soul Mirai Tamashii

"Você está preso, Leo. Acabou" Após a traição de Vincent, Leo não sabia como reagir. Tantos sentimentos haviam sidos abalados, as memórias se reviravam à cabeça. Encarava incrédulo aquele homem que, antes lhe ajudara, salvara e o fizera ter momentos incríveis até mesmo em meio a missão perigosa de se vingar de Harvey, agora estava apontando uma arma, dada pelo chefe policial que havia o parabenizado, à sua cabeça. Leo não conseguia aceitar tudo aquilo que estava acontecendo. E nem precisava. Agarrou a arma do ex-parceiro traidor, logo enlaçando seu pescoço com seus braços e o fazendo seu refém. Aquilo não terminaria assim, não antes de ter sua vingança com Vincent. Tinham muito o que conversar.


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There's no way out I


                                        “Você está preso, Leo. Acabou.”
O que...? Leo encarava incrédulo. Estava sem palavras, encarando aquele que chamara de seu parceiro por longos dias, talvez meses.
Naquele momento, estava fora do helicóptero que o tinha levado para o México e o feito se vingar de seu agora inimigo Harvey. Ao seu redor, a força policial, todos mirando suas armas a ele que, sem escolha, levantou seus braços em rendição. Seu parceiro, amigo, Vincent, estava ao seu lado e tinha feito a mesma coisa. Ele estava sem reação e não entendia como haviam chegado tantos policiais. Eles mal saíram do avião e já estavam cercados. Como? Sentia a raiva borbulhar dentro de si, já se preparando para explodir junto com a dúvida. Quem os teria denunciado? Confiava na Jasmine, mesmo que sua reação à presença do parceiro não fosse a das melhores. Confiava em Vincent e se ele julgava Emily confiável, ele acreditaria. Suas famílias estavam fora de cogitação. Então...como?!
Mas então, um dos policiais após tirar de si o Black Orlov, se aproxima do parceiro e o parabeniza, entregando a ele uma arma.
Naquele momento, todos os momentos vinham a sua cabeça. Gostava de Vincent, tanto quanto gostava de Linda, e acima de tudo: Lhe deu sua confiança. Ele confiou cegamente no parceiro, pensando que estavam juntos naquela. Tudo para apenas o ver agora apontando uma arma a seu rosto e declarando sua prisão.
Em sua cabeça, as memórias e os pensamentos de dúvida, raiva e traição se misturavam, criando um turbilhão que fazia suas veias pulsarem. Piscou os olhos rapidamente com incredulidade e como reação àquela dor repentina causada pelo difícil processamento à traição.
Queria lhe perguntar o porquê daquilo mas da sua boca nada saia. Não tinha as forças necessárias para abrir a boca também, estava paralisado por aquela sensação. A questão é que Vincent havia mentido para si. Sim, Harvey era um inimigo em comum e tinha matado seu irmão. Mas não, não trabalhava em banco e muito menos para Harvey.
Naquele mesmo momento onde Leo era traído pelo parceiro Harvey e fora forçado a entregar o diamante negro que com tanto esforço havia roubado, Vincent ouvia e vigiava os passos do irmão Gary, que se passava pelo comprador. Sempre tivera planos de prende-lo. Mas não esperavam a ação de Harvey e não esperavam que Gary morreria. Naquela emboscada, apenas Leo se ferrara e por não entregar o parceiro traidor e agora inimigo, entrou Vincent na sua vida e agora o via a arruinar após arrumar. Após a vingança, ele iria mesmo fuder com tudo? Depois de ajudar e ser ajudado?
O ódio corroía o fugitivo. Ele fora usado e agora estava sendo jogado fora...
                                                                   Não.
Não aceitaria aquilo. Sua expressão gradualmente mudou até atingir a raiva e em um impulso – Mais um de seus impulsos – agarrou o braço de Vincent, que não atirou para sua surpresa, e logo tomou sua arma. Aproveitou para lhe fazer seu refém também, apontando sua arma a sua cabeça. Tinham muito o que conversar.
— Ninguém se move! – Gritou. Os policiais apontavam para si ainda mas já demonstravam tensão. Em um rosnado de ódio, gritou em complemento – Eu o matarei, porra!
— Você está apenas piorando as coisas pra você! – Os policiais retrucaram, mas não se moveram. Não havia o que fazer. Leo começou a andar. Sentia o homem tenso em suas mãos mas não demonstrava resistência. Enquanto andava, ele lhe suplicava:
— Pegue leve, Leo. Você não precisa fazer isso. – Apesar do medo e da tensão, havia ternura surpreendentemente na voz do oficial. E isso lhe irritava.
— Ah cale a porra da boca! – Gritou o prisioneiro empurrando o revólver contra a cabeça do espião. Sentia ódio, tanto ódio dele. Poderia o torturar por ter o traído. – Você pagará por isso!
Andou até uma viatura, onde jogou o seu refém para dentro e logo entrou. Dirigia com uma mão, se certificando de apontar a arma para a cabeça do ex-parceiro. Não acreditava em seu azar. Primeiro Harvey, agora Vincent. Ambos lhe esfaquearam pelas costas. Mas diferente de Harvey, não pegaria tão leve com o atual traidor. Tinha idéias em sua mente de como o fazer pagar.
Já no carro, Vincent não encarava o parceiro irritado que dirigia em alta velocidade dividindo sua atenção entre ele e a estrada. Era perigoso e extremamente idiota. Típico do homem que lhe apontava a arma. Tinha de o convencer a desistir. Havia o traído mas ainda assim, não queria que tudo terminasse daquela forma.
— Eu te dei a porra da minha confiança, Vincent! – Gritou Leo, começando aquela conversa nada conveniente num momento nada pertinente.
— Escute Leo. Eu sei que você está irritado mas isso é simplesmente loucura! – Começou Vincent. Estava nervoso e isso se notava pelo tom da sua voz. O outro soava agressivo como nunca vira antes e isso lhe trazia culpa. Era sua culpa ele estar assim.
— Ah você ainda não me viu irritado, seu traidor de merda! – Reclamava Leo. Seu tom parecia ficar ainda mais alto. Apesar de tentar parecer relaxado para transmitir isso ao ex-parceiro, sentia medo e ansiedade pelo que ele iria fazer. Poderia entrar em pânico.
— Acalme-se Leo! Você tem que perceber que já está acabado! – Sentia o ódio emanar do homem. Ele era pavio curto e então de certa forma, sentia que estava provocando um leão com vara curta. – Por favor! Apenas se acalme!
— Me acalmar?! Você está falando sério?! – Balançou a arma em fúria, encarando-o por poucos segundos. Vincent não moveu um músculo, mesmo sentindo-os enrijecer a ponto de doer em tensão. – Apenas cale a porra da boca!
O silêncio reinou no carro por alguns momentos. As sirenes dos carros de polícia atrás de si soavam alto, dando àquele momento uma tensão única. Além dos sentimentos presentes da discussão, tinha o medo de ser pego e o ódio por parte de Leo e a tensão e culpa por parte de Vincent. Ainda assim, o oficial não desistiria de tentar o fazer desistir sem o ferir.
— Entenda Leo! Eu entendo que você está irritado mas você tem de perceber que está acabado! Isso é insanidade! – Falou, tendo de falar alto pelo som das sirenes.
— Cale a porra da boca! Você não tem nada a dizer para mim! Você não é nada para mim! – Leo não cooperava consigo. Não esperava que fosse cooperar de qualquer forma mas bom, ele tentou. Ainda assim, sentiu dor ao ouvi-lo dizendo que não era nada para si. Tinha de se desculpar. Desejava acima de tudo o seu perdão. Pensou em tomar a arma de Leo já que ele estava distraído mas não queria lhe machucar. Poderia causar um acidente se tirasse sua atenção do trânsito e das sirenes. Era uma estrada perigosa, perto de um rio. Não queria que nada de ruim acontecesse e por isso continuou a conversar:
— Leo, eu sinto muito mesmo. Mas a polícia inteira está atrás de você. É o fim! – Falou em desespero, sentindo o cano do revólver batendo em sua têmpora com força, lhe fazendo ficar ligeiramente tonto.
— Vincent, eu juro por Deus que se você abrir a boca mais uma vez eu coloco uma bala bem no meio de suas têmporas! – Berrou, rosnando com um tom que descarregava ódio e falta de paciência.
Antes que pudesse prosseguir com a tentativa de apaziguar o fugitivo, sentiu um impacto na viatura, empurrando e capotando-a em direção ao rio. Não teve muito o que fazer, apenas tentar se proteger dos impactos da carne contra o metal do carro até quando ouviu-se o splash. Ambos estavam presos debaixo d'àgua e o vidro das janelas não abria. Leo começou a bater contra o vidro, quebrando-o e então nadando para fora. Vincent não demorou a copiar o que ele fez, nadando para cima e assim se livrando das garras odiosas do ex-amigo.
Ambos se separaram e Leo perdeu sua arma. Não que fosse o foco agora, precisava fugir. Roubou uma lancha que estava na água e logo prosseguiu com sua fuga. Emily, que acompanhava tudo de avião desceu, ajudou e armou Vincent.
— Precisamos dele vivo! – Exclamou a loira – Atire no motor!
Mesmo se não precisassem, Vincent não tinha intenção de matar o ex-parceiro. Uma nova perseguição se iniciava. O fugitivo tentava seu melhor, desviando dos tiros com alta precisão mas ainda assim, não sendo o bastante para escapar de danos.
Chegando a certo ponto, o barco não aguentaria mais danos,ameaçava parar ou no pior dos casos explodir. Ele saltou do mesmo, vendo que o destino do barco por aquela rota era uma rampa em direção a latões de gasolina. O resultado foi uma grande explosão, que cegou os policiais por alguns momentos.
Vincent, pelo avião, após o clarão diminuir a fogo, começa a procurar pelo ex-parceiro.
— Não consigo vê-lo! – Exclamou Emily, que começou a rondar com distância à área da explosão, facilitando a procura. Lentamente, conforme a fumaça dissipava, ficou visível para o policial onde Leo estava. Ele ainda corria. Infelizmente não foi o bastante para que ele desistisse.
— Ali está ele! – Apontou a parceira, quem não demorou a pousar o helicóptero. Leo não demorou a correr o mais rápido que podia para fugir os oficiais armados. Vincent e Emily pretendiam armar uma emboscada para si ao que aparentava e por ele ter corrido a um estabelecimento fechado, parecia que não seria difícil.
Leo correu e correu, com as emoções flor da pele e a mente nublada pela tensão. Sentia ódio mas ressentimento. Por que tinham de acabar assim, se perguntava? Ok, eram o cliché policial e prisioneiro porém viveram mais do que a cadeia podia oferecer. Se aventuraram juntos, cometeram crimes juntos, cuidaram um do outro. Leo fora salvo por Vincent quando perdeu seu para-quedas na ida ao México. Ok, a idéia foi de Vincent então ele não fez mais que a obrigação dele mas, mesmo assim... não conseguia deixar de sentir um aperto no coração acelerado pela adrenalina. Estava sem saída.
Ao longe, conseguia ouvir os passos dos oficiais se separando. Tinha de conseguir a arma de alguém e seria de Emily. Aquela briga não deveria a envolver. Era entre ele e aquele traidor de merda que fingiu ser seu parceiro.
Olhou para os lados e escolheu uma direção, esperando ser a certa. Correu e se esgueirou pelos cantos da direção, procurando encontrar a mulher. Enquanto isso, os oficiais se esgueiravam pelos cantos, procurando pelo prisioneiro. Diversas vezes, Vincent sentia uma presença e a seguia. Temia que Emily o encontrasse já que, diferente dele, ela não teria tanta pena se ele tentasse fazer alguma besteira.
No fim, não encontrou o ex-parceiro e o medo o fez sentir um frio na espinha. Ele não teria saído, eram muitos policiais ao redor daquele estabelecimento e ainda não havia barulho de tiros, ou passos, ou vozes. Sem chances de Emily o ter encontrado.
Infelizmente, Leo não havia acertado a direção. Encontrou Vincent primeiro e voltou a se esconder antes que ele o visse. De alguma forma conseguiu fugir de seu olhar, mesmo que o deixasse desconfiado, e foi para a outra direção. Ele seguia os passos, de certa forma temendo que desse de cara com ela. Para sua felicidade, quando ele ouviu os passos da moça ela estava do outro lado da porta. Se escondendo ao lado da entrada, quando a loira abriu a porta foi surpreendida e assim, perdeu sua arma.
— Eu não quero te machucar Emily, mas eu irei. Saia daqui. – Avisou, a rendendo. A loira estava surpresa e nervosa pela presença. A tensão estava presente desde a saída do avião e apenas seguia aumentando.
— Você não irá sair dessa. – Falou a mulher, com os braços para cima em sinal de sua rendição. Dava passos para trás, tentando fugir da mira que o homem insistia em apontar para ela. Leo, já sem paciência, levantou a arma e deu uma sessão de tiros, chamando a atenção de Vincent e provocando medo na loira.
— Eu disse para dar o fora daqui, porra! – Exclamou em ódio, vendo a mulher recuando e lentamente começando a subir as escadas. O prisioneiro voltou para trás da entrada, a fechando e trancando para que ninguém mais interrompesse o momento deles. Ao se virar, deu de cara com aquele maldito. Leo já sabia quais eram suas intenções.
                   Ele não era amigo, não era aquele homem a quem conheceu.
Apontou sua arma para ele e logo lhe disparou uma sessão de tiros. Vincent prontamente se escondeu de volta para trás da parede, vendo buracos sendo formados na parede onde ele estava em frente.
— Leo! Não faça isso! Não precisa acabar assim! – Exclamou alto para o outro, a quem nem sequer deu uma resposta. Se levantou e começou a correr. Ao que parece, Leo queria ir até o fim com aquilo. Ele não queria o ferir, mas não o deixava escolha. Ambos corriam e encontravam esconderijos, logo começando a caçada um pelo outro. Vincent, a todo momento, gritava e implorava para que o outro viesse a abrir os olhos e tomar a decisão correta de abaixar sua arma mas a única resposta que obtia era tiros em sua direção.
Aquele conflito não terminaria de outra forma, ao que parecia. Após raspões das balas, hematomas e cortes de quando se encontravam cara a cara e de discussões, ambos estavam exaustos. Ambos sangravam bem, além do cansaço das perseguições anteriores. No fim, Vincent, por ser o mais velho, foi o primeiro a cair e Leo não perderia essa oportunidade.
Se aproximou cambaleante do homem e rapidamente retirou a arma de perto de si, apontando ambas ao traidor.
— Me dê um bom motivo para não atirar. – Sua voz era carregada de ódio, mas ainda assim possuía um tom vitorioso que dançava em suas palavras. Vincent, ajoelhado, sem muita escolha levantou as mãos a se render.
— Ok. Acalme-se. Você pode acabar de arrependendo do que quer fazer. – Falou numa tentativa de parecer calmo, mas seus olhos mostravam a apreensão. Ele não queria morrer. Não assim. Tinha sua filha para cuidar. Tinha de adquirir seu perdão. Tinha que adquirir o perdão de Carol. Ele não poderia morrer agora. Mas parecia que só sua voz atiçava Leo e colocava mais pólvora na chama de seu pavio curto.
Ele se aproximou, chutando a barriga do mais velho que se curvou em meio a um grunhido, levando um braço a sua barriga e a pressionando antes de levantar o olhar ao fugitivo.
— Ah sim. Pode ter certeza que vou me arrepender. – Por incrível que pareça, o que Leo falava era verdadeiro. Tinha outros planos. – Você acha mesmo que depois de você ter quebrado minha confiança e tentado me prender, apenas uma bala na sua cabeça seria o suficiente?! – Exclamou com ódio. Vincent abaixou a cabeça, logo sentindo que havia levado um golpe em sua nuca. Seu corpo estava fraco, então ele acabara caindo no chão. Sua cabeça começou a doer mais, o sangue de seus cortes escorria pela sua feição cansada. Seus olhos falharam em focar por alguns momentos mas ele precisava recuperar a consciência para prosseguir. Não podia desmaiar.
— Leo... – Falou baixo, se forçando a voltar a se ajoelhar. – Me escute...Por favor... – Balançou a cabeça, tentando deixar com que o impacto do crânio com o chão não afetasse tanto seu raciocínio, tentando clarear sua mente. – Eu sei que não mereço seu perdão. Mas por favor, tente ver o meu lado.
— Ver o seu lado!? É sério que você está me pedindo algo assim após me ajudar, me salvar várias vezes e simplesmente me trair e colocar tudo a perder de seguida?! – Queria rir em ironia mas sentia muita raiva naquele momento para isso. Fora que ironia não se encaixava em seu perfil, era alguém direto. Sua expressão de raiva ficava ainda mais acentuada. Agora que ele estava ali, a sua frente, a sua mercê, ele poderia colocar aquilo para fora.
O oficial encarou o outro com surpresa. Ainda que sentisse sua cabeça rodar, as palavras que ele falou lhe fizera reagir com velocidade. Seu corpo estava ainda mais tenso. Por que ele havia feito aquilo, Leo não entendia. Nem Vincent entendia direito também para ser sincero. Era o seu dever, como um oficial de polícia. Seu irmão concordaria que ele deveria matar Leo, afinal, mesmo sem saber, ele roubou e causou aquela emboscada. Mesmo assim, o homem barbado não sabia o que fazer. À sua frente, estava aquele quem deveria matar, no comando e a lhe apontar a arma diretamente a cabeça. Era um rifle de airsoft, logo tomar a arma era algo quase impossível. Ele não queria terminar assim, mas também não queria que Leo terminasse assim, em sua posição.
— Leo. É o meu dever acima de tudo. Acima de amizade, acima de tudo isso, é o meu dever com o país e com os cidadãos. Eu apenas estou fazendo o que fui designado a fazer! – Apelou, começando a tentar a se levantar. Bem, de certa forma foi uma mentira já que ele quis ser aquele que faria a missão de tentar arrancar algo de Leo, mas não esperava que se afeiçoaria ao criminoso. A expressão do fugitivo se contorceu em incredulidade. Ele ainda pensava que estava certo?! Bateu com a arma mais uma vez em sua cabeça, lhe fazendo voltar ao chão.
— Cale a boca! Cale a boca! Você é um lixo traidor, nada abaixo disso. Não merece nada além do pior que o mundo tem a oferecer! – Leo esbravejava, batendo no homem ferido abaixo de si com aquela arma. Poderia o matar e talvez devesse mas...por que sentia tanto ressentimento e culpa só de sequer pensar nisso?
Olhou o estado do pobre homem caído a sua frente, quem tentava miseravelmente se levantar e mostrar um pouco de dignidade. Ele era um oficial, era o seu dever. Mesmo assim, a humanidade daquele homem tinha sido jogada fora tudo em prol de sua prisão?! Ele merecia morrer, para que aprendesse a não ser tão filho da puta e levasse a lição até sua próxima vida.
                                                               Só que...
Aquele estado miserável, quem Leo estava o colocando. O vê-lo rastejando daquela forma, numa tentativa patética de se livrar da falta de dignidade que o agarrava e o jogava de volta ao chão, lhe dava pena. Leo sentia pena de Vincent. E num ato de misericórdia, pisou em cima de suas costas para que parasse de se levantar e começou a retirar o colete à prova de balas que usava. O oficial tentava relutar contra aquilo, esmurrando Leo. Mesmo que naquele estado, aqueles socos fracos lhe causavam dano. Leo também estava cansado e ferido, mas não tanto quanto o traidor, logo suportava mais. Foi difícil, mas conseguiu tirar o seu colete. Após isso, vasculhou o homem. Passou a mão por todo o corpo de Vincent até encontrar algemas, aquelas que ele queria usar para prender os seus pulsos. Se viraria contra ele. Sem muita dificuldade, prendeu-os atrás de suas costas.
— O que... você está fazendo? – Vincent se pronunciou, olhando-o de lado. Estava ofegante, sentia dificuldade de focar no outro. O sangue começava a sujar seu belo rosto e os fios de sua barba. Leo sentia ódio mas, ainda assim, pena. Levou a mão ao rosto do oficial ferido, passando os dedos pelo sangue. Observava a expressão confusa e opaca do homem se contorcer em misto de dor e dúvida. Vê-lo daquela forma...Era tão maravilhoso mas ainda assim, tão doloroso.
— Isso...Não precisava acabar assim... – Murmurou, passando as mãos pelo rosto e cabelos do outro. Desceu o olhar pelo seu corpo. Sangue, terra e poeira sujava as suas vestes. Ele sangrava muito...Era horrível o que ele tinha feito com aquele corpo.
— Não Leo...Não precisava... – Murmurou de volta o policial. – Escute...Eu irei te ajudar a diminuir sua sentença. Você ajudou com Harvey...Eu irei te ajudar a sair o mais rápido dali. – Tentou convencer o outro, que passava a mão por sua costas. Leo o ignorou, colocando a arma de lado e então rasgando lentamente a blusa do outro.
Vincent não reagia, estava fraco demais para reagir, mas demonstrava confusão. O fugitivo não ligou para aquilo e começou a amarrar aquela tira de pano contra as feridas maiores, prensando o sangue. Ele estava o ajudando...Ele iria se entregar? Vincent sorriu. — Está tomando a decisão correta.
— Cale-se. Eu não vou me entregar. – Rosnou, logo virando o oficial a sua frente e puxando pelo colarinho dos trapos que um dia foi sua blusa até ficar ajoelhado. – O que você acha que eu deveria fazer com você?! – Voltou a ficar irritado, porém Vincent não sentia mais medo. Suas ameaças agora aparentavam ser vazias.
— O que você quer fazer comigo? – Provocou Vincent. Sabia que ele não tinha intenções de fazer nada. – Pode fazer o que passa pela sua cabeça. – E mesmo se tivesse más intenções, Vincent sabia que merecia e mereceria pelo resto da sua vida mas duvidava, não, tinha certeza que não tinha crueldade nas ameaças vazias.
Leo estava surpreso com a audácia dele. Tudo com um sorriso provocador. Ah...aquele homem...Queria ficar irritado mas com ele lhe encarando tão profundamente, tão perto de si. Conseguia ver a culpa e a aceitação do seu destino a se revirar em suas íris. Não queria lhe fazer mal...Ele adorava aquele homem...Por isso estava agindo assim, tão estupidamente. Entreabriu sua boca, o encarando com um olhar tão apagado. O que faria com aquele homem...Não sabia como reagir. Não queria o perder, mesmo que merecesse que fossem cruel consigo. E por isso, num impulso...

                                                 O beijou. 


April 8, 2018, 7:30 p.m. 0 Report Embed Follow story
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