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Olá! Este conto é um presente de aniversário para a minha querida Neeca Ashcar, levemente atrasado já que sou enrolada por natureza! Espero que goste, mesmo que não seja um casal que eu saiba lidar muito bem. :3 A música tema para o conto foi Run To You - Whitney Houston
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Já era tarde da noite quando Kakashi fechou o último volume de Icha Icha, sua série de livros favorita e que estavam devidamente autografados por Jiraiya, dando um suspiro de satisfação pela prazerosa leitura. Já havia se acostumado a ler quando sua mente estava cheia ou quando o sono não vinha de jeito nenhum. Neste caso, eram as duas coisas... O ninja estava pensativo quanto a sua vida, a sua rotina e principalmente sobre sua solidão, embora esta última parte fosse por decisão própria. Ainda assim, havia momentos em que abria a porta de seu pequeno apartamento e o local parecia ser um reflexo de si mesmo: muito silencioso e vazio. Isso o fazia questionar se queria que fosse assim pelo resto de seus dias ou se seria capaz de suportar.
Era um ninja muito forte, capaz e hábil, tendo a confiança de vários companheiros e de seus pupilos. Além disso, era difícil saber a expressão de Kakashi por detrás da máscara, mas no fundo ele também carregava cicatrizes e medos que não era capaz de dizer em voz alta ou dividir totalmente com alguém. Por vezes, deduzia que ninguém o conhecia de verdade e que a culpa disso era sua por manter uma distância “segura” de todos. Os arrependimentos surgiam vez ou outra em seguida, o fazendo se revirar na cama enquanto se questionava sobre o que estava fazendo, sobre as decisões que havia ou não tomado e se era tarde demais para reverter algumas coisas. Estava ficando tão incomodado com seus pensamentos que quase tomou o livro nas mãos novamente, mas outra coisa acabou lhe interrompendo.
— ... Quem será a essa hora? — estranhou ouvir batidas na porta, tanto pelo horário quanto por se manterem constantes. Levantou-se logo ao imaginar que se tratava de uma emergência, mas se surpreendeu quando a abriu — Gai?!
— Hey Kakashi!! — o ninja entrou no cômodo mesmo sem convite, estava ofegante e suado — Parece que te peguei de surpresa, hein?
— É claro. Eu não esperava a visita da “Besta Verde Sobrancelhuda” no meio da madrugada. — o Hatake fez uma leve provocação com os apelidos do outro, mas permitiu a invasão e fechou a porta — Você não estava em uma missão?
— Ah sim, uma missão bem difícil em uma parte perigosa, próxima ao País do Relâmpago! — relatou um pouco da missão com um tom de suspense e expressões exageradas, tentando impressionar o outro — Mas não precisa se preocupar, pois conclui com maestria. Queimei o fogo da juventude ao extremo!! — concluiu com sua característica pose “Nice Guy”.
— Isso é ótimo, mas era uma missão de alto nível, certo? Você voltou tão cedo...
— Oh, isso... Claro que era difícil, mas assim que consegui completar, voltei o mais rápido possível!
— ... Você veio correndo? — Kakashi sabia das capacidades de Gai, principalmente quando estava determinado com alguma coisa — Por isso está nesse estado?
— Sim, eu vim!! — mesmo com o cansaço pela longa distância percorrida, se sentia satisfeito com seu desempenho — Você parecia desanimado esses dias, então eu decidi fazer uma surpresa e corri pra te ver!
Apesar da alegria genuína e simplicidade ao dizer aquelas palavras, Gai não fazia ideia do impacto que elas tiveram sobre o outro. Kakashi arregalou os olhos, apesar de só um estar visível, e se sentiu inundado de um sentimento incomum, agradável e aconchegante. O ninja especialista em Taijutsu estava sempre por perto quando precisava e, apesar de competirem e serem como rivais às vezes, o relacionamento deles era muito mais forte e confiável do que com qualquer outro em Konoha. Todos os pensamentos angustiantes foram varridos para longe e o corpo do Hatake finalmente relaxou, além de formar um sorriso ligeiramente oculto pela máscara.
O sobrancelhudo ainda esperava alguma reação, apesar de notar como o outro parecia menos tenso e ficou curioso quando Kakashi começou a caminhar em sua direção, imaginando que diria algo como “não precisa se preocupar com isso” ou “não era necessário”, pois o ninja copiador era mestre em dizer que estava tudo bem e sob controle, mas sabia que ele se atormentava muitas vezes por diversos motivos. No entanto, Gai acabou sendo surpreendido quando o outro se aproximou muito e sentiu a mão alheia em sua nuca, o puxando para um abraço. Kakashi chegou a repousar o queixo sobre o ombro alheio e, em um tom firme e melodioso, ditou:
— Obrigado... Eu precisava disso, de alguém que viesse por mim. — estar tão próximo ampliou a sensação deliciosa que sentiu, principalmente por perceber que o coração da Besta Verde de Konoha acelerou exatamente como o seu.
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