Ele estendeu suas pernas para fora da cama e virou-se com agilidade para se sentar; suas costas protestaram em contragosto de afastarem-se dos lençóis úmidos e bagunçados. Seus olhos roxos olharam por cima do ombro e a ruiva ainda estava adormecida entre os mesmos tecidos acetinados. Piscou duas vezes para ter certeza de que não estava sonhando e que noite passada na verdade haveria de ser uma alucinação, mas ao levar os dedos de encontro aos lábios pôde senti-los inchados e um pouco doloridos, e ao encostar a língua na ponta deles o sabor de sua amada quase esmaecia em seu paladar.
Ela havia sido sua.
Sua, mesmo que por apenas uma noite.
Estava apaixonado, há semanas já não negava mais este fato para si mesmo. Suas terminações nervosas ferviam quando seus olhos púrpuras encontravam, mesmo sem querer, os belos rubis brilhantes que eram os de Karin. Quando o vento da manhã invadia a janela e tocava o cabelo recém lavado dela, Suigetsu queria ser capaz de aproveitar o momento ao máximo. Mas não... jamais admitiria para qualquer um que o mortal espadachim da névoa havia se embrenhado em uma teia de emoções românticas. Este era o seu objetivo.
Mas ontem a noite mudou tudo. Ele traiu a si mesmo por prazer; por prazer e pela necessidade de se iludir em ser amado por aquela mulher. Mas como iria resistir, quando o quadril da mulher que se ama balança, suave, acompanhando alguma música lenta e silenciosa que só acontece dentro da cabeça dela, mas que seu coração pode ouvir? Como deveria sentir-se neste momento?
Apenas por este momento.
Sim, ele iria se lembrar de todo o momento. De como tudo fugiu ao seu controle e, num golpe de sorte, ou ironia do destino, ele teve a deixa para tocá-la. Ah, sim...
Tudo começou na noite anterior...
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