Os primeiros traços eram desenhados na tela branca, cada traçada constrói o perfeito cenário.
As janelas abertas ao fundo permitiam a entrada de luz, deixando transparecer as cartas perfumadas e nelas dedicadas todo amor, fidelidade, e todas as poesias e trocas de juras dos apaixonados. Agora rasgadas em cima da mesa redonda coberta por uma toalha de renda amarela. E o pulso ainda pulsa.
A cortina branca manchada de sangue, perdia a paz, o piso de madeira coberto de rosas vermelhas espalhadas, quase camufladas em meio ao líquido escarlate. E o pulso ainda pulsa.
Ele escorria do último degrau da escadaria ao piso de madeira, tão abundante que o trespassava pingando no porão abaixo. O vermelho dava o toque final na pintura, destaca a sala tão mórbida e silenciosa, a dando, quem sabe, trejeitos mais apaixonantes, de um amor delirante, doentio e violento.
O corpo estendido nos degraus debatia-se pela última vez, ela derramava suas últimas lágrimas, e o pulso deixou de pulsar.
O traçado era pesado, denso e preciso, com leves respingos de vermelho sangue. O assassino assim também tão frio, cruel e sádico como o deixava transparecer a tela. Não havia perspectiva, era o fim de tudo.
Está pronto, a verdadeira obra dos sentimentos hediondos, o artista finaliza seu quadro rubro. Os telespectadores pasmos e ao mesmo tempo admirados o aplaudem.
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