Acordei em um beco sujo pela manhã ao invés da minha cama habitual. Eu ainda sentia frio da noite passada. Senti lambida na minha mão e olhei para o lado vendo Nana, minha cachorrinha que era um yorkpoo, ela obviamente estava assustada de ficar na rua assim como eu nunca tinha saido do Palácio até hoje. Meu corpo doia e minha cabeça também. Geralmente quando eu me sentia doente assim minha ama me preparava uma poção para restaurar minha força mas agora eu estava sozinha e perdida.
Olhei para o lado vendo uma pequena mochila cor bege que agora tinha algumas manchas de fuligem tirando um pouco da aparência de nova dela. Estiquei meu braço agarrando a bolsa,Tudo que eu tinha estava naquela mochila e eu não sei se podia voltar para casa depois do que aconteceu.
(Palácio: 2 semanas antes)
— Eu vou embora, já que ele não me quer aqui
Pegava minha mochila bege e socava dentro dela algumas coisas que eu achava importa. Livros,algumas peças de roupas,não tinha muito. Nathaniel tentava tirar as coisas da minha mão tentando me impedir.
—Ele está nervoso já vai se acalmar
—Ele me acha inútil. Sempre foi mal comigo sem motivos— reclamei— eu não queria ser assim
Nath me virou fazendo eu olhar para ele.
—Não tem nada de errado com você -disse meu irmão— Ele só está com raiva da guerra que nunca acaba
—Ele está com raiva por que eu sou fraca
Ele me abraçou e eu comecei a chorar sem parar,me senti tonta e fraca como sempre acontecia. Eu não aguentava uma discussão, as vezes estava fraca demais até para correr.
—Você não e fraca
Eu queria acreditar no Nathaniel mas eu não me sentia forte,nunca me senti e como todas as vezes eu desmaiei.
(Cidade Imperial: Atualmente)
Comecei a ver uma certa movimentação fora do beco que ia aumentando, peguei minhas coisas e decidi sair dali. Aquele beco além de sujo logo não seria seguro para mim uma menina sozinha. Quando sai vi uma grande multidão se aglomerado e se movendo na mesma direção como um grande rebanho. Eu não queria seguir mas como um peixe tentando subir o Rio, fui levada pela maré.
Muitas mulheres acompanhada pelos filhos estavam ali. Levando suas crianças até um grande armazém e implorando para entrar. Olhei para tudo aquilo me perguntando o que tinha lá dentro e qual era o propósito. Foi quando eu ouvi latidos de cachorros e logo lembrei de Nana,rapidamente olhei para o chão e não vi ela no meu calcanhar.
—Nana! Nana onde você está garota?
Comecei a empurra as pessoas tentando passar,foi quando eu ouvi o latido dela. Tentei seguir o som enquanto chamava ela,sentindo as pessoas me empurrar para um lado e outro. Foi quando eu vi sua pequena calda balançar no meio da multidão. Finalmente eu empurrei as pessoas e cheguei até ela.
Nana estava entre um grupo de estranhos,Todos de garotos. Todos vestindo preto acompanhados de um cão enorme de pelos negros e grossos.
—Vem aqui garota
Peguei ela rapidamente no colo afastando do enorme cão. Com um aceno de mão um dos garotos fez o cachorro para de latir e sentar. Ele era alto e seus cabelos eram loiros como o sol,Ele tinha um sorriso convencido e pose de um líder.
—Essa coisinha e sua?—perguntou ele— deveria ter mais cuidado
Ele me olhou de cima a baixo. Era intimidador todos aqueles olhares. Eu decidi me afastar e foi nesse momento que as pessoas começaram a andar e eu só segui a maré para me afastar daquele grupo. Me perguntei para onde todas aquelas pessoas estavam indo e olhei para trás, aquelas garotos ainda estavam ali. Não que eu achasse que eles fossem fazer algo comigo.
—Com calma aí atrás nem todos podem entrar!
Ouvi um homem gritar na frente e foi nessa hora Nana se debateu e pulou do meu colo. Ela correu e eu me espremi entre as pessoas para alcançar. Passei por baixo do braço de um guarda parado em um grande portão e segui o número de pessoas que foi diminuindo lá dentro. Agora só tinha adolescentes seguindo um grande campo em direção a um armazém enorme. Eu tinha entrado em algum tipo de escola por acidente?
Segui aumentando os passos e vendo Nana entrar no armazém depois de correr por aquela grama. O lugar era tão grande me preocupei por não achar ela. Assim que entrei no lugar me surpreendi com o que vi. Não era uma escola era um galpão de comida.
Grandes prateleiras com várias sessões abarrotadas de comida. Fiquei impressionada com tudo aquilo e vi as pessoas correndo para pegar carrinhos e cestinhas. Tinha guardas barrando as pessoas para que não chegassem nas prateleiras e um grande relógio no teto. O que estava acontecendo?
—Vocês conhecem as regras,peguem o que quiser antes que o tempo acabe. Se não tiver como levar daremos uma chance a vocês e se roubarem perderão tudo—disse um homem- podem começar
As pessoas começaram a correr na direção das prateleiras empurrando umas as outras.
—Sem correr ou estará fora!
Ouvi um homem gritar e então como um rebanho bem treinado eles obedecerá. Fiquei por um tempo olhando as pessoas pegar todo tipo de comida e então finalmente lembrei do por que estava ali. Rapidamente corri voltando a procurar Nana.
—Sem correr!— um guarda me parou— pegue a sua cesta e siga as regras
Ele não ia sair sua postura firme e ameaçadora deixou bem claro que eu não ia passar. Por um minuto achei que aconteceria como no Palácio grandes asas iam me libertar mas eu já estava livre,não estava?
Peguei uma cestinha e vaguei pelos corredores com as outras pessoas e quando entrei na sessão de biscoitos vi ela cheirando uma das prateleiras tentando pegar um pacote de biscoito. Corri até ela é assim que me viu ficou toda feliz.
—Você tem que parar com isso— disse— está com fome?
Peguei a pacote e abri para dar a ela. As vezes eu dividia meus biscoitos com ela mesmo tento os seus.
—Você tem que pagar por isso— disse uma garota
Olhei para cima,vi como ela olhava de um lado para o outro tentando não ser pega.
—Não sabe como funciona aqui? Você pega a comida e depois paga por um preço bem mais baixo que nos mercados. Você pode pegar o necessário ou tentar ganhar mais— disse ela— e uma forma do rei tentar fingir que é bom para o povo
Eu coloquei o biscoito na cestinha e peguei minha cachorrinha no colo. Fiquei de pé e olhei para ela esperando por mais explicações.
—Como isso pode ser bom para o povo? Os mercadores não ficam bravos?—perguntei
—Isso tudo e comprado dos mercadores por que eles iam ficar bravos? Pessoas são escolhidas aquelas com famílias muito grandes e pobres,os nobres adoram ver os pobres brigando por pão— disse a garota— então você pega tudo que julgou e compra aqui. Uma vez todo mês abre e se você for aprovado pode entrar e comprar. Quando chegou na cidade novata?
—Porque acha que não sou da cidade?
—Eu conheço todo mundo que vem aqui, nunca te vi e você parece perdida— respondeu ela— além do que pelas suas roupas não pertencem aqui. Como entrou vestida assim?
Eu olhei para a minha roupa. Eu usava um vestido rosa cintilante de mangas longas, agora estava sujo e não tão elegante como antes.
—Eu só vim pegar ela— mostrei minha cachorrinha— nem sábia o que era isso daqui
—É sua guardiã?
—Não é só uma cachorrinha normal— respondi
—Que bom, não queria te chutar daqui. está tão triste— disse ela— vem comigo
Ela me pegou pelo braço e seguiu pelo corredor sem esperar uma resposta minha.
—Eu adoro biscoitos mas não posso gastar com Isso,só se tiver dinheiro sobrando e quase nunca tem—contou ela— tenho uma família bem grande. É a sua ficou pobre?
Sei que se eu contasse quem sou tinha grandes chances dela tentar me matar. Mesmo não parecendo uma assassina. A minha família era muito odiada. Será que aqueles guardas iam me proteger? Se eles me protegesse eu voltaria para o castelo que era pior. Como Nathaniel estava?
—Eu perdi minha família, não sou daqui sou de outra cidade e não temos nada disso— menti —Eu ainda estou vendo o que vou fazer. Qual o seu nome?
—Ah claro,meu nome é Summer é você?
Summer e uma morena de cabelos castanhos e pontas ruivas. Eu não sei por que ela estava me ajudando, talvez estivesse com pena de mim.
—Sou a Lisa e essa é Nana. Por que está sendo legal comigo?—perguntei
—Você me acha legal?— Eu acenei com a cabeça—só achei que você precisava de ajuda
Ela pegou um saco de trigo e colocou na cestinha. Sua cesta estava mais cheia que a minha que ainda só tinha o biscoito. Eu não sábia o que levar.
—Eu não tenho dinheiro, não posso levar essas coisas—disse
Ela pegou meu pulso e balançou minha pulseira.
—Parece valioso para mim. Você pode dar uma das joias ou tentar ganhar no concurso humilhante— disse ela
Eu tinha uma pulseira cheia de pingentes que o Nath me deu, um colar de família que minha mãe me deu e brincos de diamantes. Acho que isso seria a única coisa que eu me livraria.
—Você não deveria escutar ela
Eu e Summer olhamos para trás e vimos uma garota de cachos loiros usando uma calça azul de cintura alta com um top amarelo. Ela estava acompanhada de outra garota que carregava um carinho.
—Claro você deveria ir falar com os vermelhos sobre sua forma de pagamento mas deveria ficar longe dessa garota— continuou ela
—Barbie, você ficou pobre ou simplesmente gosta de vir aqui ver a gente se humilhar? —perguntou Summer
—Vim acompanhar uma amiga e parece que você já está colocando as garras em carne nova- respondeu Barbie— sabe eu tenho amigos. Você sabe o que é Isso,amizade?
—Ela tem eu
Não era amiga de Summer mas,ela estava sendo legal comigo e não gostei de como a Barbie tratou ela.
—Você é amiga dela? Logo vai se arrepender por isso
A loira então jogou seus lindos cachos e saiu acompanhada da amiga.
—Que legal ela arrumou uma puxa saca— disse Summer
Vimos ela pegar uma lata de pêssegos e colocar no carrinho.
—Você não precisava dizer que é minha amiga, Eu realmente não tenho amigos e não ligo para isso—disse Summer
—Eu também não tenho amigos mas,você foi legal comigo então eu estava sendo legal com você— disse
Ela ficou em silêncio, Summer não parecia ser uma pessoa que precisava ser defendida.
—Você deveria ir mesmo falar com os vermelhos, os guardas.
Ela apontou para a saida onde tinha um homem sentada em uma mesa junto com dois guardas e uma mulher. Summer seguiu seu caminho continuando as compras e eu fui falar com eles.
—É o seu guardião? —perguntou o homem assim que eu me aproximei—são proibidos aqui dentro deixe-o lá fora
—Não é meu guardião,e só de estimação
—Também são proibidos querida— disse a mulher de óculos,cabelos pretos escovados para trás e um termo feminino vermelho— tem que ficar lá fora
—Ela não pode ficar sozinha,nunca ficou sem mim
—Ela não é treinada?—perguntou a mulher
—Sim
—Então mande ela ficar aqui
Eu coloquei Nana no chão e mandei ela sentar e ficar ao lado da mesa.
—Pode pegar ela quando sair— disse a mulher
—Era só Isso?— perguntou o homem
—Eu não tenho dinheiro
O homem se arrumou na cadeira tirando os olhos de uma lista e olhando para mim.
—Você pode participar do concurso no final do tempo, 10 pessoas são escolhidas ou você pode dar algo de valor
Eu rapidamente tirei meus brincos de diamantes e coloquei na mesa. A mulher pegou e começou a olhar.
—Parece bom,acho que 25...
—São diamantes— respondi
Eles rapidamente olharam para mim com suspeita. A mulher pegou uma lente para descobrir se eram verdadeiros.
—Diamante com ouro branco, foi um presente da minha avó
—Um presente que você pegou?—perguntou o homem
—Foram dados pela minha avó, Eu cheguei na cidade hoje,sou de labrador menor e tive uma perda considerável durante a viagem. Estou indo para o leste pra encontrar ela—contei
—Sua avó e da nobreza?— perguntou o homem— podemos ajudar a chegar até ela
—Apenas uma viúva rica, produzimos vinhos
—É como uma moça rica acabou perdida aqui?—perguntou ele
Eu fiquei em silêncio por um tempo tentando pensar em uma mentira.
—Foi durante a viagem, Eu estava acompanhada por uma amiga. Ia passar um tempo com a minha avó e fui assaltada no caminho,consegui fugir e acabei aqui por engano
Ele se ergueu e olhou para os meus sapatos que estavam sujos por causa das ruas daqui.
—Eu só quero dinheiro é comida para seguir viagem
—Não vamos deixar uma pobre garota sozinha—disse a mulher— vamos ajuda-lá com a viagem
—Não posso pagar por isso
—Mas sua avó poderá assim que você chegar, não se preocupe com isso— o homem pegou uma grande contia em dinheiro e me deu— faça as suas compras e depois cuidarmos de você
A mulher puxou um carrinho e me entregou substituindo pela cestinha. Eu tinha dinheiro agora mas nunca conseguirá fugir
Eu segui de volta para aqueles corredores enquanto pensava em um plano para sair dali.
(Armazém: 8:53)
Eu não achei nada do que eu comia ali,claro tinha frutas mas não eram tão grandes e tão suculentas. Eu achei ovos e pela primeira vez vi como eles eram pessoalmente sem estar mexidos ou frito. Parecia com os cozidos mas quando quebrou foi uma bagunça.
—Ela parece mesmo perdida
Ouvi uma voz e olhei para trás vendo Summer acompanhada de um garoto de cabelos pretos,alto e magro de olhos verdes.
—Eu disse e como assistir os ricos decaindo— disse Summer
—Você não precisa ser má com ela—disse ele
—Eu sou má com todo mundo
—Vocês vão falar assim como se eu não estivesse ouvindo? —perguntei
—Desculpe, Eu sou Alex— respondeu ele
Voltei minha atenção para as compras, pegando coisas que achava nessecario.
—Então falou com os vermelhos? —perguntou Summer
—Sim eles me deram dinheiro
Mostrei o maço de dinheiro que eles me entregaram. Os dois ficaram surpresos por ver tanto dinheiro.
—Eu levaria anos para gastar tudo isso—disse Summer— mas claro para você isso deve ser só a merenda
sinceramente eu não sei,nunca gastei dinheiro antes. Eu só pedia e os empregados comprava. Nunca fiz compras mas também não era tão burra,sei o básico de como funciona.
—Eu não sou uma rica metida
—Verdade, ela parece bem para uma sem teto— disse Alex
—Eu vou comprar umas coisas e com o resto vou arrumar um lugar para ficar e seguir viagem
—Eles não te ofereceram ajuda?—perguntou Alex
—Sim mas eu não quero,Eu não quero ir viver com a minha avó— contei— a verdade é que eu fugi e eles estão me esperando quando eu sair daqui e eu não sei o que fazer
—A gente pode te ajudar Lisa— disse Alex e olhou para o relógio— temos tempo podemos pensar em uma forma de sair.
(Palácio: 2 Semanas Atrás)
Eu estava na varanda do meu quarto como de costume pegando sol e bebendo chá. Minha ama Lilith me acompanhava. Ela sempre cuidou de mim era como minha segunda mãe. Por causa da discussão com meu pai,Eu me sentia fraca de mais para ficar nós jardins minha cabeça doia e eu só podia observar Nathaniel pelo Jardim praticando no cavalo.
Eu estava pegando sol para ver se trazia mas cor ao meu rosto porém não podia ficar muito tempo por causa da minha dor de cabeça. Minha ama tinha trago chá e tentava me fazer comer,já que não toquei no jantar hoje ou no café da manhã.
A ideia de fugir ainda fervilhava na minha cabeça principalmente por que ele me expulsou,disse não se importar se eu fosse embora. Mamãe ficou furiosa e Nath me impediu de ir,sempre dizendo que quando ele se tornar rei vai ser diferente. Esse dia parecia nunca chegar,quando isso ia acontecer? Quando ele tivesse 30 anos? Eu não ia aguentar.
—Sua cabeça ainda dói?
—Chega de remédio, Lily— respondi
—Deveria comer alguma coisa pare recuperar suas forças— disse ela
—Remédios, comidas nada disso me cura. Eu sou sempre fraca então do que adianta —respondi— Não sei por que continuamos com isso
—Não é sua culpa princesa Dragão— disse ela— eu sinto muito, você não merece
Lilith abaixou na minha frente e pegou na minha mão tentando me confortar. Mesmo que eu fugisse não iria para muito longe.
—Sabe vou fazer seu lanche favorito— disse ela tentando me animar— vou pedir para as cozinheiras fazer seu almoço, lanche e sobremesas favoritas, tudo que você gosta
Ela saiu e eu voltei a olhar para o horizonte. Se eu tivesse assas voaria por esses muros para longe dali.
(Armazém: Atualmente)
O tempo tinha acabado assim como nosso plano para fugir dali. Eu fugi de um castelo cheio de guardas então podia fugir de um armazém pouco vigiado. As pessoas ali não esperavam por algo grande. Eu não queria meter ninguém em perigo mas Summer estava bem animada para aquilo, Ela se mostrou disposta e Alex era tão gentil que não se incomodou. Para eles estávamos todos correndo o mesmo risco. Se fossemos pegos eu me revelaria como princesa e então ficaria salva de certa forma. Todos nós íamos para a prisão, eles para uma de Verdade,suja e imunda e eu para meu quarto. Eu teria Nathaniel e mamãe para me salvar e eles não teriam ninguém.
O Plano era simples porém perigoso e dependia muito da minha agilidade para correr. Estávamos na fila para pagar as compras e algumas pessoas dava seus pertences em troca,outras esperavam para tentar ganhar a comida. Aquele armazém foi um plano de caridade da minha mãe que convenceu meu pai de como isso melhoraria na rebelião. Uma vez ao mês eles compravam comidas dos comerciantes para não prejudicar o mercado e vendiam mais barato para as pessoas que juntaram seu dinheiro conseguir comprar algo para comer.
Summer estava três pessoas na minha frente, ela que ia começar isso. Chamar a atenção das pessoas jogando dinheiro para o alto. Quando os guardas fosse separar, Eu ia correr,Alex ia pegar Nana e fugir. Era bem simples assim como eu entrei íamos usar a multidão ao nosso favor. Olhei para a porta vendo dois guardas lá mas não foram eles que me chamaram atenção e sim Barbie que estava distraída tirando o esmalte velho da unha enquanto esperava sua amiga passar as compras. Eu me perguntei o que alguém como ela fazia naquele lugar,Summer disse que ela é rica.
Voltei minha atenção para a fila quando ouvi Summer começar a falar. Reclamar do sistema e coisas assim.
—Vocês só fazem isso para se divertir vendo os pobres rastejar e se humilhar
—Se você não tem dinheiro pode sair da fila mas aqui damos oportunidade a todos—disse a mulher
— Ah eu tenho dinheiro, Eu tenho muito dinheiro— Ela pegou o dinheiro do bolso— vocês falam que dão oportunidade? Isso é dar oportunidade
Ela se virou para a fila.
—Você precisa de quanto?—-a pessoas olhou para os lados— é você mesmo. Toma aqui 200
Na mesma hora outras pessoas começaram a pedir dinheiro também.
—Ei não pode causar desordem na fila— disse a mulher
—Eu estou dando oportunidade de verdade diferente de vocês— Summer começou a jogar dinheiro— aqui tem para todo mundo
Quando as pessoas começaram a invadir e pegar,os guardas saíram da porta,Então eu rapidamente comecei a sair. Sei que me falaram para correr mas podia notar então eu só aumentei os passos saindo dali. Atravessei os campos e dessa vez não tinha uma multidão no portão só dois guardas desatentos que não me fizeram perguntas quando atravessei empurrando o carrinho.
—Traga de volta até as 14hs- disse um deles— o carrinho
—Tudo bem
Então eu fui esperar por eles no lugar marcado. Como era horrível fazer isso, ter que esperar sem saber o que estava acontecendo. Eu fiquei bem na esquina e sei que nem deve ter passado 1 minuto mas eu já estava preocupada. Eles podiam pegar Summer é mesmo ela dizendo que não aconteceria nada demais eu me preocupava. Então um grupo de pessoas começou a sair e entre eles estava Summer é Alex que trazia Nana no colo. Os dois estavam rindo e conversando e passaram tranquilamente pelos guardas.
Tínhamos conseguido, eles vieram até mim e eu fiquei super feliz pelo plano ter dado certo.
—Eu não acredito, a gente conseguiu— Eu disse empolgada
—Era super fácil e eu me divertir muito—disse Summer
—Aqui está ela
Alex me devolveu minha cachorrinha e eu agradeci. Eu não esperava encontrar pessoas para me ajudar tão fácil sem ao menos me conhecer.
—Então o que você vai fazer?—perguntou Alex
—Eu preciso de um lugar para dormir e um mapa séria bom
—Podemos mostrar para você as melhores hospedarias— disse ele
—Vocês não têm que ir para casa? Levar a comida?
—Eu realmente tenho —Summer olhou Alex e depois voltou sua atenção para mim— quer acompanhar a gente no caminho?
Eu aceitei por que não queria ficar sozinha. Ainda não sei o que fazer,onde ir e como viver mas era bom ter companhia. Enquanto seguimos a rua ouvindo a versão de Summer da fulga do armazém, tive a sensação de ser observada e quando olhei para trás vi Barbie e o garoto de mais cedo conversando e olhando para nós.
Elizangela Elias
