vitor-desordi1576288881 Vitor Desordi

Do que é feito um soldado? Família? Coragem? Honra? Destreza? Amor? Sorte? Amor à Pátria? Ódio contra o inimigo? Ou tudo isso? Enquanto caído, comecei a realizar essas perguntas esperando por uma resposta que deixasse tudo mais claro. Então um filme começou a passar pela minha mente.


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#385 #vida #Primeira-Guerra #segunda-guerra
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Capítulo 1 - O Início

Dizem que alguns já nascem com a profissão no sangue, outros dizem que é apenas habilidade adquirida.....

No meu caso, acho que é um pouco dos dois, desde pequeno gostava de perseguir e caçar os animais, não ligava para brinquedos, o que amava era uma faca.

Sempre que caçava, sentia o suor frio escorrendo pelo meu rosto, com o maior cuidado e silêncio segurava a faca que usava para caçar, mirava de forma milimétrica, meu alvo uma lebre, um animal com características ágeis e com uma percepção de movimentos incrível, com apenas dois movimentos “levantar e arremessar”, o grito da lebre ecoou pelo local, a faca que arremessei havia penetrado sua barriga, uma penetração mortal, ao chegar na presa abatida, observei que as outras lebres estavam se distanciando rapidamente, porem apenas aquela que havia abatido me interessava, peguei ela e a carreguei até em casa mostrando o resultado da minha caça ao meu pai que sorriu e disse: “Agora entregue a sua mãe.” minha mãe sorriu quando lhe entreguei a lebre e em seguida passou a mão na minha cabeça, ainda sorrindo.

Depois descobri que a lebre virou parte do nosso jantar, nunca me senti tão orgulhoso em todos os meus oito anos de vida.

Comecei a passar os dias ensolarados, após a escola caçando meu principal alvo eram as lebres, mas quando eram dias chuvosos meus pais não deixavam, eu ficava irritado e ia para o meu quarto onde ficava olhando pela janela a chuva cair.

Havia se passado dois meses desde o meu orgulhoso dia, porem a noticia de que o Reino Unido adentraria à guerra contra o Eixo, era o foco principal devido o meu pai ser do exército; recebemos uma carta em que meu pai havia sido chamado para a batalha, ele foi até o quarto e começou a arrumar a mala, meia hora depois desce e abraçou mamãe, que estava começando a chorar. Nesse momento perguntei.

- Por que Pai, porque você tem que ir ?

Ele me se abaixou até a minha altura e respondeu com um sorriso e simples e importantes palavras:

- Para garantir a segurança sua e da sua mãe.

Então se levantou colocou o chapéu (na época não sabia o nome) se virou e saiu pela porta caminhou até a calçada onde um carro de cores verdes o esperava, antes de entrar meu pai ainda olhou para nós e acenou então adentrou no carro, meu pai nem havia fechado a porta, mas o carro já arrancou e rapidamente saiu da nossa visão.

Quando me virei para entrar em casa ouvi o barulho de vários passos, quando olhei para a rua novamente vi, os pais de muitos amigos de escola indo na mesma direção para qual o carro arrancou.

Alguns dias depois da saída de meu pai, em vez de caçar nos dias ensolarados ficava apenas olhando pela janela esperando o carro verde chegar com o meu pai, porem várias vezes via um carro amarelo passar em frente de casa, no outro dia alguma sala da escola estava com uma faixa preta na porta, nunca entendi o porque, apenas fazia o que eles faziam, dois anos se passaram e o dia estava com o sol brilhando mais do que nunca, minha mãe havia ido em uma amiga dela, pois ficou sabendo de uma noticia ruim, mesmo já tendo dez anos não entendi o porque de minha mãe sair toda vestida de preto em um calor enorme, porem ela disse:

- Um dia você vai entender.

E soltou algumas lágrimas, mas rapidamente passou a mão para tira-las.

Algumas horas depois enquanto estava na janela esperando o carro verde, vi o carro amarelo parar em frente da minha casa, quando um homem com uma roupa parecida com a do meu pai saiu do carro, comecei a correr em direção as escadas, enquanto estava no meio das escadas ouvi três batidas na porta então parei e falei comigo mesmo:

- Meu pai nunca bateu na porta antes de entrar.

Terminei de descer as escadas e comecei a percorrer o corredor novamente ouvi as três batidas na porta.

Ao chegar à porta e abri-la olhei para a pessoa que havia saído do carro dos pés a cabeça e vi que não era meu pai mesmo.

Ele tirou o chapéu e segurando-o em baixo do seu braço, se abaixou até a minha altura, igual a como meu pai fez antes de sair e me perguntou.

- Garoto, sua mãe está em casa?

- Não, Senhor ela foi ver uma amiga.

- Entendo, garoto, vou lhe entregar esta carta e peço que entregue para a sua mãe.

Fiquei curioso quanto ao conteúdo da carta, quando o Senhor se virou para voltar para o carro, rapidamente abri a carta e comecei a lê-la, nela estava escrito que meu pai havia morrido em batalha nos campos de guerra na Europa, aquelas palavras me fizeram abaixar a cabeça e meu coração começou a acelerar. De repente ouço a voz de minha mãe.

- Nichols!!!!

Ao olhar para frente novamente, vi minha mãe correndo, quando ela chegou, pegou a carta da minha mão e começou a chorar e de repente caiu, os vizinhos ao verem a cena vieram ajudar a colocá-la na sala, mas eu estava em choque no momento, não conseguia nem sair do lugar, mas quando adentrei a casa novamente olhei para minha mãe e continuei andando pelo corredor, no meio do corredor em uma estante, havia um vaso com flores que minha avó tinha dado de presente, o agarrei e arremessei com uma raiva enorme contra a parede do fim do corredor, o vaso se tão belo agora não passava de pedaços de gesso.

Dec. 20, 2019, 5:29 p.m. 1 Report Embed Follow story
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