gil-yume1528887881 Yume -ni

Ele encosta a testa no ombro do garoto, com a respiração mais suave e a mente mais branda. Seus dedos acariciam os cabelos dele e ajeitam o corpo pequeno em seu colo. "Gosto de você" O garoto aconchegado mal percebe os olhos pesados, a luz sumindo e o sono o cobrindo. Myungsoo continua o embalando até que ele esteja completamente imerso na inércia do sono.


Fanfiction Bands/Singers Not for children under 13.

#angst #l #Myungsoo #INFINITE
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Don't Alone

Myungsoo encara as paredes do próprio quarto. O coração preso no peito e a voz encarcerada na garganta, a ansiedade transborda pelos olhos e o medo se esvai por seus poros. A respiração acelerada transmite e exterioriza seu pânico, o suor desce pelas costas empalando sua camisa e seu cheiro é puro terror.

Quando a porta se abre lentamente, olhos estranhos espreitam a escuridão do cômodo tentando entender a morbidez que paira no ar. As pernas tremem e os olhos umedecem perante a imagem cheia de medo a sua frente. A saliva desce a garganta seca, incapaz de pronunciar-se, de ajudar e de exteriorizar seus sentimentos em verbos compreensíveis aos ouvidos.

Os cabelos negros do jovem descem por seu rosto escondendo seus olhos. O visitante sente-se triste, por não poder fitar seu rosto com mais precisão e seus pequenos pés andam vacilantes até o dono do cômodo. Suas mãos estão ocupadas em esmagar a pelúcia que carregava, tentando espantar o terror que o cerca. Seus dedos finos se erguem e afastam os fios oleosos da testa do moribundo, esquecido dentro da casa de mil portas e mil janelas que aprisiona a própria alma dentro de si mesmo.

Alguns culpam a casa, alguns culpam seus habitantes, alguns culpam o menino, outros culpam o moribundo, mas a culpa não pertence a ninguém que senão a vida. A vida que deixou o tempo correr e para trás abandonou Myungsoo a própria sorte, esquecendo de seus medos e que suas pernas não eram suficientes para deixa-lo de pé, que seus braços são finos demais para se levantar e o proteger e que seu tronco e magro demais e não sustenta seu coração pesado.

O garoto tem os olhos arregalados, que encaram os olhos alheios pálidos e misteriosos, sem vida. Os olhos dele são cheios de nada e repleto de abismos. Ele teme que Myungsoo esteja preso no calabouço mais profundo e que nem mesmo ele consiga fazer com que ele volte.

Os dedos ossudos de Myungsoo apertam as cobertas por não enxergar quem se aproxima do seu rosto, sem medo e sem pudor. Seus demônios são fortes demais para deixar que ele diga o que quer dizer ao estranho.

"Me salve"

Quando ele o toca, a respiração para e o grito não sai, mas em seu pensamento ele o deixa surdo. O corpo todo treme incessantemente, quando os dedos do estranho o puxam para si, quando percebe o quão pequeno ele é. O garoto está nos braços trêmulos de Myungsoo, tentando fazer com que ele entenda que não é uma ameaça. Sua palma acaricia as costas do moribundo e seus dedos se enroscam na camiseta de Myungsoo impedindo que ele se afaste.

Myungsoo não diz...

Ele não pode.

Ele não consegue.

Seus lábios estão selados, mas seus braços não estão presos. Ele agarra o corpo pequeno e o embala chorando de maneira silenciosa. O garoto fecha os olhos e aprecia o calor do corpo de Myungsoo, respiram fundo seu cheiro e sente sua tensão esvair aos poucos. O moribundo continua o abraçando e não parece disposto a solta-lo, agora que finalmente pode tocar sem se machucar ele aproveita todos os pequenos segundos que lhes foram entregues.

O garoto ergue o corpo, ainda no colo de Myungsoo, e toca seu rosto, novamente sentindo a pele úmida em seus dedos. A respiração dele acelera, mas não afasta o toque de si, tentando não assustar ele mesmo, o pequeno em seus braços. De repente, se dá conta que em seu colo há alguém mais frágil e inocente do que ele mesmo, seu medo é que o garoto seja corrompido como no passado ele foi.

Seus lábios selados e seus olhos fechados não permitem que ele diga, que ele o alerte, mas com seu corpo ele tenta passar seu desespero, seu aviso.

"Tome cuidado"

O garoto se curva e seus lábios tocam a bochecha molhada de Myungsoo como se dissesse:

"Eu sei"

"Não se preocupe"

Ele encosta a testa no ombro do garoto, com a respiração mais suave e a mente mais branda. Seus dedos acariciam os cabelos dele e ajeitam o corpo pequeno em seu colo.

"Gosto de você"

O garoto aconchegado mal percebe os olhos pesados, a luz sumindo e o sono o cobrindo. Myungsoo continua o embalando até que ele esteja completamente imerso na inércia do sono.

Consegue sentir a respiração de sua pequena criança e seu calor com sabor de lar. A paz dele o toma com força, nublando seus pensamentos e deixando atordoados seus demônios que estão agora assustados e escondidos em algum lugar desconhecido em sua mente. Não sente falta deles. Deita em sua cama novamente, puxando a coberta sob o garoto, que se mantem preso a ele como se pedisse que não fosse embora.

Seus dedos magros deslizam pelo rosto do menino decorando cada traço com precisão. O rosto dele é suave e seu cheiro é doce. A pelúcia está caída em algum lugar na cama, ele se estica e pega o objeto, testando sua textura e esfregando contra sua pele. Fazia tempo desde que havia tocado em algo parecido. Myungsoo põe a pelúcia entre corpo do garoto e o seu. Adormecendo em paz, pois não está mais sozinho e talvez...

"Talvez eu me salve"

"Para ser forte por você"

"Obrigado Dongsang"

"Por nunca desistir de mim"

July 3, 2018, 9:31 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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Yume -ni Eu estou atualmente focada na minha produção acadêmica e TCC.

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