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Ex

Não é como se eu pudesse te esquecer de uma hora para outra. Quero dizer, já se passaram seis anos. Por que eu faço aniversários dessa merda? Não que ter namorado você fosse uma merda, mas não namorar você é. Não brigamos mais quando nos falamos... Okay, mas ainda assim, você vem, pergunta pelo meu Instagram se eu troquei de número e me envia um desses quizzes idiotas de internet para saber se eu ainda conheço você.


Eu olho as nossas fotos antigas e sinceramente, eu não me conheço mais. Quem dirá você! Você mudou pra caralho! E nas fotos eu me sentia tão carinhosa contigo, um pouco controladora, medrosa, mas natural. Enquanto você, que tinha a idade que estou agora, porra. Você era linda! Na verdade, está linda agora. Quero dizer... Eu não sei direito como você está agora, só essa foto de WhatsApp congelante.


Mas ainda está na minha cabeça. Acho que não sou a melhor companhia para uma mulher como você. Perdíamos tempo juntas. Essas fotos bobas e posadas, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para aquilo. E os cliques ousados no quarto de motel. Garota. Ainda bem que perdi essas fotos. Eu não conseguiria seguir se ainda pudesse te olhar escondida. Como uma voyeur. Embora seja o que eu sou. As chamadas no Skype, as fotos nuas. Os vídeos. E quando finalmente nos víamos, os cliques pra guardar tudo. Fui tão estúpida contigo. Sinto que ainda sou. Mas por que ainda vem?


Sinto não te conhecer mais. Poderia ser uma oportunidade para recomeçarmos. Fico feliz que tenha mudado, assim como eu. Tem esse sentimento que nunca muda. Eu daria tudo para sentir você rebolando na minha coxa de novo. Passar a mão na sua cintura e deslizar até a barra do sutiã. E depois ver você se despir em cima de mim. É o que você quer?


Uma noite off-line de tudo e todos pela última vez? Só nós duas, sem vinho, sem cobertores fofos, sem clichês. Só nós duas, num corredor apertado, numa rua vazia, num espaço de tempo adaptado. E depois?


Tirar uma foto e guardar as lembranças numa caixa velha florida com uma aliança de oito anos atrás? Pra uma noite qualquer em que estou transando com o meu namorado não conseguir gozar por que fico pensando em você? Ótima ideia você aparecer.


Não sei se é amor ou o que é. Só queria saber, pra assim decidir o que fazer. O que sinto é que compliquei demais uma coisa que já foi resolvida, certo? Só que eu sinto que você também quer complicar tudo, garota. Eu sinto esse ar de encrenqueira de longe. Te conheço.


Já foi assim antes, quando apareceu há quatro anos e me enviou uma foto da sua lingerie nova. E eu correspondi. Tão tola por você. Sabendo que faria isso de novo em algum momento. Mas isso? Quer provar alguma coisa? Está procurando evidências para seguir?


Eu não faço questão mais de te esquecer. Já entendi que vai ser essa cicatriz no coração. Às vezes vou te querer, outras vezes não. Só tento não fazer disso um evento importante. Só um conto de madrugada, porque é gostoso relembrar seu corpo. E do gloss de melancia. E do de cereja também. Enfim... Lido com isso assim. Garota, você me tira do sério. E eu ainda te amo. Só que de outra maneira.

Aug. 15, 2022, 2:26 a.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

Meet the author

Krishna Grandi Sou escritora, atriz e publicitária. Gosto de escrever sobre tudo um pouco, mas tenho focado em escrita sexy, contos de suspense, mistério, drama e comédia. São os meus favoritos. Quero fazer amigos, contatos e parcerias. Um beijo.

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