Respirando fundo, Kyungsoo afastou o cobertor com os pés e levou uma das mãos ao cabelo, bagunçando os fios negros numa tentativa falha de se acalmar. O suor frio grudava sua camiseta ao corpo, ele nunca se sentira tão pesado.
— Calma, foi só um pesadelo… — Sussurrou, tentando lutar contra o choro — Só um pesadelo...
Frustrado, o moreno soltou um suspiro pesado, cobrindo o rosto com as mãos trêmulas. Ele não podia chorar, não de novo, não por isso.
O problema era que… Merda, ele achou que tinha superado. Que, depois da terapia, os pesadelos iriam acabar. Eles tinham parado. Só que agora, lá estava ele, acordando de outro sonho perturbador… Quando se deu por si, lágrimas teimosas já escapavam pelas suas mãos, e soluços intrometidos subiam pela sua garganta.
Se sentia tão patético, tão… Fraco. Não queria se deixar abalar por um sonho bobo. Não queria perder o sono por um medo idiota.
Saber que teria de enfrentá-lo na manhã seguinte também não ajudava em nada.
O outro lado do colchão de Kyungsoo afundou e antes que ele pudesse reagir, um sussurro preocupado soou baixinho na escuridão, assustando o Do.
— Soo? Você teve outro pesadelo? — Era Baekhyun, a voz carregada de sono.
Kyungsoo, sem conseguir falar, apenas fez que sim com a cabeça baixa, tentando conter seus soluços. Por dentro, ele se xingava por acordar o amigo. O Byun tinha uma prova importante no dia seguinte; ele precisava muito daquelas horas de sono.
Baekhyun, sem saber muito o que dizer, soltou um suspiro entristecido. Os pesadelos de Kyungsoo, infelizmente, não eram atípicos. Alguns meses atrás, ele tinha pesadelos em quase todas noites. Ele sempre se recusava a falar sobre o que eles se tratavam; e o Byun, respeitando o espaço do amigo, não insistia no assunto. Inevitavelmente, ele ficava preocupado com o Do. Ver o outro chorar era algo tão doloroso… Baekhyun andava mais tranquilo quanto a isso ultimamente, já que faziam semanas que Kyungsoo não tinha pesadelos, que não perdia o fôlego nas crises de pânico.
Porém, ali estavam eles mais uma vez, numa cena nada incomum para os dois.
Baekhyun, apesar de estar acostumado, nunca sabia muito como ajudar Kyungsoo. O mais novo não era o maior fã de abraços; e acabava que o medo de invadir o espaço do colega era maior do que a sua vontade de ampará-lo, ou a sua coragem de fazê-lo. Contudo, ele também não conseguia simplesmente deixar o Do de lado. Ele tinha que intervir.
Tentando encontrar um meio termo, Baekhyun afagou carinhosamente o ombro de Kyungsoo, torcendo os lábios num sorriso torto, mesmo que o outro não pudesse vê-lo com clareza. Ah, se o Do soubesse o quão magoado ele ficava naquelas horas, o quanto se sentia impotente. Era horrível ver o outro tão machucado e não conseguir fazer nada pra ajudar.
Ah, se Baekhyun soubesse o quanto apenas a sua presença já fazia a diferença pra Kyungsoo...
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