Chanyeol tinha baixado o jogo pela internet e comprado pela Steam, ouviu muito sobre e o quanto poderia ser prejudicial se jogado por mais de 12 horas, já que fazia a pessoa esquecer de absolutamente tudo do mundo real.
O fabricante sempre respondia as críticas com outras críticas, como se a culpa não fosse dele pelo alto nível de antissocialidade que dominava o planeta, graças a sua tecnologia que revolucionou o mundo. As suas expansões tornavam cada vez mais viciante, incrível e perfeito o jogo que criou. Tudo o que sonhava, desejava, em uma realidade virtual com um preço acessível.
O Park tinha uma vida desgastante, estressante e solitária, por isso recorreu ao jogo para ter ao menos uma companhia, mesmo que programada. Ele recorreu ao "Play with me".
As primeiras duas horas ele passou por análises, a máquina analisou cada parte do cérebro e criou o mundo que melhor se adequava a ele, em seguida partiu para o namorado ideal. Nenhuma pergunta era feita, no momento ele era apenas espectador e paciente das experiências feitas e analisadas, até que o resultado viesse. E veio quando menos esperou.
Estava em um parque, lembrando e muito o que tinha no interior da cidade de Bucheon, que passou as férias na adolescência. Olhou ao redor e viu as pessoas interagindo, sem qualquer tecnologia que os privasse de olharem nos olhos um do outro, e socializassem como sempre faziam. Olhou melhor e notou a época, 1940, mas sem qualquer guerra por vir. Crispou os lábios e caminhou por ali, ninguém parecia notá-lo e seguiam suas vidas calmamente, até ele ver um rapaz.
Passou as próximas oito horas jogando, fazendo pausas de quinze minutos para comer e fazer as necessidades, mas logo voltava. O rapaz que conheceu, se chamava Byun Baekhyun e parecia ser do jeito que sempre sonhou, até mais. Ele o compreendia, o aceitava, se interessou por ele simplesmente. Chanyeol estava totalmente ciente de que nada daquilo era real, mas ele preferia aquela mentira bonita a realidade horrorosa em que vivia. Ele não era o único.
Cada vez mais se apaixonava pelo rapaz, pela simulação, a ponto de faltar ao trabalho, de esquecer de comer, de dormir. Era assim que começava. A máquina sabia do que era capaz, do que estava causando, e foi programada exatamente para isso. Iludia como o canto de uma sereia a todos que sentiam que mereciam mais, que queriam fugir da realidade, e os levava a definhar, a depender de si e esquecer do resto.
Não levou mais que algumas semanas até o maior estar desnutrido, desidratado e irreconhecível, mas a tempos não se olhava no espelho, a tempos não saía de onde estava, a tempos não socializava de verdade. Chanyeol estava cego, estava surdo, estava mudo, tornou-se uma planta. Mas ele não se importava, ele estava finalmente feliz ao lado do namorado que sempre quis, que sempre sonhou, mesmo que isso tenha custado tudo de si. Mesmo que tenha custado sua própria vida.
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