alicealamo Alice Alamo

Mello consegue ser tão bobo quando fica com medo... (Fanfic escrita em 2011)


Fanfiction Anime/Manga All public. © Todos os direitos reservado

#DeathNote #Matt/Mello #Mello #Matt #Yaoi
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Capítulo Único

— Me protege.. Me protege.. Promete que não vai sair daqui, promete — eu pedia ao loiro que me abraçava sem entender o que se passava em minha mente. — Mihael promete!

— Prometo, prometo! — ele respondeu nervoso e confuso, sem saber do que eu falava. Ajeitou-se melhor na cama, sentando e apoiando as costas na madeira e me puxando para si. Encostei-me ali e me aconcheguei da melhor forma possível. Ficamos assim por horas...

Nevava e o vento batia contra o vidro da janela, como uma ameaça sutil. As cenas de meu pesadelo ainda estavam tão claras, ainda podia lembrar de cada pequeno detalhe, cada pequena marca.

Não vale a pena recontá-lo, ele me assusta só de pensar que o tive. Exagero? Não eu confesso que não.

Minha cabeça estava apoiada em seu peito e eu ouvia as batidas de seu coração. Sempre tão acelerado, só quando em repouso, quando o sono ganhava dele, é que ele adquiria uma expressão de serenidade. Ele deixava o eu mau dele para trás e vestia-se de bom moço.

Os olhos azuis brilhando amorosos, carinhosos, quentes. As mãos me abraçando e me acariciando de uma forma não maliciosa. O calor de seu corpo aquecendo o meu, mesmo que inconscientemente. Sua respiração calma e seu cheirinho de chocolate.

Eu o amava, isso era fato, indiscutível, irreversível e inconsequentemente impensado.

Apaixonar-se pelo melhor amigo, que coisa “clichê garota de dez anos”. Mas eu entendia o porquê.

Porque era sempre ele a alimentar meu ego.

Porque era sempre ele a acalmar meu coração, ou a dispará-lo com um único olhar.

Porque era ele que ouvia minhas mágoas e me confortava, porque era só com ele que eu conseguia ser apenas eu mesmo.

Isso não vem assim de repente não... Vem aos poucos, bem discretamente para que você não perceba e tente impedir.

Já comecei errado em confiar nele, onde já se viu confiar em um garoto que tem uma arma na gaveta de cuecas? Acredite, foi o próprio L que o presenteou. Mas essa confiança que depositei nele, levou-me a tê-lo como amigo ideal.

Tão ideal... O problema do ideal está que ele é um erro. Nós gostamos do ideal, sabiam? Pois nós nunca sabemos o que é o ideal em si... O ideal era gostar de uma garota, se eu descordo dessa frase é obvio que não estou sendo contra o ideal só estou admitindo que o MEU ideal é gostar de um mafioso viciado em chocolates.

Eu sei que brisei em meu último pensamento, então o ignore e continuemos a ler.

De amigo ideal, ele passou para cara ideal e não foi nem necessário uma semana para se tornar amante ideal.

Senti-o desabar sobre mim e confirmei minhas suspeitas: ele estava dormindo. Tadinho... meu pesadelo o acordou e ele ficou tão desesperado, sem saber o que fazer que chamou até o Near para ver se eu estava bem. Já devem imaginar a cara do albino ao ver que eu só tinha um pesadelo.

Mello consegue ser tão bobo quando fica com medo.

Saí com cuidado de seus braços, depositando-o na cama com carinho. Ele não me amava como eu o amava, eu sei. Chocados? Eu nem tanto, ou vocês não estranham esse ódio pelo gênio da Wammy’s?

Saber que nunca vou sentir seus lábios percorrerem minha pele com amor, só com desejo, me machuca. Saber que nunca ouvirei te amo, sempre confundir as malditas ações que não sei se realmente dão margens às segundas intenções ou se são fruto de minha imaginação. O pior é que não ligo. Gosto de seus beijos achocolatados em meio aos corredores, a sensação de perigo me deixando cada vez mais louco por ele, pois sei que se fosse com outro eu não faria a mesma coisa.

O sentimento que me invade depois de um dia desses, é culpa. Culpa por não sair de seu caminho, fazê-lo prometer não me abandonar, e não deixá-lo ir de encontro a sua felicidade na sala de brinquedos. Mas...

— Matt... — eu ouço você me chamar.

— Que foi? — pergunto já em minha cama, longe de você, tentando não encara seus olhos, pois sei que à essa hora são quando mais vejo bondade e amor neles, nessas horas esqueço todos os meus pensamento e me desvio da minha linha de raciocínio.

— Vem cá... — você me chama com a voz doce e embriagada pelo sono. EU não resisto e o olho. Vou até sua cama e me deito ao seu lado, ficando de frente a você. Você levanta a mão e passa no meu rosto, são esses gestos que mais me confundem. — Com o que sonhou para me fazer prometer aquilo? — sua voz tão calma questiona.

— Nada — respondo virando de costas para ele e amaldiçoando-me por esperá-lo me abraçar pela cintura e me puxar para seu corpo. Não tardou muito e fez.

— Chato — você resmunga contrariado. — Que promessa idiota

— Não é idiota, Mello — eu respondo sério, pensando em voltar à minha cama.

— Claro que é — ele afirma carinhoso. — Por que motivo eu te deixaria?

A tristeza e alegria bateram em mim, uma de cada lado. Mas era assim mesmo, sou egoísta demais para liberá-lo para Near. Eu o amo...Droga! Vocês não entenderiam, não e mesmo?

Não se trata de uma questão de querer ou poder deixar, é questão de chutar a sua felicidade, o seu amor, mesmo que este seja só nutrido por falsas esperanças.

— Você é minha família, eu te amo. É óbvio que não vou te deixar — ele continuou. — Como você é idiota quando fica com medo...

Eu ri baixinho. São nessas horas que eu desisto de desistir dele. E rasgo essa folha onde termino meu desabafo tão mal escrito. 

Feb. 24, 2018, 9:35 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Alice Alamo 24 anos, escritora de tudo aquilo em que puder me arriscar <3

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