Sehun amava pintar desde que se entendia por gente, ao contrário do irmão Baekhyun que detestava e preferia escrever poesias, enquanto fumava seu cigarro e tomava café. Sehun odiava café, e mais ainda cigarros, mas amava o irmão. E foi graças ao mais velho, que conheceu aquele que o inspirou mesmo depois do trágico ocorrido.
Chanyeol era músico, e quando se juntava com Baekhyun faziam as mais belas obras de arte sonoras, suas músicas eram capazes de tocar até mesmo o coração mais duro. E foi por conta dela, e da gripe que tomou conta de Baekhyun, que Sehun ouviu sua voz pela primeira primeira vez. O Park era inseguro demais para cantar, mas fez um esforço e substituiu o amigo naquela gravação do cover.
O Oh perdeu a visão quando adquiriu uma doença rara, mas que conseguiu tratar antes que ela se espalhasse. Baekhyun nomeou-se um cão guia do irmão, e sempre que possível o auxiliava, até que comprassem um cão guia ou uma bengala. Mas isso não o impediu de continuar a pintar, e fazia isso sozinho, nas madrugas silenciosas.
Pintar era libertador, era uma forma de expressão, e sempre que queria pintar, ouvia uma música que o fazia lembrar-se das melhores lembranças. Pintava lugares, pessoas, animais, emoções abstratas, apenas soltava o que tinha em seu coração e o auxiliava com sua mente.
— Cause all of me, love's all of you... — sorriu e pincelou, conhecia os materiais para pintura como conhecia a si mesmo.
A voz grave, calma e precisa parecia abraçar-lhe, como quando era criança e recebia abraços quentinhos de Baekhyun. Assim como parecia também preencher seu coração, não conseguia conter o sorriso que se formava em seu rosto toda vez que o ouvia.
Um dia, sem saber, o rádio parou de funcionar, mas a música continuou tocando, até que ele virou-se e notou um cheiro diferente. Seu coração acelerou e a voz se calou, ele sabia que não estava sozinho, levantou-se e esticou os braços.
— Seu irmão me disse que sempre pintava a essa hora ouvindo o meu cover, e quando vi que seu rádio tinha quebrado, decidi cantar pessoalmente. — disse assim que guiou os dígitos do mais novo para o seu rosto, o coração de ambos batendo forte e rápido. — Fico surpreso que só tenha notado hoje.
— Você veio outras vezes? — sentiu as bochechas esquentarem.
— Já faz uma semana. — disse sorrindo e o mais novo ficou ainda mais vermelho. — E as suas pinturas me inspiram tanto, você me inspira. — segurou as mãos do mais novo que seguravam as laterais do seu rosto, o sorriso estampado e os olhinhos brilhando.
— Você também me inspira. — sussurrou e sentiu o hálito quente sobre seu rosto, sempre imaginou como seria beijá-lo, e pintou sobre isso algumas vezes.
Rostos borrados prestes a se tocar, dois corpos unidos como um só em um beijo apaixonado, e uma das pinturas Chanyeol chegou a ver por ter sido recente.
Depois daquele dia, sempre que ele queria pintar, Chanyeol estava consigo cantando e aproveitava aqueles momentos para compor também. E realizou seu desejo de beijá-lo, de receber suas carícias, de ser amado por ele como o amava. Separados já eram artistas, e juntos tornaram-se arte, e graças ao novo casal, Baekhyun fez a mais linda poesia.
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