omoplata Omoplata .

Durante toda a sua vida, você foi uma bebê chorona, forçada a viver em uma casa de bonecas, fazendo o que for preciso para evitar sua própria mamadeira. Você, também, teve de viver naquele Carrossel. Rodando e rodando, como em um conto de fadas, atrás de seu Garoto Alfabetizado. Você o largou, mas quando conheceu um novo garoto e falou demais, teve de lavar sua boca com sabão. Não machucaria se vocês apenas removessem suas rodinhas de treino, certo? Talvez você possa convidá-lo para sua festa de dar pena e ter um bom jogo de pega pega. "Peguei, está com você", é o que diriam. Delicie-se com Leite e Biscoitos, após isso. E se alguma interesseira tentar atrapalhar no caminho, pacifique-a. Sempre que se sentir insegura ou não bela o suficiente, siga alguns conselhos da Sra. Cabeça de Batata. Mas... Oh, Deus, nunca deixe perceberem que você é, no fundo, um verdadeiro Chapeleiro Maluco.


Fanfiction Bands/Singers Not for children under 13.

#melaniemartinez #crybaby #littlebodybigheart #littlebodybighatter
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Cry Baby

10/03/1989


Faz tempo que eu sinceramente não tenho muita vontade de ao menos sair do meu quarto. Se isso pode afetar em alguma coisa? Eu sinceramente prefiro fazer questão de não fazer ideia. Bem, eu decidi escrever nesse bloco de notas há pouco tempo atrás. Não sei porque, mas decidi continuar. E, ah, sim, meu nome legítimo e claro é "CryBaby". Eu precisei... abrir meus olhos desde cedo. Descobri que o mundo real é horroroso, feio e desonesto.


Tenho certeza de que, de certo modo, eu nunca tive uma vida ideal ou mesmo normal. É impressionante como a tristeza, o repúdio e o ódio podem mudar uma pessoa de calma e quieta para um louco psicopata. Estranho, não? Não.


Pensando nisso, eu curiosamente sempre recordo-me do dia do meu nascimento. Eu me lembro pouco desta época, ou melhor, nunca guardei memória alguma. Mamãe nunca teve gosto para narrar esse episódio e sentia um nítido incomodo e preocupação quando eu mesmo toco no assunto. Descobri através de algumas fotos em álbuns antigos, daqueles familiares.



♠️


Em meu quarto, estava deitada em minha cama, levantando em seguida.


Pressionando as palmas das mãos fortemente contra minhas orelhas, eu tentava desesperadamente bloquear os gritos que inundam o corredor, perto do quarto vizinho, de meus pais. Mesmo que eles levantassem suas vozes toda vez que discutiam, eu pensava que jamais poderia ouvi-los.


Sobre o que estavam discutindo desta vez...? Problemas financeiros? Conflitos no trabalho?


— ...Oh, bom dia, todo mundo — Eu melancolicamente proferi a frase, levantando-se da cama. Fui diretamente para o banheiro: tomei banho, escovei os dentes. Aproximei-me do guarda roupa para trocar de roupa.


"Um novo par de roupa para alegrar o dia", menti. Trajei o tradicional vestido de cetim vermelho, calçados de couro, meias brancas. Amarrei minhas tranças de cabelo com laços de fita azuis.


Saí de meu quarto passando pelo quarto de meus pais. "Bom dia, Mamãe. Bom dia, Papai.", pensei em falso ato, enquanto aguentava os ruídos e gritos da briga dos dois.


Desci as escadas calmamente, mas também, com um sentimento de receio. Na cozinha, meu Irmão já tomava café da manhã, sozinho. Juntei-me a ele, pegando um garfo e uma fatia de waffle.


— Bom dia. — Retruquei para ele.


— "Bom dia". — Respondeu ele, em um tom de sarcasmo.


— Você sabe por que Mamãe e Papai estão brigando... há tanto tempo? — Questionei a ele.


— Não sei, e é melhor nem saber. — Respondeu ele, com um tom de desprezo, bicando a refeição — ...Pelo menos pra você. Inclusive, você sabe que nem devia estar reclamando. Desde quando não temos uma manhã assim...?


— Ah, já entendi. — Arrazoei, em um tom tristonho.


— Ok. Por que você não vai lá fora? Melhor do que ficar aqui dentro.


Já havia terminado minha comida. Deixei meu prato em cima da pia, e após, caminhei até a porta, saindo de casa. Embora tivesse vontade de ir para a casa de algum amigo... Tinha pavor em pedir algo para os pais.


♠️


— BEBÊ CHORONA! — Zombava mais uma voz, perto de mim. Todos estavam perto de mim, lançando seus olhares maliciosos e cruéis.


Na praça da cidade, eu estava sentada, pensativa e receosa, observando o tempo nublado que ali estava. Mas não passou-se muito mais de três minutos, e ouvia-se no fundo sarcásticas risadas de crianças. Alertei-me ligeiramente.


— Não...Não!


Sim, eram eles. TINHAM de ser eles, obviamente. Sim, Dylan Grinnet, Samantha Thaffyna e Josh McAlley. Aqueles nomes me faziam suar friamente, com medo. Os três aproximaram-se, gargalhando até mim, com olhares irônicos.


— Vão embora, sacos de vacilo...! — Reclamei até a ponta, para eles.


— Cala a boca, pirralha. — Disse Josh — Essas lágrimas de bebê chorão nem te deixam falar, não é mesmo?


— Como ela mesma...! — Retrucou Samatha, metendo-se na discussão.


— Sei não, hein... Deve ser algum problema! — Disse Dylan, exibindo um panfleto de vacinação que havia encontrado em alguma clínica por perto.


Samantha e Dylan gargalhavam exageradamente, enquanto eu me levantei e levemente afastava-se. Josh, notando o comportamento, exibiu uma expressão séria e cerrou seus punhos, colocados para de trás do seu corpo.


— O que vocês três querem logo? — Falei, por meu azar, em um tom choroso e firme.


— Oh, não sabemos ao certo... Dá até vontade de pensar, mas acho que não consigo. Essa birra sua dói minha cabeça... — Disse Josh, franzindo uma de suas sobrancelhas, sarcasticamente.


— Se você preferisse gastar seu tempo limpando esse cabelo, Josh... — Eu disse, tomando coragem — Acho que ficaria menos ignorante do que já é.


Josh alarmou-se, repentinamente. Samantha e Dylan tornou-se a frente, raivosos por mim, quase me derrubando no chão.


— O quê que você disse, bebezinha? — Retrucou rapidamente Samantha — Repete, que um olho roxo cairia ÓTIMO em você!


— Se nos afrontar mais uma vez, garanto que nem vai ter coragem de sair de casa amanhã! — Complemetou Dylan.


— Hein? — Assustei-me com eles — Saiam! SAIAM DE PERTO DE MIM!


Dylan e Samantha me empurraram para trás, fazendo com que eu caísse no piso rochoso remelado de barro, perto do banco da praça. Em seguida, começaram a me chutar e debochar de mim, assim como Josh.


— Ha, ha! Até parece que vai inundar o chão com o seu choro!


— Parece que você trocou seu cérebro pelo coração!


— Essas lágrimas de bebê chorão ainda vão fazer você mesma se afogar nesse inferno de vida! — Finalizou, raivoso, Josh.


Eu começava a chorar desenfreadamente, já estava demasiada ferida e machucada pelos garotos idiotas à minha frente.


— AAAH! — Eu tentava falar, devastada — Por favor, PAREM! PAREM COM ISSO!


— Faz alguma coisa, vaca, FAZ! — Gritou Josh — TÔ DOIDO PRA VER!


Tentei me levantar e acabei cambaleando para os lados, atordoada. Nesse momento, Samantha socou meu rosto fortemente para trás, aos risos, fazendo com que eu caísse em um arbusto espinhento logo atrás, o que me fez gritar de dor mais ainda.


— AAAAAAAAAAHH! — Desesperada, berrava — PAREM! PAREM! PAREM!


— EU DISSE: FAZ! — Repetia Josh.


Naquele momento, por impulso, pude ver Dylan pegando uma grande pedra e, com isso, jogou-a contra o arbusto em que estava. Naquele momento, a pedra atingiu minha testa, o que fez eu cambalear para trás e sentir meus olhos pesarem. Com lágrimas nos olhos e com minha testa sangrando, caí no chão, sem forças.


Samantha e Dylan ficaram de boca aberta e apavoradíssimos.


— O QUE VOCÊ FEZ?! — Gritou Samantha —VOCÊ MATOU ELA?!


— O QUÊ?! — Respondeu, aos gritos, Dylan.


De repente, Josh intrometeu-se. Deu um tapa no rosto dos dois.


— Parem de gritar, pentelhos! Vão nos pegar!


— Não importa! Vamos sair daqui AGORA! — Retrucou Samantha.


Os três saíram correndo dali, deixando a garotinha desmaiada.


Tentei levantar-me e cambalear até o banco. Sim, eu não havia “morrido”, como assim falado. Chorando, percebi que havia começado a chover. Minhas intensas lágrimas misturavam-se com as gotas da chuva.


As crianças haviam ido embora porque... provavelmente pessoas adultas teriam ouvido a briga. Bem, elas não estavam mais lá. Nada de ruim, até o momento, poderia mais acontecer.


Mas no fundo, bem lá no fundo, eu ainda sentia que havia causado uma confusão entre as crianças. Sabia que a notícia iria se espalhar. Sabia que seria debochada e ridicularizada ainda mais pelas pessoas que ali viviam. Seria condenada cruelmente pelas outras crianças. Mas o que ela poderia fazer? Nada. Ela era apenas a bebê chorona da esquina, que havia tentado passear pela cidade. Tentado.

May 30, 2019, 8:23 p.m. 0 Report Embed Follow story
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