Quando Ino Yamanaka chegou em casa, mal podia acreditar no que aconteceu. Ela conseguiu, finalmente. A avaliação positiva guardada perfeitamente na sua bolsa entre as páginas de um grosso caderno, escondido pelas inúmeras coisas que todo universitário concluinte levava para a faculdade.
Ela ligou as luzes e achou estranho Hinata não estar em casa, geralmente ela estaria na porta, saltando como um leopardo para saber sobre a defesa da sua tese, mas no lugar da amiga viu a solidão. A tão desejada solidão , depois de cinco anos estudando numa república feminina que o silêncio era raro e precioso.
Jogou os sapatos na caixa de pallet que as meninas usavam para guardar os sapatos na entrada de casa, pendurou o casaco e abriu os botões tanto da blusa quanto da calça. As janelas estavam com vidros fechados e o silêncio do apartamento 609 quase fez a loira chorar de felicidade.
Chorar de felicidade mais ainda.
Ela abriu as cortinas e vidros de todas as janelas, deixando a luz da lua e o frio do início do inverno entrarem sem cerimônias. Selecionou uma boa e velha música e começou a despir sua roupa no ritmo da música. E quando a mesma explodiu, ela já estava girando e gargalhando enquanto mais lágrimas estavam caindo do seu rosto e molhavam o sutiã lilás.
— I GOT STAMINA PORRA! HAHAHAHAHAHA! EU CONSEGUI, CONSEHUI, CONSEGUI, VAI SE FODER ESSA MERDA DE FACULDADE EU VOU ME FORMAR!
E assim que a música acabou, logo um rock bem a cara de Tenten (ou quem sabe Sasuke, ou Suigetsu) começou a estalar. Não era bem o ritmo favorito da Yamanaka, mas estava com o corpo tão cheio de dopamina e serotonina que o ritmo frenético daquele rock não incomodou, só deixou ainda mais radiante!
Ino só era pulos, gargalhadas, o longo cabelo dourado balançava sem nenhuma graça, bagunçava-lhe no meio do ar e chicoteava todo o corpo da garota completamente desconexo, como se ela estivesse num show de heavy metal, coisa que jamais aconteceu na vida dela, mas que nesse momento Ino considerava acompanhar a sua querida amiga no futuro — mesmo que isso significasse segurar um candelabro inteiro, pois a morena vivia flertando o primo de Hinata, que apesar de parecer recatado, ele tinha uma queda brutal pelo som metálico das guitarras e das músicas violentas.
Ela só entendia o refrão daquele rock pois era exatamente o que ela estava sentindo naquele momento. Ela se sentia como uma verdadeira onda de choque assassina, tão poderosa e imponente que era temida e respeitada pelo maravilhoso feito de ser uma das raras pessoas do mundo a ter um diploma de bacharelado em Biologia da Universidade de Tóquio.
A eletricidade que ela sentia por todo o corpo se dissipou quando abriu os olhos e estava bem perto da grande janela da sala e visualizou seu vizinho de prédio, do bloco masculino, sentado confortavelmente numa cadeira em frente a ela, tomando a porra de uma xícara quente de alguma coisa e uma jarra cheia de biscoitos. Parecia ter um bloco de papel pousado em seu colo também.
Ele estava assistindo tudo de camarote.
O filho da puta ainda mandou aceno quando levantou a xícara em sua direção e tomou.
— Mas o que...? — Ino correu os olhos pelo corpo e se descobriu usando a sua pior lingerie, o lilás era bastante desbotado e manchado.
Instintivamente a garota correu para a janela e fechou as cortinas. Ainda conseguiu ouví-lo “ME DÁ SEU TELEFONE!” apesar da música alta; tornou-se rubra como sangue enquanto gargalhava e desligava o aparelho.
Um banho viria a calhar.
Thank you for reading!
We can keep Inkspired for free by displaying Ads to our visitors. Please, support us by whitelisting or deactivating the AdBlocker.
After doing it, please reload the website to continue using Inkspired normally.