Chanyeol era extremamente sociável, gentil, amado e querido por muitos, senão todos, mas algo dentro de si parecia lhe sussurrar para que realizasse seu grande sonho, um secreto e arriscado. O Park sempre sonhou em criar vida, mas sempre que ousava tal coisa as pessoas o impediam, ou o desencorajavam e isso o fazia nem ao menos tentar. Mas as pessoas não conseguiram por muito tempo, e quando acordou em uma segunda-feira, decidiu colocar em prática tudo o que tanto sonhou e estudou.
Tubos de ensaio, várias telas, folhas rabiscadas com letras quase ilegíveis e várias amostras de DNA, sêmen e óvulos a espera de serem utilizados. Ele mantinha aquilo secretamente, esperando pelo dia em que finalmente colocaria em prática, respirou fundo e entrou no porão trancando a porta atrás de si, estava na hora de agir. Fez um pequeno alongamento e respirou fundo, se começasse só sairia quando tudo estivesse ao menos com 25% concluído e com 70% de chances de dar certo. Ali nenhum sinal de celular pegava, a energia era solar e a internet vinha de uma rede privada, e em caso de queda de energia tinha quatro geradores, estava mais do que preparado. Digitava em um dos computadores os materiais utilizados, e em outro uma simulação de combinações possíveis e quanto tempo viveriam aproximadamente, enquanto que rabiscava algumas ideias que vinham a sua mente.
Utilizou algumas cobaias de gato, cachorro, inseto, rato, sapo e cobra, para saber qual faria a combinação perfeita e desejada que o tornaria incrível, forte e único. Passou dois dias inteiros tomando energético e se dedicando ao máximo ao projeto, sempre atento a simulação, anotações e as câmeras de vigilância dentro das câmaras cheias de água.
Voltou uma semana depois enquanto comia rosquinhas e analisou o progresso, o inseto não resistiu e o sapo também não, mas os demais pareciam avançar calmamente. Anotou as observações e se manteve ali por um tempo, antes de sair e deixar que o progresso seguisse sozinho e naturalmente.
Na semana seguinte voltou tomando sorvete, e deparou-se com algo que nunca imaginou ver, o híbrido de cobra tinha crescido mas parecia que algo lhe faltava, o rato e o cachorro já tinham falecido e apenas o gato parecia se manter, mas não estava em formação. Decidiu tomar uma decisão arriscada, mas que salvaria ambas as criaturas, fundiu-os e os deu hormônios e vitaminas para acelerar o processo de aceitação entre os seres. Saiu de lá e torceu que desse certo.
Depois de outra semana ele apareceu e surpreendeu-se ao ver o que parecia um humano de 60 cm adormecido, e o que o surpreendeu ainda mais, tinha decidido dar a ele um pouco dos genes das outras criaturas, mas não os híbridos e sim os animais. E o resultado não pareceu muito aparente, além do ser respirar embaixo d'água, ter um pequeno rabinho e orelhas que lembravam tanto um felino quanto um cão. Estava admirado com a criação, e perguntava-se se ele iria sobreviver mais que algumas semanas, seguiu até o computador e fez a simulação, que o garantiu que ele não tinha uma data limite, basicamente não havia previsões de morte. Park Chanyeol atingiu o objetivo e seguiu seu sonho, chorou muito por isso e fez uma dancinha em comemoração. Então a criatura abriu os olhos e olhou seriamente, seus olhos lembravam tanto o de uma cobra quanto o de um gato, e sua pele parecia ser extremamente lisa e macia. Tirou uma amostra por uma máquina, e analisou, autorregeneração, ótima audição, olfato, visão, flexibilidade e o cérebro bem desenvolvido.
— Isso é incrível! — disse sorrindo largamente e desviando o olhar da tela, para o ser dentro da câmara que o observava silenciosamente.
Tirou a criatura da câmara e para a sua surpresa, ele parecia já saber andar mas recusava-se a se comunicar, apenas o observava enquanto andava pelo laboratório curioso. Achou que a criatura não aceitaria ficar no laboratório e seria perigoso deixá-lo sozinho, então o levou consigo para fora dali, até a sua casa, o carregando no colo. Estava embrulhado em um pano como um bebê, e o caminho todo o observou como se estivesse o julgando.
— Baekhyun, preciso da sua ajuda. — ligou para o amigo com o menor no colo. — Mais ou menos, só vem logo. — encerrou a ligação e sentou o menor no sofá.
— Não sou um bebê. — disse e sua voz surpreendeu o maior, o menor permanecia sério.
— Tecnicamente é sim, você nasceu a pouco tempo e é pequeno.
— Já cresci o suficiente e tenho consciência de tudo ao meu redor, portanto... — o maior estava tão surpreso e confuso, não lembrava-se de ter usado algum animal ou humano genial nos experimentos.
— Quantos dedos tem aqui?
— Quatro. — respondeu entediado como se fosse algo completamente estúpido. — Enquanto esteve fora as máquinas cuidaram de mim, então consegui aprender facilmente as coisas. — lembrou-se e até que fazia sentido, as máquinas tinham sido como babás naquelas semanas, mas não imaginou que podiam se tornar independentes. — O máximo que preciso agora é de roupas e um lugar pra dormir, que não seja aquele aquário.
— Acho que as vitaminas também tiveram influência nisso e os hormônios... — murmurou para si mesmo levantando-se e andando de um lado para o outro, pensando em como tudo aquilo podia ser possível.
Baekhyun chegou acompanhado do namorado Minseok, que era professor de matemática na universidade, enquanto que o Baekhyun era apenas um professor de artes. Chanyeol era professor de coreano, e achou mais fácil ensinar isso do que a sua paixão, que tornou hobbie.
— Mas o que... — exclamou o Byun ao ver o menor no sofá, e nesse momento o Park notou que não tinha dado um nome para ele. — Eu pensei que era um bebê Park Chanyeol, não um... O que é você?
— Híbrido, mas ainda não fui nomeado. — sorriu gentilmente para o Byun, o Kim arqueou as sobrancelhas.
— Adorei ele, tem cara de Sehun. — disse Minseok.
— Adorei o nome... — seu sorriso aumentou.
— Nunca cuidei de uma criança antes, mas como vocês são pais do Jongdae... — disse o Park sentando-se ao lado do agora Sehun. — Achei que podiam me ajudar.
— Eu não sou uma criança Park Chanyeol. — o fuzilou nitidamente irritado.
— O que você é então, rapaz? — perguntou Minseok, que parecia ter pegado mais intimidade com ele e o entendido.
— Deixe os dois conversarem, e você precisamos resolver isso. — puxou o maior pela orelha até a cozinha, deixando a dupla conversando na sala.
— Isso dói hyung... — choramingou depois que o menor o soltou.
— Já pensou o que podem fazer, se descobrirem do seu experimento? Podem levá-lo embora daqui e te prenderem! — fez bico desviando o olhar, enquanto que o menor suspirou. — Mas o ajudaremos, somos seus amigos.
— Acha que consigo fazê-lo crescer?
— Dificilmente, mas nunca se sabe. — deu de ombros. — Mas ao menos ele é bonitinho. — olharam pela meia parede a dupla, Minseok e ele pareciam dois filósofos discutindo sobre a vida. — E bem mais inteligente que todos os seus namorados. — levou um empurrãozinho do maior, mas apenas riu.
A solução naquele momento, foi deixar o Sehun dormindo com o Park no mesmo quarto, até organizarem um que fosse feito especialmente para ele, e não deixar que descobrissem a sua existência. As roupas eles compraram em uma loja de roupas de brinquedos, que tinha na região e por sorte ainda tinha as masculinas.
— Ficou uma gracinha! — disse Chanyeol e o Sehun se olhou no enorme espelho, virando-se e analisando a si mesmo.
— Bonito. — deu de ombros e colocou o óculos de sol que Minseok comprou para ele. — Mas se me tratar como criança de novo, quebro seus dentes.
— Mais fácil morder minha canela. — disse rindo.
— Não duvide da minha capacidade. — e após dizer isso, rapidamente se aproximou dele e subiu pelas pernas, escalando as roupas até chegar no ombro onde sentou-se ali e deu um tapa no rosto. — Idiota.
— YA, devia tratar melhor seu criador! — fez bico e o tirou do ombro, sentando-o na cama.
— Quando parar de agir como um idiota e me tratar como um bebê, eu irei ser gentil. — resmungou e cruzou os braços, mas acabou concordando. — Minseok sabe como me tratar, se precisar peça ajuda a ele.
— Ficaram muito próximos... — resmungou.
— Claro, ele sabe conversar com um adulto! — o olhou surpreso, era difícil vê-lo como adulto. — Agora apaga a luz que eu preciso dormir.
Conforme os dias passavam eles iam se aproximando e Chanyeol aprendia a lidar com Sehun e seu humor ácido, arrogante e transparente. Assim como o menor aprendia a lidar com o jeito de Chanyeol, animado, carismático e infantil. Não precisaram fazer um quarto para ele, sentia-se mais confortável dormindo ao lado do grandão.
— Com fome? — perguntou enquanto estavam sentados no sofá e assistindo a TV.
— Não muita, mas aceito pizza. — respondeu espreguiçando-se, estava vestido com o kigurumi de lobinho cinza.
— Devia ser mais saudável. — o mais novo o olhou entediado.
— Você que me viciou em pizza. — e o mais velho riu concordando.
— Só compro porque também quero pizza. — o mais novo riu baixo, era mentira e os dois sabiam disso.
Tornaram-se bons amigos, e Sehun teve como padrinho Minseok e Baekhyun, e como primo Jongdae que sempre vinha pra brincar com ele. E uma coisa o Park tinha que concordar, Sehun era diferente de todos os namorados que teve, mesmo que não estivessem namorando. O mais novo tinha algo dentro de si, algo que o mais velho não sabia explicar mas que lhe chamava a atenção. O que o mais novo tinha de altura, ele conseguia compensar em todas as outras áreas, como sua inteligências e os sentidos aprimorados.
— Chanyeol, eu te amo. — disse quando estavam sentados no jardim, olhando as estrelas.
— E-eu? — o olhou surpreso e envergonhado.
— E existe outro Chanyeol nessa casa? — o puxou para um abraço apertado, quase sufocando o pequeno que apenas riu, balançando o rabinho.
— Eu te amo, Sehun. — beijou os fios e o soltou. — Posso tratar como bebê agora?
— Faça isso e quebro seus dentes. — o fuzilou e o maior apenas riu, beijando os fios outra vez.
Tinham se tornado melhores amigos, e se amavam com todo o coração, e mesmo que achassem o contrário, Sehun protegeria Chanyeol até o fim da vida do maior. Sehun era mais do que apenas um híbrido, era o que faltava na vida de Chanyeol.
— Agora vamos parar de melação, estou com fome. — espreguiçou-se e o maior riu assentindo.
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