"Enfim veio a cavalaria",
Assim disse ninguém,
Pois ninguém era, ou havia.
Veio do longe, do além.
Enviada pelo poder máximo
Para varrer toda a criação;
Limpar o antigo cenário,
Que neste já não há ação.
Os pés dourados dos soldados,
dançando, assim, sem sincronia,
pisavam o vácuo que sumia
em direção ao que foram comandados.
Saídos todos do portal,
espalham-se para trabalhar.
Uns fugiam do silêncio mortal,
Outros tocavam os homens sem olhar.
Estrelas escureceram;
Cometas enegreceram;
Planetas estremeceram;
Águas endureceram.
Tesouros escondidos há milhares de milênios
Reduzidos a escassos restos de hidrogênios.
Galáxias desmancham-se.
Os tempos desmantelam-se.
A culpa é do Homem,
Que não soube mensurar-se,
Tampouco censurar-se.
Agora seus anjos lhes consomem.
Lhes consomem até ao fio.
Finda a matéria, seguem pelo leito.
Seu trabalho aqui está feito.
O palco negro e vazio.
Agora cabe apenas ao Autor,
Reescrever a nova peça.
Algo melhor do que esta;
Sem protagonista autodestruidor.
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