Teria sido culpa dos menestréis? Ou, mais tarde, dos folhetins? Ou, ainda mais tarde, de Hollywood?
De fato, desde tempos remotos, humanos tentam definir, explicar e caracterizar o amor.
Os gregos da antiguidade chegaram a classificá-lo: Eros, Philia, Ludus, Storge, Philautia, Pragma, Ágape.
Nietzsche, seguindo a tradição dos estoicos, ainda sacou mais um: o amor Fati.
Não é de hoje, portanto, que, com a melhor das intenções, tenta-se ordenar o amor por meio de palavras que, ao meu ver, abusam do racional, não circunscrevem jamais o sentimento que nos norteia, o lume que, advindo da Fonte, é a essência da nossa alma.
Igualmente, não é de hoje que, com a pior das intenções, vieram banalizando o amor que, aos poucos, perdeu todo e qualquer sentido transcendental e, agora, talvez não seja mais do que um elã casual, talvez até seja apenas um sinônimo de excitação sexual -- um ímpeto fugaz, frívolo, vulgar.
Fala-se de amor com a boca cheia, com o coração vazio.
Furtaram-nos o poder excepcional de transformar o mundo, de nos transfazer. Tiraram-nos o único recurso, realmente, revolucionário. Adoeceram-nos, fragilizaram-nos... E, agora, tripudiam sobre a nossa impotência consentida.
O amor -- não é? -- que cura, cria, edifica, fortalece, expande-se como luz que afugenta a escuridão, revela o oculto, traz clareza; esclarecendo-nos, enobrece-nos.
E o amor-próprio -- não é mesmo? -- que nos fizeram confundir com egoísmo, vaidade, pedantismo, mas é, realmente, a nossa pujança, solidez, energia -- a nossa rara defesa para não nos deixarmos enganar, rendermo-nos, vendermo-nos.
O amor -- ora, vejam só! --, a dádiva sublime que nos enaltece e, se fôssemos responsáveis, deveríamos compartilhar, alegremente, com o nosso planeta, com todos os seres vivos.
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