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Marjorie Reis


Depois de uma assustadora tempestade Trunks teve certeza que Vegeta não era nem herói, nem vilão, era apenas seu Pai.


Fanfiction Anime/Manga All public.

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Capítulo Único

Trunks um garotinho de cinco anos sentou-se na cama quando mais um trovão ecoou e um clarão apareceu na janela do quarto assustando-o. Ele tinha pavor a tempestades com raios, trovões e relâmpagos. As sombras em seu quarto tinhas formas estranhas e temíveis nas paredes e no teto.

O menino colocou a cabeça em baixo do travesseiro, tentando calar, o barulho, mas um ruído ainda mais alto o fez saltar da cama e sair correndo do quarto. Ele caminhou pelos enormes corredores da casa que agora parecia estar povoados por monstros assustadores.

Apavorado o menino queria se afastar deles o mais rápido possível, então correu pelo corredor até a porta que ele conhecia bem. Ele abriu tentando fazer o mínimo de ruído possível, espiando, ele viu uma figura deitada nacama que respirava profundamente. Trunks começou a andar devagar, mas outro trovão acompanhado por um relâmpago o fizeram pular na cama queen-size, jogando as cobertas sobre a cabeça.

Vegeta acordou assustado quando sentiu a cama afundar, mas ao sentir o ki de seu filho se sentou notou também que as cobertas tremiam e havia uma protuberância embaixo delas, puxou as cobertas, ainda meio sonolento vendo seu filho encolhido como um animalzinho acuado. Viu através da janela que chovia e ocorreu-lhe que o menino detestava tempestades com relâmpagos e trovões, pois morria de medo delas.

— O que você está fazendo aqui Trunks? — Volte já para sua cama! O mais velho resmungou, virando-se. Ele manteve as cobertas afastadas porque o clima estava um pouco quente, em comparação com o que tinha sido durante o dia. Ao que parecia seria um dos verões mais quentes que ele já havia presenciado desde que chegara a Terra a alguns anos atrás.

— Papai? Posso ficar? —Tô com medo! O menino implorou, olhando nervosamente pela janela.

Vegeta revirou os olhos e suspirou antes de se virar para encarar o filho. Tentando não fazer o discurso que o garoto era filho do príncipe dos saiyajins e deveria agir como tal e não como o filho fracote de Kakaroto.

— Por que você tem tanto pavor de tempestades? — Ela não pode lhe fazer nem um mal, muito menos machucá-lo. E então de forma inaudível completou: — Eu já mais permitiria que alguém machucasse você.

— Por favor, papai! Só hoje! — Eu prometo que não vou incomodá-lo. Prometeu. Trunks tinha um brilho de lágrimas nos olhos, mas não se permitiu chorar, pois sabia que seu pai detestava quando ele chorava.

No entanto, Vegeta sentiu o cheiro salgado que emanava do menino.

— Só hoje Trunks. Antes que ele tivesse tempo de dizer mais alguma coisa, o garoto estava enrolado ao seu lado abraçando-o como se ele fosse mandar a tempestade ir embora. Vegeta deitou-se na cama e passou o braço em torno do menino de forma protetora.

Trunks estava com a cabeça no peito do pai escutando as batidas constantes de seu coração que eram como uma canção de ninar, mas o garoto tinha uma pergunta a fazer antes de render-se ao mundo dos sonhos.

— Pai quando a mamãe volta para casa? Ele indagou esperançoso enquanto aguardava a resposta.

— Depois de amanhã. Eu te disse que sua mãe precisou fazer uma viagem de negócios. Vegeta respondeu antes de voltar a dormir.

Trunks ficou acordado por um tempo apenas ouvindo o barulho da chuva do lado de fora. Ele logo ficou entediado então algo lhe chamou atenção ao olhar para a mão do pai, que estava ao seu redor. O menino observou a aliança cintilar com o reflexo de mais um relâmpago, ele levantou levemente a mão deslizando a aliança do dedo. Ele examinou com curiosidade, tendo em vista, que era incomum ver seu pai usá-las, uma vez que, seu pai estava sempre de luvas brancas de combate.

O garoto virou em suas mãos a aliança, uma e outra vez gostando de olhar para ela. Ele sabia por que seu pai não as usava em público, para seu orgulhoso genitor aquilo era sinônimo de fraqueza, mas quando ele estava em casa, ele usava para que sua mãe ficasse feliz.

Trunks levantou a mão e empurrou a aliança de volta para o dedo anelar esquerdo de seu pai, deixando a mão cair.

Mesmo que seu pai não demonstrasse tanto quanto ele gostaria, Trunks sabia que seu pai amava sua mãe e ele.

E foi com esse pensamento reconfortante que o menino finalmente se permitiu adormecer protegido pelo abraço paterno.

****

Enquanto se dirigia ao andar superior da casa, Bulma sentia seu coração acelera­do dentro do peito estava morrendo de saudades de seu filho e de seu saiyajin mal-humorado queria fazer uma surpresa.

Ao abrir a porta do quarto principal Bulma sor­riu, extasiada com a cena. Trunks deitado no peito de Vegeta que o segurava de forma protetora. E ela que se consumira, imaginando como estaria pai e filho.

Quase sem respirar Bulma fez menção de sair sem ser notada, mas ao girar a maçaneta um garotinho abriu os tão grandes olhos azuis.

— Mamãe — gritou a criança saltando da cama. Acordando Vegeta que estava deitado recostado aos travesseiros, com um lençol atirado descuidadamente sobre o quadril deixando opeito largoà mostra.

Vegeta dirigiu um olhar furioso e aborrecido a esposa por ter sido flagrado em um momento de fraqueza.

— Oh, Trunks, é tão bom voltar para casa — disse ela, com lágrimas nos olhos, enquanto o apertava contra o corpo. Amava-o com toda a força de sua alma. — Senti muita saudade, rapazinho! Não é capaz de saber quanta.

— O que você está fazendo aqui mulher? Não ia voltar depois de amanhã? Ele questionou secamente.

— Eu seique você também estava com saudades de mim Vegeta, mas respondendo a sua pergunta, digamos que eu só precisei delegar algumas funções para por vir curtir o meu filhote e meu saiyajin resmungão! Ela gracejou.

Bulma percebeu o rubor no rosto do marido e quase sorriu.

— Pelo jeito seu pai cuidou muito bem de você não foi Trunks?! Bulma o ergueu nos braços e o girou ao redor, transbordando de felicidade.

— Você acha que não sou capaz de tal façanha, não é? Pergun­tou Vegeta, estreitando o olhar enquanto em seus lábios surgia um sorriso arrogante.

— Oh, não vou subestimá-lo. — Bulma respondeu abrindo um sorriso travesso. Enquanto fitava o menino com ternura. Fisicamente, o menino quase não se parecia com ela. Era todo o pai, exceto pelos cabelos e olhos azuis.

— Enganou-se, hein? Perguntou ele de modo presunçoso.

Bulma revirou os olhos.

— Seu convencido...!

— Seja bem-vinda, mulher.Provocou Vegeta à medida que um sorriso lento se desenhava nos cantos de seus dos lábios.

Bulma o fitou com um olhar caloroso. Seu marido era rústico e indomável, tinha aquele rosto rígido que era fustigado por lembranças da vida vio­lenta que levara nas épocas em ele trabalhava com Freeza, mas no fundo ela sabia que ele a amava.

— Você é um homem de negócios, mamãe? Interrompeu o garotinho.

— Uma mulher de negócios — corrigiu ela. — Você sabe disso.

— E a fusão? — Foi realizada com sucesso. Perguntou Vegeta.

— Oh, mamãe, nada de falar de negócios — implorou Trunks.

Bulma riu suavemente do tom adulto de Trunks. O menino es­tava com quase seis anos e já possuía um ótimo vocabulário. Estaria preparado para começar o primeiro grau no ano seguinte. Atualmen­te, cursava um jardim de infância.

— O moleque está tendo alguns problemas com brigões — disse Vegeta, mudando de assunto depressa. — Tomei a liberdade de começar a treiná-lo.

As sobrancelhas de Bulma se ergueram.

— Você vai ensinar nosso filho como matar pessoas?

— Vou ensinar o moleque como não matar pessoas — corrigiu ele. — Também vou ensiná-lo a ter postura corporal e positividade que irá dissuadir os brigões de tentar mexer com ele. Ele aprenderá a focalizar a mente, a se concentrar. E o principal, aprenderá a ter disciplina. Isso é importante para um saiyajin.

Ela relaxou.

Aquilo era uma vitória e tanto, porque Bulma odiava violência. Vegeta sorriu satisfeito consigo mesmo.

— Papai quando vamos começar a treinar? Perguntou o menino ansioso.

— Que tal depois que você tomar café filho. Por que você não vai procurar a sua avó enquanto eu converso com seu pai. Interveio Bulma piscando para Vegeta que corou violentamente.

— Tá bom mãe!

— Vejo você mais tarde querido.

— Pai?

— O que é Trunks?

— Obrigada! Disse o menino antes de sair em disparada pelos corredores da casa.

— Ele o adora. Não vê? Comentou Bulma assim que o filho deixou o quarto dos pais.

— Seria difícil não perceber. — Você também me adora? Indagou Vegeta em tom malicioso.

— Com todo o meu coração. Ela disse enquanto se aproximava da cama.

— Venha cá — disse ele com voz gutural. — Deite-se comigo.

Bulma acomodou-se ao lado dele, deixando-o aconchegá-la ao corpo sob os lençóis. Os braços fortes se contraíram em torno dela.

— Estou orgulhosa de você Vegeta. Ela disse enquanto roçava os lábios aos dele. Vegeta os mordeu de leve com extrema lentidão, sorrindo quando Bulma tentou seguir o movimento e manter os lábios de ambos unidos.

— Eu te amo. Bulma sussurrou.

Vegeta respirou fundo e ela percebeu uma minúscula ruptura naquela armadura. Ele estava pensando em Bulma. Ficar longe dela só aumentara o desejo que sentia por ela. Quem diria que o saiyajin mais arrogante que se tem noticia hoje seria um pai de família e tudo ele devia a garota terráquea vulgar e insolente, mas que fazia dele uma pessoa melhor.

Sabia agora que não havia como substi­tuí-la em seu coração.

Bulma ficou satisfeita em saber que o comoveu e se divertiu pelo modo como ele se esforçava para não deixar isso transparecer. Mas sua face não demonstrava nenhum dos seus pen­samentos. Nem a dele, na verdade. Mas o conhecia tempo suficien­te para enxergar através da sua máscara. Talvez, a recíproca fosse verdadeira.

Se alguém lhe perguntasse anos atrás se imaginaria aquele alienígena arrogante como pai de família Bulma cairia na gargalhada, mas hoje ela teve a certeza, Vegeta já não era o mesmo de antes. Ele poderia não ser o namorado perfeito de seus sonhos de adolescente, poderia odiar demonstrações de afeto em público, mas cada dia mais ela o admirava por ser um homem tão fiel, tão família e tão sábio. No fundo ela sabia que amará e seria amada pelo resto da sua vida, não importava o que acontecesse.

April 2, 2022, 8:38 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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