Yifan era excêntrico e agridoce, um verdadeiro poeta de esquina; cheirando à Marlboro Black, tudo que mais sempre quis era que alguém o aceitasse do jeitinho que ele é: 50% nicotina e 50% poesia.
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Como se o abrigasse, uma nuvem espessa de fumaça rodeava o corpo eriçado e trêmulo do chinês; entre os seus dedos esguios e tatuados jazia um cigarro recentemente aceso, aquecendo-o naquela fria noite. De olhos vermelhos e secos por conta da friagem e o nariz beirando a roxidão, sair da sacada e se aquecer ainda não era uma opção.
O seu vizinho, que morava no outro apartamento e no mesmo andar que si, contrastava com toda a friúra daquela madrugada solitária. O homem dançava ao som de uma música animada, ao mesmo tempo em que deixava uma voz suave escapar entre seus lábios. Yifan o escutava com dificuldade, mas não importava.
Era o suficiente para si admirar as suas expressões, no final das contas. Mais até mesmo que a própria nicotina, os passos de dança ágeis e o sorriso doce acalentavam o seu coração de uma maneira mal conseguia descrever — justamente ele, um escritor.
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Yifan notavelmente não se dava muito bem com bebidas.
Estava em um barzinho famoso no bairro, tomando uma vodka tão barata que mal se lembrava da marca; sua garganta ardia a cada gole. No entanto, para falar a verdade, não estava ligando muito para isso porque 1) estava feliz por ter largado um pouco do seu trabalho e 2) acima de tudo, o seu vizinho estava se apresentando de uma forma tão magnífica que a dor na garganta se transformava em nada diante tanta beleza.
Tudo bem, Yifan admitia: havia errado quando pensou que observá-lo de longe era o suficiente para suprir a sua admiração e o seu carinho. O homem — que mais parecia um menino, o chinês sempre pensava — era um verdadeiro tenor lírico, com uma voz tão doce e atraente que ele fechava os olhos e jurava ter achado um portal para o paraíso.
Sem sombra de dúvidas, o nome dele deve estar no dicionário conceituando a palavra perfeição.
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— Oi.
Yifan sentiu o seu coração falhar uma batida; não sabia se deixava um sorriso bobo escapar ou se corria dali, pois ele havia falado consigo. Ou era apenas um sonho? A sua inspiração estava bem na sua frente, sorrindo do jeito mais bonito no mundo inteirinho e com o cabelo perfeitamente bagunçado! O chinês era um homem feito, mas carregava consigo um coração apaixonado digno de um adolescente.
— Oi. — Reverenciou levemente, continuando sentado; precisava sustentar o corpo mole de admiração, afinal. — Tudo bem?
— Tudo sim. — Repetiu o gesto, crispando os lábios e sorrindo daquele jeitinho, com a boca fechada e os olhos semicerrados. Era oficial, Yifan, se estivesse em um desenho animado, teria desmaiado ali mesmo com tamanha perfeição em um único ser humano. — Espero que esteja bem também, o dia está bonito demais para alguém como você não estar feliz.
Wu não podia negar, estava se sentindo terrivelmente bobo e estático diante a gentileza de seu vizinho, e só conseguiu o retribuir com um sorriso grande e um aceno de cabeça, confirmando sim que estava bem — impossível não ficar. O outro, que ainda se mantinha de pé, prontamente apontou para a cadeira vazia como se perguntasse silenciosamente se poderia sentar, e obviamente não foi negado.
— O meu nome é Lu Han — Reverenciou novamente, estendendo a mão em um gesto de educação e respeito, e logo foi correspondido —, eu sou dançarino e cantor. Ainda não profissionalmente, mas estou me esforçando, sabe? — E riu, ajeitando-se na cadeira de madeira. — Prazer em conhecê-lo, é uma honra.
Por alguns segundos, Yifan permaneceu quieto, encarando a mão que havia acabado de apertar na esperança de seus olhos não desviarem para os lábios alheios; conseguia sentir o sorriso na voz doce, e não queria parece bobo demais para a sua idade sorrindo só de vê-lo sorrindo.
— Prazer, Lu Han. Eu me chamo Wu Yifan e sou um poeta de esquina, escritor fracassado nas horas vagas. — Riu, sendo acompanhado pelo outro. — É uma honra conhecê-lo também.
— Então — pigarreou —, espero que eu não esteja te atrapalhando, Yifan, mas é que eu gosto de me sentar aqui também. Parece que hoje você pegou o meu lugar nessa cafeteria, hum? — Tentou se manter sério, mas era um homem de sorrisos e gentileza, e então Wu se sentiu aliviado. — Estou brincando, não se preocupe. Vai ser agradável dividir a minha rotina hoje com você, Yifan.
E então ele suspirou, contendo o sorriso bobo que teimava em surgir a cada seguindo; olhou pela janela, admirando a manhã lá fora. Era realmente um dia bonito, ventava um pouco e a brisa balançava as folhas das arvores que enfeitavam as calçadas da rua, mas nada superava o céu limpo e as nuvens branquinhas, enfeitando a manhã.
Quando os seus olhos encontraram uma nuvem em formato de anjo, contendo até mesmo uma auréola bem delineada, foi inevitável se lembrar de Lu Han e o seu sorriso afetuoso.
— Eu gosto de me sentar aqui, sabia? — puxou assunto, olhando de relance para o dançarino e logo voltando a admirar o céu. — Estou em processo de criação de um livro de poemas, e tudo aqui me inspira. É um lugar bonito, não é? Mesmo que estejamos no meio da cidade, as calçadas têm árvores com folhas verdinhas, o céu está sempre colorido nesse azul e o café tem um cheiro delicioso. Sinto que não poderia ter encontrado um lugar melhor e — Suspira, hesitando antes de terminar a frase — com você aqui se tornou ainda mais bonito, pois você transmite leveza.
Lu Han sorri, dessa vez um pouco envergonhado. Ele não costuma receber elogios assim, de uma forma tão repentina, ainda mais de quem ainda não conhece direito; surpreendentemente, porém, não se sentiu desconfortável: Yifan era um cara agradável. Mas, não podia negar, agradeceu mentalmente quando o garçom pigarreou ao lado da mesa, atraindo ambas as atenções para si.
Ele definitivamente não sabia reagir a elogios.
— Vão querer alguma coisa?
— Eu vou querer um cappuccino e biscoitos, Chanyeol, como sempre — Lu Han tomou a frente para responder, enquanto o garçom anotava automaticamente o pedido em seu bloco de notas. — O que você acha de me acompanhar nesse café da manhã, Yifan? Juro que o meu pedido combina melhor que qualquer outro.
— Claro! Por que não?
— Então tá certo. — Chanyeol guardou o bloquinho de notas no bolso e deu batidinhas nas costas de Lu Han e apertou o ombro de Yifan. — Já trago o pedido, meus consagrados.
Quando o garçom sumiu de vista atrás do balcão, um silêncio se instalou na mesa em que os dois estavam sentados. O chinês mais novo pôs a mão dentro da bolsa da calça e pegou o seu próprio bloco com uma caneta presa nas espirais; não perderia o momento de inspiração, e provavelmente o outro entenderia o seu momento súbito de escritor. Ficou tão, mas tão distraído que mal notou o olhar curioso e felino sobre si, examinando-o por inteiro.
— Yifan, você me permite te fazer uma pergunta? É meio pessoal, mas — Remexeu-se na cadeira, arrependido de ter aberto a boca, mas aliviando-se quando o outro assentiu confortavelmente sem se importar — é que você cheira muito a nicotina. Por quê?
Yifan, por sua vez, parou para pensar um pouco, deixando com que sua cabeça pendesse para o lado direito. Girava a caneta preta — e mordida — entre os dedos esguios, às vezes a manuseando como se fosse um cigarro. Queria poder achar uma resposta poética para aquilo, como todo poeta sempre tem na ponta da língua, mas ele não era tão interessante assim.
— Marlboro Black — sussurrou meio arrastado, meio simples e hesitante, jogando todo o peso do seu corpo para trás juntamente com sua cabeça. — Eu só... amo o gosto doce do Marlboro Black, sabe? Comecei a fumar ainda adolescente e agora é um vício que não consigo largar. Tento ver como algo ruim quando as consequências pesam, mas podemos escolher como morrer, não é? Decidi morrer de tanto fumar e transformar a nicotina em poesia.
Lu Han apoiou a cabeça na própria mão, olhando fixamente para o escritor e absorvendo cada expressão corporal e cada palavra que saia de sua boca. De fato, o tabagismo não era saudável, mas aquele homem conseguia tornar poesia tudo que fazia e fala, e isso não passou despercebido de si. Um poeta genuíno, no final das contas.
— Fascinante — disse aleatoriamente, e riu quando percebeu a naturalidade do elogio. — Quero dizer, a sua forma de ver as coisas é fascinante — consertou-se, observando as feições alheias. — Aliás, tenho a impressão que te conheço de algum lugar, mas não me lembro de onde.
— É mesmo? — Riu, fazendo eco com a sua risada baixa e rouquinha, como quem não soubesse de que eram vizinhos. — O mundo é pequeno demais, com certeza nos esbarramos por aí e agora demos a sorte de nos encontrar aqui. Novamente: mundo pequeno até demais.
— Hm, você tem razão.
E jogaram conversa fora por horas seguidas.
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Em uma mão, Yifan carregava uma garrafa de vinho, que se encontrava quase vazia naquele momento; na outra, estava um Marlboro Black que tinha acabado de ser aceso. Levou o cigarro até a boca e tragou lentamente, soltando a fumaça e fechando os olhos para apreciar o momento de calmaria. À sua volta, formou-se uma nuvem que parecia acolher o corpo do escritor e abraçá-lo.
— Você é tão poético, Yifan — o vizinho, que ele só conseguia enxergar como um vulto naquele momento, falou, fazendo gestos com a mão que ele não conseguia entender. — Até quando está meio bêbado você consegue transbordar poesia e beleza, e isso é realmente fascinante.
O chinês mais novo levantou o olhar, forçando os olhos para tentar admirar cada pedacinho do rosto de Lu Han. Fazia em média dois meses que eles haviam se conhecido, e aquelas visitas aos apartamentos um do outro já eram mais que normais. Aos poucos, o dançarino havia aprendido a apreciar o cheiro de nicotina e bebidas baratas daquela casa e do seu próprio vizinho.
— Sou? Acho que isso deve ser normal para um poeta de esquina, transbordar poesia pra não demonstrar a solidão de uma vida baseada em fracassos. — Riu rouco, meio desengonçado, fazendo com que ele risse novamente do próprio riso. Definitivamente, estava muito bêbado.
— Normal para um poeta sóbrio! Yifan, você está caidinho de bêbado e continua tão bonito e agradável, não sei como. — E era nesses momentos que ele permitia demonstrar um pouco de seus sentimentos, antes que se sufocasse de vez por ter se apaixonado por um escritor de esquina em tanto pouco tempo. — Olha só, continua com um sorriso tão bonito, com uma voz tão gostosa e um jeito tão aconchegante...
— Acho que esse é meu diferencial, caro Lu Han — afirmou extremamente convicto de si, jogando a garrafa de vinho vazia em cima da mesa de centro e se jogando ao lado do dançarino no sofá. — Eu faço poesia até mesmo quando estou chapado, mas a minha magia mesmo é te achar o cara mais bonito do mundo com a visão toda embaçada de álcool.
E, mesmo que aquilo não tivesse feito tanto sentido assim, Lu Han sorriu como nunca antes e o trouxe para um abraço, ajeitando-o sobre seu corpo e aproveitando o momento para fazer carinho em seu cabelo. Sorte a sua Yifan estar meio bambo, pois senão ouviria o seu coração se acelerando com a proximidade.
— Você é fascinante em tantos modos, e tão bonito de todas as formas, que acaba vendo beleza em tudo, Yifan.
Naquela noite, Lu Han cantou para Yifan dormir.
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— Yifan, se você pudesse escolher apenas uma frase para descrever sua vida, qual seria?
Naquele momento, os dois se encontravam na casa do chinês mais velho, um apartamento muito mais arrumado e espaçoso que o do escritor. Eles não sabiam muito bem como e quando aquela amizade havia se tornado tão forte, muito menos quando o laço sentimental deles havia surgido, mas agora eram melhores amigos — e era, talvez, essa a parte ruim de tudo: eles eram terrivelmente apaixonados um pelo outro, mas nenhum de ambos tomava a iniciativa.
— Uh, uma frase, hum? — murmurou, o som da sua voz um pouco distorcido por conta do Marlboro Black que se equilibrava entre seus lábios. Deixou o notbook de lado e inclinou-se para frente, admirando o homem de pé à sua frente, movendo-se lentamente em passos aleatórios. — Eu não sei...
— É, uma frase — insistiu, rodopiando no ar como havia aprendido quando mais novo nas aulas de ballet (aquelas em que ele fugia do colégio para frequentar), acompanhando a música clássica que tocava na televisão. O som de seus pés batendo no chão era como uma melodia para Yifan. — Uma frase que descrever o que você pensa, o que você sente, o que você deseja, sei lá... Qualquer coisa assim.
Yifan bagunçou seus fios escuros de cabelo e deu mais uma tragada no seu cigarro, dessa vez mais forte Jogou a cabeça para trás, tendo a nuca apoiada na parte superior do sofá de coro e expulsou a fumaça antes presa dentro da sua boca, formando uma nuvem bonita acima de si. Ele suspirou pesado e sorriu ladino:
— Tentando o meu melhor na minha pior fase, sempre tentando ver o lado bonito das coisas — respondeu risonho, como se aquilo fosse a coisa mais otimista do mundo, mas a verdade era que a nicotina (e a presença de Lu Han, mas isso ele não admitiria) lhe deixava relaxado.
— Que frase triste, e bonita. Gostei. — Sorriu meio rindo, rodopiando mais uma vez, agora com mais perfeição. A música tocava baixa no apartamento, pois a melodia mesmo que ele queria ouvir era a voz de seu vizinho. — Você gosta de apreciar o lado bonito das coisas então?
— Claro! Acho que é essa a função de um poeta, afinal. A gente enxerga poesia no caos, beleza no que está totalmente fora dos padrões de beleza, inspiração nas menores coisas. E, ah... as coisas belas só se tornam ainda mais bonitas. — Suspirou, levantando-se do sofá e indo até Lu Han, pondo-se em sua frente. — Acho que é por isso que eu gosto tanto de admirar você.
— Me admirar? — murmurou surpreso, sobretudo com a proximidade perigosa de Yifan. — Eu também tenho um lado bonito, no final das contas?
— Não exatamente, Lu, não exatamente — contestou, passando os seus dedos entre os fios de cabelo do chinês mais velho, mas logo escorregando a mão para o rosto e fazendo carinho na bochecha contraída por conta do sorriso. — Você não tem só um lado você, você é todo bonito, e eu amo isso.
Lu Han suspirou todo apaixonado, segurando-se para não fechar os olhos por conta do carinho em seu rosto. Yifan era um homem feito, assim como si, mas ambos tinham os mesmos corações bobos de quando eram adolescentes, e o chinês mais velho não conseguia não ceder às sensações aconchegantes que o escritor lhe proporcionava.
Em um ato de coragem, o dançarino o puxou para perto e colou o seu corpo no dele, abraçando-o com ternura e balançando o corpo em uma dança lenta. Wu nada tinha a dizer, somente aceitou a dança com um sorriso no rosto e o abraçou pelos ombros, escondendo o seu rosto no vão da região. Ele se sentia como se pudesse passar a noite inteira ali, tendo o corpo guiado por Lu Han e sentindo o aroma suave de seu perfume.
— Então isso quer dizer que você me ama, Fan? — Ele foi direto, apertando a roupa alheia para conter o seu frio na barriga. A música clássica mudou, e o clima se tornava cada vez mais romântico e aconchegante.
Yifan, com o coração batendo a mil, selou os seus lábios na bochecha e riu pertinho do seu ouvido, causando arrepios em Lu Han.
— Talvez.
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— O seu livro ficou incrível! Nunca li poemas tão bonitos na minha vida, Fan.
Lu Han olhava o pequeno livro com os olhos brilhantes — e marejados, mas isso ele nunca admitiria —, após quase o devorar tamanha a ansiedade que estava sentindo para ler o que Yifan escrevia desde que eles se conheceram.
— Oh, sério? Obrigado! — agradeceu verdadeiro ao elogio, dando um sorriso nervoso. — Você leu as notas?
— Hm? As notas? Acho que não... — respondeu meio duvidoso, foleando o livro até chegar ao início novamente. — Eu estava tão ansioso para ler os seus poemas que pulei essa parte, me desculpe.
Quando ele se deu conta do que estava escrito ali, os seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em um verdadeiro “o”, não demorando a começar a tremular pelo choro iminente.
“Esse livro é inteiramente dedicado ao meu querido vizinho, Lu Han, um incrível dançarino e cantor, dono do tom tenor lírico mais bonito que o mundo já teve a oportunidade de ouvir. Ele foi uma das minhas maiores inspirações para os poemas aqui escritos, e eu só tenho a agradecer pela a sua existência inteiramente bonita. Meu incrível Lu, obrigado por tudo. Sem você, esse livro não teria sido terminado. Você é pura poesia.”
E foi tudo muito rápido para que Yifan conseguisse raciocinar. Quando ele sentiu os dois braços trêmulos envolvendo o seu corpo em um abraço e o rosto pressionado contra o seu pescoço, o choro alheio molhando a sua camisa, tudo que ele conseguiu fazer foi apertá-lo forte e beijar a sua testa em um beijo demorado.
— Obrigado, Yigan, muito obrigado! Você não sabe a honra de ter um livro dedi—
— Ei, shhhh — interrompeu, levantando o rosto alheio com o indicador e selando os seus lábios aos dele, em um selinho já rotineiro (como queria que conseguissem sair disso, como queria...). — Quem tem que agradecer aqui sou eu, e não você.
— Mas por que você que tem que agradecer? Você que me dedicou um livro, me fez companhia, me acompanhou nas minhas apresentações e—
— Porque você gosta de mim mesmo que eu cheire à nicotina. — Novamente lhe roubou um selinho, fazendo com que ele ficasse quietinho e o olhando com aqueles olhos apaixonados que Yifan tanto amava. — Ninguém nunca gostou de mim por causa disso, sabe? Ninguém gosta de fumantes...
Lu Han se afastou um pouco de Wu, olhando-o com a sobrancelha arqueada. Ah se ele soubesse como o chinês mais velho o amava... nunca mais duvidaria de si mesmo.
— Yifan.. — pôs a mão na nuca de Yifan, que se arrepiou todinho e levou o olhar para a sua boca. — Eu amo você, e o seu cheiro de Marlboro Black só te deixa mais irresistível.
E Wu não teve tempo de mais nada. Lu Han se inclinou e lhe roubou um beijo de verdade, cansado dos selinhos que eles estavam trocando desde a última semana. O escritor se deixou ser tomado pelos toques sutis e desejosos do dançarino, que, ao mesmo tempo em que mordiscava seu lábio inferior e suspirava contra a sua boca, fazia carinho em sua nuca.
E o gosto doce de Marlboro Black, para Lu Han, foi apenas como um brinde no presente que era o beijo de Yifan, a própria existência de Yifan. Nunca havia pensado que o gosto da sua boca tomada por nicotiva fosse tão... agridoce e viciante.
— Sempre tão poético, meu Yifan. — Separou-se dele, rindo sem graça e com a toda boca vermelha, as suas bochechas não ficando para trás. De repente, havia ficado quente demais.
— Sempre tão belo meu Lu Han. — Também riu, aproximando novamente os rostos e enchendo a boca inchadinha do chinês mais velho de selinhos. — Eu te amo. Eu te amo muito. Eu te amo mais que amo escrever. Eu te amo, você é minha inspiração, minha poesia. — Repetiu entre selinhos, para que ele nunca mais se esquecesse de seu amor.
— Eu também te amo, meu poeta preferido. Você tem o melhor beijo desse mundo, e o seu gostinho de Marlboro Black só o deixa ainda mais viciante.
Yifan nunca havia se sentindo tão seguro e amado. Já Lu Han, bem, ele nunca havia amado tanto a junção de uma pessoa com nicotina.
“Quando um escritor se apaixona por você, você jamais morrerá”
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