Escrito por: @Mi_stosf
Notas Iniciais: Oi, gente, voltei e mais rápido do vocês esperavam para quem acompanha o meu perfil siksskkss.
Primeiramente, quero dizer que essa fic foi desafiadora por se tratar de um universo que não costumo consumir muito, mas além disso, essa fic fala sobre a busca por algo impossível.
Espero do fundo do meu coração que vocês apreciem o universo de Miscelânea.
Uma boa leitura.
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Yoongi estava frustrado. Mais uma vez havia falhado miseravelmente em executar o Anima Commutationem — o mais complexo feitiço de transmutação de corpos existente nos quatro reinos — com Namjoon.
Por que era tão difícil trocar de corpo com o seu melhor amigo?
Conseguir realizar com perfeição esse feitiço era o maior sonho de sua ínfima vida, mas, como sempre, algo não estava dando certo. Ele só não era capaz de entender o motivo.
Não era por falta de tentativa, já que tanto ele quanto o Kim já estavam treinando esse feitiço fazia anos.
Confiavam um no outro mais do que em si mesmos e sabiam que o motivo pelo qual queriam fazer a troca de corpos não estava ligado a nada maligno nem era por conta de uma causa não nobre.
Então qual era a porra do motivo pelo qual eles não conseguiam chegar a um resultado minimamente positivo?
A magia com pretensões acima de um interesse individual, sendo a ciência que era, não era motivo o suficiente para fazer com que aquele feitiço funcionasse?
Por que a magia tinha que ser tão emocional?
Se suas horas de dedicação, estudo e treino não eram o suficiente para realizar algo com perfeição, o que seria?
Por que a magia sempre tinha que ser tão complicada?
Era tudo o que se passava pela cabeça do pequeno aprendiz de telepatia, enquanto assistia a mais uma das inúmeras aulas de Transferência de Consciência com o mago Jung Hoseok.
Mesmo que adorasse a aula desse professor muito mais do que a aula de Sincronização de Sentidos do mago Kim Junmyeon, não estava conseguindo se concentrar nos diversos dizeres do professor sobre como a transferência de consciência poderia acontecer espontaneamente, ou melhor, acidentalmente.
Ele não acreditava nisso.
Como ele poderia, se tudo o que havia aprendido sobre magia até aquele momento, era o fato de que, se esta fosse treinada arduamente, poderia resultar em um perfeito êxito ao realizar um feitiço de extrema complexidade?
Magia deveria ser sobre dedicação, não sobre coincidências, momentos, ou pior, emoções.
Yoongi constantemente sentia que talvez tivesse aprendido tudo errado, quase como uma criança que lê de trás para frente, ou como um pássaro que, em vez de voar, rasteja.
Embora conseguisse realizar diversos feitiços, encantamentos e até poções, jamais conseguira realizar o único que sempre sonhou.
Ele se perguntava se um dia conseguiria.
Sua formatura na Universidade de Magia do Reino do Oeste era em alguns meses e, até aquele momento, tudo o que mais desejava era seu ingresso em uma sonhada especialização em Transmutação Transuniversal — um estudo e aperfeiçoamento profundo em conexão de almas de modo extracorpóreo e sem limite espaço-geográfico —, que só ocorria no Reino do Norte, sendo disponibilizadas somente quatro vagas por turma — uma para cada Reino.
Era uma especialização de pouca procura, mas, ainda assim, Yoongi sabia que pelo menos mais outras três pessoas de sua classe tentariam concorrer àquela vaga, assim como ele.
Realizar de modo efetivo o Anima Commutationem nunca havia sido tão fundamental como naquele momento. Ele sabia que a única forma de conseguir sua vaga na especialização era provar que conseguiria transmutar o seu corpo para o de Namjoon e se destransmutar, em um ínfimo espaço de tempo, em frente a quatro juízes especializados justamente em transmutação. O Festival de Transmutação do Reino do Norte era um evento em que pessoas das mais variadas partes dos quatro reinos se juntavam para demonstrar um determinado tipo de transmutação, fosse corpórea, mental, da alma e até mesmo entre um ser humano e um outro ser vivo. E ele seria a oportunidade perfeita para conseguir sua tão amada especialização.
Yoongi queria tanto isso, era a porra do seu maior sonho de todos, o único que havia lhe restado; o único que ainda existia alguma possiblidade de se concretizar.
Ele suspirou profundamente ao ouvir o som do sinal que indicava o fim da aula de Jung Hoseok e consequentemente o fim de suas aulas naquele dia, dando-se conta de que nada que o mago havia dito tinha sido absorvido por sua mente.
Sua sorte era Namjoon estar ao seu lado fazendo diversas anotações, que poderiam parecer embaralhadas para qualquer outra pessoa, mas não para Yoongi, que conhecia a bagunça caótica que era o seu melhor amigo e a forma como ele percebia as coisas ao seu redor.
Ele não sabia o que seria de sua vida se não fosse pelo Kim e sua energia pacificadora e consoladora. Sempre haviam sido os dois contra o mundo, já que ambos cresceram não tendo nenhum contato com os seus pais, pois estes haviam sido exilados nas Terras Esquecidas por serem considerados contramagia, ou melhor, feiticeiros anárquicos.
Tanto os pais de Yoongi quanto os de Namjoon eram considerados criminosos de cunho extraperigoso, já que suas crenças e publicações iam contra preceitos básicos da magia: o respeito às leis mágicas e a Polícia da Magia.
O pai de Yoongi era um telepata de alta importância para o governo, e o de Namjoon, um mago que ministrava aulas na mesma universidade em que eles estudavam naquele momento.
Suas vidas eram normais até o dia em que estourou a Guerra dos Dois Reinos.
A Guerra dos Dois Reinos consistiu no confronto épico entre o Reino do Oeste e o Reino do Sul, por conta de uma provável traição da aliança política entre seus reis. Ninguém sabia ao certo o que havia sido o estopim para o conflito, mas ele causou muito estrago na vida dos oestanos e sulenses.
Na vida dos Mins e dos Kims não foi diferente, pois o pai de Yoongi e o pai de Namjoon perderam suas esposas na Guerra e se tornaram totalmente revoltados com as leis mágicas, que permitiam que tais atrocidades, como uma guerra sem um motivo oficial, ocorresse e que os que foram mortos por ela não tivessem justiça.
Porém, quando se falava algo extremamente verdadeiro e feio sobre um governo, fazendo com que diversas pessoas se voltassem contra um Estado maior do que elas mesmas, a tendência era coisas ruins acontecerem àqueles que davam nome à causa.
Yoongi não possuía muitas memórias do pai, mas tinha certeza do quanto seu pai lhe amava e, talvez, do quanto ele ainda o amava.
Conseguir ingressar na especialização era a única maneira de conseguir ter qualquer notícia e, com sorte, algum contato com o seu pai.
Namjoon não gostava muito dessa ideia, porque a transmutação transuniversal era muito perigosa e poderia levar a pessoa ou o ser que estava tentando realizá-la à morte. Mas, depois de toda uma vida convivendo com Yoongi, havia entendido que aquele era o propósito da vida do melhor amigo e que não haveria outra coisa que o faria mais feliz em todo o mundo a não ser realizar esse sonho.
Então, mesmo temendo pelo Min, ele não poderia simplesmente deixar de ajudar aquele que crescera junto a si.
Por isso, todos os dias após as aulas na universidade, os dois treinavam o Anima Commutationem por horas a fio, tendo sempre um resultado negativo, um Yoongi extremamente puto e um Namjoon se sentindo culposamente aliviado por o feitiço ter dado errado mais uma vez.
Ele sabia que suas energias negativas impediam o feitiço de se concretizar, porém não conseguia deixar a empatia que sentia pelo melhor amigo superar o medo que tinha de perdê-lo.
Se Yoongi morresse ou sumisse para sempre no corpo do pai nas terras esquecidas, Namjoon não teria mais ninguém. A dor de ter perdido seus pais já era um fardo muito grande para ele, mas nada se compararia a perder o seu melhor amigo, ou melhor, o seu irmão.
Porque, diferente do Min, ele sabia que a magia vinha das emoções, fossem elas boas ou ruins, e, por mais que quisesse ajudar, seus instintos protetores faziam-no atrapalhar o outro.
Ele se sentia tão culpado por — mesmo sem perceber — sabotar os planos alheios.
Contudo, o melhor amigo não poderia ficar ressentido com ele por tentar fazer o melhor…
Ou poderia?
Namjoon sentia medo só de pensar no que Yoongi faria se descobrisse o que andava fazendo. Entretanto, infelizmente fazer o que era certo nem sempre parecia certo para todos.
O problema era que, assim como a magia vinha do que sentíamos, a vida tinha uma forma nada compreensível de fazer as coisas que (não) desejávamos acontecer.
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Notas Finais: Não posso finalizar esse capítulo sem agradecer a cada pessoa que fez parte desse processo.
Primeiramente quero agradecer a Josi (@tsukinonojo), que me ajudou de tantas maneiras no plot e no desenvolvimento que eu não posso nem colocar em palavras, assim como @scarisvancci que me disse para continuar porque eu estava no caminho certo quanto tive um enorme bloqueio.
Também quero agradecer a (@moonlitz) que pegou essa fic para betar sem hesitar quando eu pedi e que sempre faz os melhores comentários, assim como a minha ADM do coração (@YinLua) que sempre revisa todas as fics com o maior cuidado e carinho e também a (@angellen | @angellen_) que fez as capas e o banner de maneira maravilhosa.
E, por fim, não posso deixar de agradecer a você que chegou até aqui, se você quiser me contar o que você achou do capítulo, vou amar!
Um beijo meus amores, até o próximo capítulo
Thank you for reading!
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