As rugas enchiam seu rosto. Vincos de vento e tempo. Elas marcavam o entorno de seus olhos, escreviam linhas horizontais em sua testa, erguiam colunas improváveis entre o nariz e cantos da boca - que já sorriu e chorou. Apesar de toda a expressão, o seu olhar cabisbaixo, aliviado em cada suspiro, sustentou um vazio pertinente. O homem não havia alcançado seus sonhos, muito menos satisfeito todos os seus desejos, mas foi verdadeiro consigo mesmo e marcou vidas do seu arredor.
O seu leito foi solitário, mas não infeliz. Seus animais estranharam, e suas obras foram adoradas pela incompletude póstuma. As vidas marcadas não estavam presentes, elas se viviam ao mando do homem que um dia lhes ensinou tão discretamente a viver - feitas fogo sob sol. As chamas dançavam avoadas à faísca originária.
O homem foi-se sem nada, sem vaidade. Foi-se contente, pois acreditava ter cumprido sua verdade: ter sido uma boa pessoa.
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