Nicolas está sentado em seu imenso escritório, dentro da mansão da famosa família Dean. Nicolas passava suas mãos em seus cabelos grisalhos enquanto suspirava, lendo pilhas de documentos da empresa fachada, a qual mantinha em sigilo seu real negócio, de possíveis olhos curiosos.
Nicolas Miller Dean, um conhecido empresário mundialmente famoso. Pela imprensa e população, visto como um importante CEO e respeitável homem de negócios. Dirigindo a maior empresa de modelos que o mundo já viu. Porém, por trás da fama e boa educação, Nicolas esconde seus reais negócios. Conhecido como Rei Da Máfia, Nicolas liderava o maior império na área de compra e revenda de armas e drogas já existente no submundo de Nova York.
Nicolas não contratava qualquer mulher para sua empresa de modelos, sendo todas partes de sua Máfia, escolhidas a dedo pelo próprio CEO. Dean Corporation era apenas um manto o qual cobria a compra, venda e distribuição de mercadorias ilícitas. Os modelos serviam como mulas de transporte para drogas e armamentos de pequeno e médio porte, escondendo a mercadoria em suas roupas e muitas vezes com ajuda de pele falsa, a qual cobria desde saquinhos de cocaína a lâminas de punhais, adagas e facas.
Viajando de aeroporto a aeroporto, portos em portos, os modelos faziam a entrega e movimentação das mercadorias ocultas em seus corpos. Porém, além de um poderoso mafioso e grande homem de negócios, Nicolas também era pai de família, detendo de uma esposa e três filhos, todos já adultos e casados. Leandro era o mais velho, e o que mais demonstrava interesse aos “negócios” de seu pai. Saulo era o do meio, porém, não demonstrava tanto interesse ou animação pelos negócios de seu pai como seu irmão mais velho demonstrava. Cassandra é a filha mais nova e rebelde da mansão Dean, como toda jovem, querendo curtir ao máximo de sua juventude, sempre rebelde, imprudente e baladeira.
Com suspiro cansado, Nicolas repousa os documentos que acabara de ler sob a mesa de madeira escura e polida de seu escritório, logo seguindo massagear sua têmpora com sua mão livre. Nicolas se encontrava com o corpo em seu escritório, porém, sua mente viajava por sua empresa, mais especificamente, recaindo sob os ombros de certo moreno de olhos verde-água.
Leandro, sendo o filho mais velho de Nicolas, herdaria não apenas a empresa, mas como também, o império obscuro de seu pai um dia, porém, Leandro insistia na ideia de não se casar ou ter filhos para continuar a linhagem e legado dos Dean, alegando sempre que seu lugar é no trabalho e não procurando pretendentes para dar a luz um filho seu.
Saulo e Cassandra já eram casados, já vivendo por si sós ao lado de seus devidos conjugues. Porém, Leandro sequer já fizera menção de se casar ou interesse em alguma possível pretendente a matrimônio. Mesmo que o Príncipe Da Máfia já vivesse sozinho e cuidasse de seus próprios assuntos, a decisão do filho ainda preocupava seus pais. Nicolas já chegara até mesmo a duvidar da masculinidade de seu filho.
Mesmo que Nicolas e Agatha não fossem hômofobicos, a família ainda precisava de herdeiros para seguirem o legado das gerações anteriores, para que assim, a linhagem dos Dean não acabe.
- Ainda pensando naquele assunto Nicolas? _ Doce e tranquila voz pode ser ouvida no interior do escritório, logo atrás de Nicolas.
Agatha adentra o escritório com doce sorriso nos lábios e em mãos, uma xícara de café sem açúcar. Agatha se aproxima lentamente de Nicolas, enquanto ele se vira para a esposa, acompanhando de mesma lentidão e ritmo combinado aos passos da esposa.
- Infelizmente. Não sei mais o que fazer com Leandro. Agatha, ele é um ótimo herdeiro, se mostra competente e comprometido aos meus negócios, porém... insiste com a ideia de não se casar ou se apaixonar para se manter focado a gangue e a empresa _ Nicolas responde, retirando seus pequenos e quadrados óculos de leitura, antes de pegar a xícara de café, a qual sua esposa o oferecia.
- Pai e filho são ótimos empresários querido. Tenho plena certeza de que encontrará alguma maneira de negociar com nosso filho _ Agatha responde, depositando suave selinho nos lábios de Nicolas, o qual sorri suavemente para sua esposa.
- Estou preocupado com nosso legado, mas não ao ponto de por a empresa e a gangue a frente da felicidade de minha família Agatha _ Nicolas responde, observando a esposa com uma sobrancelha arqueada, antes de dar mais um gole em seu café.
- Você sabe que não me referi a obrigar nosso filho Nicolas. Mas, tente conversar com Leandro, cheguem a um acordo, como os dois ótimos homens de negócios que são _ Agatha responde, antes de depositar casto e delicado selinho nos lábios do marido, saindo do cômodo em seguida, deixando Nicolas sozinho com seus pensamentos.
Nicolas se mantém calado, encarando as enormes portas de madeira pensativo, as palavras de sua esposa rodando por seus pensamentos. Nicolas volta a revisar mais alguns dos vários documentos, antes de finalmente decidir ligar para o escritório do CEO da Dean Corporation, onde naquele momento, se encontrava seu filho mais velho Leandro.
Leandro já havia assumido a presidência da Dean Corporation desde que completara dezoito anos, porém, para assumir os demais “negócios” de seu pai, era necessário que Leandro se casasse, para que assim, ambos liderem lado a lado a maior gangue que o submundo Nova Iorquino já vira. Nicolas respira fundo, fechando seus olhos enquanto recosta suas costas no encosto acolchoado de sua cadeira de couro preto, os dedos das mãos cruzados uns nos outros enquanto Nicolas, novamente, se pegava imaginando seu filho mais velho já casado, liderando prudentemente seus negócios enquanto o mesmo aproveitava sua aposentadoria com seu neto(a) ou até mesmo netos(as).
Ainda com seus olhos fechados e pernas cruzadas, Nicolas pega uma caneta preta de cima de sua mesa, começando a bater suavemente com a mesma sob a mesa, Nicolas estava pensando em que acordo fazer com Leandro para que o mesmo se casasse sem se sentir forçado a isso e como o convenceria sem obriga-lo.
Por fim, Nicolas apenas pega seu celular e disca o número da presidência da Dean Corporation. Nicolas aguarda alguns segundos, até ouvir a voz feminina soar do outro lado da chamada ao terceiro toque, era Clary, a secretária de seu filho na empresa, pois ele corria o risco de estar em uma reunião da empresa com funcionários ou talvez até com novos clientes.
- Bom dia, Dean Corporation, andar da presidência, Clary Smith, secretária do CEO falando, a que devo a ligação? _ Clary atende sem nem mesmo desconfiar que estava falando com seu ex-chefe.
- Bom dia senhorita Smith _ Nicolas responde com sua rouca e grossa voz, além de seu habitual tom seco para com os funcionários.
- S-Senhor Nicolas?! B-Bom dia senhor _ Clary responde gaguejando e tom de voz trêmulo, temendo ser demitida.
- Onde Leandro está? _ Nicolas pergunta, indo direto ao ponto, desde que saíra da Dean Corporation, nunca gostara dos olhares e investidas de Clary para com seu filho, vendo Clary como a possível pretendente a mulher atirada e interesseira.
- O-O senhor Leandro não se encontra, está em uma reunião virtual com uma empresa de moda francesa e o CEO de uma empresa de eventos brasileira, de-deseja deixar algum recado senhor Dean? _ Clary responde com clara respiração acelerada e ofegante.
- Apenas diga a Leandro que quero conversar com ele a sós na hora do almoço _ Nicolas responde breve antes de desligar a chamada em seguida, sequer dando tempo para que Clary responda qualquer coisa.
“Espero que tudo dê certo, essa será minha cartada final” Nicolas pensa massageando suas têmporas antes de retomar o trabalho, assinando as várias pilhas de documentos de compra, venda e transporte de suas mercadorias pelo submundo. Nicolas já não era mais um menino, já estava com seus 59 anos, precisava de alguém de confiança para cuidar dos papeis que Leandro não teria tempo após o casamento.
[...]
Já era meio dia em ponto, horário de almoço para as grandes empresas e o horário que Leandro avisará Clary de que iria ver seu pai na mansão da família. O grande Rolls-Royce Sweptail corria velozmente pelas ruas e avenidas da movimentada cidade, desviando das rotas de tráfego automotivo. O belo carro reluzia ao sol com sua lataria negra, recém encerada. O trajeto dura em tono de cinquenta minutos com o trânsito consideravelmente calmo e semáforos abertos.
O belo Rolls-Royce Sweptail preto para em frente aos enormes portões da mansão. Do lado do condutor, o vidro baixa um pouco, revelando grande mão com belo anel de prata em seu dedo anelar, a qual apenas faz um gesto para que os seguranças abram os portões da propriedade, antes de desaparecer novamente atrás dos misteriosos vidros fumê e interior escuro do carro.
Assim que os portões são abertos, o carro adentra a propriedade lentamente, passando pelas duas cabeças de Cérberos feitas de ferro negro que haviam de cada lado dos portões, sob negros pilares, as grades dos portões e muros da propriedade eram feitos do mesmo material e de mesma cor que as suas cabeças de Cérberos. Espalhados pela propriedade, vários homens armados com feições sérias e alguns com cicatrizes, o local parecia ser muito bem vigiado.
- O que meu pai poderia querer conversar comigo para me tirar da empresa agora? _ Homem alto de porte atlético e cabelos negros arrumados suspira com suas mãos na cintura em frente as grandes portas de carvalho polidas da mansão, seus olhos azuis gélidos encarando figura grisalha que o observava por janela de vidro do segundo andar com postura imponente.
To Be Continue...
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