Era uma tarde nublada, onde um balanço oscilava conforme o vento. Seus olhos fitavam o objeto que foi seu ouvinte há muito. Apesar das lembranças triste que ali continha, existia uma sensação de nostalgia. Não era como se sentisse saudade daquele tempo, do abandono, da solidão... Apenas estava feliz com seu presente, então não se importava mais com a tristeza que ali emitia.
Seus dedos tocaram a corda, viu a si mesmo, miudinho, se balançando e chorando. Desejando que alguém o amasse, se perguntando onde estava sua família. Querendo gritar para o mundo todo aquele sentimento que estava preso em seu coração, mas tudo que fez fora confidenciar para balanço o que sentia. Porque, afinal, ele não lhe responderia e nem tamparia seus ouvidos para o que tinha a dizer. Ele ouviria e guardaria suas palavras, gostava de imaginar que elas eram preciosas. Que era o único que conversava e desabafava com o velho balanço.
Quando foi crescendo, passou a ir menos naquele lugar. Arrumou outros ouvintes na trajetória de sua vida, uma em especial. Sorriu apaixonado.
Sentou-se no balanço, fechando os olhos e apreciando o vento.
Fez o que há muito não fazia, confidenciou.
Perdão, mas hoje não tenho reclamações para fazer, nem tristeza para sentir. Hoje tenho outro ouvinte, alguém que está pronta para me responder e amar.
E como um bom ouvinte, o balanço apenas escutou.
Thank you for reading!
We can keep Inkspired for free by displaying Ads to our visitors. Please, support us by whitelisting or deactivating the AdBlocker.
After doing it, please reload the website to continue using Inkspired normally.