notas: esse conteúdo contém piadas sem graça e adolescentes meio-ficcionados em peitos e bem idiotas. não é necessário levá-lo à sério.
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É o seguinte, quem não gosta de caridade? Em particular Chanyeol, o babaca do grupo que acreditava em meritocracia, capitalismo e outras baboseiras de direita, mas tirando ele, todo mundo adora caridade. As garotas acham fofo e sexy, os caras acham uma aposta e tal, sabe, quanto mais você doar, mais você vai receber, se é que me entendem.
Mas no grupinho de Oh Sehun, não havia nada, a não ser a palavra pré-estreia de filmes de heróis, que os fizesse desembolsar o dinheiro da mesada para mandar para abrigos(não os levem à mal, Kyungsoo já havia constatado que aquilo era uma furada e o dinheiro não ia realmente para caridade, e sim para o clube de futebol), logo, eram do grupo que sempre se negava a doar.
Quer dizer, sempre até ontem.
– Vão leiloar garotas. – Kyungsoo constatou, reformulando a frase pela terceira vez ao ouvir Luhan dizer o quanto aquilo era nojento. – Vão dar moças à marmanjos por um par de horas em troca de dinheiro, melhor mocinha? – Luhan chiou, mirando-lhe um pedaço de alface e grunhindo de raiva quando o outro desviou. – Para, sua louca.
– Louca? Você não viu nem metade! – Luhan respondeu, as maças do rosto estavam inteiramente vermelhas, e não era coisa daquela coisa que fazia umas coisas de deixarem a cara meio vermelha da cor das chineladas que Sehun levava, era uma coisa de estar meio envergonhada. E Sehun e Chanyeol até entendiam, não achariam legal serem leiloados por aí, ainda mais que Luhan era comunista e feminista. – Eu vou processar essa escola por incitar esse tipo de coisa, onde já se viu?! Leiloar pobre jovens como se fossem um pedaço de carne, isso é horrível. Marx seria totalmente contrário a isso!
E pra explicar, não sendo nada de preconceituoso cabeça dura ou sei lá o que, mas Sehun era o mais sã daquele grupo. Sem dogmas religiosos, sem partidos políticos, sem militância, sem estresse, na paz, chorando pelo Peter Park nas horas vagas, mas na paz.
– Não concorda comigo, Hun? – Luhan chamou, virando o rosto de grandes cílios para o outro, numa carranca que intimava Sehun a concordar com ela.
– C-claro. – gaguejou a resposta e ouviu um bufar indignado de Chanyeol. Frouxo, ele comentou, enfiando purê de batata goela à baixo logo depois.
– É só uma forma de fazer as pessoas doarem dinheiro. – Kyungsoo explicou – Ninguém quer simplesmente doar o dinheiro, ainda mais adolescentes como nós que só pensam em comprar bebida e camisinha, então vão leiloar garotas por preços exorbitantes e ainda nos farão comprar camisinhas para que no futuro não compremos fraldas.
– Ainda assim é ridículo. – A garota cruzou os braços, fazendo um bico gigante nos lábios.
– Pode até ser pra você, mas eu estou pensando em arrematar Kim Jongin. É pra caridade sabe? – Sehun riu, achando graça da frase do amigo, por baixo da mesa lhe fez um high-five e até pensou na ideia.
– Você foi intimada, noona? – Questionou, vendo a garota timidamente assentir, mordendo os lábios nervosamente.
– Sim, por que, Hun? Está pensando em-
– Achei que só garotas bonitas fossem convocadas. – Zombou com Kyungsoo, vendo-o estender a mão enquanto ria. High-five.
– Babaca. – Indignou-se a garota, outra vez acertando comida nos membros presentes na mesa. – Odeio vocês...
– Não esquenta Lu, se ninguém te arrematar, pode deixar que o capitalista idiota imbecil escravo do dinheiro aqui te compra. Tudo pela caridade, sabe? – Chanyeol piscou na direção da garota, vendo-a ruborizar ainda mais, e quando ela deixou a mesa bufando de raiva, outro high-five aconteceu. – Agora que ela já saiu, precisamos falar sobre a caridade.
Oh e D.O se entreolharam, certos de que aquilo jamais aconteceria outra vez, então ouviram atentos.
– Eu odeio ter que concordar com o D.O, mas há muitas garotas bonitas participando dessa idiotice. A Kim do time de futebol, a outra Kim que faz canto e tem aquela outra Kim que faz aula de química avançada com a gente. – Chanyeol segredou, contando nos dedos as garotas que lhe despertavam o interesse o suficiente para querer doar dinheiro para caridade.
– Blé – Sehun resmungou, nada naquelas garotas era convidativo o suficiente para lhe fazer torrar as economias do mês. – Não sei se estão lembrados, mas tem estreia de X-Men esse mês.
– X-Men não vai me dar peitinhos para apertar, seu grande idiota! – Chanyeol chiou, revoltado. – Você tem que entrar nessa com a gente, Sehun, é a única chance de garotos como nós, saírem como garotas como elas!
‘’Garotos como nós?’’ Sehun se sentiu extremamente ofendido, mas não negou aceitar aquilo, porém não havia aceitado. Restava torrar a grana do mês e chorar apertando peitinhos depois.
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Todas as garotas andavam num misto de alegria e ansiedade estranho, sério, Sehun não ia gostar nada de ser leiloado como um objeto por aí, na verdade Sehun estava se sentindo um tanto nojento apenas pelo pensamento de contribuir pra isso. Quer dizer... Que errado.
– Nada de papo moral, Sehun – Kyungsoo reclamou – O leilão é daqui algumas semanas e você continua com esse papo chato, qual é! Todo mundo adorou a ideia, porque você está sendo tão chato e moralista? Não dá pra só desembolsar uns vinte pratas e escolher uma garota qualquer?
– Isso é nojento, Kyungsoo, a garota vai estar sendo obrigada a sair comigo. Não quero isso. – devolveu, dando de ombros enquanto enfiava a mochila dentro do armário, assustando-se quando Kyungsoo empurrou a porta de seu armário com força.
– Não fode. Elas aceitaram participar. – As feições duras de Kyungsoo chegavam a intimidá-lo, mas Sehun permaneceu passivo e tranquilo. – Sehun, essa é a nossa única oportunidade. Em que mundo você acha que Kim Jongin aceitaria sair comigo? Só em um alternativo como no Flash. Cara, a gente não vai deixar você ficar sozinho, é nosso dever como amigo te ajudar a escolher uma garota, conversar com ela, dar uns amassos e deixar de ser o virjão do terceiro ano.
– Você e o Chanyeol também são virgens!
– Mas é diferente, porque nós vamos perder esse titulo, e você, que ficar com ele pra sempre?
Sehun o encarou, agora um pouquinho mais puto porque Kyungsoo estava conseguindo tirá-lo do sério. – Não gosto de nenhuma garota dessa escola.
– É claro, você só conhece a Lu, então tá traumatizado com a possibilidade de todas serem como ela, e então nunca nem falou com nenhuma das garotas dessa escola.
Sehun resmungou alguns palavrões.
Mas o sorrisinho na boca de Kyungsoo era convencido demais, ele sabia que conseguiria fazer o Oh ceder, sempre conseguia. – Posso te apresentar algumas garotas bem legais e bonitas.
Dia de arrematar garotas. Ou o Glorioso dia dos Peitinhos, como Kyungsoo batizara.
O dia finalmente chegara, uma longa semana de debates, cofrinhos quebrados, muito marmanjo ficando de pau duro só de imaginar o que poderia fazer algumas horas na presença das garotas mais quentes do segundo e terceiro ano. E tinha Sehun, taciturno, triste, ainda pensando em Peter Park.
– Alegre-se meu companheiro. É hoje. – Kyungsoo sorriu, como um gato malicioso, carregava no bolso alguns bolos de notas altas de won, Kim Jongin seria sua. E depois se decidiriam entre assistir Titanic ou Grease.
– Estou tão confuso entre a garota dos Byun e a Kim... – Chanyeol murmurou, coçando o queixo pensativo.
– Que Kim, primeiramente, porque há muitas. – Sehun resmungou.
– A Junmyeon, aquele jeitinho certinho dela me enlouquece. Tenho vontade de estraga-la a trazendo para o lado negro da força, tenho vontade de mostrar a morte dos Vingadores pra ela e assistir enquanto ela chora e se torna tão vingativa sobre Thanos quanto eu, tenho vontade de fazê-la assistir Batman vs Superman só para vê-la corrompida e gritando o quanto aquele filme é ruim. – Os amigos o olhavam estranho, com umas caretas de confusão, pena, estranhamento e que porra??? – Desculpa, me empolguei. Mas eu gosto da Kim, ela é diferente.
– Diferente é a Byun, que usa cabelo preto e vermelho, além de lentes verdes e tem um corte meio... é, excêntrico. – Kyungsoo comentou, pensando com clareza, a Byun era tão bonitinha também, mas tão estrainha. – Mas eu achei que você estivesse inclinado em arrematar a Lu.
Chanyeol arregalou os olhos, corando nas bochechas, – Ia alá, ficou coradinho por pensar na Lu noona. – Sehun espichou a língua na direção dele, risonho. Todos sabiam que Chanyeol gostava da Lu noona gatinha comunista.
– O-olha o que vocês estão falando seus idiotas, seus idiotas. – respirou fundo, tentando recuperar a pose de antes, e então seus olhos focaram em Oh Sehun. Por que pro andamento da história, é necessário incluí-lo em tudo e perguntar em quem ele pretendia torrar as economias. – E aí, qual Kim?
– Nenhuma, garotas são nojentas. Não vou gastar meu dinheiro com elas.
Dois guris revoltados dando cascudos em um dongsaeng saidinhos depois:
– Ai, ai, ai! Não tenho mais opinião não? Não quero gastar o dinheiro que reservei pra ver a Homecoming e pronto.
– Mas isso é só ano que vem! – Chanyeol chiou outra vez.
– E daí?
Os amigos bufaram, cientes de que Sehun mal sabia o que eram garotas, peitos ou como se jogava um jogo de encontro no Friv. Então iriam fazer o que todo amigo pode fazer numa situação daquelas. Matar aula, e dar uma aula.
– Vem com a gente.
– Nah, tempo de inglês. – E como quem expressava sua repudia por matar aulas de inglês, soltou-se bruscamente de Kyungsoo e ao se virar trombou com algo. Ou melhor, com alguém.
– Ei, olha por onde anda! – A voz estridente de Baekhyun soou. Conhecia a garota e seu timbre afinado, infelizmente tiveram detenção juntos uma vez, mas foi uma vez só e Sehun não tinha nada a ver com a sentença que obteve. – Você tá bem, Fan?
– Tô sim, Bae. Mas não precisa gritar com o pobrezinho, eu também não estava olhando pra frente. – A garota (de seus bons 1,80? 1,90? 2,00? Sehun não sabia) sorriu ao se levantar, estendendo a mão ao pobrezinho do menino Oh Sehun, que sentiu aquilo no rosto. Oh, não Deus, aquilo não, por favor Deus, tudo menos ficar... corado na frente de uma garota! – Ai que bonitinho, ele tá vermelhinho- Ai. – Sehun sem querer bateu na mão que tentou tocar lhe o rosto. Ouviu a Byun rosnar e correu o mais rápido que pode. Gravando o olhar assustado e confuso da menina de dois metros, sorriso bonito, de nome Fan e amiga da Byun.
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Almoço, um tempo antes da votação no auditório. Sehun sem fome, com vergonha, com muito vergonha e com mais vergonha ainda por estar sentado de frente para a mesa da garota Fan.
– Supera. – Chanyeol resmungou. – Foi só um tapa.
– E um esbarrão. – O D.O completou, Chanyeol lhe mandou não ferrar e os dois entraram numa pequena discussão até a Lu chegar a mesa, depois de passar na mesa da Fan. Sehun franziu o cenho.
– Quié ein? Tá me olhando estranho. – Ela comentou, sorrindo no final. – Hun você é tão idiota, bateu na amiga da Byun, ela tá falando as pampas de ti.
– Foi sem querer! – gritou, atraindo mais atenção para si, até viu a Fan sorrir gentil, mostrando a fileira de dentes branquinhos e piscando meio incomodada com a franja, tão bonitinha, a ponto do ato de mexer com a ponta dos dedos nos fios castanhos ser o suficiente para fazer Sehun ruborizar.
– E tu tá vermelho de que, Sehun? – Luhan se aproximou, enfiando a mão na sua cara medindo a temperatura, depois voltou ao próprio rosto, temperatura normal aparentemente. – O que cê tem?
– Crush. – Kyungsoo murmurou pensativo. – Ele tá encarando a garota com os olhos arregalados, coração batendo desenfreado e tá ruborizando. Encontramos uma garota por quem Sehun pode torrar a mesada.
– Sério? – Luhan perguntou, contragosto ajeitando-se na cadeira, Chanyeol revirou os olhos.
– É, supera você também. O Sehun não gosta de ti.
– Não se mete, Chanyeol. – mal-humorada, ela respirou fundo. – Bom, a Wu não tá a venda não, acabou de chegar na escola e não deu tempo de se inscrever no leilão, então você precisa achar outra.
Sehun desviou os olhos para a garota, ainda mantendo-os arregalados. Outra garota?! Mas fora tão difícil olhar Wu Yi Fan e ter vontade de dar um soquinho amoroso nela.
– Ah cara, existem umas 500 garotas por aí, sei lá, a gente te arruma uma outra qualquer. – Chanyeol disse, fazendo um fight com a mão, mas Sehun não tava nem aí. Voltou a olhar Fan.
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Chanyeol ligou, tinha comprado Luhan no desespero de ver um outro cara dar um lance, sério, havia jogado tudo que tinha de dinheiro no palco e rezou que fosse o suficiente. Luhan o xingou, mas aceitou que pelo menos não era nenhum idiota. Quer dizer... deixa.
Kyungsoo conseguiu a Kim, na verdade, precisou ameaçar uns três caras com coisas sérias relacionadas a hackear contas no facebook se eles dessem lances pela Kim, ninguém queria arriscar demais por uma garota bonita, então só teve o D.O lançando dinheiro pela morena.
E Sehun? Sehun fugiu assim que o leilão começou, se escondeu na biblioteca, local menos frequentado de toda escola, escolheu um livro qualquer sobre o Reino Monera e começou a folhear as páginas desinteressado. Ai que saco era sua vida.
Porém, como toda boa história de romance clichê adolescente, Sehun teve sua reviravolta, ela veio acompanhada de capa dura vermelha e letras garrafais escrito ‘’Biologia Avançada – Terceiro ano do Ensino Médio’’ E um pedido de desculpas rápido e afobado.
Então, logo ali, na sua frente(ai! Bem na sua frente) estava a Fan(em carne, osso e dentes branquinhos!) de feições preocupadas e boca entreaberta em desespero.
– Juro que não foi proposital! Juro que não estava tentando me vingar de você nem nada! Juro! – E tantas juras deixaram Sehun tonto, ao ponto de ter que faze-la calar a boca, e não, não a beijou, só enfiou a mão na boca dela mesmo.
– Shii... Nada que eu não mereça. – O Oh resmungou, naquela vibe depressiva de que tudo ruim é pouco, e se deixou deslizar pela estante de livros educativos, apoiando a cabeça na madeira velha, ainda sentindo uma Fan lhe olhando. – Pode ir se quiser, Fan.
– E pra onde iria? – Riu. – Na minha antiga escola eu me escondia na biblioteca quando não queria... sabe, viver? – Riu outra vez, atraindo a atenção do Oh. – Se me permitir ficar, eu gostaria mesmo de lhe fazer companhia. Aliás, meu nome é Wu Yi Fan, não que eu me importe de me chamar de Fan. – tombou a cabeça para o lado, quase como nas hqs, e sorriu bonitinho, indicando seu próprio livro e o do garoto. – Reino Monera, não é?
– É... bactérias e cianobactérias são demais. – respondeu, virando o rosto quando viu a garota franzir os cenhos, O que eu estou falando Deus? Murmurou a pergunta para si.
– Enfim. O que faz aqui? Achei que estaria dando lances por garotas no salão também.
– Nah, não curto caridade. – Wu Yi Fan o olhou interrogativa, droga, só dizia besteiras. – Q-quer dizer... meu amigo provou que eles fraudam esse tipo de arrecadação beneficente e esse dinheiro não será revertido em causas sociais realmente, porque o governo do colégio é corrupto ao ponto de desviar verba dos próprios alunos para os alunos.
A essa altura do campeonato, Fan tinha uma expressão bem confusa, a garota chegava a sentir pena de Sehun. – Já sei porque está aqui. – murmurou, achando graça do garoto a inquirindo ‘’wae? wae? wae?’’ Era tão bobinho e politizado. – Esquece, Sehun. Mas... você vai realmente passar o Dia dos Namorados sozinho?
– Não to sozinho, você tá comigo.
Fan ruborizou. É tanta bochecha vermelha em uma história só...
Sehun achou graça e quando estendeu a mão para tocar, Fan lhe deu um tapa. – E você ainda diz que jura que não foi proposital o livro na minha cabeça?!
– Ah aquilo foi sem querer! Mas o tapa foi intencional – riu, mas tornou a ficar séria alguns segundos depois. – É meio chato ficar sozinho nesses lugares, sabe? Você não quer... sei lá, fingir que somos namorados e ganhar ingressos nas sessões de filme de hoje?
Um minuto analisando a proposta. Pensando em prós e contras(não tem, é uma garota bonita lhe chamando para sair, assim, de graça), pesando mais um pouquinho(ou fingindo, na verdade estava perdido nas expressões da outra) terminou seu monólogo interno falso e sorriu para a garota. – Deixa eu fazer uma ligaçãozinha? – Fan assentiu.
– Sehun socorro, a Luhan pirou!
– Ahn, blz, mas eu preciso te avisar uma coisa.
– Manda o 190, por favor!
– Eu vou ter um encontro. – falou baixinho, sem olhar a garota para que o vermelho escalarte de seu rosto não fosse visto.
– Quê?! – ouviu uma outra voz, feminina, gritando uma outra coisa. – Encontro?
– É pra caridade sabe? – Ouviu a risada de Fan e soube que estava tudo bem sobre chamar aquilo de uma saída causal ocasionada pela caridade escolar.
Afinal, era tudo pela caridade.
Thank you for reading!
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