dubocage Du Bocage

Sérgio e Eduarda eram um casal feliz. Ele, um nerd, fã de cinema americano e games. Ela, otome, apreciadora de mangás, animes e... action figures. Quem diria que esses simples bonecos se tornariam ponto de atrito tão intenso entre os dois, abalando um vindouro casamento e transformando a vida de Sérgio num pesadelo? Esta é uma trama sobre machismo, relacionamentos abusivos, elos de confiança, empoderamento da mulher... Ficção científica, cotidiano e até terror. Mas, acima de tudo, uma história sobre tamanho. Quão grandes achamos ser, até a vida nos mostrar o contrário?


Romance Erotic For over 21 (adults) only.

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Capítulo 1: Meu dinheiro, minhas regras

Sérgio e Eduarda eram um casal tranquilo e feliz, e combinavam em muitas coisas. Ambos se enquadravam como "nerds", embora ele gostasse mais de franquias como Star Wars e Senhor dos Anéis, e ela estivesse mais para uma "otome" viciada em animes e mangás. Depois de anos de namoro, foram morar juntos no mesmo apartamento, já planejando em breve noivar e casar. Mas quem diria que, mesmo combinando tanto, um hábito de Eduarda começou a incomodar Sérgio mais do que deveria...


Sérgio estava, como de costume, imperturbável sentado atrás de seu PC, fones nos ouvidos, enquanto assistia a um episódio de seriado. Mesmo distraído, a mesa na qual o computador fora colocado estava virada para a sala do apartamento, de onde se podia ver claramente a porta de entrada.

Mesmo no momento em que um dos personagens começou um tiroteio, gerando estouros de volume, o rapaz conseguiu ouvir o tilintar das chaves enquanto a fechadura da porta era aberta por fora...

É hoje que eu a pego no flagra!

A porta foi empurrada para dentro, e Eduarda entrou. Considerada baixinha em seus 1,60m de altura (muitos a lembravam disso como brincadeira, porém ela costumava se irritar!), chegando a ser apelidada de "Gashapon" ou "Chaveirinho", a garota usava, como de costume, camisa preta ilustrada com personagens de anime, uma blusinha da mesma cor, de botões, aberta sobre o peito, calças jeans rasgadas perto de cada joelho e tênis Converse All-Stars vermelhos. Tinha os cabelos negros e lisos cortados curtos, até pouco acima dos ombros; e o rosto fino, de nariz um pouco arrebitado e olhos verdes, contraiu os lábios logo que notou Sérgio em casa. Suas mãos de dedos compridos – contrastando com sua altura – e unhas pintadas de roxo aceleraram para esconder, como podiam, uma sacola parda embaixo da blusinha, mas o disfarce foi ridículo. O namorado percebeu.

Sérgio levantou-se da cadeira, o seriado pausado enquanto, em seus 1,75m de estatura, caminhava até a parceira vestindo camisa regata branca, bermuda de tactel e chinelos de dedo, como se ainda fosse um adolescente aproveitando a tarde sem lição de casa. Coçou a barbicha no queixo antes de cruzar os braços e, fechando o caminho de Eduarda até o quarto, indagou:

– O que você tem aí, hem?

A namorada tentou forçar passagem, mas Sérgio abriu os braços, bloqueando o pórtico separando os cômodos.

– Não é da sua conta! – ela respondeu ríspida.

– Ah, é?

O rapaz estendeu uma mão, a garota tentando recuar para evitá-la, porém não conseguiu a tempo. Sérgio apanhou a sacola, virando-a para baixo em suas mãos para que o embrulho no interior saísse. Rasgou-o sem cerimônia, enquanto Eduarda, estática, assistia mordendo as unhas, ensaiando um passo ou outro para retomar seu pertence, mas não avançando.

– Eu sabia! – Sérgio exclamou irritado.

O namorado tinha agora, nos punhos, uma caixa colorida com um dos lados composto de plástico transparente, revelando em seu interior uma action figure do anime Sailor Moon, mais precisamente uma boneca bastante articulada da personagem Sailor Marte. A peça vinha com muitas mãos intercambiáveis e acessórios, indicando não ter saído barata.

– Quanto pagou nisto? – ele inquiriu.

– O suficiente para passar no meu cartão! Você não tem nada com isso!

– Acha mesmo? – Sérgio segurou a caixa contendo a figure de qualquer jeito, apertando-a numa mão, o que fez Eduarda investir com as duas de novo tentando pegá-la. – Já olhou para a parede do nosso quarto, pelo menos uma vez?

Apontando para dentro do dormitório, o namorado indicou as prateleiras parafusadas de um lado a outro de toda uma parede, possuindo fileiras e mais fileiras de bonecos, principalmente de games e animes, em imponentes poses de ação. A própria linha da Sailor Moon estava praticamente completa, sem contar a coleção de Sakura Card Captors, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Naruto, Dragon Ball Z... Era certo que a Bandai já lucrara horrores com o hobbie de Eduarda. E sua carteira já despejara quase tanto dinheiro quanto o Silvio Santos.

– Não acha que está na hora de parar? – o rapaz expôs sua preocupação. – Podíamos comprar mais umas coisas para a casa... Pensar no casamento!

– E está faltando alguma coisa no apê, por acaso? – Eduarda dobrou as mãos de cada lado da cintura e curvou-se para frente, como costumava fazer ao estar brava. – Nós temos um bom pé de meia no banco para o casamento! Está querendo o que, uma festa de luxo? Eu trabalho de segunda a sábado duplo período, ganho o meu salário, e o gasto da forma como quiser, Serginho. Será que não consegue entender?

O namorado bufou, estendendo a embalagem da boneca de volta, mesmo sem muita vontade, e dando um passo ao lado para abrir caminho. Eduarda passou por ele e deu-lhe as costas para entrar no quarto, abrindo a caixa sobre a cama com cuidado totalmente contrário ao que Sérgio demonstrara há pouco, enquanto o ouvia se queixar:

– Bem que minha mãe fala, como gozação, mas é a verdade... Somos um casal invertido. Normalmente é a mulher que quer focar no casamento e o homem gasta com besteiras, e no nosso caso...

– Vá mamar nas tetas da sua mãe então, Serginho! Quer ser fiscal do meu dinheiro, agora? Não é você que está pagando minhas figures! Com o meu salário faço o que quero! E largue a mão de ser um idiota machista, porque você é nerd e só não compra também porque não quer! O problema não são as figures, e sim eu as estar comprando...

Conforme falava, Eduarda já removera a boneca da embalagem, inclusive do molde plástico ao qual vinha presa, e agora testava suas articulações sentada à beira da cama, feliz feito uma criança com um presente de Natal. Sérgio, no entanto, não se convencera. Para ele, a namorada perdera controle de seus gastos, e era questão de tempo até aquelas figures, compradas na base de uma por semana a mais de trezentos reais cada uma, virem prejudicar suas finanças e comprometer seu casamento.

Talvez ela nem queira casar comigo, e usa esses bonecos como "escape"! – pensou ele, saindo cabisbaixo enquanto raciocinava sobre o que fazer, e se deveria fazê-lo...

June 27, 2019, 9:42 p.m. 0 Report Embed Follow story
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