satanjoker Satan Joker

Um beijo normalmente seria considerado porta de entrada para os desejos proibidos; nunca fora permitido para aqueles vistos como dentro do padrão de valores morais exigidos da época, mas para aqueles que já viviam no mundo do pecado, um beijo significava bem mais do que desejo físico.


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Beijo francês

O vento soturno tateou as sardas daquela manhã gelada, enchendo de um desconforto genuíno a mente racional e confusa de Midoriya Izuku. Era certo que seus intempéries¹ variavam entre a vida social que houvera conquistado com muito esforço, seguido de uma linha burocrática e deveras diplomática; chegando até o mais perturbador de todos os seus problemas, o amor.

O amor, ou o casamento como era iminente chamado naquela época deveriam ser motivos bastante resolvidos para o mais jovem suserano² do feudo em que residia. Tendo herdado as terras férteis de seu falecido pai, Izuku não tinha outros propósitos senão manter aquela área da mesma forma correta que sempre fora feita. Todavia a morte de seu velho havia gerado confusão demais sobre como estaria um jovem, solteiro, de hábitos peculiares e duvidosos perante a igreja, cuidando de um local tão grande quanto aquele, com tantos vassalos necessitados de sua proteção? Resultando especificamente em seu casamento com Uraraka Ochako. Uma garota de família abastada e querida pelo reino, uma mulher que poderia ajudá-lo a tomar as melhores decisões para com aqueles que precisavam da ajuda de Midoriya.

Então qual era o problema? Seria por ele não amar aquela mulher?

Não.

Por incrível que parecesse, Izuku tinha muito carinho para com a mesma, praticamente fraternal, então não seria estranho que mantivessem uma relação pacífica. Até porque ela compactuava de forma imprescindível com os hábitos “estranhos” do esverdeado, tendo sua própria forma de amor.

E qual seria essa estranheza?

Ele tinha interesse por pessoas do mesmo gênero que ele, restando para ela apenas o carinho obrigatório do casamento.

Nunca houvera sido dito que seu problema era com Ochako, pois sequer teria como ser, eram como sócios um do outro; sendo uma forma que encontraram para permanecerem com as pessoas que amavam sem afetar a posição social em que encontravam, tocando tudo de suas vidas como fora ordenado, sem escolhas.

A questão que o perturbava da mesma forma que a brisa fria do inverno rigoroso atendia pelo nome de Bakugou Katsuki. Seu amor, sua perdição, seu risco, aquele que poderia pôr abaixo todas as estruturas que havia conquistado com sua politicagem, da mesma forma que fazia seu controle tão bem vivido em alguém de pura lógica como ele, se perder.

Katsuki era seu oposto em tudo, alguém cujo o respeito social não passava do mais simples lixo, alguém sem valor de troca ou muito menos de nome memorável, se não fosse pelo apelido nada agradável que tivera recebido: flor áspera. Uma estranha brincadeira sobre sua pederastia³ tão exposta em alguém tão viril quanto ele.

O loiro era quase uma concubina que tinha como chefe a si mesmo na pequena casinha trépida em que vivia sozinho, doando seu corpo em troca de moedas para que pudesse ao menos sobreviver após o falecimento de seus pais lavradores. Uma prática muito arriscada para a época, pois a sodomia⁴ era completamente proibida pela igreja, e qualquer um que se opusesse aos mandamentos de Deus seria severamente punido.

Como corriam os boatos nos vilarejos que faziam parte dos feudos, Izuku também era um pederasta, não sendo incomum que tenham se encontrado pela primeira vez em uma dessas aventuras de se encontrar numa taberna para beber, ou como era típico de Bakugou, caçar alguém que pudesse lhe pagar devidamente depois. Porém as coisas passaram a se tornar muito mais sérias quando o formigamento na barriga chegava assim que imaginava que encontraria o loiro, quando passava maior parte do tempo pensando nos desfrutes da noite — nem um pouco dormida — que tivera, também assim que passou a questionar e se interessar cada vez mais nos detalhes e na pessoa que era Katsuki.

Seria mentira não assumir que voltara as primeiras vezes para aquele rapaz por causa do belo desenho que suas costas e nádegas faziam quando chocavam contra seu corpo, em específico com seu quadril. Também seria mentira se não assumisse que se viciou nos sons vergonhosos e nos palavrões que o outro soltara quando este fez questão de lhe acertar num ponto tão específico em todas as vezes que passaram juntos.

Mas havia muito mais do que a fornicação propriamente dita. Os olhares, os sorrisos e em seguida os diálogos que provaram o temperamento nada agradável daquele ser tão provido de sensualidade, quanto era Katsuki, que emitiram a Midoriya o mais belo alvorecer de um sentimento nobre. Proíbido entre suas posições na sociedade e contestável se visto que eram ambos homens.

Ele o amava e fizera questão de lhe dizer isso, em total desespero para que este fosse viver embaixo de seu teto, protegido e com uma posição aceitável para ter suas próprias coisas, sem precisar mais agir assim para sobreviver.

Óbvio que Katsuki ficou muito irado com a proposta, como poderia o esverdeado ser tão inconsequente e de certa forma cruel ao propor que o amante e a esposa ficassem sob o mesmo teto? Que tipo de pessoa ele era, e que espécie de indivíduo Izuku julgava que Bakugou seria para lhe dizer aquilo esperando que aceitasse?

Katsuki tinha sua própria forma de honra, e por mais que amasse Midoriya como amava jamais aceitaria dividir o mesmo ambiente que a esposa oficial, propor aquilo para ele era como uma afronta.

Só que o loiro detentor de olhos rubros não tinha ciência do acordo fraternal e pacífico que havia entre a garota e o seu amado. O magoando profundamente naquela noite terrível de inverno, ocorrendo o grande viés que tornava os pensamentos de Midoriya tão dolorosos no momento. Naquele anoitecer, após a saída de Izuku de seus aposentos — um pouco violenta demais para a ocasião —, Bakugou se permitiu chorar até que o próximo cliente aparecesse, nada planejado pois mesmo que quisessem voltar, ele não aceitava a mesma pessoa mais de duas vezes. Obstinado a esquecer de seus maiores temores e do quão ofendido se sentia se jogou, só que outrora o destino não era bom com ele, muito menos a forma como seu corpo reagiu as emoções recentes, impedindo-o de executar o seu “trabalho” da forma correta. Mas o que o destino tinha a ver com isso? Bem, o homem que estava ali não era dos mais pacientes, e como Katsuki nunca tivera limitações com a sua pessoa e recentemente vinha se mostrando mais desdenhoso — até porque este homem também nutria sentimentos pelo loiro —, não se limitou ao denunciá-lo por sodomia, uma afronta a época, considerada uma das mais graves e dos mais severos escalões de crimes.

Por sorte, Bakugou ainda era jovem e poderia escolher pagar uma multa ou sofrer as consequências de seus atos, mas suas falhas por conta do amor ao longo do tempo em que tinha se apaixonado o fizera não ter a quantia suficiente para sua não punição, restando que ele fosse humilhado publicamente como era exigido na lei.

E em um inverno tão rigoroso quanto estava sendo aquele, esta humilhação quase custara sua vida, mesmo que sua sanidade estivesse agora tão deturpada. Forçado a ficar durante três dias nu, preso a correntes junto as genitais, no frio congelante da noite, achou que fosse morrer no último dia, mas resistiu até que o soltassem e expulsassem ele do vilarejo, como também mandava a lei.

A notícia da quase tragédia demorou para chegar aos ouvidos do suserano sardento, devido a distância e a sua falta de vontade de saber qualquer coisa do mundo exterior após ter sido tão rudemente rejeitado por aquele que ama naquela fatídica noite. Restando o desespero genuíno assim que descobriu, correndo com toda a velocidade para o encontro do seu amado que jazia sob os cuidados de alguns lavradores que tiveram pena ao encontrarem no estado mais deplorável depois dos limites do vilarejo. Ferido com queimaduras devido ao gelo e a neve, e com as extremidades comprometidas pela falta de circulação que a prisão e nudez por três dias ao relento congelante tinham lhe propiciado.

Preocupado e se culpando de todas as formas, não houvera outra alternativa senão levá-lo até sua morada, sendo exatamente isso que fazia agora, neste momento.

A brisa gelada continuou banhando o rosto deste que estava com a face para fora da janela da carruagem, evitando ao máximo cruzar seus olhos com o mau humor e a vergonha que os olhos carmesins do loiro a sua frente demonstravam. Ele estava com raiva, constrangido e visivelmente debilitado.

Do que adiantou negar tanto entrar na casa do nobre a sua frente, se agora o fazia contra a sua vontade? Se tinha uma coisa que conhecia muito bem do amado a sua frente, era que Izuku não permitiria qualquer atitude em forma de birra vinda dele. Se tentasse algum jeito de fugir e/ou impedir que este cuidasse de si pessoalmente, o veria adquirir um brilho raivoso nos olhos verdes que fazia seu sangue congelar. Midoriya era sempre tão pacífico e querido que o ver irritado era a última coisa que alguém gostaria em todo e qualquer momento, ainda mais se levasse em conta a influência que ele tinha em toda a região. Sem contar também o quão arriscado já estava sendo para a sua posição na sociedade ao levar um acusado de sodomia para dentro de sua casa, mantendo-o sob cuidados. Seria imprudente negligenciar essa preocupação dele a esse ponto, um ponto de tantos riscos.

Permaneceram naquele silêncio até que chegassem a casa que era tão bem trabalhada em adornos dos quais Katsuki tinha plena certeza que jamais poderia ter a chance de enxergar se não fosse a sua condição atual, um mundo completamente diferente do seu.

— Estou tão contente em saber que chegaram cedo, imaginei que poderiam se atrasar — a mulher de cabelos castanhos, amarrados de forma que a frente permanecia levemente solta apareceu, os recebendo no hall de entrada, enquanto Bakugou era ajudado por alguns vassalos a sair do meio de transporte utilizado. Seus pés estavam péssimos demais para se manter em pé por muito tempo, e tinha certeza que se não tivesse sido obrigado a aceitar a ajuda de Izuku, ele os perderia.

As orbes avermelhadas foram guiadas para o anel cintilante presente na mão direita desta, indicando que ela era a esposa do seu amado, a dona da casa, a sua “rival”.

— Ochako, pode ajudar Katsuki a se instalar em algum dos quartos? Seria agradável se fosse naquele próximo ao meu, eu preciso assinar algumas cartas — indicou apavorando Bakugou na mesma hora, afinal, como Midoriya conseguia ser capaz de dizer algo como aquilo para a sua esposa? Pior de tudo, estava tratando o assunto com tanta normalidade, neutro com a possibilidade de magoa-la.

Tinha noção de que o esverdeado não passava suas noites com ela, de alguma forma poderia dizer que ele se aliviava, e por isso estava certo de que ao assumir um contato tão próximo.

— O maior? — a pergunta soou tão serena, diferente da culpa que atormentava a mente do loiro ao vê-la sendo tão prestativa. A morena de rosto arredondado o reverenciou abaixando a cabeça e os olhos, um gesto típico de submissão necessária na frente dos criados.

— Por favor — Izuku movimentou os dedos para lhe acariciar os cabelos de tom chocolate, abrindo seu melhor sorriso — Eles estão muito bonitos presos dessa forma.

— Obrigada — ela agradeceu o gesto acariciando os dedos deste.

Não era estranho que marido e mulher não se beijassem, do contrário era até mesmo comum que tivessem aquele tipo de ações com carícias, afinal beijos eram símbolo de volúpia e pecado, estritamente proibida dentro de um matrimônio. Muito bem vindo entre aqueles como Katsuki, que perdera as contas de quantas vezes havia tocado os lábios de Midoriya aos seus.

— Não desejaria que eu levasse alguns dos seus pertences ao quarto também? Quem sabe os dele ao seu? — aquilo ultrapassou os limites de qualquer racionalidade para o loiro, que a essa altura não poderia imaginar vergonha maior ao ouvir da esposa dele, com tanta naturalidade, a intimidade aflorada entre os dois.

— Está tudo bem se apenas instalá-lo, por agora — Izuku deduziu que após aquela briga feia que tiveram, não seria adequado induzir qualquer amor de sua parte; ainda se sentia rejeitado e acima de tudo, não queria atrapalhar a recuperação do amado o incomodando ao ponto de dormir no mesmo quarto.

— Sim. Poderia me acompanhar, Senhor Bakugou? — levou sua formalidade ao máximo enquanto ele conseguia apenas permanecer irrequieto e silencioso, atípico de sua personalidade quando algo o incomodava. Sem muitas escolhas, acompanhou a mulher com dificuldade por conta das feridas e ainda sendo carregado por alguns dos servos que trabalhavam dentro da casa. Sentir-se um estorvo, nada fora do comum em sua vida.

Se tinha uma coisa que permanecia enraizada dos pés a cabeça na vida de Bakugou, era a sua total noção do quão irrelevante ele era para o mundo, mas não era porque considerava-a verdadeira que iria externa-la. Exatamente por esse motivo, tinha uma personalidade bastante difícil de lidar, mal acreditando em como as pessoas conseguiram se interessar por ele, como Izuku fizera. Odiava acima de tudo expor seu lado frágil, incompatível com o homem que seu pai sempre lhe ensinou e requisitou que fosse, em realidade, que sempre brigou para que fosse.

Devia ser mais do que óbvio essa sua tendência incomum, pois seu progenitor sempre fizera mais do que questão de agir de forma severa quando fugia da masculinidade. Talvez Katsuki até mesmo agradecesse por eles não estarem mais nesse mundo.

— Vou pedir para que tragam a melhor das peças aveludadas. Gosta de vermelho? — por que ela estava sendo tão simpática com ele? Depois de ter descobrir que ambos eram amantes?

Não tinha certeza, mas sua natureza impetuosa não o deixava manter isso quieto por muito tempo. — Sabe, acho que seria muito confortável se não deixasse a sua disposição alguns criados, se precisar de algo é melhor chamá-lo do que correr o risco de descer todas essas escadas…

— Você não precisa fazer isso — soltou as palavras tão incomodado com toda essa atenção assim que os empregados saíram e os deixaram a sós, incluindo a insistência do loiro em dispensar a ajuda destes.

— Como? — ela parou os passos, abrindo a porta do cômodo e exibindo um lugar enorme, com uma cama abastada das cortinas do melhor tecido que desciam até cobrir uma parte do chão. — É melhor que eles estejam a disposição do que deixar tentar se mover.

— Não precisa se fazer de desentendida — ele não era nem um pouco bom com as palavras, gostaria muito de querer se redimir pelo mal que estava causando a ela, mas no fim tudo que conseguiu fora ser ríspido. — Está mais do que óbvio que isso não deve ser agradável para você. Temos nossas diferenças naturais e tentar ser amigável e prestativa não vai contribuir em nada.

— É a função da esposa recepcionar as visitas da forma adequada, por isso não precisa se preocupar com a minha prestatividade, Katsuki — chamou-o de forma simplificada, amigável e íntima.

— Compreendo — estava certa, ele nunca seria algo tão importante de Midoriya quanto a esposa era, como o papel que ela representava nessa casa e perante a sociedade. — Isso não justifica que precisa ser legal comigo o tempo todo e eu vou entender — no mesmo instante Ochako contorceu as expressões, finalmente havia entendido o que ele estava dizendo.

— Espere — soltou um riso nervoso, parando bem em frente a ele, constatando a diferença de altura assim que ergueu um pouco o queixo para olha-lo nos olhos. Não conseguiria ficar em pé por muito tempo, mas estava aproveitando aquele momento para continuar se mantendo forte. — Ele não te explicou?

— Explicou o que?

— Oras, que nosso casamento está mais para uma sociedade do que para algum envolvimento romântico — a voz da morena saiu mais como um sermão, pegando Bakugou desprevenido, estalando aquelas orbes em choque. — Não posso acreditar! Deku é mesmo um cabeça de vento! Você deve estar se sentindo horrível com tanta hospitalidade, afinal você acha que eu exerço mesmo o papel de esposa, em todos os sentidos.

— Deku?

— Sim, eu o chamo assim desde que nos conhecemos quando crianças, somos praticamente irmãos um para o outro — riu novamente, amolecendo as feições ao ter tal nostalgia. — Jamais em toda a minha vida veria ele de alguma outra forma, isso sequer é possível.

— Por que não? Saber que se conhecem desde a infância é mais um dos motivos que tenho para acreditar no oposto. Estou dizendo a verdade, você não precisa e nem deve passar alguma imagem assim para mim.

— Katsuki, Katsuki — estalou a língua alisando com os dedos os contornos desenhados do sobretudo arrojado, como a época em que viviam mandava. — Se tem uma coisa em que eu e Deku somos opostos, é nossos gostos. Isso inclui o fato de que ele prefere... garotos e eu...garotas.

Os lábios de Bakugou se deixaram amolecer, entreabrindo. Era natural que ele se sentisse bastante idiota no momento, acima de tudo por ter se exposto de alguma forma para ela, pois tinha plena certeza que ela entendeu muito bem sua insegurança. As sobrancelhas loiras se uniram, irritado com a informação e se sentindo enganado; era também constrangedor demais lidar com o sorriso jocoso que ela exibia.

— Tanto faz! — sentiu a dor nos pés se agravar, aquelas malditas feridas não ajudavam em nada.

— Claro, claro, eu sei que não se importa — riu novamente —, você pode começar a se ajeitar no seu novo quarto, seus pés devem estar doendo muito. Qualquer coisa você pode chamar algum dos criados e dormir o quanto quiser — Ochako puxou as cobertas largas da cama, e indicou que ele poderia se deitar logo. — Eu vou te deixar a sós, descanse para que possa melhorar logo.

(...)

Já havia alguns dias que Katsuki fazia de tudo para falar com Izuku. Ele queria e precisava se desculpar, mesmo que tivesse certeza que não seria de uma forma macia como o normal deveria ser. Tinha o rejeitado sem qualquer conhecimento de que ele não era a pessoa sádica como pareceu ao propor tal coisa. Porém também não deixaria de culpá-lo por não ter contado esse pequeno — imenso — detalhe, afinal ele poderia ter todos os seus inúmeros e terríveis defeitos, dentre eles o seu temperamento impassível e sua dignidade bastante duvidosa, mas se tinha uma coisa que ele não seria jamais, era uma pessoa cruel.

Caminhando normalmente pelos corredores daquela casa enorme, procurou pela sala de “trabalho” de Midoriya. Que estava o evitando, em todos os sentidos que a palavra poderia ter. Não era de menos que quisesse se manter afastado, a briga que tiveram naquela noite tinha sido bastante grave, com direito a feridas emocionais e um hematoma no olho direito do esverdeado.

A única certeza que poderia constatar naquele momento era que estava perdido. E assim como estava, também perdera as contas das vezes que tinha se visto naquela situação naqueles corredores. Descobrindo que se tinha algo que detestava mais do que falsidade, era corredores em excesso.

Assim que passou pelo corredor com o quadro que retratava o trabalho na lavoura de algumas camponesas, provavelmente pela décima vez naquele dia, teve de se segurar para não socar a parede. Como poderia estar perdido naquele nível? Ele não era estúpido ao ponto de não memorizar as entradas e erra-las por outras nove vezes, ao menos imaginava que não até aquele momento.

Soltando uma lufada de ar, virou o corredor a esquerda, contando com a sorte que quase nunca aparecia em sua vida, mas que quando se fazia presente funcionava como mágica. Às vezes ela não era tão clara e acabava gerando colisões, como a do atual momento que será de encontro com Midoriya, ao ponto de empurrá-los é quase derrubá-los.

Tentando evitar a queda, Katsuki se segurou na parede, apertando seus dedos que também precisaram de cuidados, fortemente. Nesse caso não conseguiu controlar o grunhido ao fazer isso, puxando sua mão contra o corpo novamente e apertando os olhos. Estava bem, mas esse tipo de força em sobressalto não contribuía para a melhora.

— Bakugou! — Midoriya exasperou logo ao constatar a dor desse e se aproximar, para pegar a mão dolorido e colocar entre as suas. — Desculpe, suas mãos ainda não deve estar totalmente curadas. — o olhar preocupado e o carinho que passou a fazer nos dedos pareceu doer bem mais do que as juntas e os tendões que havia sido congeladas a semanas atrás.

— Você deveria ter pedido desculpas por não ter me contado que seu casamento era só fachada — lá se ia a sua habilidade em não ter tato ao falar. Perplexo com a afirmação, Midoriya ergueu o olhar para fitar o brilho de fogo que somente seu amado tinha.

— Não deveria dizer essas coisas em voz alta — o sardento olhou para os lados procurando alguma alma viva a espreita, mas como continuava inseguro para falar sobre o assunto em sua própria casa, o arrastou apressado a primeira porta. Coincidentemente essa era a que Bakugou procurava a minutos atrás quando estava perdido, se tratando da sala do escritório do nobre a sua frente, com portar espessas e pintadas em negro, provando que tudo a ser tratado naquela sala, não saia daquela sala, construída estrategicamente para assuntos importante para o feudo em que viviam.

— É sobre isso que quer falar e pelo motivo que estava me procurando? — algum empregado deveria ter contado que ele estava rondando por todos os corredores procurando algo, e como sempre tivera um raciocínio lógico denso e rápido, não foi difícil entender que se tratava de algum assunto com ele. — Sobre eu não ter achado relevante falar sobre minha vida conjugal com o homem que eu amo?

A palavra amor, utilizada de forma tão presente amoleceu os sentidos de Bakugou, mas ele não daria o braço a torcer.

— Por que acha que isso não seria relevante? Acha que eu não gostaria de saber que você não passava de um babaca que traia a esposa?

— Era isso que pensava de mim? — sentiu-se ofendido com tal indagação e não deixou a pose irritada sair de seu corpo.

— Sim! Não! — não sabia como responder, porque não cabia a ele esse papel de julgar, nunca coube. — Eu não teria razão de achar nada com a vida que levo.

— Levava — corrigiu — você nunca mais vai precisar dela.

— E do que eu vou sobreviver? Como deve saber, eu só fui para esse lado porque precisava me alimentar e a fama de assassino não me deixou arranjar qualquer profissão — soltou seu passado de forma ríspida. Se lamentando em seguida por odiar falar, ele nunca dizia as coisas da forma certa.

— Pode ficar aqui, trabalhar para mim. Ninguém vai questioná-lo porque não vão ter acesso a você, ninguém daquele vilarejo terá — pensava em protegê-lo de qualquer julgamento.

— Então é isso? Vai me privar de tudo e a todos?

— Não é privar, Katsuki. Por favor, eu só estou tentando ajudar a arranjar uma forma de mostrar para você que eu me preocupo e que eu não quero você tendo que passar pelas mesmas humilhações e nem se vender como se fosse um objeto.

— Não era assim que me via também? Não foi assim que você me conheceu, como um objeto? Qual a diferença agora? — também não era essas perguntas que gostaria de fazer.

— Puta merda, Bakugou Katsuki! A diferença é que eu amo você, eu amo você e faria de tudo pra que você nunca tivesse que passar por nenhum problema como os que passou. Que nunca tivesse que se defender daquele seu pai ordinário e por muito pouco não tivesse ido para a fogueira por causa da maluca da sua mãe. Eu amo você tanto que se eu pudesse amenizar alguma parte da sua vida, mesmo que assim eu jamais te conhecesse, eu o faria!

— Não diga isso… — foi o que conseguiu responder enquanto sentia o calor preencher o peito com tal declaração.

— O que? Que eu faria de tudo para que você tivesse uma vida um pouco saudável, que nunca tivesse sido… sido… violado por aquele...argh, infeliz que merecia o fogo do inferno? — pensar no sofrimento do seu amor quando era mais jovem, bem mais jovem do que agora que tinha seus dezenove invernos, tinha passado por todas as piores situações que alguém poderia passar, fervia o sangue pacífico do suserano.

— Não! Seu idiota! Estou falando de preferir nunca ter me encontrado! Eu não poderia abrir mão da única coisa que amo na minha vida por “momentos mais felizes” com a droga da minha família! — impetuoso e impulsivo, deixou as palavras saírem tão fluidas. Bakugou nunca havia dito que o amava, não poderia, um assassino como ele, uma pessoa tão problemática não tinha direito de amar ninguém. O rosto do loiro esquentou na mesma hora, o fazendo desviar o olhar com a ideia de ter se exposto.

— Única? Você disse que eu sou a única coisa que ama verdadeiramente? — repetiu repassando as constatações, apenas por causa da surpresa.

— Sim! Por que precisa que eu admita isso novamente? Não está satisfeito? Quer que eu me ajoelhe e te peça em casamento, também? — estava tão envergonhado, e passou a ficar ainda mais quando o outro começou a rir. Talvez fosse tarde demais para lhe dizer algo tão forte, não depois de tê-lo socado, nenhum amor seria o suficiente para diminuir sua própria monstruosidade.

— Kacchan, você não pode casar com alguém já casado — continuou rindo levemente, utilizando o apelido que o dera assim que haviam se conhecido.

— Eu sei disso, não sou idiota — ainda permanecia olhando para qualquer lateral que não fosse na direção do outro, não vendo as mãos destes chegarem perto de seu rosto, para logo em seguida acariciar as suas bochechas rosadas.

— É claro que não, você só é teimoso demais.

— Teimoso?

— Sim. E o inseguro também — puxou o queixo deste, para que pudesse encará-lo. Os poucos centímetros a mais de Bakugou não faziam tanta diferença em horas como aquelas, pois não era necessário forçar uma direção para que seus olhos se encontrassem como faziam.

— Não sou inseguro — era e muito ainda, mas não admitiria isso nem mesmo em seu túmulo.

— É sim! Porque se você me ama, como disse me amar, tenho certeza que toda essa sua aspereza e vontade de ficar longe são formas de me proteger, da sociedade e de você — maldita mente rápida e olhos esmeraldinos analíticos, queria muito socar aquele rosto bonito por desvendá-lo tão facilmente, em específico enche-lo de beijos também.

— Não seja convencido.

— Oh, então você não me ama? — esboçou aquele sorriso, característico de alguém com intenções duvidosas, ainda acariciando as bochechas rosadas e descendo para os lábios.

— Eu não disse isso! — Bakugou não era lerdo ao ponto de não entender que estava caindo no joguinho de Izuku, pois sabia que aquelas provocações estavam sendo propositais. Só que mesmo que sua mente pensasse com racionalidade, sua boca se mexia sozinha e falava por si mesma, soltando as coisas como queria e sem avaliar as consequências.

— Agora eu não consigo acreditar em você — o sorriso que banhava a face sardenta se alargou, tão brilhante e convidativo, ainda mais se ele estava a estimula-lo com o carinho no lábio inferior. — Prove-me, Katsuki.

Suas ações foram óbvias, avançando para um beijo mesmo que a atitude tenha partido de Midoriya. Ele tinha sido explícito que não aguentaria se afastar dos lábios convidativos, num beijo do qual era considerado tão pecado quanto o próprio ato consumado entre quatro paredes, de todas as vezes que puderam aproveitar juntos.

O ósculo tinha tantos significados, um gesto estranho que jamais soube como fora iniciado historicamente, apenas se tinha certeza que representava a confiança, a intimidade e o desejo de corpo e alma entre os indivíduos que os praticavam. Considerado o precursor de qualquer anseio proibido; uma das formas de atiçar os nervos adormecidos e estimular os sentidos sensoriais.

Um beijo tinha como objetivo entregar o instinto quase animalesco, parecido com o ato de devorar característico que apenas a boca poderia fazer. Uma entrega significativa e cultural que tinha ganhado força dentre os comportamentos corporais e sociais humanos.

O leve toque passou a ser profundo quando a língua de Katsuki pediu passagem, explorando a boca e o sabor desta que o outro tinha. Avaliando cada canto como se fosse a primeira vez que o fizesse, pois sempre era como se fosse a primeira vez. Jamais cansaria de descobrir e redescobrir as sensações que beijar Midoriya poderiam lhe passar, uma a uma se diferenciando em cada mínimo detalhe.

O esverdeado aproveitou o ósculo para contornar com a musculatura unida a gengiva deste, arrepiando-o na nuca e o fazendo soltar um lamúrio quando lhe mordeu a ponta do lábio inferior. Voltando a invadir a cavidade com a sua própria em seguida. Essa fora a primeira das sensações que vieram a tona, tornando Bakugou muito mais impaciente no sentido corporal e implorando para que este soltasse a mão que pendia na bochecha e rumasse para outro lugar quando apoiou suas mãos nas costas dele, puxando-o mais contra si e aprofundando ainda mais o contado bucal.

Como poderia deixar de responder ao tal pedido tão necessitado de Katsuki? Apertando-o contra a parede assim que sentia as mãos do suserano lhe descerem até a bunda e a apertar com a ponta dos dedos. Não haveria um dia sequer que negassem que o ato de beijar era mesmo uma porta para o pecado, pois sempre que o iniciavam acabavam sendo levados a sucessão dos desejos.

O calor amoroso que residia no peito de ambos só se transmutou para outras partes, até que finalmente tivesse tomado conta de todas as suas células, indicando qual deveria ser a próxima atitude a ser tomada, da qual não demorou a ser feita quando passaram a desabotoar a camisa de cetim e se desvencilhar dos babados brancos que se prendiam no pescoço.

O sobretudo normalmente cheio de entalhes foi jogado da mesma forma que os outros tecidos que cobriam a pele deles, ao chão e as pressas. Fazendo com que, ainda entre a troca de salivas típica, mudassem de lugar, apoiando-se na mesa repleta de documentos oficiais e cartas que seriam importantes aos outros nobres donos de feudos como ele. Um prato cheio para que todo aquele trabalho fosse de encontro direto com o chão, sem importância numa hora como aquela.

O rapaz de vinte e um anos, dono dos cabelos bagunçados e esverdeados apoiou o loiro de forma que ficasse entre um sentar e deitar na mesa, para que assim firmasse aquilo que gostava de fazer verdadeiramente: dar prazer ao outro. Era estranho em demasia que ele adotasse esse tipo de atitude, afinal quando conheceu Katsuki, os serviços prestados deveriam ser de servidão e submissão completa e não uma troca. Contudo ele gostava dessa ambivalência e acreditava que sexo em si não deveria ser feito para proporcionar prazer apenas para um lado, e admitia que desde a primeira vez que se encontraram às escondidas, não tinha como intenção saciar apenas os seus desejos.

Bakugou sentiu a língua do outro lhe percorrer o falo, deslizando e molhando toda a sua extensão. Era verdade que não entendia porque este gostava tanto dessa parte, mas como poderia negar prazer tão genuíno?

Controlou a vontade de gritar quando este o abocanhou e passou a fazer movimentos de vai e vem, o maldito verdinho era muito bom no que fazia, em específico que ele mantinha a língua estrategicamente posicionada enquanto se movimentava, justamente para estimular a parte inferior da glande. Não se arriscaria em tentar descobrir como ele tinha aprendido aquilo, todavia imaginava que era muito cruel apelar para essa atitude quando este já havia o deixado tão excitado, ao ponto de não durar muito tempo. Numa outra tentativa de controlar a vontade de gritar, ou no caso de gemer alto demais, mordeu o dorso da mão quando chegou ao seu ápice, gozando na boca desse que apenas sorriu em resposta, mantendo o que fosse ali parado.

— Maldito, pare de sorrir desse jeito! — arfou tentando controlar a respiração, com a dor na mão se espalhando por ter mordido forte demais.

Izuku não o respondeu, não poderia fazer isso com a boca cheia, pois ele tinha intenções com esta. Katsuki engoliu seco quando os lábios presos do outro desceram até a entrada do loiro, afastando as penas deste e despejando tudo que havia preenchido em sua boca naquela área, assim que forçou a língua nela. Por ter sido bruscamente, um formigamento fervente caminhou dos dedos dos pés do loiro até a nuca, fazendo com que ele soltasse as costas de encontro com a mesa, impossibilitado de controlar os próprios gemidos, já que sua sanidade não se fazia presente.

— Prefiro quando não segura a sua voz, da mesma forma que está fazendo agora — o esverdeado comunicou enquanto parava o estímulo com a língua e iniciava um com os dedos, penetrando-o com a ajuda da agora lubrificação.

— Cala a boca — conseguiu dizer antes de arfar quando este colocou outro dedo e o circulou, tateando-o nas paredes. Era mesmo difícil se controlar quando ele insistia em procurar o ponto que julgava mais sensível e prazeroso, o maldito ponto.

Como era comum de sua pessoa, Midoriya passou a beijar e mordiscar o interior da coxa, marcando-a como também gostava de fazer.

— Eu amo o desenho que elas têm — apontou tocando a coxa direita com a mão não ocupada e deslizando a palma sobre, subindo os beijos e mordiscos para a pélvis, e depois para a barriga muito bem desenhada. — Eu amo o desenho que seu corpo todo tem — a mão que ainda estava na coxa também começou a subir junto com os beijos.

— F-Fica quieto — implorou, pois ouvir palavras como essas não faziam parte dos seus desejos, Bakugou ainda mantinha aquela culpa agressiva com a sua própria pessoa, além de não querer admitir o quando aquele carinho era excitante demais.

— Você quer mesmo? Quer mesmo que eu fique quieto? — retirou os dedos quando chegou com as mordiscadas no pescoço, subindo em direção a orelha e fazendo com que ele arfasse necessitado. A nuca era seu maior ponto fraco, pois quanto maior a proximidade com os cabelos, mais sensível ficava.

— Quero — respondeu tendo as pernas ainda mais afastadas para que o esverdeado se acomodasse melhor entre elas.

— Então me cale — provocou forçando-se para dentro e depositando um selo entre a sua boca e a dele, para murmurar com o hálito amendoado que apenas um nobre poderia ter contra a respiração do loiro: — Se puder.

A última sentença fora dita com uma estocada se pondo por completo, impedindo qualquer resposta de Katsuki, assim como as outras que vieram em seguida que o impediam de pensar com racionalidade e responder propriamente como adoraria se tivesse são.

Izuku nunca mentiu quando disse que amava cada parte do corpo de Bakugou, nunca mentiu quando disse que todas as linhas presentes ali o agradavam em excesso e faziam até mesmo seus estímulos se intensificarem, mesmo que sequer estivesse se estimulando propriamente. Cada detalhe o excitava somente em saber que podia toca-lo, que podia alisar aquela pele e manter um contato tão direto. E era razoável admitir que o amava tanto por fora quanto por dentro, e que essa linha entre exterior e interior deveria ser mais tênue do que parecia; pois sabia que amava a personalidade firme que havia construído, da mesma forma que amava essa negação toda que ele tinha de provar que era muito mais suave e doce por dentro do que tentava parecer.

— Deku, calmo demais — reclamou da passionalidade que ele havia adquirido assim que começou a pensar nos motivos que o faziam ama-lo.

— Vira! — ordenou saindo de dentro do loiro e o empurrando, mais brusco do que imaginou.

— Isso não vale! — tentou contestar, mas o esverdeado não mostrou paciência para isso quando o empurrou pelas pernas, dando com o rosto de encontro com o mogno da mesa.

— Você disse calmo demais — voltou a penetrá-lo, prendendo os pulsos unidos nas costas e deitando seu corpo sobre dele para prendê-los com uma mão só. — Talvez assim você não reclame tanto.

Essa indagação se devia aquele mesmo ponto sensível que o levava a loucura, a facilidade em que este atingia a próstata naquela posição e tornava aquele borbulhar apelativo ao corpo do outro.

“Cruel.” Era tudo que pensava sobre a atitude de Izuku, pois novamente não conseguia ter pensamentos muito complexos quando se tratava da respiração quente de Midoriya contra a sua nuca, também gemendo devido ao regozijo recíproco.

Com a mão que não estava segurando os pulsos de Bakugou, Izuku acariciou os fios de cabelo loiro, se afastando o suficiente para fazer outra coisa das quais mais gostava, olhar os músculos e a pele alva das costas dele, a medida que se mexia e ao receber seu corpo contra o dele. Porém se ele gostava de proporcionar prazer, sabia que a carícia no cabelo, por mais que arrepiasse, não seria o suficiente para tal, ele era exigente demais. Os dedos se afundaram, segurando os fios amarelados fortemente e os puxando para trás e trazendo a cabeça desse junto, erguendo o máximo que podia. Junto a atitude não poupou a força que usou para chocar a sua pélvis as nádegas assim que se afundava no corpo esguio de Katsuki.

Os gemidos ficaram mais intensos, de ambos os lados, servindo também como o outro estímulo sensorial para que o corpo entendesse que a hora estava chegando, está que não demorou nem mais um segundo para nenhum dos dois. Gozaram, sujando a mesa e alguns papéis próximos aos seus pés.

Izuku saiu de dentro dele e o soltou, pronto para virá-lo de frente para si novamente. Apenas para olhar o brilho deleitoso que as orbes carmesins transmitiam.

— Eu não te abandonarei — disse em repreensão as palavras de antes sobre como iria sobreviver. — Eu te darei um lugar para ganhar dinheiro e poderá morar comigo aqui para sempre.

— Não somos iguais, Izuku. As coisas não funcionam desse jeito.

— Sabe, eu li um livro outro dia e ele dizia que na antiga Roma os imperadores permitiam que fossem beijados — iniciou, deixando Bakugou confuso com o motivo que o levou mudar de assunto tão rápido. — Os súditos beijavam os seus pés, os nobres menos importantes beijavam suas mãos e os mais influentes ou considerados iguais aos imperadores em respeito e honra eram permitidos que os beijasse nos lábios — tocou os seus aos do loiro suavemente, estalando de leve e se afastando palavra olhá-lo. — Essa é a minha resposta.

Quem tomou a iniciativa do outro beijou que veio como prova de que tudo foi real, que não o abandonaria na vida cruel e árida em que este fazia questão de viver, fora Katsuki. Pois Bakugou entendeu que não mudaria a forma como Izuku o via com aquele selar estalado segundos atrás, restando apenas se entregar aquele toque que apenas os seus lábios conseguiam se encaixar, um no outro, definindo que eram nos beijos que eles se entendiam e se respeitavam.

March 4, 2018, 8:30 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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