Cadê ARMY que está acreditando forte que a tattoo do Jimin é real? 🙋
Eu tentei situar bem essa fic nas datas e acontecimentos reais e espero que tenha ficado plausível, mas sempre bom lembrar que: isso é uma obra de ficção, sem compromisso com a realidade nem intenção de qualquer dano a Jungkook, Jimin e todos os outros anjos do BTS, que são pessoas reais que merecem muito amor e respeito.
O segundo (e último) capítulo já está pronto, posto em breve ;)
Me digam o que acham.
💜
※※※
Felizmente o corredor do hotel estava vazio. Pudera. Já passava das duas da manhã e aquele andar inteiro estava reservado para a equipe, que com certeza estaria descansando do trabalho do dia, recarregando as energias para o seguinte. Mas Jungkook não conseguia dormir. Não que isso fosse algo inusitado, mas dessa vez tinha um motivo específico que não saía da sua cabeça.
Esperava que Jimin estivesse acordado também.
Conferiu a numeração do quarto na mensagem mandada pela produção horas antes, deu duas batidas suaves na porta e esperou. Conseguia ouvir uma música lenta tocando, mas só. Será que ele já tinha dormido? Depois de um minuto bateu novamente, mais forte dessa vez. Em poucos segundos o som da música cessou, sendo substituído pela voz um pouco distante:
— Quem é?
— Jungkook — respondeu, tentando não soar mais alto do que o estritamente necessário no corredor.
Não demorou até o som do trinco sendo liberado chegar aos ouvidos do Jeon e a porta ser aberta apenas o suficiente para que tivesse espaço para passar. Então Jungkook olhou diretamente para Jimin e seus olhos recaíram de imediato sobre o que causava sua insônia.
A bendita tatuagem.
Jimin estava apenas com uma toalha enrolada na cintura, o corpo ainda molhado do banho — o que explicava o porquê de não ter atendido na primeira vez. Ele o encarava sério e sem dizer nada e, mesmo que tivesse ido ali com outra coisa em mente, a próxima atitude do Jeon ainda foi influenciada pela chateação.
— Você atende a porta desse jeito?
Jimin revirou os olhos e se virou, caminhando com cuidado de volta até o banheiro. Mesmo assim, respondeu:
— Por isso eu perguntei quem era. Achei que pudesse ser um dos gerentes e ia pedir pra esperar, mas já que era você… — Deixou a frase morrer sem completar que, já que era Jungkook, tinha saído às pressas do banho para atender. — Mas não acredito que você veio aqui no meio da madrugada pra continuar com essa atitude.
Jungkook suspirou. Parou ao lado da porta do banheiro, num ângulo em que não via o outro enxugando o corpo firme com a toalha felpuda que antes se pendurava em seu quadril.
— Não. Na verdade eu vim… conversar?
A frase acabou saindo em tom de pergunta porque não era exatamente essa a intenção de Jungkook ao ir até o quarto de Jimin. Mas não teria como chegar ao que de fato rondava sua mente sem que desfizessem o clima esquisito que se arrastava pelos últimos nove longos dias — não que alguém estivesse contando.
Jimin estava chateado também. Porque a atitude de Jungkook tinha feito com que se sentisse quase mal e culpado por algo que queria há tanto tempo e que o havia deixado tão feliz, e isso era um saco. Então, mesmo que no fundo soubesse que já estava mais do que na hora de acabar com a “briga”, seu lado birrento e teimoso ainda falou mais alto.
— Eu diria que sou todo ouvidos, mas preciso secar o cabelo. — E ligou o aparelho.
A bem da verdade o barulho não era tão alto, secadores de hotel não são lá muito potentes afinal, então poderiam sim conversar através dele. Mas Jungkook, que já tinha cedido mais do que de costume indo até ali, estava pronto para sair pisando duro e continuar com a rusga sabe-se lá por mais quantos dias. Seu erro (ou acerto) foi olhar para dentro do banheiro.
Apesar de ter dito que não ia lhe dar atenção, Jimin estava olhando na direção da porta ao invés de se dedicar a tirar o excesso de água dos fios acinzentados. A toalha branca enrolada na parte inferior do corpo novamente. O tronco nu e definido agora já seco, mas não menos tentador. E a palavra tatuada na costela direita se destacando na pele lisa.
Em vez de se afastar o mais novo adentrou no cômodo úmido e abraçou o corpo de Jimin. Sem olhar para a expressão do mais velho foi mais fácil para Jungkook dizer:
— Desculpe, hyung, acho que exagerei.
Uma pequena parte de Jimin, a que estava um pouquinho magoada, queria responder com “pois eu não acho, tenho certeza”. Felizmente ela perdeu para aquela que não conseguia resistir à Jungkook se desculpando em seus braços e que sabia que seria muita besteira prolongar ainda mais o clima ruim por algo tão bobo. Porque sim, se parassem para pensar, ambos poderiam ver facilmente que estavam trocando farpas e olhares atravessados há mais de uma semana por pura teimosia em dar o braço a torcer de que tinham reagido com exagero às atitudes um do outro.
※
Tudo estava mais do que bem enquanto estavam os dois em Busan aproveitando a breve folga após o sucesso da turnê na Europa. Tinham revisto suas famílias, principalmente aqueles que não puderam ir até Londres para o show e a comemoração do aniversário de Jimin, e conseguido passar um tempo com seus respectivos amigos. Então Jungkook precisou voltar para Seoul dois dias antes de Jimin, para se encontrar com algumas pessoas da produção de Charlie Puth, com quem colaborariam em seu próximo compromisso, no MGA. O Jeon sequer achou ruim ter sua folga encurtada por causa disso, já que estava muito feliz com essa colaboração.
Jimin, que já sabia desse detalhe da agenda de Jungkook, tinha marcado com seu amigo justamente algumas horas depois de Jungkook ter ido embora. Não é que quisesse esconder de Jungkook deliberadamente o que planejava. Só era algo que não tinha dito a ninguém que faria naquele momento — a não ser o pessoal da empresa, apenas para dar uma satisfação — e preferia só contar depois de já feito. Era algo em que pensava há tempos e que tinha um grande significado para si, de uma maneira bastante introspectiva, portanto queria gravar na pele e queria fazer isso sozinho — bom, com seu amigo tatuador, claro.
Fazer a tatuagem doeu menos do que Jimin esperava. E ele não poderia ter ficado mais feliz com o resultado. A palavra gravada em sua pele o faria sempre se lembrar de que havia se tornado alguém bem sucedido e que deveria simplesmente deixar pra lá as coisas ruins e sem sentido que surgissem sobre si. Muitas vezes, suas próprias palavras e cobranças duras demais. Principalmente suas próprias palavras e cobranças duras demais. Se pudesse teria feito a tatuagem no dia de seu aniversário, como uma espécie de ritual de autoconfiança, mas estava satisfeito em ter concretizado o desejo algumas semanas depois.
Quando voltou a Seoul e encontrou com seus amigos, sua família não consanguínea, Jimin estava muito animado em mostrar o “Nevermind” marcado à tinta em sua costela direita. As reações foram as mais diversas, desde a preocupação de Namjoon, o sorriso aberto de Taehyung, que logo se aproximou para ver, o grito animado de Jin. Mas Jimin não esperava pela reação de Jungkook. O mais novo dentre todos ali tinha arregalado os olhos daquele jeito quase engraçado e… só. Não fez nenhum comentário e logo os sete estavam sendo chamados para ouvir o arranjo criado para a apresentação de Fake Love na premiação.
Apenas muitas horas mais tarde, Jimin teve a chance de perguntar a Jungkook o que ele tinha achado, e a resposta não ter passado de um “ficou legal” quase desinteressado que o fazia lembrar do adolescente pouco sociável que o Jeon havia sido, fez com que o Park pensasse que o outro o estava criticando de alguma forma; que, no mínimo, não tinha gostado da tatuagem.
A questão não era essa. Jungkook não tinha absolutamente nada contra a tatuagem, muito pelo contrário. Mas havia ficado chocado por Jimin ter feito algo tão definitivo sem falar com ninguém. Bom, sendo sincero, sem falar com Jungkook. É óbvio que ele não tinha que pedir nenhuma espécie de permissão para fazer o que quer que fosse, mas pela maneira como Jimin contou sobre o momento em que fez a tatuagem, parecia algo realmente importante para ele e o Jeon se sentiu deixado propositalmente de lado, ainda mais por saber que Jimin tinha marcado de fazê-la imediatamente após a sua partida de volta à Seoul.
Talvez fosse um exagero, mas Jungkook ficou chateado e, por isso, nos dias que se seguiram evitou estar a sós com Jimin. Sinceramente, não foi nem tão difícil, visto que Jungkook tinha mais do que os outros a preparar para a apresentação, fora o fato de ter conhecido um de seus cantores favoritos — ainda que, a essa altura, depois de saber de algumas coisas, Charlie não pudesse entrar na sua lista de pessoas favoritas. E Jimin, que estava tendo um pouco de dificuldade com o novo arranjo que apresentariam, também não foi atrás.
Apesar de tudo, o stage foi um sucesso. Mesmo que os dois estivessem um tanto estranhos nas interações e que Jimin tenha sim ficado chateado por ter saído um pouco do tom enquanto cantavam Fake Love. Mas o Park tentou não se cobrar demais por isso, já que tiveram tão pouco tempo de ensaio com um arranjo tão diferente. Em vez de se martirizar, se concentrou em dar seu melhor no restante da performance, que havia sido muito bem executada. Certamente o “deixe pra lá” que viu em sua própria pele no momento em que foi trocar a roupa ajudou nisso. Mas isso também acabou o deixando mais chateado com Jungkook.
Tinha esperado que o mais novo fosse se mostrar animado, ainda mais depois de ter contado como a palavra tatuada tinha um significado especial para si, mas na verdade ele pareceu incomodado. E Jimin ficou incomodado também, porque a atitude de Jungkook acabou trazendo um amargor que não queria para algo que tinha o feito tão feliz. Sendo assim, Jimin, dessa vez, se recusava a ir até Jungkook. Não tinha feito nada de errado, o Jeon tinha um total de zero motivos para estar chateado e Jimin achava que merecia um pedido de desculpas.
A verdade é que Jungkook logo caiu em si de que estava agindo de um jeito um tanto idiota. Percebeu que Jimin estava chateado e deduziu que ele tinha achado que Jungkook não havia gostado da tatuagem. O que, definitivamente, não era o caso. Jungkook não sabia como um pouco de tinta na pele poderia ter tanto poder, mas tinha se tornado ainda mais difícil tirar os olhos de Jimin em qualquer momento em que a tatuagem estivesse exposta.
Então surgiu o problema político com o Japão. E Jungkook não conseguiria ficar alheio a como isso tinha afetado Jimin, não mesmo. Mesmo sem conversarem, até porque suas birras pareceram algo muito pequeno frente ao que estava acontecendo, os dois se deixaram aproximar, porque Jimin precisava do carinho de Jungkook e esse precisava estar lá por ele. Quando já estava tudo resolvido, na véspera do voo para o Japão, onde realizariam mais um sonho em grupo ao performar no Tokyo Dome, Jungkook estava decidido a esclarecer todo o assunto da tatuagem com Jimin, só pra não haver mesmo nenhuma estranheza entre os dois, então depois de arrumar suas malas o procurou pela casa e o encontrou conversando com Yoongi no Genius Lab.
Jimin gostava de ver o rapper trabalhar quando precisava se distrair e, embora ele já estivesse bem melhor e convencido de que não havia sido sua culpa, mas sim de pessoas maldosas, e tenha ficado aliviado em saber que a empresa tomaria atitudes para reparar os danos contra qualquer um que pudesse ter se ofendido, ainda preferia se prevenir a pensar demais.
A porta estava aberta e Jungkook acabou ouvindo um pouco do que os mais velhos falavam antes de sua presença ser notada.
— Sua cicatrização é bem boa, Jimin-ah, nem parece que faz só uma semana que você tatuou.
— Acho que é mérito do tatuador também, hyung. Não é porque é meu amigo, não, ele é realmente muito bom.
— De fato. Quando você me disse que ia fazer eu não imaginei que seria exatamente no mesmo local daquela que desenharam em você em 2014, é uma área sensível. E é bem grande. Mas ficou muito bom. ‘Tô quase repensando minha decisão de deixar as tatuagens de lado depois de ver a sua.
Nesse momento, um pouco mais impulsivo do que gostaria, Jungkook entrou no cômodo, não contendo a voz chateada.
— Yoongi-hyung sabia e eu não?
Os dois mais velhos se assustaram mas Jungkook sequer deu tempo pra que eles respondessem, negando com a cabeça e saindo. Suga deixou uma risada anasalada escapar antes de dizer:
— Nossa, fazia tempo que não via essa cara emburrada direcionada a mim. Parece mesmo que voltamos a 2014.
Sem pensar no orgulho por um momento, ainda mais porque achava que as coisas já tinham melhorado depois de ele não ter saído do seu lado quando saíram notícias maldosas sobre a situação com o Japão, Jimin foi atrás de Jungkook.
— Ei, o que foi isso? Jungkook-ah, — usou o termo carinhoso para tentar apaziguar o clima um pouco que fosse — espera.
Jungkook se virou e encarou Jimin, os braços cruzados e a língua empurrando a bochecha evidenciando seu incômodo.
— Por que você está agindo assim de novo?
— Eu não sei, Jimin. Aliás, eu nunca sei de nada, pelo visto.
— Eu ‘tô tentando conversar direito com você…
— Conversa com o Yoongi-hyung, já que você prefere contar as coisas importantes da sua vida pra ele.
A frase soou infantil até mesmo para os ouvidos de Jungkook, mas ele não recuou quando Jimin rebateu, a expressão incrédula.
— Eu não acredito que você está com ciúmes do Yoongi, não é possível que voltamos à esse tipo de coisa.
— E eu não acredito que você não veja problema nenhum em deixar de contar algo importante pra mim.
A conversa nada proveitosa acabou ali, com Jungkook entrando em seu quarto e Jimin quase rindo de nervoso da situação absurda.
As horas passaram num flash e logo eles já estavam embarcando para o Japão. Jimin foi ao lado de Hoseok no voo, enquanto Jungkook se sentou com Taehyung e ficou falando sobre os lançamentos de jogos que gostaria de testar para se distrair. E, ao chegarem ao Japão, a rotina de ensaios pré-show estava tão intensa que mesmo que quisessem não teriam tido tempo ou ânimo de deixar a teimosia de lado e resolver as coisas.
Mas isso não impedia nenhum dos dois de sentir saudade das conversas, carinhos e todos os outros toques nesses dias de afastamento. E definitivamente não impedia Jungkook de se perder olhando para Jimin e aquele pedaço de pele marcado eternamente a cada vez que, por algum motivo, o mais velho se despia em sua frente. Essas sensações já começavam a tomar muito espaço na mente dos dois, ao ponto de, mesmo ainda estando emburrados e sem terem conversado sobre o assunto, se verem interagindo e se tocando no show quase como de costume.
Depois disso, Jungkook não queria mais ficar empacado na birra. O que queria era poder estar com Jimin, tocar em Jimin, naquela tatuagem e em todo o resto.
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