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Para lá e para cá.

Para lá e para cá se movem meus pés.

A música que é a nossa oração está a tocar.

Meu corpo se mexe em adoração aos astros acima de nós.

Uma permissão para este amor.

Para lá e para cá.

Para lá e para cá se movem teus pés que não consigo acompanhar.

És a própria dança em ação.

És bela ao se expressar com o corpo todo,

como se ele fosse extensão dos instrumentos.

A tarde está nublada, porém não faz par com nossos sentimentos.

Coloridos.

O arco íris nos rege.

Para lá e para cá.

Para lá e para cá me convidas.

Fico dividida entre permanecer a te admirar ou me render as tuas vontades.

Te olho com encanto um pouco mais e vou.

Não te resisto muito mais.

O vento forte nos envolve como se abençoasse nosso amor, nos colando.

O cheiro do teu shampoo me atinge;

tu, repentinamente estás em mim.

Não faço esforços.

Te aceitar por dentro é mais fácil que respirar.

As pessoas nos olham.

Umas se balançam para lá e para cá não resistindo a uma dança tão cheia de amor.

Outros se mexem para lá e para cá com visível incomodo a esse amor tão distinto;

ainda que amor acima de tudo.

E eu?

E tu?

Estamos imersas na nossa bolha momentânea.

A chuva está vindo nos proteger.

As pessoas fogem a ela.

Mas nós sabemos que a mãe natureza nos ama.

Porque nela vemos amor em tudo.

Ficamos eu, tu, chuva e amor.

Para lá e para cá.

Para lá e para cá.

No embalo do amor eterno.

Durando tanto quanto mereça.

Me dance até nosso fim meu amor.

Enquanto nossos ouvidos escutarem nossa canção,

enquanto nossos corpos se responderem,

enquanto nossas mãos se entrelaçarem,

enquanto nossas risadas nos fizerem rir,

enquanto nossas discussões nos fizerem nos descobrir e reencontrar,

enquanto o enquanto nos der motivos,

meu amor me puxe,

me gire,

me conduza

Para lá e para cá.

Para lá e para cá mais uma e outra vez,

para lá e para cá.


Nov. 12, 2018, 5:50 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Raissa Christina Na vida, onde todxs me encaram eu sou desprovida de timidez. É fácil, ninguém me observa por dentro. Quando mostro minha escrita, fico introspectiva que dói. Minha carne, veias, essência, estão a mostra. Escrevo o que eu sinto com muita intensidade, ainda que não seja "eu" no que está no texto, tudo foi vivido. Para mim, no processo entre a leitura e o leitor, há um grande movimento de troca de emoções. Espero que o mesmo ocorra com vocês.

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