arderem, enquanto meu sorriso é uma mistura de nervosismo e entusiasmo.

— Entendi porque você ficou nervoso — Jeongguk comenta, arrumando a sua longa franja. Quanto mais ele mexe naquele cabelo, mais charmoso fica. — Eu já sabia que você ia ligar, mas acho que não estava realmente preparado.

— Você é fofo — digo sem pensar. — Eu te daria 25 anos no máximo.

Jeongguk desvia o olhar da tela e coça o cabelo. Apesar de não ter uma visão tão clara, posso jurar que está corado.

— Sua voz é bonita — comenta, baixinho.

— Só a voz? — provoco, adorando as reações dele.

— Você sabe que não. — Jeongguk me encara. — Você é lindo — diz, enquanto estuda o meu rosto com aqueles enormes olhos de azeviche. — Muito lindo. — A voz dele decai alguns decibéis, soando mais profunda e aveludada.

Desta vez, eu enrubesço e abro um sorriso que mal cabe no rosto.

— Nossa, o seu sorriso...

— Para! — Escondo o meu sorriso atrás da mão. — Eu me derreto todo com elogios.

— Sinal de que devo continuar elogiando — Jeongguk cantarola, parecendo mais confiante agora.

— Por favor, não — imploro, rindo de nervoso. — Desse jeito vou ter um treco. — Seguro minhas bochechas quentes.

— Você fica muito lindo, todo coradinho e sorridente desse jeito — ignora completamente a minha súplica. — Minha função agora é te deixar assim todo dia.

— Hyung... — minha voz soa como um gemido apelativo.

— Você já tá gemendo, bebê? — provoca, com um sorriso travesso nos cantos da boca. — Mas ainda nem fiz nada.

— Como você pode ser tímido e fofo em um momento, e provocador e safado no outro? — retruco, espantado com o andar daquela conversa.

— Eu fico assim quando converso com garotos bonitos. — Jeongguk dá de ombros. — E você, Taehyung, é um garoto realmente bonito — o tom dele é suave demais para os meus ouvidos.

Já estou completamente derretido. Se estivéssemos trocando mensagens, este seria o momento em que largo o celular, rolo na cama e solto gritinhos nada másculos contra o travesseiro, como a gay surtada que sou. Porém, Jeongguk está me assistindo neste instante, então mordo o lábio para conter qualquer reação escandalosa, sentindo as minhas bochechas doerem de tanto sorrir.

— Você realmente gosta de ser elogiado, não gosta, bebê? — Jeongguk observa. — Você gosta de ouvir que é um bom garoto? O mais lindo de todos?

A provocação de Jeongguk me faz soltar o lábio inferior com um suspiro afetado em resposta.

— Estou esperando por uma resposta, bebê.

— Gosto — sussurro, sentindo-me quente, confuso e tímido, tudo ao mesmo tempo.

— Porra, eu vou te cobrir de elogios — exala, igualmente excitado. — Você vai ser o meu garoto bonito. Eu vou te mimar como um bebê e te vestir com presentes que vão te deixar ainda mais lindo.

— Me mimar? — pergunto, com a voz mais grave e cadenciada, conforme as borboletas fazem a festa no meu estômago.

— Sim, eu vou beijar você da cabeça aos pés.

— Tenho muito interesse nisso, Jeongguk-ssi.

— Oh, fico feliz em agradar.

Há uma química inegável entre nós. Nunca nos encontramos e, mesmo assim, Jeongguk sabe pressionar os meus botões. Ele faz o meu coração acelerar, ateia fogo no meu estômago, esquenta o sangue nas minhas veias e me faz borbulhar de excitação. Também me faz enrubescer e sorrir a todo momento, como um bobo apaixonado — e olha que eu nem estava apaixonado ainda.

Se Jeongguk estivesse em carne e osso na minha frente, eu certamente já teria perdido o controle e roubado um beijo dele.

Ficamos no celular até que os meus bocejos fossem frequentes ao ponto de Jeongguk me mandar dormir, porque não queria que eu acordasse atrasado de novo.

A palavra que melhor caracterizava a conversa que tivemos naquela noite seria "excitante". Conversar com Jeongguk foi excitante de todas as formas possíveis. Excitante o bastante para fazer um jardim de sentimentos florescer na minha pele.

Flertar com Jeongguk é quase instintivo. Há uma explícita tensão sexual e um interesse mútuo entre nós, que torna tudo eletrizante. Mas não é tesão. É mais do que isso. Porque conseguimos encontrar um lugar em comum onde as nossas diferenças não são um problema, mas uma qualidade, que tornou nosso enlace natural.

As chamadas de vídeo se tornam o ponto alto dos meus dias. Após chegar da faculdade, tomar banho e me alimentar, eu envio uma mensagem para verificar se Jeongguk está disponível para conversar comigo. Nem sempre os nossos horários convergem. Às vezes, preciso me concentrar nos trabalhos da faculdade ou estudar para alguma avaliação. Às vezes, Jeongguk precisa comparecer a eventos e jantares do seu meio social. Quando isso acontece, fazemos uma ligação rápida, apenas para matar a saudade. Mas, na maioria dos dias, ficamos grudados no celular até o meu toque de recolher.

Em um mês, já estávamos tão envolvidos um com o outro que as chamadas de vídeo não eram mais o suficiente.

— Eu quero te ver de perto — o sussurro de Jeongguk ecoa nos meus fones de ouvido e atinge o meu coração como uma flecha.

Estou deitado na cama, aconchegado no meu edredom e travesseiro fofinhos, com o celular bem na frente do rosto. Jeongguk está em uma situação semelhante na minha tela, deitado em sua grande cama de casal, com a bochecha apoiada no travesseiro, enquanto seus grandes olhos escuros e brilhantes me encaram.

Recentemente, descobri que tenho um fraco pelos olhinhos de Jeongguk.

— Eu também. — Suspiro de saudade.

Jeongguk se remexe na cama, deitando de bruços, com o queixo apoiado no travesseiro.

— Se eu, hipoteticamente, te convidasse para um encontro, você aceitaria?

— Eu, hipoteticamente, ficaria muito nervoso e surtaria pra caralho, mas aceitaria — respondo, mordiscando o lábio para conter um sorriso.

— Então, assumindo que você, hipoteticamente, aceitasse ir a um encontro comigo... — Jeongguk lambe os lábios, e eu gostaria de fazer aquilo por ele. — Para onde você prefere que eu te leve?

Eu demoro alguns segundos para responder:

— Se nós, hipoteticamente, fôssemos a um encontro, então eu ficaria feliz em ir para qualquer lugar com você. Mas eu não me sentiria muito confortável em um ambiente chique e luxuoso logo de cara.

— Nada luxuoso, entendi — balbucia.

— Então, você vai me convidar pra um encontro ou não? — pergunto, sem suportar mais a espera.

— Vou — responde. — Kim Taehyung, você aceita se encontrar comigo? — pergunta como se fosse um pedido de casamento.

Quando aceitei ir num encontro com Jeon Jeongguk, estava tão feliz que não assimilei que realmente iria num encontro com Jeon Jeongguk. A realidade só caiu sobre os meus ombros no dia do fatídico encontro, quando percebi que não tinha roupa para esse evento.

Eu já esvaziei o meu armário à procura de algo decente, porém, nada parecia bom o suficiente. As minhas roupas são simples e baratas demais. Nenhuma delas está à altura das roupas de grife que Jeongguk veste.

— Meu deus, Taehyung, veste qualquer coisa! — Jimin explode após eu trocar de roupa pela terceira vez. — Esse homem quer o seu corpo nu, se toca.

— Ele não é assim. — Faço beicinho. — E eu quero ficar bonito pra ele. — Bato o pé no chão.

— Querido, você fica lindo até vestido num saco de lixo.

— Dizer isso não ajuda em nada — teimo. — Vamos lá, você tem que me ajudar a achar uma calça que valorize a minha bunda, aí, sim, ele vai querer meu corpo nu — exijo ao revirar a minha pilha de roupas jogadas na cama.

— Tá, tá. — Jimin revira os olhos, cedendo.

Com muito custo, Jimin me ajudou a escolher umas calças jeans de lavagem clara, que fazia conjunto com uma jaqueta, além de uma camiseta e um tênis brancos. Era uma roupa simples, mas o que importa é que atingi o meu objetivo: a minha bunda estava perfeita naquela calça. Também passo uma maquiagem leve para realçar os meus traços, coloco um par de brincos e um perfume floral.

Quando o motorista de Jeongguk estaciona um SUV preto na frente da república, eu já estou uma pilha de nervos. Eu sabia que Jeongguk não estava no carro, mas só de pensar que o encontrarei daqui a pouco o meu estômago se contorce. Estou ansioso porque Jeongguk decidiu fazer mistério e não me contou onde nos encontraríamos. Por conta disso, passei o caminho inteiro olhando para a janela do carro, tentando adivinhar para onde o motorista está me levando.

Jimin disse que eu era louco por entrar num carro com um estranho, para ir a deus sabe onde, e encontrar outro estranho. Talvez eu não tenha juízo mesmo. Mas eu simplesmente sei que Jeongguk é confiável.

Confesso que não esperava que Jeongguk me levaria para o Lotte World Park. Eu desço do carro com um sorriso no rosto, olhando deslumbrado para as torres de castelos espreitando por trás da grande estrutura do parque temático, enquanto o motorista me guia pelo estacionamento.

Então vejo uma Mercedes esportiva preta e, encostado nela, está Jeongguk, com óculos escuros, uma camiseta branca com as mangas arregaçadas e os primeiros botões abertos, uma calça esporte-fino preta e um terno pendurado no braço.

Quando Jeongguk vira o rosto para mim e tira o óculos, desencostando-se do carro, o mundo entra em um slow motion digno de filme. Porque Jeongguk parece ter saído direto da capa de uma revista de moda. Ele é tão ridiculamente bonito que me apaixonei ali mesmo.

— Tae — a voz dele é doce como mel. Mas o que me mata mesmo é o sorriso enorme que se desenha naqueles lábios bonitos.

A sorte de Jeongguk é que acabamos de nos conhecer, porque se tivéssemos um pouco mais de intimidade, eu teria pulado nele. Apesar do meu surto interno, estou paralisado por fora, com as bochechas queimando e o batimento cardíaco acelerado.

Jeongguk dispensa o motorista. Em seguida, caminha na minha direção, parando bem na minha frente, tão perto que quase sinto o hálito dele. Então aqueles grandes olhos escuros me encaram, analisando cada traço do meu rosto, enquanto faço o mesmo com ele. Quando Jeongguk ergue a mão na minha direção, esqueço como respirar. Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e diz:

— Eu sempre quis fazer isso... — Estrelas minúsculas reluzem na imensidão dos olhos dele. — Eu sempre quis tocar no seu cabelo para saber se é tão macio quanto parece — diz, enquanto acaricia o meu cabelo com as pontas dos dedos.

— E então?

— O quê? — retruca, confuso.

— É tão macio quanto parece?

— Ah, sim. — Jeongguk sorri, tímido, ao que as suas bochechas coraram levemente. — É melhor do que eu imaginava, loirinho — murmura, afastando a mão do meu cabelo. — Na verdade — adiciona —, você é ainda mais lindo do que eu pensava. A câmera do seu celular não consegue capturar toda a sua beleza, bebê.

— O-obrigado — gaguejo, sentindo meus joelhos fraquejarem. — Você é gostoso pra caramba — digo e me arrependo automaticamente por usar esse linguajar.

Felizmente, Jeongguk se acostumou com a minha boca suja, já que abre um sorriso deslumbrante em resposta.

— Então, vamos entrar? — Ele meneia a cabeça em direção ao parque de diversões. — Já comprei os nossos ingressos. — Mostra o par de bilhetes azuis.

— Ah, sim, claro, vamos lá — respondo, meio desajeitado, sorrindo feito um tonto.

Jeongguk oferece a mão para mim, e meu coração salta no peito. Este homem maravilhoso quer caminhar realmente de mãos dadas comigo? Devo ter salvo o planeta na minha vida passada.

Escuto um pigarro vindo de Jeongguk, e o encaro, notando que as maçãs do rosto dele estão rosadas.

— É melhor andarmos de mãos dadas para não nos perdermos, sabe? — explica, todo tímido e corado, ao que desvia o olhar.

Senhor, tem como esse homem ser mais apaixonante?

Eu seguro a mão de Jeongguk no mesmo instante, sentindo a palma quente dele em contraste com a minha mão fria, e os dedos vestidos com grossos anéis de prata contrapostos aos meus dedos nus.

— Também não quero perder você — digo, com um sorriso pequeno, conforme aperto a mão de Jeongguk.

Então nos encaramos como se fôssemos dois adolescentes apaixonados e tímidos no seu primeiro encontro.

Finalmente, arrasto Jeongguk parque adentro, deslumbrado com todos os brinquedos, sem saber qual escolher primeiro. Há o carrinho de bate-bate, carrossel, diferentes tipos de pula-pula, uma casa mal-assombrada, castelos temáticos e lojas por toda parte.

— Calma, bebê. — Jeongguk segura minha mão mais forte e diminui o passo. — Você pode brincar em todos os brinquedos e comprar tudo o que quiser, não precisa escolher.

— Jura? — Encaro Jeongguk com os olhos arregalados.

— Juro — riu. — Basta dizer em qual brinquedo você quer ir primeiro.

— O carrinho de bate-bate! — exclamo, apontando para o brinquedo.

Nós andamos no carrinho de bate-bate por três rodadas seguidas. Éramos muito competitivos. Sempre que eu batia no carrinho dele, Jeongguk jurava que “daria o troco” e me perseguia pela plataforma até bater no meu carrinho também. Como eu não deixava barato, perseguia Jeongguk para bater no carrinho dele de novo. Dessa forma, ficamos três rodadas seguidas nos perseguindo, sem dar o braço a torcer.

Depois do carrinho de bate-bate, nós andamos no carrossel e nos aventuramos nos castelos temáticos. Em seguida, eu insisti em brincar na pula-pula, porém, o brinquedo é para crianças, então Jeongguk precisou subornar o funcionário do parque para me deixar brincar.

— Você é um bebezinho mesmo — Jeongguk diz ao me ajudar a descer da pula-pula.

Seu bebê. — Empino o nariz ao agarrar o braço dele.

— Por isso eu te trouxe pra um parquinho.

— Uma escolha apropriada — brinco. — Em qual você quer ir, hyung?

— A montanha-russa. — Jeongguk nem pensa duas vezes.

Eu congelo quando ele aponta para a horripilante montanha-russa do outro lado do parque. Mas não quero estragar a diversão dele, então o sigo sem reclamar. Conforme a nossa vez se aproxima, fico inquieto ao ponto de Jeongguk perguntar:

— Tem algo errado, Tae? — Ele me olha atentamente.

— Não, não é nada. — Disfarço o meu nervosismo com um sorriso.

— Se você não quiser andar na montanha-russa, podemos escolher outro brinquedo. — Ele acaricia as costas da minha mão.

— O problema não é a montanha-russa. — Mordo o lábio. — Eu não tenho medo dela. Tenho medo é da altura — explico timidamente.

— Basta olhar para mim. Só pra mim, tá? — Jeongguk leva a mão à minha bochecha e me faz olhar para ele.

Encaro aqueles olhos escuros como a noite, até esqueço que estamos prestes a subir naquele brinquedo assustador, enquanto conto as estrelas dentro deles. Porém, antes que me perca naquela noite estrelada, o funcionário do parque nos chama para entrar na montanha-russa.

Fico tenso quando a contagem regressiva para o brinquedo se mover começa. Jeongguk percebe a minha ansiedade e segura a minha mão novamente, dizendo que tudo ficará bem.

Está tudo muito divertido enquanto o brinquedo vai para lá e para cá, fazendo curvas profundas que arrancam gritos alegres, até que o trem atinge o cume da montanha-russa. Sinto o impulso de olhar para a imensa depressão que me separa do chão. Mas Jeongguk se vira na minha direção e agarra a minha nuca, beijando os meus lábios. Nem percebo quando descemos pelos trilhos. A boca de Jeongguk contra a minha é tudo o que consigo sentir, enquanto meu coração quase salta pela boca para encontrar o dele, e a euforia e o pavor daquele momento se mesclam numa sensação eletrizante.

Quando os lábios de Jeongguk se afastam dos meus, o nosso passeio na montanha-russa terminou.

Não sei como encontro forças nas pernas para descer daquele trem. É como se caminhasse sobre as nuvens. Sonhando acordado com a textura de pêssego dos lábios dele.

Jeongguk reage com timidez após descer da montanha-russa. As bochechas dele estão coradas e os lábios, outrora rosados, estão avermelhados. Essa reação é a cereja do bolo para mim.

Os lábios de Jeongguk não saem mais da minha cabeça pelo resto da noite. Brincamos em todos os brinquedos que chamaram a minha atenção, e Jeongguk compra algodão-doce — além de muitos lanches — para mim conforme desbravamos o parque de diversões. Ele até participa de um jogo de tiro para se exibir e arremata um urso enorme de pelúcia para mim.

Às vezes, ele me flagra encarando a boca dele. É difícil prestar atenção nas palavras dele quando estou focado no movimento dos lábios dele. Ele tem os lábios mais delicados que já vi, com um marcante arco do cupido e uma pintinha embaixo do lábio inferior, que fantasio lamber quando beijá-lo de verdade. Apesar de meu estado sonhador, dou o meu melhor para me concentrar nele; em nosso primeiro encontro.

No final da noite, estou cansado, mas me sinto leve e feliz como nunca. Estou, definitivamente, apaixonado.

Jeongguk, como um cavalheiro, abre a porta do carro para mim. Conversamos no caminho de volta, durante o qual tentei não me distrair com os seus dedos grossos, vestidos em anéis prateados, envolvendo o volante do carro; ou com as veias preponderantes nos seus antebraços, ou, ainda, pelos seus bíceps inchados sob a camiseta social.

— Chegamos — Jeongguk anuncia ao estacionar em frente à república estudantil.

Destravamos o cinto de segurança ao mesmo tempo, mas não descemos do carro.

— Ainda não quero me despedir — digo, descansando a cabeça no banco de couro.

— Muito menos eu. — Ele se volta para mim e acaricia a minha bochecha. — Mas quero que seja perfeito entre nós. — Ele me encara intensamente. — Quero fazer tudo certo para merecer você — diz, enquanto seu polegar passa pelo meu lábio inferior.

— Pensei que nós... — Queria dizer que pensava que iríamos transar, porém, Jeongguk me interrompe.

— Um passo de cada vez, bebê. — Um sorriso curva o canto dos lábios dele. — Não quero que pense, nem por um segundo, que só quero foder você.

— Fico feliz com isso, de verdade. — Desvio o olhar. — Também não me importo de esperar se você preferir — acrescento rapidamente. — Mas eu não sou um garotinho. Sou um homem, e quero foder tanto quanto você.

Jeongguk esboça um sorriso malicioso ao se inclinar na minha direção.

— Então você não é um garotinho? — pergunta tão próximo de mim que experimento seu hálito fresco e sua respiração quente na minha língua. — O que faço com você agora? — reflete, em um tom que não exige respostas, enquanto passa as pontas dos dedos em sua pele. — Porque, pra mim, você é meu garoto bonito. Meu bebê.

— Eu sou, eu sou — careço do afeto entrelaçado naquelas palavras. — Mas eu quero você.

— Ah, bebê... — Ele segura a minha mandíbula e a respiração dele acaricia minha orelha. — Acredite, eu também quero você — sussurra, num tom doce e cadente. — E eu vou foder você com tudo que tenho: minha língua, meus dedos, meu pau. Vou te fazer meu, só meu. — Mordisca o lóbulo da minha orelha.

Essa promessa faz meu corpo estremecer com um arrepio, que se transforma em eletricidade estática à flor da minha pele. Eu me inclino na direção dele, queimando pelo beijo dele, pelas mãos dele, por qualquer coisa que aplaque o calor dentro de mim.

— Mas não hoje — diz ao se desvencilhar ligeiramente.

Porém, antes que se afaste, eu o puxo de volta pelo colarinho.

— Você não pode dizer isso e me pedir para esperar. É golpe baixo — arfo sobre a boca dele, desejando beijá-lo mais do que tudo.

— O que você quer, bebê? — pergunta, alternando o olhar entre minha boca e olhos.

— Me beija — imploro. — Por favor.

O olhar escuro de Jeongguk na minha boca me induz a lamber os lábios, molhando-os com saliva, ao me inclinar na direção dele. Em completa sintonia, Jeongguk segura a minha cintura e projeta o corpo para frente, selando os nossos lábios com um beijo apaixonado.

Suspiro contra a boca dele. Jeongguk aproveita aquela oportunidade para penetrar meus lábios com a língua, enrolando-se em mim, em um espiral de sucções e carícias molhadas. Ele me beija como se tivesse sede da minha boca e fome dos meus lábios, e eu correspondo com o mesmo desejo. Gemo, arfo, suspiro contra ele. Mas também sugo, mordo, lambo, incansável na exploração da boca dele.

Enredo os dedos no cabelo dele, afagando o couro cabeludo, puxando as mechas macias, a medida que Jeongguk me agarra pela cintura. As mãos dele sobem pelas minhas costas para segurar a minha nuca e conduzir o beijo, depois descem para minha bunda, me apalpando e apertando por cima da calça.

Quando meus lábios formigam de tanto beijá-lo, Jeongguk se dedica ao meu queixo e mandíbula, provoca minhas orelhas, e arrasta o nariz pelo meu pescoço. Estou a ponto de subir no colo dele ou, simplesmente, implorar para levarmos aquilo para um quarto, porque meu desejo se transformou em pulsão, em carência, em necessidade.

Jeongguk percebe minha excitação e volta aos meus lábios, plantando selinhos carinhosos na minha boca inchada.

— Você é viciante, garoto — sussurra ao prender o meu lábio inferior entre os dentes.

Beijo a pintinha sob o lábio dele antes de retornar à boca, querendo mergulhar nela até os meus pulmões sufocarem. Mas Jeongguk não permite que aprofunde o beijo.

— Eu não quero perder o controle — alerta, com um último selinho nos meus lábios.

— Foda-se o controle — ofego, desejando a boca e as mãos dele sobre mim.

— Bebê. — Jeongguk segura meu rosto entre as mãos. — Você é um bom garoto, não é?

Estou zonzo, com a mente nublada de luxúria, quando concordo com a cabeça. O meu desejo é suprimido pela necessidade de agradá-lo. Preciso me comportar. Afinal, bons garotos são recompensados. A minha respiração está ofegante e a minha pele ainda queima em todos os lugares que Jeongguk beijou quando me forço a relaxar no banco do carro.

— Uau...

— Sim, “uau”. — Ele deita a cabeça no encosto do banco, com um sorriso abobalhado, enquanto me olha.

— Você tem pegada — comento abanando o rosto. — Tô desconfiado que seu lado tímido e fofo é pura fachada.

Jeongguk solta uma risadinha adorável.

— Eu costumava ser muito tímido — esclarece, com um sorriso remanescente nos lábios. — Mas precisei superar.

Cantarolo um “hum” compreensivo. Então passo um longo tempo apenas contemplando a beleza dele; corro os dedos pelo cabelo ondulado e penteio uma mecha para trás da orelha, maravilhado ao tê-lo ao alcance das minhas mãos.

— Me leva até a porta? — peço relutante em me afastar dele.

— Claro, bebê.

Rapidamente, Jeongguk destrava a porta, e eu pulo para fora do carro, abraçando o urso de pelúcia que ele me deu de presente. Nossos dedos se entrelaçam no meio do caminho. Alcançamos a porta da república a passos minúsculos.

— Então essa é a infame república? — Ele analisa a fachada com um olhar crítico.

— É. Eu te convidaria para entrar, mas acho que você não tá preparado pra ver uma barata pela primeira vez.

— Em que planeta você acha que eu vivo?

— Num planeta sem baratas — respondo, brincalhão.

Ele revira os olhos, mas sorri.

— Vou tirar você daí — promete, abraçando minha cintura. — Só tenha um pouquinho de paciência, tá?

— Isso quer dizer que teremos outros encontros?

— Muitos encontros — promete. — Até você se cansar de mim.

— Isso não vai acontecer tão cedo, porque tô caidinho por você.

— Isso é bom. — Ele sorri. — Porque eu também estou caidinho por você — diz, beijando meus lábios com ternura.

— Hoje foi incrível. Obrigado por tudo — sussurro contra a boca dele.

— Amei encontrar você pessoalmente — Jeongguk responde, selando os meus lábios outra vez. — Mas já está passando do horário de você ir pra cama, bebê.

— Boa noite, hyung.

Eu me despeço com um selinho estalado na boca dele antes de entrar na república. Em seguida, subo as escadas pulando de dois em dois degraus. Jimin está deitado na cama, fazendo anotações em seu livro de anatomia, quando entro no quarto e me jogo no colchão, suspirando sonhadoramente com as lembranças desta noite.

— Você tá com cara de quem beijou muito na boca — comenta assim que deito na cama.

— Ah, Jiminie, tô apaixonado! — Suspiro novamente e aperto o urso com força.

— Olha a bicha burra — zomba. — Homem rico a gente não ama, a gente explora.

— Ele é incrível, Jimin — digo, ignorando completamente a zombaria dele. — Ele é um verdadeiro cavaleiro. Também é fofo, sensível, carinhoso e atencioso. Ele me trata como se eu fosse um príncipe. Mas o jeito que ele me beijou... — Fecho os olhos com a lembrança. — Deus, ele é muito gostoso! Eu tenho tesão até nas mãos dele!

— Vocês foderam? — pergunta, interessado nos detalhes sórdidos.

— Não. — Faço beicinho. — Ele disse que não quer que eu pense que é só sexo — explico, um pouco decepcionado, mas todo derretido também.

— Então ele ainda não descobriu que você é uma vadia? — pergunta, com uma risada maliciosa.

Jogo o meu urso de pelúcia em Jimin e me faço de ofendido.

— Sou um príncipe agora, ok? — Tento parecer sério.

— Só aos olhos do seu Dom Jeon — Jimin retruca aos risos.

Jimin continua implicando comigo a medida que tagarelo sobre o meu encontro e sobre o quão perfeito é Jeongguk. Eu me apaixono mais a cada momento rememorado. Sinto aquele calorzinho na boca do estômago toda vez que pronuncio o nome dele.

Antes de dormir, Jeongguk me manda uma mensagem, com um comprovante bancário, dizendo que fez uma transferência para mim como recompensa pelo tempo que passamos juntos.

Gukkie 💘

Vou pagar seus honorários enquanto não temos um contrato.

Já pedi para a minha secretária pessoal encontrar um flat pra você.

Me avise se precisar de mais dinheiro, ok?

Eu vou dormir agora.

Quero sonhar com o meu bebê

Eu abro o comprovante bancário, descobrindo que recebi o equivalente a dez salários mínimos por um encontro. Jimin fica eufórico ao meu lado, enquanto eu murcho como uma flor por algum motivo desconhecido.

Não era isso que eu queria? Um sugar daddy? Então por que ser tratado como um sugar baby faz eu me sentir tão... insatisfeito?

Eu suspiro, sentindo meu coração se contorcer com um sentimento estranho. O nosso encontro foi perfeito. O nosso beijo foi perfeito. Jeongguk foi perfeito. Eu estava perfeitamente feliz até um minuto atrás. E deveria estar mais feliz agora que o saldo da minha conta bancária ficou positivo. Então me deito na cama, abraçado ao meu urso de pelúcia, e digito uma resposta para Jeongguk:

Eu:

obrigado, papai

mas não esperava receber nada pelo nosso primeiro encontro

foi especial pra mim

e pra vc? 🥺

espero q vc tenha bons sonhos

Jeongguk aplaca as minhas inseguranças na manhã seguinte, enviando um buquê de girassóis enorme para a república. Ninguém nunca havia me presenteado com flores, mas descobri que gosto de ser cortejado dessa forma. Normalmente, quando eu estava a fim de um cara, nós íamos direto ao ponto, sem nenhuma enrolação. Eu queria dar, e eles queriam comer, então não tinha razão para perder tempo me fazendo de recatado. Sempre achei todo esse ritual de cortejo muito heterossexual. Mas, com Jeongguk, parecia certo.

Saber que Jeongguk me desejava e, ainda assim, queria que tudo fosse especial entre nós, fazia eu me sentir amado.

Por isso, ignoro a sensação incômoda que senti na noite passada, e uso o dinheiro que recebi para colocar as contas em dia, comer uma refeição deliciosa e comprar roupas para os nossos próximos encontros. Não quero gastar todo o dinheiro de uma vez. Então deixo o restante guardado para emergências.

Após o primeiro encontro fica mais difícil me contentar com as chamadas de vídeo. Principalmente quando a textura e o sabor da boca dele ficou tatuada na minha memória. Quando anseio pelo calor do corpo dele, pelo cheiro dele e pelo toque dele mais do que tudo. Esse anseio é recíproco, porque Jeongguk se tornou mais ousado, mais explícito e vocal em relação aos desejos dele. É como se suas inibições tivessem desaparecido. Ele não poupou detalhes sobre o que queria fazer comigo quando estivesse embaixo dele, e eu estava mais do que ansioso por isso.

Não demorou para marcarmos o nosso segundo encontro. Desta vez, Jeongguk me buscou na república estudantil. Ele também não fez mistério sobre a nossa programação. Eu sabia de antemão que íamos ao cinema. Até escolhi um filme desinteressante de propósito, assim não me culparia por beijar Jeongguk demais e assistir ao filme de menos. Compramos um balde grande de pipoca amanteigada e dois copos gigantes de coca-cola. Estava entusiasmado porque pegamos um assento na última fileira, onde ficamos a sós.

A tensão de estar numa sala escura de cinema, com Jeongguk sentado bem ao meu lado, se apossou de mim cinco minutos após o início do filme. As nossas mãos se encontravam sempre que pegávamos pipoca no balde compartilhado. Estava doido para segurar a mão dele, porém, meus dedos estavam oleosos demais para isso.

Quanto mais o tempo passa, mais carente fico da atenção de Jeongguk. Fantasio com cenários nos quais a minha boca acaba colada na dele. O mais inquietante é que Jeongguk parecia realmente interessado naquele filme, já que os olhos dele não desviavam da tela.

No meio da sessão, Jeongguk envolve os meus ombros em um abraço. Eu, que estava doido por uma oportunidade de beijá-lo, pensei ser a ocasião perfeita. Então, eu viro o meu corpo na direção dele e o puxo para um beijo apaixonado demais.

O problema é que vou com muita sede ao pote. E, atrapalhado como sou, esbarro no copo de coca-cola, banhando Jeongguk com o refrigerante. Eu me desculpo várias vezes apesar de Jeongguk não estar bravo. Na verdade, ele gargalha daquela situação e tira sarro de mim conforme o arrasto para o banheiro. Assim que entramos na cabine, pego vários lenços de papel para, inutilmente, tentar secar as roupas de Jeongguk. Para a minha sorte, Jeongguk estava vestido todo de preto, então não corre risco das roupas dele ficarem manchadas.

— Tira isso — peço, enquanto puxo a camisa de gola alta e mangas longas para fora das calças dele.

— Se você queria me ver sem camisa, bastava pedir, bebê. Não precisava me dar um banho de coca-cola — provoca, mas atende ao meu pedido.

Eu, definitivamente, não estava preparado para ver Jeongguk sem camisa. Quase tenho um enfarte, em plenos vinte e um anos, quando vejo aquele abdômen e peitoral definidos. A pior — ou melhor — parte é a tatuagem enorme de um tigre, cercado por lírios-tigre, que inicia na altura das costelas e termina no osso ilíaco, onde a pata do tigre se apoia.

Eu traço a tatuagem dele com as pontas dos dedos por impulso. Minha mão escorrega para a braguilha da calça dele, e meus olhos sobem para o rosto dele.

— Eu poderia chupar você agora mesmo — comento, sentindo meus joelhos cederem.

— Aposto que sim — Jeongguk diz, num tom provocante. — Mas o que eu realmente preciso agora é de uma caixa de lenços umedecidos e roupas novas.

— Desculpa, eu sou um idiota. — Abaixa a cabeça, envergonhado. — Eu estraguei o nosso encontro, não foi?

— Não precisa se desculpar, bebê. — Ele envolveu as minhas bochechas com carinho. — Esse foi o encontro mais memorável da minha vida. Ninguém nunca me deu um banho de coca-cola como você. E a sua oferta de boquete foi realmente quente.

Ele sorri, selando o meu beicinho.

— Para de zombar de mim — reclamo, escondendo o meu rosto no ombro dele. — Eu realmente queria beijar você.

— E o que te impede de me beijar agora? — pergunta, segurando a minha nuca para me fazer olhar para ele.

Então mergulhei nos lábios dele sem hesitar. Estava com saudades do gosto dele, do corpo dele, do calor dele. Poderia facilmente me tornar um viciado naqueles lábios rosados, macios e doces. Um viciado no modo como Jeongguk me segurava com firmeza e me beijava com paixão; no encaixe dos nossos corpos, que pareciam ter sido feitos sob medida um para o outro; em Jeongguk por inteiro, e em tudo o que éramos e poderíamos ser juntos.

A minha mão livre repousou sobre o ombro nu de Jeongguk e deslizou pelos bíceps e tríceps dele, sentindo a consistência dos seus músculos sob as minhas palmas, arranhando levemente a pele clara. Jeongguk me pressionou contra a parede e me devorou como um homem faminto, roubando o meu fôlego.

— Satisfeito agora? — perguntou quando nos separamos.

E eu assenti em resposta, com a mente anuviada demais para sequer respondê-lo com palavras.

Em seguida, Jeongguk vestiu sua camiseta, e saímos em busca de lenços umedecidos e roupas novas para ele. Foi necessário uma caixa praticamente inteira de lenços para Jeongguk se sentir limpo. Ele comprou um conjunto simples de moletom e um par de cuecas novas, porque o refrigerante arruinou até as roupas íntimas dele.

Estava me sentindo realmente envergonhado e culpado por ter estragado o nosso encontro. Por isso, Jeongguk me levou a um drive thru, onde compramos hambúrgueres, batatas-fritas e mais coca-cola — como se não bastasse todo o refrigerante que derramei nele -, e dirigiu até uma área do parque Hangang em que poderia estacionar o carro às margens do rio Han. Então, nos sentamos no capô do carro, comemos os nossos lanches e conversamos alegremente. A minha tentativa fracassada de dar uns amassos no cinema foi esquecida quando Jeongguk me levou para o banco de trás do carro dele.

Jeongguk me deixou na porta de casa assim como no nosso primeiro encontro. Era difícil parar de beijá-lo. Estava completamente viciado nele e fui consumido pela abstinência no instante em que dizemos "tchau", com um selinho repleto de saudade.

Quando contei a Jimin a história do refrigerante, me tornei motivo de piada para sempre. Mas estava tudo bem, porque aquele fiasco havia nos rendido um encontro memorável ao nosso próprio modo.

E, como na primeira vez, recebi um comprovante de transferência bancária antes de dormir.

O nosso relacionamento ficou sério a partir daí. Eu sabia que Jeongguk era altamente apaixonante desde o momento em que o conheci, mas não esperava que beijá-lo fosse como beber uma poção de amor. Quando dei por mim, estava completa e irrevogavelmente apaixonado por ele — e olha que ainda não havia levado a surra de pau que eu estava pedindo desde o nosso primeiro encontro.

Eu percebi que estava apaixonado por Jeongguk no nosso terceiro encontro, quando ele me levou para jantar em um restaurante chique depois de assistirmos a uma apresentação de ballet. Mas foi no nosso quarto encontro, quando Jeongguk me levou para fazer compras no shopping, que eu percebi que não queria que a nossa relação fosse baseada em interesses materiais. Porque nunca foi sobre interesses materiais para mim. Não de verdade.

Para mim, sempre foi mais do que isso. Era sobre como Jeongguk era educado, divertido, inteligente, carismático e cativante. Era sobre como ele ficava lindo, sorrindo, como a voz dele era melodiosa e os olhos dele eram deslumbrantes como a Noite Estrelada de Van Gogh. Era sobre como eu desejava beijá-lo a cada momento do dia e como cada segundo ao lado dele era especial. Era sobre como Jeongguk fazia eu me sentir único, importante, apreciado, amado. Eu nunca me sentia inseguro quando estava com ele, porque Jeongguk era sempre paciente e carinhoso.

Estava em conflito. A minha paixão por Jeongguk se transformava em amor a cada dia. Eu vivia com a cabeça nas nuvens, imaginando como seria estar num relacionamento sério com ele e chamá-lo de meu. Porém, os meus pés se fincavam no chão sempre que Jeongguk transferia dinheiro para a minha conta após um encontro, e eu percebia que era apenas o sugar baby dele. Ainda não havíamos discutido os termos de nosso relacionamento. Mas eu sabia que não queria isso para nós.

Se Jeongguk queria me mostrar que havia mais do que atração sexual entre nós, então eu queria mostrar para ele que havia muito mais do que interesses mútuos em nossa relação.

Tudo o que eu não queria era que Jeongguk pensasse que eu era igual aos ex-namorados dele, que se importavam mais com a conta bancária do que com o coração dele.

— O que eu faço, Jiminie? — perguntei, após desabafar com o meu amigo sobre tudo.

Eu estava deitado num dos bancos do pátio da faculdade, com a cabeça apoiada nas coxas de Jimin, que acariciava os meus fios loiros.

— Eu não acredito que você tá com pena de arrancar dinheiro dele. — Jimin bufou. — O objetivo não era ele te bancar?

— Era. Mas como você mesmo diz, eu sou uma bicha burra e me apaixonei. — Fiz beicinho, encarando-o com minha melhor expressão de cachorro abandonado.

— Você pode ser apaixonado e ser bancado por ele, ué. — Jimin deu de ombros, indiferente.

— Eu só não quero que ele pense que tô interessado apenas no dinheiro dele. Eu quero que o Jeongguk se sinta amado por mim, entende? — expliquei mais uma vez.

— Olha, Tae, eu não sou nenhum especialista em relacionamentos... — Jimin penteou a minha franja para trás. — Mas acho que no caso de vocês não tem segredo. Diz pra ele que você tá apaixonado e que quer um lance sério, tá ligado? — Eu assenti em concordância. — Se ele quiser te ajudar financeiramente, aceita. Desde que seja tudo conversado entre vocês, qual é o problema? — perguntou retórico. — Gente rica gasta rios de dinheiro em tanta futilidade. A semestralidade da sua faculdade deve ser insignificante pra ele, mas é importante pra caramba pra você.

— Nossa, ele me levou num restaurante podre de chique um dia desses. O que ele gastou em um prato de salada lá dava pra comprar comida pra mim o mês inteiro, juro — comentei, aproveitando a deixa. — Eu fiquei indignado com aquilo, mas o Jeongguk só riu de mim.

— Enquanto isso você tava sobrevivendo à base de miojo porque não tinha dinheiro nem pra comer algo decente... — Jimin observou.

— É, você tem razão — disse, com as sobrancelhas franzidas em uma expressão pensativa. — Eu vou encontrar as minhas bolas pra dizer pra aquele burguês safado que eu quero ser o namorado, não o sugar baby dele.

— É assim que se fala — Jimin me incentivou.

Depois daquela conversa, eu comecei a criar cenários na minha mente em que confessava para Jeongguk que estava apaixonado e o pedia em namoro. Isso me deixava muito ansioso e nervoso. Não porque eu tivesse dúvidas quanto aos sentimentos de Jeongguk. Eu sabia que ele gostava de mim, pois ele demonstrava isso o tempo inteiro. Porém, eu temia que ele preferisse ter uma relação de interesses mútuos em vez de um relacionamento convencional.

Havia uma regra tácita nos relacionamentos sugar: não captar sentimentos. Mesmo quando há sentimentos, os relacionamentos costumam ser abertos — algo que a minha limitada mente monogâmica não suportaria. Os compromissos mútuos são acordados como uma transação financeira. Eu não era contra esse tipo de relacionamento. Mas, para mim, um relacionamento como esses só daria certo caso eu não estivesse apaixonado pelo meu parceiro. Porque quando eu amava, eu esperava entrega, reciprocidade e estabilidade.

Eu queria ser o garoto de Jeongguk, mas também queria que Jeongguk fosse o meu homem.

Esperei o momento certo para dizer isso a Jeongguk. Esse momento chegou quando Jeongguk me convidou para jantar no apartamento dele no sábado e passar o domingo lá. Eu sabia, é claro, que esse convite era um convite para transar. E, sinceramente, eu já estava subindo pelas paredes de vontade de dar para Jeongguk naquela altura do campeonato, então concordei sem pensar duas vezes. Já que a coisa mais íntima que fizemos, desde o nosso primeiro encontro, foi uma punheta no banco de trás do carro dele.

Dessa vez, foi fácil escolher uma roupa para o nosso jantar íntimo. Jeongguk havia me levado em lojas de grife no nosso último encontro e me mimado com roupas, sapatos, bolsas e joias que custavam um carro popular.

Eu vesti um suéter vermelho, combinado com umas calças jeans de lavagem clara e um mocassins marrons. Coloquei um par de brincos de pérolas e um conjunto de anéis finos nos dedos para complementar. Também separei um pijama e mudas de roupas para usar no domingo.

O motorista veio me buscar às oito horas da noite e me deixou bem na porta do apartamento de Jeongguk. Assim que a porta se abriu, Jeongguk segurou a minha mandíbula e uniu os nossos lábios em um beijo carinhoso, que me fez derreter no calor dos braços dele.

— Eu estava com saudades, bebê — Jeongguk diz contra os meus lábios, e eu sorrio feito bobo.

— Eu também — respondo, beijando-o novamente.

Quando separamos os nossos lábios, Jeongguk segurou a minha mão e me conduziu para dentro do seu apartamento. Eu não fiquei surpreso ao descobrir que ele morava em uma cobertura extremamente luxuosa, com direito a piscina no terraço e tudo. O apartamento de Jeongguk era todo no porcelanato e mármore, com painéis de madeira nas paredes, e uma mobília em tons de creme e marrom.

— Eu cozinhei para nós essa noite — Jeongguk diz, saindo da cozinha em direção à sala de jantar com uma travessa nas mãos. — Espero que você goste de jajangmyun porque eu estou longe de ser um chefe. — Coloca o prato na mesa.

— Com a quantidade de miojo que eu costumava comer, eu é que estou anos-luz de ter um paladar refinado. — Sorrio, tentando tranquilizá-lo, e peguei um prato para me servir.

Jeongguk trouxe uma garrafa de soujo para acompanhar e se sentou na cadeira ao meu lado, servindo-se de macarrão também. Ao contrário do nosso jantar no restaurante, eu me sinto confortável e relaxado em um ambiente mais íntimo, sem ninguém além de Jeongguk para julgar a minha etiqueta na mesa.

O próprio Jeongguk parece mais relaxado esta noite. Isso fica claro pela forma como está vestido — usando um conjunto de moletom cinza-escuro e meias brancas — e pelo seu comportamento despreocupado. É a primeira vez que o vejo em seu habitat natural, e estou adorando a experiência.

— Além de gostoso e inteligente, você ainda sabe cozinhar — digo, inclinando-me na direção dele. — Acho que ganhei na loteria com você. — Selo os nossos lábios rapidamente.

— Eu sou um verdadeiro príncipe encantado, sabia? — Jeongguk retruca, em um tom brincalhão.

— Pensei que eu era o príncipe.

— Você é o meu príncipe — Jeongguk enfatiza. — Por isso eu te mimo tanto. — Dá jajangmyun na minha boca.

Eu mastigo a comida alegremente, ganhando um selinho na bochecha.

Nós continuamos a refeição, dando comida na boca um do outro, enquanto conversamos e flertamos, trocando beijinhos e carícias inocentes. É surpreendente o quão sensíveis nos tornamos em menos de dois meses de relacionamento. Existe um magnetismo entre nós, que torna qualquer distância intolerável.

Quando terminamos de comer, ajudei Jeongguk a colocar a louça na máquina de lavar antes de nos acomodarmos no sofá da sala.

Agora, estou sentado com as pernas jogadas sobre as de Jeongguk, a cabeça acomodada no bíceps dele, conforme compartilhamos uma taça de Pinot Noir e nos beijamos.

— Beijar você já é viciante, com gostinho de vinho então... — Jeongguk comenta após emergir de mais um beijo longo, roçando a ponta do nariz dele contra o meu.

Eu dou uma risadinha, levando a taça aos meus lábios para bebericar mais um gole de vinho e puxar Jeongguk para outro beijo. A língua de Jeongguk adentra a minha boca imediatamente, sorvendo vinho ao mesmo tempo em que me beija em um ritmo lento, mas sensual.

— Garoto, assim você vai me deixar bêbado — Jeongguk geme contra a minha boca, afastando a minha franja para plantar um selinho na minha testa. — E eu preciso continuar sóbrio — diz mais para si mesmo do que para mim. — Tenho algo importante para conversar com você.

— O que é mais importante do que beijar na boca? — pergunto, segurando a sua mandíbula e perseguindo os seus lábios vermelhos.

— Tae... — Jeongguk fala com a voz afetada ao que beijo a curva dos lábios dele. — É sério, eu não consigo raciocinar direito com a sua boca na minha. — Ele foge de mim, fazendo os meus lábios selarem a mandíbula dele.

— Tudo bem. — Ergo as mãos em rendição. — Fala — exijo, bebendo o último gole de vinho da minha taça.

— Espera um minuto — Jeongguk pede e remove as minhas pernas de cima dele.

Ele caminha para o interior do seu apartamento, sumindo no corredor escuro. Retorna poucos minutos depois, com uma pasta preta e uma caneta nas mãos. Jeongguk rouba a taça — agora cheia — das minhas mãos e a coloca na mesa de centro, selando os meus lábios ao sentar ao meu lado outra vez.

— Eu conversei com alguns especialistas em direito civil e familiar para fazer um contrato que regule o nosso relacionamento — Jeongguk anuncia ao abrir a pasta. — Foi muito difícil elaborar esse contrato porque a prestação de serviços sexuais, serviços de acompanhantes de luxo e a união entre pessoas do mesmo gênero não é legalizada no nosso país, mas nós conseguimos encontrar uma brecha na regulamentação de pagamento de pensões — explica, usando um jurisdiquês que teria me deixado caidinho por ele, não fosse pela pontada provocada no meu coração pela palavra "contrato".

Eu fico sem reação por um momento. Não sabia o que dizer a Jeongguk. Não esperava que ele fosse chegar ao ponto de elaborar um contrato, de fato. Achava que isso era muito 50 Tons de Cinza para acontecer na vida real.

Mas Jeongguk tira alguns papéis da pasta e os entrega para mim, continuando seu monólogo:

— Basicamente, o contrato diz que eu me comprometo a pagar por todas as suas despesas, assim como os seus estudos, além de te dar uma "pensão" todos os meses. — Fez aspas com os dedos. — Também estipula que nenhum de nós dois pode ter relações amorosas ou sexuais com outras pessoas, pois significaria a quebra imediata do contrato — explica quando começo a ler as cláusulas. — Espero que isso não seja problema pra você, mas eu quero exclusividade total... — Ele me encarou com um quê de insegurança no olhar. — O contrato tem duração de um ano, nem todos os termos têm validade jurídica, e pode ser dissolvido por qualquer uma das partes a qualquer momento.

Não consegui ler todas as cláusulas contratuais porque a minha mente estava girando. Além dos termos mencionados por ele, Jeongguk também me prometia um flat com 120 m², um carro com motorista particular e um cartão de crédito com um limite tão alto que precisei contar os zeros duas vezes para ter certeza de que não estava vendo coisas.

— Quanto a parte sexual — Jeongguk limpa a garganta. — Eu fiz um check-up completo, e espero que você faça também. Não tenho preferências muito excêntricas na cama, mas prefiro sexo sem camisinha, então... — Ele abaixou o olhar, ligeiramente envergonhado.

Eu concordo com a cabeça, mas só penso no quanto aquilo parece errado. Não quero que o meu relacionamento com Jeongguk seja baseado nas páginas de um contrato. Eu quero muito mais dele. Quero muito mais de nós.

— Você não vai dizer nada, Tae? — pergunta, com um semblante preocupado. — Se tiver alguma coisa que você não goste no contrato, nós podemos rever e negociar — diz, levando a mão ao meu joelho para afagá-lo reconfortantemente.

Suspiro pesarosamente e mordisco o lábio inferior ao reunir coragem para dizer:

— Eu não posso assinar esse contrato, Jeongguk. — Entrego os papéis para ele. — Eu pensei melhor e decidi que não é isso o que eu quero — falo num tom de desculpas.

Jeongguk franze as sobrancelhas em uma expressão de confusão.

— Mas... mas... eu pensei que... — gagueja, desorientado pela minha resposta. — Eu pensei que nós dois queríamos a mesma coisa... que você queria ficar comigo... — Ele me encara com um olhar perdido.

Eu tomo a pasta com a papelada das mãos dele e a coloco sobre a mesinha de centro, para então subir agilmente no colo de Jeongguk, apoiando as mãos nos ombros dele e colocando um joelho de cada lado das coxas dele.

— Me escuta, Gukie — peço, envolvendo as bochechas dele num afago carinhoso. Ele parece tão perdido, confuso e decepcionado que corta o meu coração vê-lo assim. — Eu me apaixonei por você.

Jeongguk tenta responder, mas pressiono as bochechas dele até que seus lábios se projetem num biquinho fofo.

— Me apaixonei mesmo — enfatizo, e as mãos dele envolvem a minha cintura. — Eu sonho acordado com você o tempo todo, quero te beijar toda hora... — Selo os lábios fofos dele. — Você faz o meu coração disparar e o meu estômago revirar como nesses livros de romance. — Afrouxo a pressão em torno da bochecha dele. — Eu sinto saudade de você quando não estamos juntos e adoro cada segundo que passo com você. — Acaricio a pele dele com os polegares. — Também nunca senti tanto tesão por um homem, e acho que nunca vou sentir. — Dou uma risadinha, para aliviar o clima.

— Bebê... — Jeongguk tenta falar novamente, mas é calado por um beijo meu.

— O que eu quero dizer é que você poderia ser um assalariado fodido e mesmo assim eu me apaixonaria por você — digo com bom-humor. — Pra ser sincero, desde o começo, eu tava mais interessado em sentar em você do que em ser “patrocinado”.

Jeongguk sorri alto.

— Jura? — ironiza. — Eu nem percebi.

E as mãos dele deslizam para a minha bunda.

— Nunca fiz segredo disso. — Sorrio, arqueando as costas para facilitar o acesso para as mãos bobas dele. — Mas esse não é o ponto — retomo o fio da meada. — A questão é que eu quero ser o seu namorado, não o seu sugar baby.

— Você está me pedindo em namoro, bebê? — Jeongguk pergunta, suavemente, com um sorriso tímido no canto dos lábios, e leva a mão ao meu rosto para afagar a minha bochecha.

— Sim. — Concordo com a cabeça. — Você aceita?

— É claro. — Jeongguk suspira ao beijar os meus lábios com ternura. — Eu seria louco se dissesse não para o garoto que amo — sussurra contra a minha boca, enquanto me encara com intensidade.

Eu arregalo os olhos ao ouvir a confissão de Jeongguk. Porém, não tenho tempo para pensar nas suas palavras, pois logo os lábios dele cobriram os meus novamente, em um beijo apaixonado e exigente, que me faz ofegar contra a boca dele.

Emaranho os dedos nos cabelos escuros e macios de Jeongguk, puxando-os levemente conforme me pressiono contra ele. Eu deslizo para dentro da boca dele, induzindo as nossas línguas a se enrolarem, sugando e mordiscando a língua de Jeongguk em um beijo sensual.

Enquanto isso, Jeongguk desliza as mãos para dentro do meu suéter. As mãos dele subem e descem pelas minhas costas, acariciando a minha pele e apertando a minha cintura, para em seguida agarrar os meus quadris e apalpar a minha bunda.

O meu sangue corre quente nas minhas veias e se acumula no sul do meu corpo; me incita a buscar atrito entre o meu pau semi-ereto e o abdômen de Jeongguk, enquanto esfrego a bunda na ereção crescente dele.

— Este garoto lindo está mesmo apaixonado por mim? — Jeongguk inquiriu, maravilhado, ao separar as nossas bocas, levando uma de suas mãos até a minha nuca e segurando meu cabelo num aperto firme.

— Sim — ofego.

— Então me dê todo o seu tempo livre — exige, me encarando profundamente. — Eu quero aproveitar cada minuto com você. Quero toda a sua atenção, carinho, paixão; seus beijos, seu corpo... — Reúne nossos lábios em um beijo profundo, porém breve. — Eu quero ir a milhares de encontros com você. Quero ver você sorrir para mim todo dia — continua, beijando o meu queixo e maxilar, aproximando-se da minha orelha. — Eu quero fazer amor com você — sussurra, mordiscando o lóbulo da minha orelha. — Mas também quero foder você com força.

Emiti um gemido rouco em resposta, ao que Jeongguk impulsionou os quadris para cima, como se estivesse me penetrando.

— Eu quero tudo com você, bebê. — Jeongguk suspira, num tom tão afetuoso que faz o meu coração inchar. — Porque estou fodidamente apaixonado por você — declara, ouvindo-me arquejar. — Você vai me dar tudo, Taehyung?

— Vou, vou sim — respondo, beijando-o desesperadamente.

— Mas eu tenho que te avisar — diz, me encarando por entre os cílios espessos. — Eu posso ser muito grudento, ciumento e possessivo às vezes. Todo mundo diz que sou muito intenso quando terminam comigo. E eu também sou bastante cafona.

— Perfeito. — Eu selo os lábios dele na tentativa de apagar a insegurança daqueles olhos escuros. — Porque vou grudar em você como chiclete, e sempre vou te lembrar que sou seu bebê. Só seu — digo, plantando beijinhos no sinal embaixo do lábio inferior, na ponte daquele nariz perfeito, no vinco entre as sobrancelhas grossas e nas bochechas macias dele.

— Só meu. — Sorri, satisfeito com a minha resposta.

Então devora os meus lábios e bebe do interior da minha boca. Suas mãos passeiam pelo meu corpo, apertando a minha carne e me pressionando em seus braços, como se cada milímetro de distância fosse incômodo.

Eu movimento os meus quadris em sentido horário, arqueando a bunda de forma sensual.

A boca de Jeongguk desliza pelo meu queixo, a caminho da minha garganta, e eu inclino a cabeça para trás para lhe dar acesso livre ao meu pomo de Adão. Jeongguk agracia a minha pele com beijos, chupões e mordidas; afundando o nariz no cume das minhas clavículas e regando a minha pele de saliva. Ele empurra a gola do meu suéter para baixo, fazendo a manga pender no meu ombro para beijar a nova faixa de pele exposta.

Já estou completamente duro nas calças. Posso sentir a minha cueca úmida e pegajosa à medida que o meu pau pulsa carente de contato. A sensação do pau duro de Jeongguk sob a minha bunda me deixa ainda mais excitado e sensível. Por isso, rebolo no colo dele, buscando mais atrito, mais estímulo, mais prazer, mais.

— Está sentindo o quanto eu te quero, bebê? — Jeongguk pergunta ao pé do meu ouvido e flexiona seus quadris ao encontro dos meus.

— Sim... — arquejo, abraçando a sua cabeça e pressionando o seu rosto na curva do meu pescoço. — Você tá tão duro... — Eu me esfrego contra ele com mais força.

— É por você, bebê. — Jeongguk mordisca o meu pescoço. — Você me deixa assim.

Suspiro quando os quadris de Jeongguk se chocam contra a minha bunda novamente, fazendo a minha mente girar, preenchida por imagens de Jeongguk movendo os quadris daquele jeito quando estiver dentro de mim. Mal posso esperar por isso.

— Você gosta assim, hein? — Jeongguk ri, sacana, e afunda os dedos nas minhas nádegas, em um aperto dolorido.

Eu gemo em resposta e afundo o nariz nos cabelos dele.

— É assim que você quer ser fodido, bebê? — pergunta, movendo os quadris em uma fricção tão gostosa que poderia me fazer gozar só com aquilo. — Vai gemer rouco e manhoso assim quando estiver metendo em você?

— Unhum — concordo, mordendo os lábios para calar outro gemido.

Jeongguk segura o meu cabelo e puxa a minha cabeça para trás, me encarando com os olhos famintos.

— Eu quero ouvir todos os sons que você faz — exige, acariciando o meu lábio inferior com o polegar. — Quero ouvir você implorar por mim... Sua voz é tão linda que dá vontade de fazer você gritar, bebê. — Ele prende o meu lábio inferior entre os dentes, puxando-o sensualmente.

— Por favor — supliquei com a voz arrastada. — Faça o que quiser comigo, papai.

Jeongguk emite um gemido áspero, ao que seus olhos escurecem.

— Você vai me enlouquecer, garoto — pragueja, enjaulando-me em seu abraço e capturando meus lábios em um beijo febril. — Preciso de você na minha cama. Agora — disse, com um renovado senso de urgência.

— Então você vai ter que me carregar — afirmo, porque minhas pernas estão bambas demais para fazer a caminhada até o quarto.

Jeongguk dá uma risadinha e me beija de forma carinhosa.

— Você é realmente meu bebezinho — diz amorosamente ao firmar as mãos embaixo das minhas coxas e se levantar do sofá comigo no colo. — Meu bebê carente e mimado. — Beija a minha têmpora, me aconchegando ao seu colo enquanto caminha.

— Você que me mimou — acuso, empinando o nariz.

Jeongguk apenas sorri e segue o caminho até o quarto dele, me pedindo uma mãozinha na hora de abrir a porta, para logo depois me colocar com muito cuidado sobre a sua cama king size. Eu avalio rapidamente a decoração do quarto dele: há janelas do chão ao teto na outra extremidade, com grossas cortinas black-out, a cama enorme no centro, com uma mesa de cabeceira de cada lado, uma recamier em frente à cama, uma televisão grande e, na outra extremidade, portas de correr de madeira que levam ao closet e ao banheiro.

— Espere um minuto. Eu vou pegar o lubrificante e a camisinha e já volto, ok? — pede, plantando um beijinho na minha testa.

Jeongguk desce da cama e caminha até o banheiro. Enquanto isso, aproveito para tirar as minhas roupas, jogando-as no tapete ao lado da cama antes de deitar de bruços, com a bunda em plena exibição e a cabeça sustentada pela minha mão. Não demora para Jeongguk retornar com um frasco de lubrificante roxo e uma cartela de camisinhas nas mãos, que coloca sobre a cama.

— Porra, Taehyung... — xinga, com os olhos percorrendo o meu corpo nu. — Você é tão lindo, bebê, absolutamente perfeito — elogia, apoiando um joelho em cima da cama ao se inclinar para me beijar.

Eu correspondo o beijo, mas o empurro para fora da cama.

— Quero chupar você — declaro, me erguendo sobre as minhas mãos e joelhos sobre o colchão para engatinhar até a borda da cama. Então levo as mãos ao cós das calças de moletom de Jeongguk e as puxo para baixo com a cueca bóxer dele.

— Quer que eu foda essa boca linda, bebê? — pergunta, enredando as mãos nos meus cabelos para penteá-los delicadamente para trás.

— Quero.

Eu o encaro por entre os cílios ao segurar o seu pau com a minha destra. Em seguida, coloca a língua para fora e, sem quebrar o contato visual, lambo a glande avermelhada dele.

Jeongguk entreabre os lábios, soltando um suspiro suave em resposta ao estímulo, que me incentiva a contornar a cabeça com a língua antes de envolvê-la com os lábios, comprimindo-os ao redor do eixo, enquanto o massageio com a língua.

— Olhe só para você... — diz, com a voz grave, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Um garoto tão bom chupando o pau do papai.

Segurando a minha franja para trás, Jeongguk investe cautelosamente dentro da minha boca, me fazendo engolir mais da metade do seu pau. Emito um gemido do fundo da minha garganta, estimulando-o com a vibração da minha voz.

— Você gosta disso, bebê? De ter essa boquinha linda cheia de pau? — pergunta, apertando o meu cabelo.

Eu seguro o pau dele pela base e o retiro da boca com um “ploc” audível, ao que uma linha fina de saliva conecta os meus lábios ao pau dele.

— Fode a minha garganta, papai — peço, subindo e descendo o meu punho ao redor do eixo coberto de saliva e pré-sêmen.

— Porra! — Jeongguk pragueja, excitado, quando o abocanho por inteiro, até que o meu nariz esteja aninhado aos seus pêlos escuros.

Eu o chupo com veemência, vendo-o jogar a cabeça para trás e gemer de prazer. Jeongguk agarra o meu cabelo, puxando-o com força, e me fazendo choramingar em volta dele.

— A sua garganta é deliciosa, bebê. Você chupa meu pau como uma vadiazinha — tagarela conforme investe em um ritmo compassado dentro da minha boca.

As palavras de Jeongguk me incentivam a continuar chupando o pau dele e a estimulá-lo com a minha língua. Também fazem o meu próprio pau pulsar, duro e negligenciado, entre as minhas pernas, babando pré-sêmen nos lençóis da cama.

Depois de algumas investidas, os movimentos de Jeongguk ganham velocidade e força, fodendo a minha boca sem piedade, me fazendo salivar e gemer em torno dele e buscar apoio nas suas coxas. Sinto o estremecimento dos músculos dele sob as minhas mãos, o seu corpo sofrer espasmos de prazer, o seu pau latejar na minha garganta e os seus gemidos se tornarem mais desesperados.

Então, quando pensei que Jeongguk iria gozar na minha garganta, ele puxou a minha cabeça para trás, usando o meu cabelo como alavanca, e tirou o pau da minha boca.

— Você é tão bom, bebê. — Jeongguk aperta os meus cabelos e me puxa para um beijo imoral. Ele suga os meus lábios e a minha língua com vigor, me deixando zonzo. — Um bebê perfeito — sussurra contra os meus lábios inchados, soltando os meus cabelos para segurar a minha bochecha. — Agora o papai vai cuidar de você — promete, beijando a minha testa com carinho.

— Por favor, papai — imploro, agarrando a gola do seu moletom e o encarando com um olhar carente.

— Deite de barriga para cima e com as pernas bem abertas para mim, ok? — Jeongguk me orienta, e eu faço que sim veementemente.

Assisto Jeongguk a se despir na borda da cama. Eu quase salivo ao vê-lo completamente nu, com metros e metros daquela pele perfeita em plena exibição. A pele dele é pintada com tatuagens pretas localizadas em lugares estratégicos, visíveis apenas para quem tiver a honra de ver Jeongguk em toda a sua glória nua. O corpo dele é escultural, definido e musculoso, sem deixar de ser esbelto e curvo. Ah, e aquela cinturinha... Eu não via a hora de abraçá-la com as minhas pernas.

— Você é fodidamente gostoso — suspiro, acariciando o meu pau enquanto o devoro com o olhar. — Eu gozaria só olhando pra você assim.

Jeongguk sorri para mim, presunçoso, e me fita com aqueles olhos escuros e hipnotizantes.

— Eu posso dizer o mesmo sobre você — afirma, ao subir na cama, mantendo os olhos conectados aos meus, ao engatinhar com a fome de um predador para cima de mim. Ele parou quando sua cabeça alcançou o vão entre as minhas pernas.

— Não me canso de dizer como você é lindo, bebê. — Ele segura a minha perna e arrasta a boca pelo interior da minha coxa, serpenteando a sua língua molhada e quente na região sensível. — A sua pele é tão macia e cheirosa... — Ele pressiona o nariz contra a minha carne, se aproximando cada vez mais da minha virilha. — Não tem nenhum pelo. Você se depilou pra mim?

Faço que sim com a cabeça.

— Papai... — imploro, apertando as minhas coxas em torno da cabeça dele.

— Shhh, bebê — Jeongguk me acalenta, beijando a junção da minha perna com a minha virilha. — O papai vai cuidar de você — repete ao segurar o meu pau duro e necessitado com sua destra, dando um impulso firme nele. — Olhe só para você... — diz, abaixando o meu prepúcio e contornando a minha glande com o polegar. — O seu pau está vermelho e babando por minha causa. — Lambe o pré-sêmen expelido pela minha fenda, e eu emito um gemido desesperado. — Aposto que você molhou a sua cueca todinha...

— Sim — confesso, levando as mãos aos cabelos de Jeongguk.

— O que você prefere, bebê, quer que eu chupe o seu pau bonito ou coma a sua bunda apertada com a minha língua? — Jeongguk pergunta, me masturbando lentamente.

— Ninguém nunca me comeu antes — respondo, com a voz entrecortada e a respiração ofegante.

— Oh, bebê... — Jeongguk exala de pena. — Então o papai vai comer a sua bunda gostosa — promete, beijando o osso ilíaco do meu quadril. — Só vira de bruços pra mim primeiro, sim?

Eu atendo ao pedido de Jeongguk novamente e me deito de bruços. Cuidadosamente, Jeongguk pega dois travesseiros e os coloca debaixo da minha barriga de modo que o meu quadril fique arqueado para cima. Em seguida, pega o lubrificante à base d'água e despeja generosamente sobre a minha entrada antes de cobrir os próprios dedos.

Sinto Jeongguk massagear a minha entrada, contornando o anel de músculos com o dedo até que esteja relaxado o suficiente para me penetrar com o indicador.

— Tudo bem, bebê? — Jeongguk pergunta atenciosamente ao sentir a pressão em torno do dedo dele.

— Sim...

— Você é tão apertado, bebê... — Jeongguk geme. — Está apertando tanto o meu dedo. — Iniciou os movimentos de entra e sai.

Ele beija a minha nádega, depois no meu cóccix, e sobe plantando beijos molhados ao longo da minha coluna, até alcançar a minha nuca.

— Você vai fazer o papai se sentir tão bem, não vai, bebê? — Jeongguk mordisca minha orelha.

— Vou, papai — arfo. — Vou ser o melhor buraco que você já fodeu.

— Você já é o melhor, bebê — Jeongguk sussurra, sugando o lóbulo da minha orelha ao me penetrar com o dedo médio.

Ele continuou movendo os seus dedos dentro de mim conforme beijava o meu pescoço e ombro, descendo com os seus beijos pelas minhas costas. Quando chega a minha cintura, Jeongguk a morde onde possuo mais carne. Então segue mordiscando e lambendo a minha pele até alcançar o meu cóccix outra vez. Os seus beijos se tornam mais apaixonados ao chegar às minhas nádegas.

— Por favor — imploro, e recebo uma palmada em resposta.

— Você tem que ser paciente, bebê — diz, com um tom sombrio, ao lamber minha pele avermelhada. — Quero levar meu doce tempo adorando seu corpo.

Jeongguk continuou me tocando e me beijando em todos os lugares que suas mãos e boca alcançavam, enquanto os dedos dele levavam à cabo uma prazerosa tortura dentro de mim, evitando estimular a minha próstata de propósito.

Estava prestes a implorar para Jeongguk massagear a minha próstata, mesmo que isso significasse levar outra palmada, quando ele tirou os dedos de dentro de mim e separou as minhas nádegas, expondo o meu buraco molhado de lubrificante para ele.

Então, antes que pudesse dizer qualquer coisa, eu senti os lábios de Jeongguk à minha volta, e a língua dele contornar o anel de músculos. É como um beijo de língua, mas num local muito mais íntimo, erótico e sensível do que a minha boca. Quanto mais Jeongguk me estimula com a língua e me chupa, mais carente fico. Preciso dele dentro de mim.

Eu me ergo sobre meus cotovelos e olho para trás, por cima dos ombros, vendo o rosto de Jeongguk entre as minhas nádegas. O cabelo dele está bagunçado, as pupilas dilatadas e as bochechas avermelhadas, enquanto se esforça para me satisfazer.

Nunca tive uma visão mais excitante do que essa em toda a minha vida.

— Por favor, papai, eu preciso da sua língua dentro de mim — imploro num tom rouco e profundo, levando a minha mão aos cabelos de Jeongguk, pressionando a cabeça dele contra a minha bunda ao mesmo tempo que empurro os quadris para trás.

Jeongguk emite um grunhido excitado ao atender ao meu pedido, enfiando a língua dentro de mim.

Imediatamente, tento mover os meus quadris em busca de mais atrito, mas Jeongguk detém os meus movimentos para controlar o ritmo com o qual a sua língua penetra o meu interior quente.

Como se a língua dele não fosse o bastante para me enlouquecer, Jeongguk envolve o meu pau com a destra e inicia uma masturbação firme, me fazendo cair na cama, com a bochecha amassada contra o travesseiro, mordendo a fronha para calar os meus gemidos desesperados.

Jeongguk se afasta para cuspir na minha entrada, retomando o seu beijo apaixonado em seguida. A mão esquerda dele acertou a minha nádega com uma palmada que fez o meu corpo sacolejar na cama.

— Gukie! — grito quando ele me acerta, mas o meu pau pulsa, babando de excitação no punho de Jeongguk.

Ele se afasta da minha bunda com um sorriso arrogante na curva dos lábios inchados e molhados de saliva.

— É papai pra você — corrige, deferindo outra palmada na minha bunda.

Dessa vez, quando Jeongguk me acerta, eu gozo no punho dele, sofrendo com espasmos de prazer por todo o corpo.

— Ora, ora... — Jeongguk estala a língua. — O meu bebê gosta tanto de levar umas palmadas que gozou? — pergunta, cobrindo o meu corpo com o dele.

Não consigo respondê-lo. A minha mente está em branco e o meu corpo treme, sentindo choques de prazer por todo o corpo.

— Você é tão bom pro papai, bebê. — Jeongguk beija a minha bochecha. — Parece que foi feito pra mim. Tão obediente e flexível, aceitando tudo que o papai te dá. — Continua plantando beijos pelo meu rosto de forma carinhosa.

Eu suspiro feliz com as carícias e elogios de Jeongguk, sendo tomado pelo desejo de ser o melhor garoto que ele já teve.

— Tudo bem se o papai continuar abrindo a sua bundinha apertada? — pergunta com os lábios em volta da concha da minha orelha, desencadeando um arrepio no meu corpo.

— Aham — murmuro ao que concordo com a cabeça.

— Bom menino. — Jeongguk ergue a minha cabeça, segurando a minha mandíbula, e beija os meus lábios.

Em seguida, pega o frasco de lubrificante e despeja uma quantidade generosa entre as minhas nádegas, espalhando o líquido com os dedos. Então, ele desliza um dedo dentro de mim, puxando-o para fora antes de enfiar o segundo dedo. Ele me estoca com os dois dedos um par de vezes antes de enfiar o terceiro.

Sinto a respiração quente de Jeongguk contra a minha orelha, enquanto fala sobre o quão gostosa é a minha bunda e como amou me comer, devaneando em seguida sobre como queria me encher de porra na próxima vez.

Essa conversa suja me deixou muito excitado e confiante. Gosto de ser apreciado, desejado e elogiado. Adoro como Jeongguk me paparicava e mimava o tempo inteiro, sempre afetuoso. Mas prefiro ser fodido de verdade. Eu fico excitado ao ser superado na cama, rendido por um corpo mais forte. Amo sufocar e engasgar num pau, levar umas palmadas e uns bons puxões de cabelo, ser marcado com mordidas e chupões e, claro, ser recompensado com uma boa surra de pau.

Jeongguk já havia me dado tudo isso, exceto uma surra de pau, e é justamente disso que eu preciso.

— Eu preciso de você dentro de mim, papai — imploro, apelando para um tom manhoso e um olhar carente.

Jeongguk xinga baixinho de excitação. Mas logo se acomoda sobre o meu corpo, com um joelho de cada lado dos meus quadris, e o pau úmido e quente entre as minhas nádegas. Ele alcança o pacote de camisinha e o abre com os dentes, sob meu olhar observador. Nunca considerei tão sexy um homem vestindo uma camisinha.

Os olhos dele se conectam aos meus imediatamente. Há um calor no olhar de Jeongguk que me faz prender a respiração. Ele apóia uma mão ao lado da minha cabeça, e eu me ergo sobre os meus cotovelos, angulando o rosto para beijá-lo. Sinto o pau dele deslizar entre minhas nádegas, ameaçando me penetrar.

Por favor — arfo de necessidade.

Então ele pressiona a minha entrada, deslizando para dentro de uma só vez com um impulso firme. Eu entreabro os lábios em um gemido rouco, sentindo-o pulsar duro e quente dentro de mim, enquanto meu corpo o oprime.

Fazia muitos meses desde a última vez que fiz sexo anal. Por isso, estou mais apertado e sensível do que de costume, e demoro para relaxar embaixo dele. Enquanto me adapto à penetração, Jeongguk me distrai com beijos sensuais.

Os movimentos de Jeongguk começam lentos e rasos. Ele me beija e afaga o meu cabelo o tempo todo, olhando dentro dos meus olhos, com uma ternura que nunca experimentei antes.

— Você é tão apertado que dói — Jeongguk ofega contra a minha orelha. — Estou com medo de te arrebentar, bebê — confessa, se movendo com estocadas rasas e lentas.

— Me arrebenta — ordeno, com a voz ofegante. — Eu gosto quando dói.

— Porra! — grunhe, arremetendo a pélvis contra a minha bunda com tanta força que sufoco. — Vou socar em você com tanta força que vai me sentir por dias.

— Por favor — choramingo.

Assim, Jeongguk prende as minhas mãos acima da cabeça, entrelaçando os nossos dedos ao firmar os joelhos na cama e se elevar sobre o meu corpo. Então impulsiona a pélvis num ritmo selvagem, metendo violentamente dentro de mim. As minhas entranhas ardem com a fricção, e choramingo de prazer cada vez que golpeia a minha próstata com força.

— Isso! — grito, quando ele encontra o ângulo perfeito. — Assim, papai! Por favor!

Jeongguk responde com excitação aos meus clamores, estocando no mesmo ângulo e ritmo, com uma precisão surpreendente. Eu o encaro com os olhos marejados, observando o suor orvalhar a sua pele, o cabelo grudar na testa, enquanto castiga os seus lábios com os dentes. Seu olhar encontra o meu, e Jeongguk se abaixa, estendendo a língua para lamber as lágrimas que escorrem pela minha bochecha. Ele solta a minha mão para agarrar a minha mandíbula e me beijar, diminuindo o ritmo da penetração.

— Eu quero olhar pra você — peço ao interromper o beijo.

Ele entende o meu pedido, e desliza para fora de mim. Com movimentos ágeis, Jeongguk se deita de barriga para cima na cama e me puxa para montar o quadril dele. Eu admiro a imagem de Jeongguk sob mim, com os cabelos escuros espalhados no travesseiro e as bochechas enrubescidas. As minhas mãos deslizam pelo peitoral e abdômen dele, enquanto mantenho contato visual. Eu alcanço a ereção dele e a conduzo para dentro de mim, arrancando um gemido desesperado de ambos.

Ele parece maior nessa posição, e eu sinto dificuldade para me concentrar em outra coisa além da sensação dele dentro de mim.

— Bebê — Jeongguk ofega, abraçando a minha cintura para me puxar para baixo. — Me beija — ordena, segurando a minha bochecha.

E eu o beijo.

Jeongguk firma os pés no colchão e agarra a minha bunda, impulsionando o quadril para cima com tanto ímpeto que me faz saltar no colo dele. Ele segura a minha nuca, sufocando os meus gemidos com a sua língua, enquanto constrói um ritmo duro. Nessa posição, tenho mais controle do sexo, por isso, ângulo os quadris para que Jeongguk pressione a minha próstata a cada estocada.

— Você está me engolindo tão bem, bebê — comenta, deslizando os dedos pela minha entrada. — Consegue ouvir os sons molhados que você faz enquanto devora o meu pau?

Solto um gemido alto em resposta. Escutando os barulhos imorais que o meu corpo emite devido ao excesso de lubrificante e a intensidade da penetração. O pau de Jeongguk desliza com facilidade dentro de mim, produzindo uma palmada de pele contra pele cada vez que os seus quadris se chocam contra a minha bunda.

— Merda, papai! — Abraço os ombros dele. — Acho que vou gozar! — gemo, sentindo o pau de Jeongguk acertar a minha próstata outra vez.

— Eu quero fazer você gozar só com a sua bunda — revela, envolvendo a minha bochecha. — Você pode fazer isso por mim, bebê? — pergunta, se arremetendo com mais força e profundidade dentro de mim.

— S-sim, papai — praticamente grito. — Vou gozar intocado só pra você.

— Você é um menino tão bom — Jeongguk elogia, selando os meus lábios com carinho.

Então, segura os meus quadris com ambas as mãos, contendo os meus movimentos, ao que me fode com tanta força e profundidade que tinha certeza de que não conseguiria sentar no dia seguinte.

Os movimentos de Jeongguk se tornam gradativamente mais erráticos e os gemidos dele, mais altos e desesperados. Enquanto sinto o meu corpo sofrer espasmos, o meu pau pulsar entre nossos estômagos, o calor se acumular na região sul do meu corpo e a minha mente obscurecer de êxtase. Os golpes certeiros na minha próstata foram responsáveis por me fazer gritar e gozar sobre o abdômen dele.

Jeongguk, por sua vez, alcança o orgasmo pouco após mim. Mas, antes de gozar na camisinha, Jeongguk puxa o pau para fora, remove a camisinha e se masturba até os jatos quentes do seu gozo cobrirem a parte inferior das minhas costas e a minha bunda. Em seguida, relaxa na cama, coberto de suor, com os cabelos grudados na testa e a respiração entrecortada, enquanto me abraça.

Assim que me recupero do meu segundo orgasmo, eu me aninho ao lado de Jeongguk na cama, com a cabeça sobre o peito dele, sentindo a sua caixa torácica subir e descer e ouvindo o som constante dos seus batimentos cardíacos. Eu planto um beijinho sobre um dos lírios-tigre tatuados no peito de Jeongguk ao dizer:

— Você gosta de ser chamado de papai mesmo, hein? — provoco, com um sorrisinho arteiro nos lábios.

— Ah, meu deus! — Jeongguk cobre o rosto de vergonha. — Isso soa muito ridículo? Você não gosta? — pergunta inseguro. — Eu tenho a tendência de falar sujo quando tô excitado — explica em tom de desculpas.

— Não se preocupa. — Eu seguro o rosto dele entre as minhas mãos. — Eu adorei, papai. — Beijo os lábios dele com carinho. — Amo uma conversa suja sem sentido, e você sabe o que dizer pra me excitar.

— Você é incrível, Tae — diz, penteando os meus cabelos com os dedos e me olhando com um olhar que só posso descrever como apaixonado. — O sexo com você é... — Ele faz uma expressão extasiada. — Nunca tive um parceiro tão compatível.

— Sim, foi delicioso — concordo. — Agora nem guindaste me tira de cima de você. — Selei os lábios dele.

Jeongguk sorri alto.

— Fico muito feliz em saber disso — diz, deferindo um tapa na minha bunda.

Mas não foi uma boa ideia, já que Jeongguk fez o favor de gozar em cima de mim — não que estivesse reclamando.

— Ugh. — Ele franziu o nariz. — O meu bebê está precisando de um banho.

— Se responsabilize por isso — exijo, fazendo um biquinho. — Porque não consigo mover um único músculo do meu corpo.

— É mesmo, bebê? — Jeongguk morde o meu lábio.

— Sim. — Assinto com a cabeça. — Minha lombar tá doendo e tô todo sujo de porra. Tenho certeza que não consigo nem sentar depois da surra que você me deu.

— Sua boquinha é muito suja. — Ele me beija em meio ao riso. — Mas vou assumir a responsabilidade de cuidar do meu bebezinho.

— É bom mesmo, papai.

Dessa forma, Jeongguk se levantou da cama para colocar a banheira para encher. Ele preparou um banho quente, com essências de mel e aveia, para nós dois. Quando já estava tudo pronto, Jeongguk voltou para o quarto e me pegou no colo como se eu fosse uma noiva. Então, ele me colocou na banheira e se acomodou logo atrás de mim.

Como prometido, Jeongguk cuidou de mim durante o banho. Ele lavou o meu cabelo, massageando o meu couro cabeludo tão bem que me fez gemer. Também esfregou a minha pele suavemente, me livrando de todos os fluidos corporais impregnados na minha pele. Em seguida, ele enfiou cuidadosamente o dedo dentro de mim para remover o excesso de lubrificante. Quando estava limpinho, Jeongguk me aconchegou contra o peito dele e me deu carinho.

— Bebê... — chama, deslizando os lábios pelo meu pescoço.

— Hum? — balbucio preguiçosamente.

— Eu estou muito feliz por você me querer como namorado, mas quero ajudar você financeiramente — declara, fazendo com que eu despertasse de meu estado sonolento.

— Eu não vou mentir, Gukie, eu preciso de dinheiro — admito com um pouco de vergonha. — O dinheiro que os meus pais me mandam só dá pro aluguel, contas básicas e um mês de miojo. Eu voltei a comer refeições apropriadas diariamente por sua causa.

— Por que você não me disse isso antes, Taehyung? — Jeongguk se sentou ereto na banheira. — Eu teria te enviado dinheiro mais cedo. Nós conversamos por um mês inteiro, e eu só te dei dinheiro após o nosso primeiro encontro.

— Eu não queria pressionar você. Nós ainda estávamos nos conhecendo. Então segurei a barra.

— Você vai se mudar pra um flat amanhã — Jeongguk determina. — Eu não vou voltar atrás na minha oferta. Você merece muito mais do que estava naquele contrato.

— Mas aquilo... aquilo é demais — retruco, arregalando os olhos. — É dinheiro demais, Gukie. Pagar a minha faculdade já ajudaria o suficiente. Eu estaria abusando da sua generosidade se aceitasse todas aquelas regalias.

— Você pode e vai aceitar — Jeongguk impõe. — Porque você é o meu namorado e, como seu namorado, eu tenho todo o direito de te tratar como um príncipe.

— Mas...

— Sem "mas", Taehyung. — Jeongguk me cala com um beijo. — O meu bebê merece ter tudo do bom e do melhor.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? — pergunto, incerto, e mordo o lábio inferior.

— Absoluta — afirma sem pestanejar. — Eu quero cuidar de você, bebê. — Ele me beijou novamente.

— Eu não sei como agradecer pelo que você está fazendo por mim, Gukie — suspiro, me virando para ficar de frente para ele.

— Eu consigo pensar em muitas formas diferentes de você me agradecer... — Jeongguk retruca num tom malicioso, ao mordiscar o meu lábio inferior.

— Ah, é? — Sorrio contra os lábios dele.

— Uhum — concorda, me puxando para o seu colo.

— Como o quê? — provoco, abraçando os seus ombros.

Você — Jeongguk responde. — Eu quero você todos os dias, em todas as posições, em todos os lugares, dizendo o quanto ama o meu pau.

— Oh, isso é algo que pode ser providenciado, papai — declaro, acomodando o pau dele entre as minhas nádegas e mergulhando para mais um beijo.

Seria desnecessário dizer que transamos na banheira depois disso, mas foi exatamente isso o que fizemos até a água esfriar.

Após a nossa segunda rodada de sexo, Jeongguk me limpou outra vez, me vestiu e me colocou na cama como se eu fosse um bebezinho. Então se aninhou às minhas costas e nós dormimos de conchinha, desfrutando do carinho e do calor um do outro.

Eu estava errado ao pensar que a minha sorte acabou quando fui admitido na universidade. Na verdade, tudo cooperou para eu me cadastrar naquele site de relacionamentos sugar e conhecer o homem mais perfeito do mundo. Apesar do modo como nos conhecemos não ser o ideal, resultou no encontro mais feliz da minha vida.

Após nos tornarmos oficialmente namorados, a nossa relação provou ser tudo, exceto baseada em interesses materiais. Nosso relacionamento era simples: eu cuidava de Jeongguk, e Jeongguk cuidava de mim. Cada um de nós fazia isso do seu próprio jeito, mas sem nunca esquecer de acrescentar muito carinho, amor e açúcar no processo.

Não é como se pudesse reclamar do jeitinho burguês de Jeongguk cuidar de mim.

Jan. 30, 2020, 12:01 a.m. 9 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

slow account [waiting for our best moment, yet to come 🌌] Eu costumava escrever fanfics taekook, mas, atualmente, estou inativa. Esse perfil continua aqui para quem quiser (re)ler as fanfics publicadas nele e, também, para a (re)postagem de fanfics taekook (re)escritas por mim.

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Post!
Jailda Melo Jailda Melo
💜
February 08, 2024, 03:37
MR Mayalla Ribeiro
Amei tanto essa história ,que pena que só tem um capítulo, pk ela e ótima! Gostaria tanto que tivesse mais um ,mas como sua escrita é linda e gostosa de ser ler em qualquer uma das suas histórias vou procurar outra sua mas com uma paixãozinha grudada nessa daqui aff to toda boiola por Tk dessa história.
April 12, 2020, 00:44

  • slow account slow account
    Fico muito contente por saber q vc gostou tanto assim dessa fic 🥺 a minha intenção era escrever uma estória mais curta msm, com apenas um capítulo. Mas quem sabe a inspiração bate e solte um extra surpresa né? N descarto a possibilidade, mas tbm n posso prometer nada rs De qualquer forma, mt mt mt obrigada pelo carinho 💜💜 September 18, 2021, 19:02
Jessica Jennyfer Jessica Jennyfer
Sinceramente, eu amo todas as suas estórias. Depois dessa, eu posso dizer oficialmente, que eu já li todas as estórias que você lançou nesse site ou em outros. Você é uma ótima escritora! Beijos! <3
March 29, 2020, 06:12

  • slow account slow account
    Agradeço de coração por todo o seu carinho e apoio 🥰🥺💞 fico muito contente por saber q vc gosta tanto das minhas estórias, obrigada, bb 🥺🥺 September 18, 2021, 19:00
Daise Araujo Daise Araujo
💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜💜
February 22, 2020, 16:41

Maria Paula Fonseca Maria Paula Fonseca
Eu amei tanto essa história mds, queria que tivesse uma continuação ou algo assim de tão perfeita que ela é😔
February 04, 2020, 05:51

  • slow account slow account
    Iti, fico mtooo feliz com isso, de verdade 🥰 a minha intenção era só escrever uma one-shot mesmo, mas quem sabe bate a inspiração e eu solto um extra de surpresa, né? Não descarto a possibilidade hahahaha Obrigada pelo carinho 💘 September 18, 2021, 18:58
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