elli_mei Elli Mei

"Dirk gritou cheio de ressentimento, com seu coração partido mais uma vez pelo amante: Você não sabe o que é o amor, nunca saberá! O moreno ofendido respondeu: Oras, você tão pouco deve saber, já que não me ensina como é amar de verdade! E palavras ferintes eram jogadas como armas na batalha de corações, tentando atingir onde mais doía na ferida do outro sem fazer ideia que o maior machucado era causado em si [...]"


Fanfiction Comics For over 18 only. © Andrew Hussie

#Romance #Drama #Ecchi #Fanfic #PWP #Homestuck #DirkJake #Gamtav #Erisol #Mei-chan #Oneshot
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Bem-vindo a realidade

 Um adolescente aos seus plenos 17 anos suspirou cansado. A fumaça saindo de seus lábios deixava um caminho traçado pelo cigarro que fumava, não parecia nem um pouco feliz e havia motivos para isso.

 Outro suspiro.

 Quanto tempo passou? — Se perguntava em pensamentos — Quando foi que acabou?

 Olhando atentamente as mãos nuas, via cicatrizes que marcavam o tempo exato em sua mente, eram quase como seu relógio de pulso, sempre o recordando dos erros que havia cometido. O garoto pensava se um dia iria ter paz, ou sequer poder se tornar alguém digno daquele que tanto apreciou um dia, alguém que tanto machucou na vida.

 Com um olhar triste acompanhou o por-do-sol na beira da Orla. Apreciava o cheiro peculiar do mar cheio de algas e o vento gélido que bagunçava seus cabelos ondulados, sempre solitário a pensar se valia a pena seguir adiante do jeito que as coisas iam.

  O nome desse garoto?

 Makara.

 Gamzee Makara é o seu nome.

 Gamzee se aproximou das barras e sentou-se ficando entre a beira de cair no mar, quase como se estivesse brincando com a sorte e falando “estou aqui, porque não me leva agora?”. O sorriso brincalhão aparecendo ao desafiar a morte mais uma vez, pois sabia que nem mesmo está o queria por tão desprezível que era. E nem mesmo o destino poderia mudar muita coisa. Um cara sem sorte, porém tão cheio de sorte que fora o único a ficar neste mundo, cômico trágico.

 Mas esta história pode mudar.

 Às vezes, se mudarmos uma escolha, tudo pode ser mudado.

 O garoto que se fazia de palhaço não precisava estar sozinho… e ele realmente não estava, só não podia enxergar isso.

 Ao longo da praça um certo alguém vinha ao seu encontro. Com passos calmos se aproximava do ser que era apenas uma confusão emaranhada em sentimentos tortuosos, e uma mão foi lançada ao seu resgate, justo a tempo, como sempre. Acolheu e juntou os cacos restantes de seu amigo, uma bagunça em pessoa, lhe confortando num longo abraço.

 E o seu salvador falou: “Vamos para casa.”

 O palhaço respondeu : “Eu já estou em casa.”

 E o seu salvador sorriu dolorosamente por saber que havia, em suas mão, a vida de alguém que nunca mais seria o que um dia foi, alegre e cheio de esperança. Porém, bem lá no fundo, sentia-se feliz por isso, mesmo que um dia fosse julgado pelos atos cruéis que cometeu com seu melhor amigo, aceitaria seu juízo com prazer… pois como o moreno disse, ele também já se sentia em casa ao lado do imprestável amigo.

 Não é um final feliz, porém era o suficiente para encerrar a história de dois arrependidos adolescentes que apenas começavam a traçar um longo e triste caminho juntos, sempre errando para aprender algo como qualquer jovem passando por mudanças na sua idade, mas nunca sós, pois a solidão é o pior castigo para o ser humano.

 Não muito longe dali a lua brilhava, as estrelas eram ofuscadas e a noite era anfitriã do espetáculo que se seguia.

 Um moreno esquivava da possessividade constante de seu companheiro. E seu companheiro sempre tentava conquistar algo mais que o corpo do moreno.

 Esse companheiro tinha um nome. Seu nome é Dirk Strider.

 Sentados no sofá, do apartamento do loiro, ambos se divertiam vendo um filme, ou isto fora horas atrás, até que um celular que nunca parava de vibrar no bolso do moreno chamou a atenção do enciumado amigo. Como uma reação em cadeia a situação seguiu até onde ambos brigavam, e um colocava a culpa no outro, e ambos ressaltaram os defeitos do outro.

 Nada era perfeito, tudo imperfeito, mas sempre cheio de emoções que nenhum poderia negar, apenas eram orgulhosos demais para aceitar que na vida nada precisa ser brilhante como um diamante.

 Dirk gritou cheio de ressentimento, com seu coração partido mais uma vez pelo amante: Você não sabe o que é o amor, nunca saberá!

 O moreno ofendido respondeu: Oras, você tão pouco deve saber, já que não me ensina como é amar de verdade!

 E palavras ferintes eram jogadas como armas na batalha de corações, tentando atingir onde mais doía na ferida do outro sem fazer ideia que o maior machucado era causado em si, pois a verdade dita pelos outros dói, no entanto, quando esta era dita por sí no momento de fúria se tornava mais dolorosa do que a própria faca cravada no peito por um óbvio motivo… você não pode culpar ninguém por havê-las dito.

 O loiro dos olhos âmbar fazia questão de pressionar o outro por respostas que nunca iria ouvir, pois este tão pouco estava preparado para aceitar os sentimentos que tinha pelo amigo. E assim a discussão seguia até que alguém explodisse.

 Dirk foi embora deixando o outro para trás, não iria voltar aquela noite para se sentir como uma “marionete”, nunca mais.

 E o moreno ficou a chorar, os olhos verdes se derramando em lágrimas que transbordam. Ele não sabia, apenas queria que as coisas funcionassem como antes, quando eram apenas amigos e tudo era simples. O puro egoísmo presente no que pensava que tudo poderia se resolver se ele estivesse feliz, sem nunca pensar nos sentimentos alheios. Apenas fingia se importar com todos, quando na verdade não se importava com nada.

 Claro que esta história tão pouco foi feliz, mas ainda tinha esperanças, apenas se, caso, ambos tentassem mudar juntos e auto-corrigir, sem nunca deixar de ser quem são. Pois uma vez disse alguém muito inteligente que amar não era fácil, e estava completamente certo, cada amor a sua maneira, apenas os corajosos tentam desbravar essa aventura…

 Pensando nisso, outro tipo de amor acontecia, porém mais tóxico que todos os outros anteriormente descritos.

 A dependência era palavra chave da relação onde dois garotos discutiam a golpes quem ganhava a razão.

 Uma guerra, orgulho e indiferença disputavam o coração de uma dama tão delicada e carismática sem nunca sair do mesmo lugar. Tão simples o motivo que parecia falso, o que de fato era.

 O que ambos não reconheciam é, que no meio de todo aquele ódio mútuo, algo se manifestava de forma que apenas a cor vermelha, da paixão, poderia descrever esses sentimentos. E quando a noite caia, sem que ninguém soubesse, se encontravam como amantes errantes ao meio da praça, beco, e qualquer canto que a verdade fosse oculta, tornando as estrelas cúmplices de uma amarga mentira.

 O orgulhoso fazia questão de falar: Eu te odeio tanto que seria impossível medir estes sentimentos.

 O dos olhos bicolores respondia: Um imbecil como você nem deve saber como calcular distancia, então nunca vai poder medir algo tão grande mesmo… mas admito que o sentimento é recíproco quanto ao ódio, Ampora.

 E a respiração de ambos se fundiam em uma, derretendo o frio da noite enquanto trocavam juras do que parecia um amor retorcido.

 Calavam a boca do outro, mordiam, arranhavam e deixaram hematomas pelo corpo do amante, sempre esperando que tal ferimento fosse correspondido com algo tão intenso quanto o anterior, como um estímulo que excitava o fogo dentro de si.

 Não eram feitos um para o outro, mas de alguma forma o destino os uniu, com uma pitada de ironia, e fez funcionar algo que nem mesmo seus amigos iriam crer. Uma relação que começou quebrada e no fim terminaria da mesma forma, pois estavam torcidos por dentro desde o primeiro dia que os olhares furiosos se cruzaram e caíram na tentação do pecado.

 O futuro e passado não importavam,nesta perigosa relação, apenas presenciaram o presente de forma intensa sem deixar rastros, e quando o dia surgisse cobririam os erros com mentiras, mentiras e mais mentiras.

 E quanto a jovem dama carismática? Ela se tornava um obstáculo muito mais que conveniente para o par de mentirosos que apenas a enganavam. E seu coração seria desilusionado, mas não faria mal, afinal, graças a ela foi que se conheceram, e graças a ela teriam um motivo para aprender que quando se ganha algo, outro se perde.

 Mas não se preocupem, um dia esses dois mudariam, no entanto não a forma de amor que davam um para o outro, pois este se tornou a demonstração de afetividade.

 Sem ódio, sem amor, e sem amor, sem ódio. Simples como atar as mãos de seu amante a beira da cama.

March 11, 2018, 10:17 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Elli Mei Futura artista, desenhista, escritora de fanfic´s que gosta muito de comer sem engordar. "Eis o meu segredo — disse a raposa —, é muito simples: apenas se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos". Antoine de Saint-Exupéry

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