aoneko_nactis Nactis Aoneko

Naruto Uzumaki é um garoto solitário que aprendeu que às vezes é melhor estar só do que com a maioria das companhias disponíveis na pequena vila em que mora sozinho desde a morte de seus pais. Seu único refúgio é encontrado nas manhãs que costuma passear com seu velho Skate na única pista da vila. No entanto, a visita do novo morador do local pode acabar transformando essa rotina. Um garoto fechado e que se esconde por baixo de roupas largas passa a fazer cada vez mais parte de sua hora especial, instigando sua curiosidade sobre todos os segredos que seu amigo anônimo carrega em si.


Fanfiction Anime/Manga All public. © Os personagens são de propriedade do autor de Naruto Masashi Kishimoto, apenas o enredo foi feito por mim e sem nenhuma finalidade financeira. A capa foi feita pela artista Snow124.

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Sol

O vento soprava tímido e a iluminação fraca do Sol nascente tingia tudo em volta com a cor laranja-fogo que tanto amava, enquanto seguia distraidamente pelo caminho que fazia todos os dias naquele horário. Seu objetivo era, claro, a grande pista de skate, atração da pequena cidade para praticamente todos os jovens. Por sorte nenhum deles costumava sair de casa as 4:00 da manhã para ir a este local. Ele detestava pessoas, faria de todo o possível para se livrar da inconveniente presença delas.

Chegou ao seu lugar favorito e logo colocou as quatro rodas de seu velho skate no chão. Fechou os olhos e sentiu mais um vez o vento que o cercava, absorvendo a temperatura e umidade da substância, sempre infalível quando o assunto era se livrar dos problemas ao seu redor.

Deu voltas e mais voltas com seu pequeno veículo de aventura, até que, ao fazer uma curva, percebeu estar sendo observado por alguém. Parou tão subitamente, colocando um dos pés no chão, que quase desequilibrou-se. Largou o objeto pra trás e começou a caminhar em direção ao indivíduo, sem nem ao menos esperar estar a uma distância suficientemente próxima para falar.

― Hei, você, cai fora daqui! Não estou dando showzinho pra ninguém, não, pode cair fora!

O ouvinte apenas ergueu um pouco o rosto parcialmente coberto por um capuz de moletom negro, tingido por longas sombras pintadas pela posição do Sol recém-nascido. Repuxou um sorriso cínico e respondeu:

― E você por um acaso é dono da pista?

Naruto, sem deixar-se abalar pela clara intenção do rapaz de enfrentá-lo, rebateu:

― Sou dono de mim e não quero ninguém me olhando. Vou falar só mais uma vez, cai fora daqui, se não vou fazer esse seu sorrisinho arrogante parar lá do outro lado do bairro!

― Quem disse que estou olhando pra você?

― Eu sei que estava, senti seu olhar atrás de mim!

― Quem olharia pra um Dobe como você, com um sol tão bonito do lado?

― Err… ― Naruto olhou de esguelha para o sol nascente e suas palavras foram roubadas. De fato, ninguém em sã consciência olharia para qualquer coisa que não fosse aquele incrível alvorecer. Voltou a olhar para o rapaz, reparando que o outro não só estava sem portar um skate, patins ou qualquer outro equipamento que justificasse sua presença em uma pista, como parecia ter um pequeno caderno nas mãos. Pensando bem, havia anos que frequentava aquele local e não se lembrava de ter visto alguém com aquele tipo de feição pelas redondezas. O rapaz era estranhamente pequeno, os traços de seu corpo tinham algo de feminino.

― Você não é daqui, é?

― Quem sabe? ― respondeu deixando o caderno de lado e acendendo um cigarro.

― Uau, você é realmente bom nisso. ― Disse colocando as mãos nos bolsos e caminhando mais para próximo do rapaz de roupas negras e que estava incitando mais do que devia sua atenção.

― No quê?

― Em responder perguntas com perguntas. É um bom plano se seu objetivo for não me dar nenhuma informação sobre você. ― Agora que se aproximara mais teve certeza de que nunca viu alguém como ele por ali antes. Por entre as densas sombras que ainda cobriam um pouco de seu rosto era possível distinguir olhos levemente repuxados muito negros, sob uma franja igualmente escura emoldurando um rosto fino de tez pálida. Ficou confuso por um momento. O rapaz, se é que era um rapaz, tinha um beleza extraordinariamente andrógina.

― Por que eu daria informações sobre mim pra um cara que ameaçou jogar meu sorriso do outro lado do bairro?

― Me desculpe por isso. O pessoal daqui costuma me irritar muito, então tento afastar eles o máximo possível, mas se você não é daqui, então talvez haja salvação.

― Me mudei ontem à noite pra casa do meu irmão mais velho. Meus pais faleceram há algumas semanas. Foram assassinados. ― Deu uma última e longa tragada em seu cigarro e continuou ― Ainda não sabem quem foi.

O coração do jovem de cabelos loiros apertou por um instante, em parte por tristeza, mas em parte por alívio. É estranho se sentir aliviado quando uma pessoa diz que seus pais estão mortos. Na verdade, não é essa a parte que causa alívio, mas sim a ideia de que há alguém como ele ali. Alguém capaz de entender sua dor. Sentiu uma necessidade estranha de contar sobre si para outro, talvez por querer que ele também saiba que não está sozinho.

― Meus pais também foram assassinados. Até onde eu sei, nunca pegaram quem fez isso.

De um pequeno sobressalto e compartilhando do mesmo sentimento de reconhecimento, o jovem moreno questionou, ignorando a pose impassível que nutria até então.

― E você lida com isso numa boa? Quero dizer, eu ando querendo me vingar. Se a polícia não der jeito nisso, eu vou. Não vou deixar isso assim.

― Bah, já tem muito tempo. No começo eu até pensei nisso, sabe, mas aí percebi que nada ia trazer eles de volta ou reconstruir as coisas que nós não podemos viver juntos. No fim das contas acabei aceitando que daquele momento em diante seria eu e só eu mesmo.

― Hn, parece até os discursos do meu irmão.

― Sei… você estava escrevendo ou desenhando? Posso ver? Não adianta tentar esconder, eu vi o caderno na sua mão.

― Eu estava tentando desenhar o nascer do sol, mas você me atrapalhou e ficou tudo uma droga, então não vou te mostrar coisa nenhuma!

― Ah, para de drama, me deixa ver logo isso! ― disse esticando a mão pra tentar pegar o caderno.

― Para com isso, idiota, eu não vou te dar nada!

Os dois iniciaram uma luta corporal desengonçada e ficaram nesse jogo até se cansarem dele. Não sabiam ao certo quando as carrancas tinham se tornado sorrisos e suas respirações passaram e ser interrompidas por acessos de riso, mas o fato é que após alguns minutos os dois perceberam a posição em que estavam, se separando rapidamente.

― Desisto! Hahahaha… você é um baita de um chato, isso sim. ― afirmou em tom descontraído, com um largo sorriso no rosto ainda corado pela ação anterior. Parou por um instante para descansar da presença do outro, quando ao levantar o rosto pôde perceber que já haviam pessoas surgindo ao fundo. ― Hei, Teme, eu já vou indo. Esse lugar vai começar a ficar chato já já. A gente se vê por aí.

― Bom, já que o sol já nasceu e eu não vou ter como desenhar ele, acho que vou indo também.

Naruto foi então até seu skate esquecido em um canto da pista, logo colocando-o sob um dos pés, antes de pegar impulso para fazer o equipamento mover-se de volta para sua vida cinza, esperando até o nascer do sol que o dia seguinte lhe traria.

Passou o restante de seu dia com a figura do jovem que encontrara mais cedo na pista de skate dominando seus pensamentos. Não sabia seu nome ou de onde viera, não sabia sequer se era realmente um rapaz, mas parecia que as coisas que não sabia sobre ele o atraiam ainda mais.

Na manhã seguinte, em seu horário de costume, pegou seu Skate e se dirigiu novamente para o lugar que fazia sua alma se sentir mais acolhida nesse mundo imenso onde ninguém lhe conhecia ou tinha qualquer interesse sobre si. Caminhou distraidamente bebendo o máximo da fraca luz laranja que foi capaz. Sequer percebeu quando foi chamado por três vezes, de tão distraído que estava, perdido nas sensações de seu interior. Só retornou pro mundo real quando sentiu uma bola de papel lhe tocar de raspão no topo dos cabelos.

— Hei, mas o quê…? — Virou-se confuso na direção de onde o objeto havia sido arremessado, apenas para ver seu companheiro misterioso do dia anterior lhe fitando com uma carranca de desgosto.

— Qual é, tá surdo? — O jovem lhe encarava seriamente, mas ele não sabia o motivo.

— Você! Eu não te vi aqui, tava distraído. Você tava falando comigo?

— E com quem mais eu poderia estar falando? — disse gesticulando em volta deles para enfatizar o fato de que estavam sozinhos.

— Ah, eu não escutei. Tava distraído.

— Jura?! — retrucou irônico.

— Você tá fazendo aquilo de novo.

— Fazendo o quê?

— Perguntas como respostas. Você é sempre esquisito assim?

— Eu não sou esquisito. Tava demorando pra você começar a falar besteiras sobre mim.

— Eu não tenho culpa se você se comporta de um jeito estranho.

— Quer saber? Eu vou dar o fora daqui. — Ele se abaixou e começou a juntar alguns lápis jogados perto de onde estava desenhando minutos atrás.

— Hei, hei, hei, calma aí! Eu não quis te ofender, foi uma brincadeira porque você é um cara fechado, só isso. — respondeu rapidamente pra tentar consertar o mal entendido que criara sem saber.

— Tá, então você me acha um cara fechado? É só isso? — Ele parou e virou-se para o loiro.

— É só isso — disse tentando parecer desinteressado no assunto, em uma tentativa de dissipar o clima pesado que havia se instalado no local.

— Quero dizer… o próximo passo não é começar a fazer piadas estúpidas sobre eu ser um cara?

— Ué? Não? — respondeu confuso, sem entender a pergunta — Você é meio pequeno mesmo e tem a voz um pouco fina pra um cara, mas nada a ver fazer piadas sobre isso. Vou fazer piadas pelos chiliques e pelo seu mau humor mesmo hahahaha.

— Bom… me desculpa a reação exagerada. É que as pessoas são babacas, né, aí a gente meio que se acostuma a ficar na defensiva — ele disse relaxando a postura e se sentando no chão próximo onde antes estavam suas coisas — e eu não tava dando chilique!

— Tava dando chilique sim, mas eu entendo. Por isso gritei com você ontem quando te vi a primeira vez. As pessoas são babacas comigo também. — Sentou-se ao lado do novo amigo enquanto falava.

— Por que as pessoas são babacas com você?

— Ah, eles acham que eu sou um tipo de marginal, sabe? Meus pais morreram, como eu te disse ontem, e eu não tinha nenhum parente pra cuidar de mim, então fui mandado pra um orfanato, não gostei e fugi. As pessoas não gostam de mim porque me criei sozinho. Acham que eu sou um largado na vida e que posso fazer mal a elas.

— Você não me parece o tipo de pessoa que faria mal a qualquer coisa. Mesmo ontem quando tava ameaçando me bater, eu não senti nada ruim vindo de você.

— Heh, bom, na verdade eu não gosto mesmo de brigas. Geralmente faço o possível pra cuidar da minha vida sem mexer com ninguém e se der alguma encrenca eu sempre prefiro resolver na conversa.

— Me parece típico.

Ambos ficaram em silêncio por alguns instantes observando o final do nascer do sol com atenção. Era muito estranho como mesmo com as pequenas discussões, estarem próximos os deixavam confortáveis.

Pensando no desenho que o rapaz estava fazendo no outro dia, Naruto acabou reparando melhor no sol. Havia escolhido aquele horário por causa do silêncio e da ausência de pessoas no local, mas nunca tinha realmente percebido o quanto o alvorecer era bonito. Transmitia uma sensação boa de renascimento e parecia aquecer e renovar suas energias. Deu uma olhada de esguelha para o companheiro ao seu lado e percebeu que ele havia voltado a desenhar. Observou atentamente a expressão concentrada dele no papel. Cada vez que olhava mais, sentia-se mais atraído e fascinado pela ambiguidade de sua beleza. Ele tinha o olhar duro, gestos e uma presença muito masculina, mas os traços de seu rosto e mãos eram de uma delicadeza não encontrada em um rapaz.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Hn? — grunhiu sem sequer levantar os olhos de seu caderno.

— Você é mesmo um menino? — perguntou hesitante.

— Sou. — Limitou-se a responder objetivamente, ainda sem encarar o companheiro.

— Você tem um rosto bonito.

— O que quer dizer com isso? — Tirou os olhos do papel e encarou o rapaz ao seu lado.

— Quero dizer que você é bonito, ué. Não precisa brigar comigo de novo, foi só um elogio, não tô dando em cima de você. Eu nem sei seu nome.

— E vai continuar sem saber.

— Por quê?

— Porque eu prefiro que você seja o cara anônimo que me faz companhia quando eu quero fugir de tudo. Posso ser seu cara anônimo se você quiser.

— Heh, como você pode ser meu cara anônimo, se tudo o que eu te falo te deixa nervoso?

— É porque você tem mania de falar sobre mim. Não é assim que funciona. O lance é o seguinte, eu falo de mim pra você e você fala de você pra mim, mas a gente não inverte os papéis, ok?

— É que eu estou curioso sobre você, não posso? De repente aparece um cara no meu cantinho especial que não diz o próprio nome, não tira o capuz da blusa e que parece desenhar o tempo todo, mas não me mostra nada!

— É por isso que se chama anônimo. Faz parte do jogo não saber nada sobre mim.

— Argh, não quero um amigo anônimo, quero um amigo de verdade! — acabou dizendo um pouco mais alto do que gostaria. Na verdade, apesar de afastar todas as pessoas de sua volta, a solidão doía em si e no fundo tudo o que mais desejava era ter alguém que o entendesse e com quem pudesse compartilhar seus sentimentos.

— Não adianta eu retirar meu capuz ou te dizer o meu nome, essas coisas não dizem nada sobre quem eu sou. Poucas coisas no meu corpo poderão te dizer qualquer coisa sobre mim, não faz diferença não mantê-los escondidos. No geral, tudo o que você precisa saber está a mostra.

— Mas eu preciso chamar você de alguma coisa, não posso sair falando “hei carinha misterioso da pista de skate”.

— Sei lá, me dê um nome. Me chame do que quiser.

— Quer que eu dê um codinome pra você? Hahahaha adorei a ideia, mas só faço se você me der um nome primeiro.

— Sem problemas, Usuratonkachi.* — Já chamava-o mentalmente assim, de qualquer forma.

— Usuratonkachi sou eu? — Ele acenou positivamente com a cabeça. — Que absurdo, não vou aceitar isso! Sabe que nome é bom pra você? Teme*! Porque é exatamente o que você é — concluiu fazendo um bico de birra.

— Tanto faz. — Deu de ombros, voltando a se concentrar no desenho.

— Não fala como se não se importasse, eu sei que se importa.

— Não me importo, não.

— E se eu te chamasse de, sei lá, Princesa, aposto que você não ia gostar.

— O quê?! — largou novamente o lápis para encarar o parceiro.

— Tá vendo, você se importa. Não fica bravo, eu não vou te chamar assim, vou usar Teme. Combina mais mesmo.

— Você fala como se “Teme” fosse um elogio.

— Melhor que “Princesa” pra você e que “Cara Misterioso” pra mim.

— Bah. — Deu de ombros. Não queria concordar, mas recusar seria uma mentira.

Eles ficaram sentados por alguns minutos, até que o loiro levantou-se de súbito, dando um impulso no skate com um dos pés e passando a contornar velozmente a pista com o objeto. Ficar parado realmente não fazia seu estilo. Queria sentir um pouco do vento batendo em seu rosto para ganhar forças e recarregar seu dia. No entanto, infelizmente, pessoas já começavam a surgir no horizonte, direcionando olhares julgadores para si e para seu companheiro. Percebeu que o outro garoto havia juntado seus pertences e estava se afastando da pista.

— Não vai se despedir de mim? — questionou segurando o skate embaixo de um braço e pondo-se ao lado do rapaz.

— Desculpa, você tava longe e tinha gente vindo.

— Você não devia se esconder deles assim.

— Não estou me escondendo, estou me poupando da presença indesejada deles.

— Não posso te julgar por isso, já que faço o mesmo — comentou andando mais rápido.

— Hei, Usuratonkachi — chamou — obrigado.

— Pelo quê?

— Por não ter me tratado como um bicho de sete cabeças.

— Bah, não entendo quando você fala como se eu tivesse algum motivo pra te tratar de uma forma diferente. Não tô fazendo nada demais, ué.

— Eu beijaria você por isso.

— Nah, eu não beijo caras.

— Hahahaha, ok, eu não tava falando sério mesmo — disse se afastando do companheiro e indo numa direção que dava para o colégio do bairro. Ainda tinha suas obrigações, afinal.

— Na verdade eu beijo sim, só não beijo caras que eu não sei o nome — corrigiu de longe, sem se importar em ser ouvido pelas pessoas que estavam em torno.

Passou mais um dia com ele na cabeça. Sentia-se curioso e ao mesmo tempo preocupado. Ele tinha perdido os pais há pouco tempo e tinha que lidar com as pessoas sendo horríveis pela sua identidade. Havia se mudado pro bairro recentemente e aparentemente não estava sendo bom em fazer amizades… devia estar se sentindo tão só.

Semanas se alongaram com Naruto passando cada manhã com seu estranho amigo. Às vezes mal se falavam, apenas se cumprimentavam e apreciavam o silêncio cômodo enquanto cada um se dedicava a sua tarefa. Mas às vezes Naruto se contentava em sentar em seu Skate ao lado do companheiro e dividir com ele seus segredos, seus medos e, principalmente, seus sonhos. Ele raramente respondia com palavras, mas com o tempo elas deixaram de ser uma necessidade. Naruto aprendeu a ler exatamente tudo o que seus olhos e seu silêncio tinham a dizer.

Essa rotina acabou tornando ainda mais especial sua hora favorita. Naquela manhã estava tão ansioso para encontrá-lo novamente que acordou ainda mais cedo do que de costume. Quando deixou seu minúsculo e desajeitado apartamento, o sol ainda não havia dado as caras. O mundo seguia naquela escuridão densa e silenciosa que precede o amanhecer, fazendo com que ele percebesse que na vida essa regra também poderia ser válida. Às vezes antes de acontecer algo muito bom, é necessário passar por um momento muito escuro. Talvez, assim como em breve a aurora iria despontar no horizonte, sua vida também poderia estar no momento de ser iluminada. Pela primeira vez em muitos anos ele tinha feito um amigo. Um amigo anônimo, mas um amigo, e isso estava fazendo toda a diferença.

Chegou na pista e ele ainda não havia chegado. Decidiu brincar um pouco em seu Skate enquanto o esperava. Depois de algumas voltas ouviu ele chamar ao longe.

— Hei, Usuratonkachi! Vem aqui um minuto, por favor.

Naruto virou-se e viu que ele acenava para si. Acelerou seu skate até chegar próximo do rapaz e segurou o objeto embaixo do braço assim que parou ao lado dele.

— Hei — cumprimentou o amigo com um aceno.

— Quero te pedir uma coisa importante.

— Pode falar.

— Promete que não vai rir ou zoar comigo?

— Prometo — respondeu de prontidão. Ele parecia tenso naquela manhã, então Naruto decidiu que não era um bom momento para fazer brincadeiras.

O rapaz de olhos negros suspirou profundamente encarando Naruto, como se estivesse em busca de algo que o desse certeza de prosseguir.

— Ok — disse baixo, mais pra si do que para o amigo. Tomou mais um gole de coragem e baixou lentamente o capuz da blusa.

Os olhos de Naruto arregalaram-se inconscientemente enquanto uma cascata de lisos cabelos pretos como a noite escorriam pelos ombros de seu companheiro até atingir-lhe a cintura.

— Eu já tinha suspeitado, mas cara, você é mesmo uma garot…

— Não! — Foi interrompido por um grito irritado. — Eu definitivamente não sou uma garota. Eu vim aqui pedir pra você me livrar disso — disse segurando uma das mechas de cabelo nas mãos e mostrando para Naruto.

— Como assim? — questionou confuso quanto ao que seu companheiro queria dele.

— Eu não tenho dinheiro pra pagar um salão. Não me interessa se vai ficar bonito, apenas tire isso de mim — afirmou com o olhar pedinte para Naruto, tirando uma tesoura de um dos bolsos da blusa.

— Quer que eu corte seu cabelo? Aqui? Assim? Eu não sei fazer isso.

— Por favor — pediu de novo, implorando com os olhos e tentando fazer com que Naruto entendesse a importância que esse gesto teria para ele.

— Vai ficar uma droga.

— Não importa.

Naruto suspirou e pegou a tesoura na mão do amigo.

— Até onde quer que eu corte?

— Corte tudo se possível.

— Pra que isso? Tá acontecendo alguma coisa, Teme?

— Só faz o que eu tô te pedindo.

Naruto penteou os cabelos negros com as mãos e os segurou em um rabo de cavalo.

— Tem certeza? Ele é lindo.

— Tenho certeza.

Sem mais hesitação, Naruto cortou a maior parte do comprimento de uma vez só, na altura de onde estava segurando o rabo de cavalo. Deixou os fios negros caírem no chão e passou a cortar mais e mais os cabelos, até que lhe deixassem a nuca à mostra. Estava levemente preocupado, mas ao escutar o raríssimo som do riso do companheiro, acabou sorrindo também e se empenhando ainda mais na tarefa.

— Não vou mexer muito na frente pra não ficar tão mal cortado hahahaha. Acho que tá bom.

O rapaz foi aos poucos tocando os cabelos que restaram e seu sorriso alargou ainda mais ao sentir as mechas curtas espetadas na parte de trás de sua cabeça. Por muito tempo havia se esquecido de como era sentir-se livre e feliz como naquele momento. Virou-se para o colega na intenção de agradecê-lo, mas o que saiu de sua boca acabou sendo diferente.

— Sasuke.

— Hn? — Naruto questionou sem entender.

— Meu nome é Sasuke. Finalmente Sasuke. Graças à você.

— Sasuke, é? — Sorriu ao entender que o rapaz tinha finalmente baixado os muros que tinha erguido entre ele e o mundo todo. — Prazer, Sasuke, meu nome é Naruto.

— Igual aquele negócio do lámen?

— Pois é hahahahaha, mas é sério, esse é mesmo meu nome. Naruto Uzumaki desde meu nascimento.

— Hah, certo.

— Obrigado. — Sasuke apenas sorriu enquanto observava o cenário em volta deles com o peito cem quilos mais leve. Percebia a intenção de Naruto em lhe mostrar que o aceitava te todo o coração e amava-o por isso. Amava-o por muitas coisas, na verdade. — Sabe, eu sei que você deve estar pensando “era só cabelo”. E você tem um pouco de razão. Cortar os cabelos não muda quem eu sou. É uma coisa pros outros, sabe?

Naruto apenas o fitou prestando atenção. Ele nunca falava sobre si mesmo, então não queria perder nada.

— Isso muda a forma como as pessoas vão olhar pra mim. Quero que elas olhem pra mim e vejam aquilo que eu já sei que eu sou. Quero me libertar daquele papel que elas colocaram pra mim e quero que minha aparência reforce essa minha vontade.

— Entendo… na verdade não entendo exatamente, mas eu tô tentando entender. É a primeira vez que eu vejo alguém nas suas condições. Não sei direito o que fazer.

— Você já tá sendo incrível, Naruto.

— Mas e aí? Agora você vai fazer aqueles tratamentos com hormônio e tudo mais?

— Cara, eu não tenho dinheiro nem pra um cabeleireiro, esqueceu? Hahahaha

— Ops hahahaha.

— Mas também, eu estou bem assim. Quero dizer, não acho que tenha algo errado com meu corpo. Me sinto completamente Sasuke Uchiha agora.

— Se você se sente completamente Sasuke, então eu também te sinto assim.

Sasuke sorriu outra vez em resposta e começou a tentar sacudir o cabelo recém cortado que cobria seu corpo.

— Ah, agora isso vai ficar me incomodando! — praguejou.

— Mas é por um bom motivo, vai. — Naruto disse enquanto ajudava a retirar os cabelos de cima de Sasuke.

— É pelo melhor motivo de todos.

Naruto ajudou o máximo que conseguiu a ajeitar as roupas de Sasuke e depois voltou a subir em seu skate para curtir um pouco a pista antes dela começar a encher de pessoas.

Sasuke sentou-se, como de costume, em um canto próximo de onde Naruto estava e passou a direcionar sua atenção para o pequeno caderno de rascunhos que sempre trazia em mãos.

Quando o nascer do sol estava no ápice, a beleza laranja retirou ambos os rapazes de seus afazeres e se viram praticamente obrigados a sentar-se e contemplar o espetáculo que o astro rei estava dando naquela manhã. Ficaram lado a lado em silêncio por vários minutos apenas contemplando maravilhados o poder que o nascer do sol emanava.

Após alguns minutos Naruto percebeu que Sasuke havia voltado a desenhar e que, vez ou outra, ao invés de olhar para o sol, o moreno parecia estar olhando para ele.

— Você está me desenhando? — Naruto perguntou, provocando em Sasuke uma coloração tão vermelha que até o sol devia ter invejado.

— Não! Claro que não! — Sasuke agarrou o caderno com toda a força, desejando que o objeto desaparecesse de suas mãos.

— Está me desenhando sim! Ah, me deixa ver, vai, é a minha cara, eu tenho direito!

— Não! — Sasuke puxou o caderno para trás no mesmo momento que Naruto havia tentado pegar o objeto de suas mãos, derrubando-o no chão.

O caderno caiu aberto no chão em uma outra página, que não era a que Sasuke trabalhava naquele momento, mas, para a surpresa de Naruto, o desenho ali também havia sido dedicado a ele.

Sasuke congelou no lugar em que estava, apenas acompanhando com os olhos a lenta aproximação de Naruto até o caderno e prendendo cada vez mais a respiração a cada página que ele virava.

Não havia palavras para que Naruto pudesse descrever o que estava vendo e sentindo diante daquele caderno. Sasuke vinha desenhado-o todos os dias. Ora sob a luz laranja forte da aurora, ora sob a escuridão densa da madrugada, de perfil, de costas, em cima do skate com os cabelos loiros ondulando ao vento… o rapaz dedicara seus dias a captar todos os ângulos e momentos de Naruto e tinha traduzido isso para o papel com uma carga de sentimento e sensibilidade que não podiam ser descritas.

— Isso é… Sasuke… — Naruto virou-se para tentar dizer com os olhos o que seus lábios não haviam encontrado palavras.

— Me desculpa. Eu sei que você deve estar me achando um stalker maluco agora.

— Eu só… eu não entendo. Você vem aqui todos os dias e fica horas olhando pro sol, mas prefere ficar me desenhando? Seu senso de estética é meio estranho hahahaha.

— Eu não preciso do sol quando você está por perto. Você é o próprio sol.

— Eu sou o sol? Como assim?

— Err… bom, você tem essa aura que ilumina e aquece ao redor, sabe? O cabelo dourado, a jaqueta laranja… até isso combina. Não sei explicar direito.

— Uau, essa foi a descrição mais estranha que alguém já fez de mim, mas eu gostei — Naruto sorriu e devolveu o caderno para Sasuke. — Você é muito talentoso. Adorei os desenhos. Pena que eu não sou nem de longe tão bonito quanto neles.

— Bah, você é mil vezes mais bonito do que isso — disse apontando um desenho. — Tenho treinado todos os dias, mas nunca nem me aproximei da sua realidade. Eu queria que você pudesse se ver quando a luz reflete no seu cabelo. Não deve existir em todo universo algo que seja tão perfeito.

— Você tá começando a me deixar convencido com todos esses elogios hahahaha! Mas eu insisto, seu senso de estética é meio estranho.

— Eu sou todo estranho — Respondeu resignado, voltando a se sentar no chão onde estava antes.

— Eu acho que estranho não é a palavra certa pra você, na verdade. Acho que especial seria uma descrição melhor.

— Especial tipo autista?

— Hahahaha, não, você não é autista, eu acho. Não sei, autistas são criativos e não gostam muito de conversar , talvez combine também, mas não era isso que eu queria dizer. Falo de especial no sentido de “único”.

— Engraçado, “único” seria exatamente a palavra que eu usaria pra te descrever.

Naruto parou um momento para observar o horizonte, pensativo.

Os dois ficaram alguns minutos em silêncio, absorvendo tudo o que haviam dito, até chegarem a conclusão de que o que os unia era um sentimento muito maior do que pensaram ser. Era mais do que reconhecimento, mais do que amizade, mais do que admiração. Na verdade, era uma mistura de tudo isso.

— Sasuke?

— Hn?

— Eu te amo — Naruto disse sem constrangimento algum, como se fosse algo que ele já soubesse.

— Tem certeza? Quero dizer… você sabe, eu sou diferente.

— Não é assim que se responde uma confissão, Teme! Não estraga o momento.

Sasuke sorriu e permitiu que Naruto passeasse as a mão por seu maxilar, até chegar em sua nuca e puxar-lhe levemente em sua direção, unindo seus lábios em um beijo lento e carregado de carinho.

— Eu te amo, Naruto — Sasuke enfim concluiu, após finalizarem o beijo.

— Tá vendo? É assim que se responde — Naruto zombou, passando o braço por cima do ombro de Sasuke e trazendo-o mais pra perto de si.

— Usuratonkachi — retrucou, aconchegando a cabeça na curva do pescoço do companheiro.

— Hei, a gente tá namorando? — Naruto perguntou.

— Acho que sim.

— Então vou ter que conhecer seu irmão? Tenho medo de irmãos mais velhos, ele vai me esganar por roubar o caçula dele!

— Itachi não vai te esganar, ele vive dizendo pra eu me abrir e me relacionar com alguém porque eu sou muito solitário e blá blá blá…

— Acha que tudo bem pra sua família você namorar um cara?

— Hnf, minha família aceita melhor eu namorar um cara do que eu ser um cara, acredite. Se meu pai tivesse vivo eu estaria numa prisão domiciliar já.

— Mas seu irmão também é assim?

— Meu irmão e meu primo mais velho são as únicas pessoas da família que me respeitam nesse ponto. Não sei se eles entendem, mas eles respeitam. Meus tios e tudo mais é que são insuportáveis. O pessoal no colégio também. Sou obrigado a usar o uniforme feminino na escola, acredita? Olha pra mim, me imagina de saia de pregas e pensa no tamanho da humilhação.

— Que absurdo. Você já tentou falar com a direção ou qualquer coisa assim?

— Já. Eles dizem que eu sou uma menina e que a regra da escola diz que as meninas têm que usar aquele uniforme. Eu ando com ele na bolsa e coloco só quando vou entrar no colégio. Aí quando saio eu tiro. Mas mesmo assim é humilhante que eu tenha minha identidade rejeitada desse jeito. Quem as pessoas pensam que são pra achar que me conhecem melhor do que eu mesmo?

— As pessoas são ridículas. Não presta a atenção nelas. Estão perdendo a companhia de um homem incrível como você. O importante é que as pessoas que te amam de verdade te reconhecem e te apoiam, como eu e seu irmão, e isso significa que você não vai passar por nenhuma dessas situações sozinho.

— Você não frequenta a escolha, né?

— Deus me livre hahahahaha! Eu ia quando era mais novo, mas sei lá, eu não consigo ficar cinco horas sentado numa cadeira escutando uma pessoa falar. Eu preciso de ação, preciso gastar energia, aí não prestava atenção na aula e tirava notas péssimas. Vivia de castigo. Aí acabei reprovando duas vezes na mesma série e sai fora daquele lugar. Não era pra mim. Eu trabalho numa barraca de lámen com um tiozão meu amigo de anos e levo uma vida simples, mas agradável. Tenho um skate, sol, lámen e um namorado bonito. O que mais eu posso pedir da vida? Hahahahaha.

— Que bom que você já está me incluindo nos seus planos de vida. Eu gostaria de largar a escola também, mas acho que meu irmão me mataria hahahaha isso sim deixaria ele irritado. Ele é meio pai às vezes, sabe? Fica com um papo de querer que eu cresça bem na vida, que eu me forme e essas coisas — suspirou cansado — pelo menos tá acabando.

— Droga, tá começando a chegar gente.

— É melhor a gente ir indo, então. Eu vou falar com meu irmão sobre você hoje, aí amanhã eu te falo como vai ser pra vocês se conhecerem — Sasuke disse se levantando e oferecendo sua mão para ajudar Naruto a se erguer também.

— Até amanhã, então, Sasuke Uchiha, meu ex-amigo anônimo e atual namorado.

— Ex-amigo coisa nenhuma. Nosso pacto continua valendo.

— De acordo. — Naruto disse, abraçando Sasuke e depositando um beijo na ponta de seu nariz, antes dele selar seus lábios novamente e se despedindo em seguida.

Naruto colocou o skate sob seus pés e voltou para sua rotina. Mas, diferente das outras vezes, a luz laranja que coloria seus dias pela manhã o acompanhou dessa vez e o cinza não se fez mais presente. Talvez Sasuke tivesse razão, talvez ele fosse mesmo o sol. Só precisava encontrar um motivo pra irradiar sua luz.  


Notas:

Essa foi a primeira fic que eu escrevi sobre trans e acabou sendo uma experiência incrível, pois a receptividade foi enorme e até mesmo inspirou outras pessoas a começarem a escrever sobre o tema. 

Toda vez que eu coloco um personagem trans na história eu tento quebrar alguma informação incorreta que são disseminadas por aí sobre nós. Sim, minhas fics são tipo fábulas hiasja elas têm lição no final. Nessa, se vocês repararem, o Sasuke diz "não acho que haja algo errado com meu corpo, eu me sinto 100% Sasuke Uchiha" ou seja, nem todo trans tem intenção de fazer cirurgia de redesignação e sua identidade é tão válida quanto qualquer outra. 


Traduções de levs:

Teme: maldito.

Usuratonkachi: junção de dois xingamentos, algo como "idiota tapado". 


May 14, 2018, 12:05 a.m. 5 Report Embed Follow story
19
The End

Meet the author

Nactis Aoneko Chato; Transativista; Cosplayer; Artista; Ficwriter; Viciado em SasuNaru; Viciado em Promptis; Pai dos menininhos Prompto e Sasuke. Casado com Loki de Asgard.

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Andreia Lima Andreia Lima
Eu amei muito essa fic, sério. Amei o tema, amei o fato de você desmistificar isso de "todo trans deseja fazer a cirurgia de redesignação", amei a maneira simples como você foi construindo o casal; foi lindo! Na cena em q o Sasuke corta o cabelo, o riso de felicidade dele ao se sentir ELE... Eu quase chorei, foi uma cena tão... Indescritível. Eu não tô muito acostumada a ler fanfics com personagens transgêneros pq é bem raro encontrar fics assim, e principalmente que saibam tratar o assunto de maneira real. Já encontrei por aí fic com esse tema (seja na trama central ou de forma secundária) q só se utilizam dos esteriótipos criados pela sociedade e não tratam de forma verdadeira o que os transgêneros são e passam, por isso é muito bom encontrar obras como a sua. Obrigado por escrever essa maravilha de fic! Bjs
November 30, 2018, 23:08
Alicia McAlister Alicia McAlister
Hoe ❤️ eu disse que logo mais vinha ler e cá estou lendo agora, yey. O cara chegou mandando o outro ir embora porque não tava dando showzinho e eu achei que fosse o Sasuke, aí dps era o Naruto eu fiquei meio ué pq tô mais acostumada com o primeiro sendo grosso que o segundo kaoskosksosksoa mas adorei o plot twist não intencional (?) "E você por um acaso é dono da pista?" Uuuuhhhhh *5ª serie's voice* Eu realmente não tô acostumada com o Naruto ameaçando fazer o sorriso dos outros ir parar do outro lado do bairro Kaoksosksosksoksosksoa mas é uma inovação boa! Quem olharia pro Naruto com o nascer do sol do lado, eu, pois o Naruto também é um solzinho e muito mais bonito <3 *Aqlas E legal que o Sasuke fala bem casualmente assim como quem fala que o dia tá frio hoje que os pais dele foram assassinados e não se sabe quem foi, muito bem kaoskosksosksosksoa "É estranho se sentir aliviado quando uma pessoa diz que seus pais estão mortos" Sim. Clubinho dos pais assassinados que nunca tiveram o assassino pego. * Apanha * O Sasuke querendo se vingar uau mas que surpresa, quem diria não é mesmo. Nhon, já ficaram amiguinhos, mas que fofurinhas <3 Eu nunca tinha lido nada com o Sasuke andrógeno antes, geralmente é mais o Itachi, porém gostei disso também. ❤️ "Eu não tava dando chilique" "tava dando chilique sim" kaoskosksosksoa a sinceridade do Naruto é sempre ótima. Sempre prefiro resolver na conversa leia-se no discurso no jutsu. "Você tem um rosto bonito" "O que quer dizer com isso" "Que você é bonito" é né, que você devia comprar farinha é que não é (?) "Eu nem sei seu nome" "Vai continuar sem saber" aaaaaah, o Sasuke um docinho de coco como sempre oaksomsosmosksos Cara anônimo é ótimo. "É por isso que se chama anônimo" KAOSKOSKSOSKSOKSOSKAOA E awn tadinho do Narutinho ;-; Princesa aí é sacanagem. KAOKSOSKSOSKSOSKSKA Também não gosto de ficar perto de pessoas, é nois. "Eu não beijo caras" aham, sei. "Eu não tava falando sério mesmo" aham, sei.² Ah olha aí, na verdade ele beija sim kaoskosksosksoa * pretends to be shoked * Que fofo o Naruto preocupadinho sz Aaaaaaaaaa o Sasuke é trans, nossa, eu só fui ver a tag agora porque eu sou burra peço perdão kaosksoksosksoskska mas adorei mais agora! ❤️ E ele pedindo pro Naruto cortar o cabelo dele, que amorzinho <3 Ai o Sasuke rindo e todo felizinho com o cabelo cortado passando a mão eu vou chorar, sem zoa kaoskosksosksoa o olho chega encheu d'água, que lindo ;-; "Finalmente Sasuke, graças a você" Ok, chorei. Porra Nat! Me deixou toda emocional nesse caralho! Kaosksoksosksoskska Emocional e ao mesmo tempo rindo do Naruto falando que Naruto é o nome dele mesmo tipo, sim meus pais me deram o nome de um ingrediente de ramen, é pois é. "Amava-o por muitas coisas na verdade" AWN. Que amorzinho o Naruto tentando entender ele também ❤️ estou vomitando arco íris. "Se você se sente completamente Sasuke então eu também te sinto assim" chorei mais, agora sou eu que vou te agredir com meu amor por SasuNaru kaosksoksosksoa Tá desenhando o Naruto sim, o que tb é adorável ❤️ Ala o caderninho tá cheio de desenho do Naruto, muito que bem. Kaosksoksosksoa "Sasuke vinha desenhando-o todos os dias" hmmm... "Eu não preciso do sol quando você está por perto, você é o próprio sol" FOI O QUE EU DISSE NO COMEÇO DA FIC Ó KAOSKSIKSKSA Ala ainda fala assim na cara o quão mais bonito que o desenho ele é hmmmm adoro sinceridade nas fics "não deve existir em todo universo algo que seja tão perfeito" nossa Sasq tá apaixonadinho hein, inclusive gosto assim. Eu sou autista u.u #aleatoria "Sasuke" "hm" "eu te amo" nossa que súbito KAOSKSOSKOSKSOSKSOA MAS AWN TAO LINDO TB ❤️ Awn mas que cena mais fofa, Sasunaru é muito lindo mesmo né. Claro que o Itachi e o Shisui (estou assumindo que seja o Shisui e você não pode me convencer que não é mesmo que não seja, sai) respeitam pois eles são dois anjos preciosos. Ai tadinho do Sasuke nessa escola, eu mesma irei quebrar essa direção na porrada (?????? vai ser o jeito "As pessoas são ridículas" São mesmo Naruto, são mesmo. Ala o tio do ramen fazendo participação na fic!!!! Ícone faz assim!!!!!! Kaosksosksoksosa E awn que lindo! Foi tudo lindo nessa fic e veja bem eu chorei lendo esse negócio, você me paga Nat kaoskosksosksoa aí como você pode achar que não escreve bem o suficiente????? Você escreve bem pra caralho, e você e a Liiz tem isso de conseguir fazer a gente sentir as emoções todas dos personagens junto com eles e vivenciar a história como se a gente tivesse lá tb do lado deles e isso é incrível! E você escreve com um cuidado e uma delicadeza e sensibilidade incríveis, de verdade, que emocionam a gente todinho, é maravilhoso de verdade, e mal posso esperar pra ler as próximas! ❤️ beijão!
July 09, 2018, 21:49

  • Nactis Aoneko Nactis Aoneko
    Aaaaaa <3 eu adorei que vc falou que o Naruto era o sol antes do Sasuke. Sabe, eu sempre achei o Naruto dócil demais nas fics, na real ele é treteiro. Todas as amizades dele no manga nasceram de discussões. Lembra dele xingando o Inari? Provocando todo mundo na sala de espera do Chuunin shiken? Desafiando o Neji, desafiando o Gaara, desafiando o próprio Sasuke? Ele é marrento, ele fazia birra pro Hokage e pixava parede. Resolvi trabalhar esse lado dele na fic. Tipo, ele começa arisco, mas vai de soltando aos poucos. O Sasuke também tem disso. Ele tenta começar sem falar nada relevante, não diz o próprio nome nem nada, mas antes que percebesse já tava apaixonadinho. O Sasuke estranha os elogios do Naruto pq ele é trans e tá com o pé atrás huahuahua eu achei hilario você descobrir que o Sasuke é trans no meio da fic. Deve ter sido uma experiência de leitura diferente. Pensei que todo mundo soubesse disso, pq eu sou chato e mando todo mundo ler minhas fics com SasuNaru trans (são duas, tem outra no meu perfil). Mas ce chorou? <3 awnt, fico feliz em saber que consegui atingir sua emoção com a história. E sobre o Shisui, me respeita, é óbvio que é ele. Aqui só rola ship certo Huahuahuhahu (aqueles). Obrigado pelo comentário e pela divulgação no face. Você é um chuchu, Mandioquinha. Tio do lamen ícone. July 09, 2018, 23:42
A Amaterasu_ A Amaterasu_
Céus, eu não sei nem o que dizer!! Que escrita envolvente, que enrendo lindo e a forma como descreveu os sentimentos, os pensamentos dos personagens... Chegou direto ao meu coração. Juro. Estou encantada. Eu nunca havia lido uma fanfic com um personagem trans, e apesar de desejar muito escrever à respeito, não o faço por medo de passar informações erradas ou sei lá. Enfim, obrigada pelo sorriso que colocou no meu rosto e por aquecer meu coração com essa história incrível. Xoxo.
July 02, 2018, 18:13
A3 Anne 30
Aaaah eu amo muito essa história, eu já lido no spirit e quando fui reler não encontrei, que bom que publicou aqui! Eu amo a simplicidade do Naruto pra entender a situação, em como ele foca no que realmente importa e deixa o resto pra trás. E acho tão linda a cena do Sasuke depois que corta o cabelo, eu imagino um sorriso tão lindo. Enfim, amo!
May 14, 2018, 02:22
~