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O ser humano tem o costume de deixar os sentimentos de lado por medo de errar, medo de sair machucado. O tempo, no entanto, continua andando sem se importar com aqueles que pararam no meio do caminho. Jimin e Yoongi deixaram que o tempo os atropelasse e, quando perceberam, não tinham mais como voltar atrás.


Fanfiction Bands/Singers Not for children under 13.

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Quando eu a conheci

Escrito por: @sunflywer_ / @Flyinsunshine

Notas Iniciais: Olá, essa é a minha primeira fanfic no projeto, espero muito que gostem!!

Antes queria agradecer com todo meu coração a beta @mimi2320ls/@bebeh1320alsey pela paciência para corrigir toda essa fanfic (desculpa aí o trabalhão que você teve com ela :')) e a capista @_thays/@_thays pela capa e banner lindos, eu fiquei apaixonada!

Boa leitura <3


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"Exagerado

Jogado aos teus pés

Eu sou mesmo exagerado

Adoro um amor inventado"

(Exagerado — Cazuza)


— Você está usando o garfo de sobremesa para comer o salmão — alertou a garota, que observava o jovem Min como se ele estivesse cometendo um crime bárbaro.

— Oh, não percebi. — Coçou a nuca desajeitado, tentando lembrar-se de qual era o talher ideal para comer o peixe.

A menina olhou para os lados como se estivesse com receio de alguém no restaurante estivesse prestando atenção nos dois, então rapidamente se curvou sobre a mesa e pegou a faca e o garfo certos, colocando em cima do prato do garoto.

Mesmo envergonhado, e até um pouco irritado por um assunto insignificante como aquele ser de tanta importância, agradeceu com um simples manear de cabeça e voltou a comer.

O som dos violinos fazia seus olhos ficarem pesados de sono. Yoongi tinha uma vontade gritante de pedir para os músicos pararem com aquela melodia pomposa e colocarem alguma música decente.

Yoongi tinha vontade de levantar e sair andando pela rua sem um caminho exato para seguir, deixando seus sapatos sociais desconfortáveis na entrada do restaurante sem se importar se a rua estava ou não muito suja. Ele jogaria a gravata apertada na primeira lixeira que encontrasse para poder respirar sem aquele tanto de adereços.

Muito melhor do que escutar os resmungos da sua acompanhante, Kim Siyeon, sobre como os jovens da sociedade estão seguindo vidas "promíscuas"; a alta do dólar; os assuntos da empresa bem sucedida de seus pais; provas de vestibular e mais assuntos entediantes.

As pessoas no salão sofisticado comiam e conversavam baixo, todos com seus guardanapos no colo, relógios caros e sapatos mais brilhantes que a Estrela Sirius.

A comida estava ótima, mas o preço que pagavam não valia a quantidade entregue no prato.

Quem consegue encher a barriga com um pedaço minúsculo de salmão e umas folhas em cima?

Por isso que o Min gostava das cozinheiras que trabalhavam em sua casa, que já tinham conhecimento sobre sua tolerância zero a saladas e alimentos sem glúten e sem açúcar.

Normalmente, elas preparavam doces especialmente para ele. O brigadeiro era seu favorito — uma receita que uma das mulheres descobriu quando morou por um tempo no Brasil. Será que Siyeon já comera? Ele duvidava muito.

Se Yoongi lhe oferecesse uma colher de chocolate, ela olharia para ele com cara de espanto, dizendo que não consumia nenhum tipo de alimento que saísse de sua dieta — provavelmente vista em uma daquelas revistas cheias de modelos. O Min já até conseguia escutar suas reclamações ecoando em sua cabeça.

O Min conhecera muitas meninas iguais a ela ao longo dos anos. Uma vez comprou um sorvete para uma tentando ser educado e recebeu um longo sermão sobre as milhares de calorias que aquele tipo de alimento tinha.

— Quer alguma bebida? — perguntou a garota.

— Por gentileza… — Forçou um sorriso doce, mas ele sabia diferenciar perfeitamente pessoas que fingiam simpatia, afinal, fazia o mesmo.

O jovem levantou a mão para chamar o garçom, que se dirigiu com pressa na direção da mesa.

— O que desejam? — indagou o funcionário.

— Quer beber o quê? — Virou-se para a Kim.

— Poderia nos trazer seu melhor vinho? — pediu, incomodada com o linguajar nada cordial de Yoongi.

O homem já estava se retirando com uma pequena reverência, mas o garoto pegou em seu braço antes dele se afastar completamente.

— Tem suco de maracujá?

Siyeon engasgou com alguma coisa, provavelmente a própria saliva. O garçom o olhou com a sobrancelha erguida.

— Como? — perguntou.

— Suco de maracujá.

— Oh, sinto muito, não trabalhamos com esse tipo de bebida. Contudo, temos champanhes, vinhos, uísques, coquetéis, entre outras opções.

Yoongi coçou o queixo, sentindo os pelos da barba nascendo — os quais foram a primeira coisa que a Kim percebeu quando os dois se viram, perguntando por que o outro não tinha se barbeado antes de eles se encontrarem.

— Hm… Então, eu quero um coquetel de morango com muito leite condensado.

— Nossos coquetéis não levam ingredientes com grande teor de açúcar…

— Ah, pelo amor de Deus, quem faz um coquetel sem leite condensado? — interrompeu, estressado.

— Olha, senhor, vou abrir uma exceção. Talvez tenha algum na cozinha. Irei me informar.

— Muito obrigado, cara! — O Min sorriu, arrependendo-se de ter usado um tom alto com o funcionário.

Voltou a comer sua comida e olhou de relance para a cara emburrada de sua acompanhante.

A moça era realmente encantadora. Seus fios de cabelos negros tinham um brilho lindo e eram sedosos como seda, sua boca era rosada e mediana, os olhos estavam pigmentados de sombras de maquiagem e as sobrancelhas formavam um arco perfeito.

"Qualquer garoto amaria ter um encontro com ela", palavras usadas por seu queridíssimo pai quando o avisou do encontro arranjado.

“Então procure outro garoto para ficar no meu lugar, porque eu não estou nem um pouco interessado”, foi isso que pensou em responder na hora. Não se sentia empolgado, muito menos sortudo.

Eles não se entendiam, tinham gostos e opiniões completamente opostas. Mesmo vivendo no mesmo mundo, por terem nascido em uma classe social bem alta, seguiram caminhos diferentes.

De qualquer forma, os dois nunca dariam certo. Se dependesse de amor e atração física — principalmente —, o relacionamento nunca iria acontecer.

Provavelmente não passaria do primeiro encontro, como muitos que o Min já tivera.

O objetivo daquilo, todavia, não era construir uma afeição entre os jovens. Tudo se tratava de dinheiro e influência, sobre como os dois trariam prosperidade para suas famílias se iniciassem um namoro.

A Kim, filha de políticos importantes e de grande influência na Coreia — que estavam em dezenas de polêmicas sobre corrupção —, e Yoongi, herdeiro de uma enorme franquia que organizava desfiles de marcas de alta costura pelo mundo inteiro, já que era filho de dois grandes estilistas.

Pode-se dizer que nenhum dos dois passava por sufoco, pois conseguiam tudo o que queriam na palma da mão, apenas precisavam se preocupar em continuar o negócio da família nas futuras gerações.

— Algum problema? — Yoongi esqueceu que estava com a boca cheia de comida ao falar.

— Coma antes de falar — Siyeon advertiu. — Você é muito diferente dos garotos que já saí.

Ela agradeceu ao garçom quando sua taça de vinho foi preenchida, e Yoongi fez o mesmo, saboreando o gostinho adocicado de sua bebida.

— E isso é bom?

— Ainda não sei.

Parecia que o Min estava sendo analisado de dentro para fora por Siyeon, o que o assustou de diversas maneiras.

— Hm… — Yoongi murmurou, sem saber o que responder.

No caso dele, ela era parecida com todas as outras garotas as quais saiu.

Menos uma que conheceu dois anos antes. Ela era modelo de uma das filiais de seus pais em Paris, era realmente divertida e bastante humilde, mas não fazia seu tipo. Afinal, ele era gay.

Um garoto homossexual que precisava de herdeiros e tinha que se esconder saindo com várias garotas ricas — lembrando que todos os encontros eram arranjados e ele só sabia na hora sobre eles, já que seus pais pensavam estar dando uma mãozinha para o filho.

O Min sofria uma pressão enorme para arrumar uma namorada, e as exigências aumentaram nos últimos anos.

Você precisa crescer, Yoongi.

Pense em seu futuro.

Boa esposa, bons filhos e ótimos negócios.

Negócios. Tudo se resumia a isso. Em momento algum era falado algo a respeito de escolhas e gostos próprios, porque um grande homem devia sempre colocar sua conta bancária à frente de qualquer coisa.

Yoongi não vivia um total clichê de filhos revoltados porque seus pais eram ricos e rigorosos. Mesmo que ele se sentisse incomodado, amava preparar desfiles, instruir modelos, aprovar desenhos.

Era seu sonho também.

No fundo de sua gaveta de cuecas, guardava um portfólio com vários moldes de roupas; inspirações para coleções.

Seu sonho era se tornar um grande estilista, mas nunca teve a postura das pessoas ricas a sua volta. Preferia o jeitão despojado e sua maneira livre de viver, sem tantas regras e normas preestabelecidas.

Entretanto, nunca teve coragem de mostrar os desenhos para seus pais por medo das críticas que receberia.

Em um futuro distante, quem sabe…

— É bom — Siyeon murmurou tão baixo, que Yoongi quase não escutou por conta do barulho vindo dos violinos.

— O que é bom? — O Min franziu o cenho.

— Você é diferente. Um diferente bom… — a Kim disse, dando um leve sorriso.

Aquele foi o primeiro gesto simpático que Yoongi vira da garota desde o começo da noite, deixando-o mais aliviado da tensão que pairava sobre a mesa.

Siyeon não poderia achá-lo legal, não mesmo. Caso isso acontecesse e chegasse ao conhecimento de seus pais, ele estaria encrencado porque eles iriam forçar ainda mais a aproximação de ambos.

O Min desejava dizer que tinha gostado da companhia dela.

Claro que não foi tudo ruim ou péssimo, mas sim, bastante cansativo.

Nada na Kim diferia das outras garotas que conheceu. Tinha a mesma postura e voz, roupas parecidas e até usava anéis e pulseiras das mesmas lojas chiques.

Com medo de magoá-la, Yoongi fez uma das piores escolhas da sua vida quando disse:

— Eu também gostei de você.

E foi naquele instante que todo o caos se iniciou e o Min precisou tomar a decisão mais precipitada e complicada de sua vida.

Às vezes, ser sincero é melhor que fingir sentir algo mentiroso. Pode parecer besta aos olhos de quem observa de fora, mas no coração de uma garota carente, pequenos gestos significam muito.

O jovem garoto deveria ter pensado nisso, antes de acender uma falsa esperança no peito dela, porém o problema já estava sendo formado.

Em um futuro distante, todos iriam sofrer as consequências de uma explosão estrondosa de uma estrela em cima de suas cabeças.

[…]

No café da manhã do dia seguinte, os olhares curiosos dos pais de Yoongi esperavam alguma resposta do filho sobre o encontro da última noite.

Os mais velhos não tinham grandes esperanças, já que ele sempre dizia "foi legal", mas nunca levava a relação para frente.

Daquela vez, tinham uma expectativa maior pela influência que os pais de Siyeon tinham em Seul, seria uma grande oportunidade para expandir o mercado nacional da família Min.

Assim que terminaram de jantar, eles decidiram ir embora e ele se ofereceu para deixá-la em casa quando pegaram o táxi de volta.

Após o seu comentário dizendo que tinha gostado dela, a postura da garota mudou completamente nos minutos seguintes. Os ombros pareciam mais relaxados, a expressão dura se tornou alegre e até o som de sua voz mudou.

Claro que algumas atitudes de Yoongi a incomodaram, como passar o dedo no copo do coquetel para pegar o resto do leite condensado, fazer piadas sobre o jeito chique exagerado do local ou não colocar o guardanapo no colo.

Independente disso, tudo ocorreu de uma maneira mais calma e espontânea. Ela começou a contar de suas amigas, as aulas de balé clássico que fazia, sobre sua fluência em francês e aulas de culinária.

Meus pais adorariam tê-la como filha, pensou.

A Kim era exatamente a cópia de um herdeiro exemplar e com grandes planos pela frente. Talvez seus pais olhassem a Kim como uma forma de endireitar seu filho "adolescente revoltado".

Apesar de amar moda e querer ser um estilista renomado, o Min gostava de andar no maior conforto possível, sem tantos adereços. Algo que não era muito bem aceito pelos outros à sua volta.

Yoongi gostava de escutar Britney Spears e Rihanna, usar tênis encardidos e calças rasgadas. Tinha uma satisfação tremenda ao perceber que, no meio de um mar de manequins idênticos, conseguia ser diferente.

Jogava vídeo game, andava de skate e amava ler livros de romance tipo Vermelho, Branco e Sangue Azul e Crepúsculo.

Nada de Sonata ao Luar de Beethoven ou clássicos literários como Romeu e Julieta.

Ele tomou um gole de seu café com leite e comeu um pedaço de torrada com geleia de morango — separou algumas com pasta de amendoim para entregar a seu melhor amigo, Park Jimin, no intervalo, porque ele sempre dizia que aquela pasta era a melhor coisa que já comera na vida.

— Siyeon é legal — comentou simplista, limpando o canto da boca que ficou sujo de geleia. — A noite foi ótima.

— Já marcaram o próximo encontro? — indagou sua mãe, animada com as palavras do mais novo.

O Min mais novo balançou a cabeça negativamente, enquanto mordia mais um pedaço da torrada.

— Não tente nos enrolar novamente, Yoongi. Sabe que precisa engatar em uma relação firme quanto antes, pois será…

— Bom para a nossa imagem — completou a frase com tédio, sentindo o líquido da xícara queimar sua garganta. — Sim, eu já sei disso.

— E ela é uma moça muito bonita, querido — argumentou a senhora Min, tentando melhorar o clima na mesa.

— Claro… — murmurou distraído, pegando o celular no bolso das calças do uniforme e rindo de uma mensagem que recebera do melhor amigo.

— Sem celular na mesa — brigou seu pai.

Yoongi entortou a boca irritado, guardando o aparelho novamente.

— Estávamos pensando em fazer um jantar para as nossas famílias se conhecerem melhor — começou a mãe, comendo um pedaço de morango cortado. — O que acha?

— A gente literalmente acabou de se conhecer… — reclamou. — Acho muito precipitado.

— Mas você disse que gostou da menina, já é o bastante — a progenitora de Yoongi afirmou.

— Mãe, eu realmente achei ela gentil, mas não faz bem meu tipo. Não sei se…

O pai dele pegou seu celular, que começou a tocar — algo comum —, e se levantou para atender a ligação, dando um beijo na bochecha da esposa e olhando uma última vez para o filho antes de se retirar.

— Você tem dois meses até nos apresentar alguém, nenhum dia a mais. Ou tomaremos a frente.

O que ele não entendia era a razão de tanta pressão em cima dele, para quê? Ainda era jovem demais para isso.

Mesmo que seus pais fossem toleráveis com determinadas situações, às vezes parecia que eles ainda viviam no século passado.

Yoongi se levantou com a irritação queimando no peito, sem nem ao menos terminar de comer.

— Você não terminou seu café da manhã…

— Perdi a fome — o Min mais novo interrompeu a mãe, colocando os fones de ouvido.

— Espere, que vou chamar o motorista para te levar até a faculdade.

— Não precisa. Vou de skate.

Quando Yoongi estava quase saindo da cozinha, escutou a voz calma e serena atrás de si lhe dizendo:

— Um dia irá entender que estamos pensando apenas no seu futuro.

“No futuro de VOCÊS, não no meu!”, esbravejou seu subconsciente.

Pesquisas foram feitas e chegaram a conclusão que um casal aparentemente feliz trazia melhor engajamento nas mídias. Algo bastante estúpido se pararmos para pensar, todavia, uma realidade construída a unhas e dentes durante gerações.

O Min não tinha muitas opções, ou seria Siyeon, ou seria forçado a sair com outra menina aleatória.

Precisava de filhos, mas seus pais nunca disseram que precisava ser de sangue. Então, sua homossexualidade não seria um problema tão grande... ou seria?

Nunca conversara com eles sobre o assunto, mas se lembrava de um desfile que organizaram em homenagem ao Mês do Orgulho.

As peças pareciam se encaixar devagar, meio desajeitadas, mas criando um bom plano.

Mas, e se...

[…]

Depois que terminou o horário de Desenho, Yoongi iniciou sua busca atrás de um baixinho de cabelos claros. Precisava ter uma conversa séria com ele e, depois de andar um pouco, o encontrou sentado na quadra de esportes.

O Min fazia faculdade de Moda para seguir, mesmo que não da mesma forma, os passos dos pais.

Eles queriam que Yoongi se graduasse em algo voltado para Administração para virar diretor-executivo da empresa de desfiles quando crescesse, mas o sonho dele era desenhar e estar por trás das roupas.

— Jimin, você quer fingir ser meu namorado? — O Min pulou no lugar vazio ao lado do melhor amigo, que estava sentado em uma das mesas do refeitório.

O loiro se assustou, dando um leve gritinho e colocando a mão no peito. Ele lia um livro de anatomia, mas largou quando o amigo chegou.

— Quer me matar do coração, seu idiota?! — gritou.

Yoongi tirou a vasilha com as torradas de dentro da mochila e entregou em sua mão, querendo manipulá-lo com comida.

O Park aceitou, mas ainda tremendo e tentando normalizar a respiração.

— Então, o que me diz? — Seus olhos brilharam esperançosos.

— Eu nem entendi o que você falou, estava mais preocupado tentando não ter um infarto.

O Min revirou os olhos quando escutou as palavras dramáticas. Quanto exagero! Ele sabia que o outro não gostava de levar sustos, mas não precisava exagerar tanto.

— Quer fingir ser meu namorado?

Jimin engasgou com a torrada e começou a tossir. Seu rosto estava ficando vermelho porque não conseguia puxar a respiração. Ele começou a levar tapinhas nas costas do Min, que se desesperou com a situação.

Yoongi pegou sua garrafinha d'água e entregou para ele, que bebeu com dificuldade e começou a puxar a respiração pesadamente.

— C-como? — O loiro tossiu.

— Você está bem? — Ignorou a pergunta do loiro, apreensivo.

— Claro que não! — Deu um soco no ombro de Yoongi, que fez uma careta. — Escutou o que acabou de me pedir? Ficou louco de vez?

— E só por isso precisa quase morrer entalado?

Jimin deixou a vasilha de lado e cruzou os braços, tentando fazer uma pose séria.

— Yoongi, repete que eu acho que escutei errado. — O Park levantou a sobrancelha direita.

— Você, Park Jimin, meu melhor amigo, aceita ser meu namorado de mentirinha? Por favor? Juro que nunca mais faço nenhuma pegadinha contigo ou coloco pimenta no seu suco.

— Nossa, então você vai começar a agir como um ser humano decente daqui 'pra frente? — murmurou para si mesmo, tentando processar as informações que acabara de receber.

— Foco, Jimin. Foco! — exclamou. — Meus pais não saem do meu pé com essa coisa de namoro e tal. Me deram dois meses para apresentar alguém para eles ou vão escolher eles mesmos.

— Eles ainda estão com isso? Que merda, cara. — Voltou a comer seu lanche, fechando os olhos quando sentiu o gosto da pasta de amendoim. — Mas, se é de mentira, por que tem que ser eu?

— Eu só confio em você.

— Hm… Qual é o problema da menina da noite passada? Era igual às outras?

Yoongi pegou uma latinha de energético na mochila e suspirou profundamente. Deu um de seus fones para o Park e os dois começaram a escutar Smells Like Spirit do Nirvana, em volume baixo.

O Min bebeu e entregou a latinha para o loiro, que aceitou também levando o metal frio aos lábios.

— Aham, e eu acho que ela gostou de mim — confessou.

Escutou uma risada estridente em troca.

— Coitada. Não deve bater muito bem da cabeça.

O Min deu uma cotovelada em sua cintura

— Não é hora para brincadeira — resmungou. — Preciso mesmo da sua ajuda.

— Yoongi… Isso não vai funcionar — Jimin constatou, depois de minutos submerso em uma longa reflexão. — Seus pais nem vão me aceitar. Não sou rico como todas essas pessoas e, não sei se percebeu, mas também não sou uma garota.

— Vai funcionar, sim. Confia em mim. — Deu uma piscada com um dos olhos. — E eu acho que eles não vão ter problema por você ser um menino, mas a gente vai ter que inventar algumas coisas sobre a sua vida.

Jimin o olhou com aquele ar de deboche e descrença, sabendo o quão problemático aquilo tudo iria se tornar.

Diferente de quase todos os estudantes da universidade, ele tinha uma bolsa integral no curso de Medicina depois de alcançar uma nota quase perfeita no exame externo para entrar ali.

Todos os outros tinham o curso pago pelos pais, o que afastava a realidade de Jimin em relação a de Yoongi de maneira gritante.

Quando chegava à sua casa, não tinha muito tempo para estudar de imediato, pois precisava ajudar a mãe a cuidar da lanchonete que tinham, então usava a madrugada para mergulhar nos estudos.

Uma rotina cansativa, mas que ele tinha certeza que lhe traria grandes frutos no futuro.

Ele sempre levava Yoongi para sua casa, porque sua mãe amava o garoto e sempre fazia algum salgado ou doce especial quando sabia que ele iria visitar seu comércio.

O Park nunca conheceu a família do Min. O melhor amigo não gostava de levar pessoas para sua casa com medo dos comentários desnecessários dos pais, então preferia evitar o máximo possível.

Já que eles não conheciam Jimin, seria ainda mais fácil colocar o plano em prática.

— Inventar coisas sobre mim?

O herdeiro sorriu de canto e começou a explicar tudo o que havia pensado na madrugada que passou acordado, ansioso.

— Eu pensei no seguinte…

Sua confiança era invejável.

Como nunca tinha pensado naquilo antes? Ele se livraria de um grande fardo.

Depois que seus pais estivessem convencidos o bastante, era só terminar o namoro falso e seguir em frente. Talvez ele até encontrasse um garoto de verdade que fosse aceito de braços abertos.

O Park era uma pessoa incrível, e o Min sabia que a personalidade do outro iria ser agradável. O único empecilho era que o outro não era rico nem tinha bens ou uma família influente.

O sentimento de esperança não era compartilhado na mesma intensidade. Ao seu lado, percebia o nervosismo do colega.

Jimin tinha medo de ser desprezado pela família do melhor amigo, e também por ter que inventar uma vida que não tinha.

E se descobrissem que era mentira?

De qualquer forma, o Park aceitou o pedido de ajuda de Yoongi. Sabia o quanto o outro reclamava daquela pressão em cima de seus ombros e resolveu ajudar.

O loiro não compartilhava da mesma esperança, mas tentava pensar positivo.

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Notas Finais: Então, o que acharam??? Admito que estou bastante nervosa, mas espero que tenham gostado. Tentei dar o meu melhor nessa fanfic.

Dec. 29, 2021, 12:39 a.m. 0 Report Embed Follow story
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