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Yoongi e Jimin, depois de anos juntos, decidiram que era a hora de começar a juntar as escovas de dentes, então foram morar juntos — mesmo que seus pais fossem contra a ideia. Para tentar fazer suas famílias aceitarem seu relacionamento, os dois decidem que a ceia de Natal será feita na casa deles, diferente dos anos anteriores, onde passaram cada um com sua família.


Fanfiction Bands/Singers For over 18 only.

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Next Christmas, let's be more

Escrito por: YinLua/ YinLua e minie_swag/ minie_swag


Notas iniciais:

Minie_swag: Eu acho uma vergonha em 1 ano e 8 meses do 2min, eu, como fundadora, não ter uma história aqui por isso, decidi aparecer no natal.

Espero que gostem e obrigada a @YinLua por ter me ajudado e muito, como sempre, quando eu pensei em desistir até desse plot.

Boa leitura!

Plot doado por: @In0zanan


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— Hyung — Jimin chamou manhoso, a típica voz que ele usava para conseguir tudo que queria com o namorado. — Eu sei que você não está muito satisfeito com isso, mas vamos lá, faça um esforço.

— Jimin, se você não vai me chupar, tira a mão do meu pau — resmungou, segurando a mão do namorado, que acariciava seu membro. — Eu não tenho como voltar atrás, seus pais já estão chegando aqui, então... né?

— Aish. — Suspirou frustrado e se levantou. — Você fala como se seus pais também não estivessem vindo de Daegu. Pelo amor de Deus, amor, é nosso primeiro Natal juntos.

— Não é, é o sétimo pelas minhas contas — Yoongi respondeu, levantando-se da cama, precisava realmente se levantar e ir ajeitar os últimos detalhes do que seria a ceia de Natal.

— Primeiro que passamos no mesmo lugar, fugir para darmos um beijinho não conta, tá? — Jimin falou, levantando-se também, afinal, ele estava responsável pela decoração.

— Eu odeio tanto você — disse o mais velho, deixando um tapa na bunda do mais novo. Ele riu.

— Amor... — Jimin sorriu. — Se você me odiasse, com toda certeza do mundo não estaria fazendo a comida preferida do meu pai.

— Eu odeio torta de abóbora — resmungou, abraçando o mais novo por trás e caminhando com ele para fora do quarto. Por mais que não quisesse, eles deveriam voltar aos afazeres, nada naquele dia poderia dar errado.

— Eu sei, e esse é só mais um dos motivos para eu te amar, Gi — sussurrou o loiro, jogando sua cabeça no ombro esquerdo do seu namorado e deixando um selar no seu pescoço. — Vamos trabalhar, amor, eu ainda tenho algumas coisas para ajeitar.

Yoongi nem respondeu, apenas soltou o mais novo para que ele fosse na direção do pequeno jardim, e ele se dirigiu a cozinha; precisava fazer sua parte também. Estavam morando juntos havia alguns meses, mas era a primeira vez que eles receberiam seus pais para alguma confraternização. O moreno não estava com medo — estava nervoso.

Quando começaram a namorar, tudo foi muito calmo e tranquilo.

Na opinião de Yoongi, os pais de Jimin acharam que o relacionamento não iria para frente, pois os dois possuíam diferenças demais — e, na verdade, Yoongi também pensava isso, mas ele sabia que realmente gostava do mais novo, por isso ele se esforçava. Mesmo que odiasse dançar, ele iria e balançava o corpo de um lado para o outro apenas para ver o sorriso no rosto de Jimin, da mesma forma que o loiro aceitava não sair num sábado para balada e topava um cineminha.

Ele deveria admitir que foi com Jimin que ele descobriu o que era amar alguém, e que, para esse amor durar, você deve saber falar, ouvir, ceder e demonstrar. Foi por ele e Jimin terem aprendido a superar todas suas diferenças que eles estavam há sete anos juntos, o que claramente não agradou seus progenitores.

Tudo começou a desandar quando, no aniversário de primeiro ano de namoro, os pais de Jimin notaram que as coisas estavam mais sérias e que era bem possível que o namoro durasse mais do que esperavam, então começaram a tratar Yoongi de maneira mais séria e bruta. Isso transformou a convivência entre eles cada vez pior, ao ponto de Yoongi só pisar na casa dos Parks quando era aniversário de Jimin.

Contudo, Yoongi não era cego, sabia que Jimin era tratado de forma quase igual a si por sua família. Talvez por motivos diferentes — o moreno nunca entendeu muito bem o que aconteceu —, mas, depois de um tempo, seus pais também começaram a tratar Jimin de forma mais rude.

Ele nunca pensou que, com sete anos de namoro nas costas, ele ainda estaria naquela situação — esta que ele nem sabia como havia chegado —, ele apenas estava seguindo o baile.

Por sua vez, Jimin, coitado, nem imaginava por que o namorado estava tão nervoso, afinal já haviam se passado dois meses desde a última vez que Yoongi falou com seus pais, e nem foi tão difícil assim.

Bom, o mais novo nem lembrava como havia sido, na verdade. Yoongi chegou, cumprimentou seus pais e apenas ficou como uma estátua até o fim da noite; pelo menos, dessa vez, seus pais não dirigiram a palavra a ele em momento nenhum. Já era um avanço: nos anos anteriores, seus pais falavam com ele para dizer coisas desnecessárias.

Quando Yoongi notou que não estava mais sozinho, já era tarde demais, porque Jimin já estava o olhando daquela maneira que ele achava fofa demais para comentar, mas que o deixava envergonhado demais para sustentar o olhar.

— Amor, o que foi? — perguntou sem graça, mexendo o recheio da torta de framboesa na panela.

— Você fica tão lindo assim, concentrado — Jimin disse, sorrindo de forma boba enquanto apoiava o queixo na mão direita.

— Você me ama, Jimin, não tem muita credibilidade, tem obrigação de me achar bonito — respondeu o mais velho, tentando não tirar a atenção do seu recheio, ele não podia errar em nada.

— Yoongi, eu te amo, mas não sou cego, pelo amor de Deus! — Jimin riu, dando língua para o mais velho. — Se lembra daquele seu cabelo espetado que lembrava uma coxinha? — perguntou, tentando segurar a risada. — Eu claramente não te achava bonito nessa época.

— Nem eu me achava, Jimin. — Riu, desligando a panela e aproximando-se da mesa, roubando um selar do mais novo. — Terminou sua parte?

— Quero sua opinião, amor — sussurrou entre os lábios do mais velho, que mordeu de levinho seu inferior.

— Então vamos ver o que meu querido decorador aprontou. — Yoongi sorriu, pegando a mão do mais novo e caminhando para fora da cozinha.

O moreno sabia muito bem que Jimin estava com muitos receios, porque sempre havia sido criticado por sua escolha de profissão. Ser decorador não era uma profissão que seus pais apoiavam, e culpavam até mesmo Yoongi por Jimin ter escolhido algo do tipo, então Jimin queria provar que não havia escolhido errado.

Por isso, como o moreno já esperava, a decoração havia ficado perfeita. Jimin tinha se empenhado bastante planejando tudo aquilo, e Yoongi tinha apenas o apoiado a todo momento, porque queria vê-lo feliz. No fim, eles haviam alugado algumas mesas e cadeiras, e comprado um sombrite, porque precisavam estar preparados para caso algo acontecesse como uma chuva de repente.

E até mesmo com o sombrite, Jimin havia feito algo maravilhoso: a mesa com toalha vermelha e lateral verde combinava perfeitamente com todos os pequenos detalhes, como as pequenas árvores de Natal sobre a mesa e os potinhos que, no seu interior, possuíam bolinhas brilhantes.

O mais novo havia feito questão de comprar pratos vermelhos, garfos verdes e copos decorados também. Era tudo bem natalino e, na opinião de Yoongi, era literalmente natalino demais, mas ele adorou a forma como Jimin conseguiu não deixar muito espalhafatoso.

A mesa onde ficaria a comida foi decorada de forma mais simples, porém com piscas-piscas ao seu redor, deixando-a bem iluminada, o que Yoongi achou fantástico. Porém, ele deveria admitir: estava muito preocupado com a conta de luz no final do mês — claro que ele jamais contaria para o mais novo, não queria chateá-lo nem nada, mas ele sabia que seu bolso iria doer quando chegasse a fatura.

Jimin não demorou a questionar por que seu namorado havia ficado em silêncio, mas se arrependeu em seguida. O mais velho jogou muitos elogios sobre si — elogios que ele não esperava, mas que amou bastante e não soube como reagir. Na verdade, ele nunca sabia como reagir quando o assunto era Yoongi o elogiando.

Mesmo depois de mudarem algumas coisinhas de lugar, apenas para que não voassem folhas na comida, tudo ainda estava decorado da forma como Jimin queria e achava melhor. Contudo, com isso, Yoongi acabou perdendo um pouco do tempo que tinha para focar na cozinha e, assim, Jimin decidiu que o ajudaria a terminar de preparar a comida — ou não.

Durante todos os anos em que estavam juntos, Yoongi sempre havia sido o que cozinhava e Jimin aquele que limpava a casa. Os outros afazeres, como lavar roupa, eles faziam juntos, porque definitivamente eles sujavam roupas demais. Yoongi constantemente precisava ir para alguma reunião do trabalho — já que ele era secretário na empresa de advocacia que trabalhava — e precisava de usar suas roupas sociais — que ele odiava —, e Jimin, sempre que necessitava encontrar com algum cliente, optava por usar também roupas mais formais, então se tivesse cinco reuniões no dia, eram cinco blusas que usavam e por isso sempre, sempre tinham roupas demais para lavar.

Mas, com toda certeza do mundo, Yoongi não se importaria de lavar todas as roupas, desde que isso mantivesse Jimin fora da sua cozinha. Entretanto, naquele dia em especial, ele achou que seria muito bom ter a companhia do namorado; talvez o mais novo pudesse lhe ajudar, mesmo que fosse apenas mexendo alguma coisa no fogo — Yoongi jamais deixaria Jimin mexer com uma faca.

— O que você precisa que eu faça, amor? — perguntou Jimin. Ele tinha seguido Yoongi para a cozinha, porém ainda estava na soleira da porta, enquanto Yoongi vigiava o arroz e terminava de decorar a última sobremesa do dia.

— Você pode marcar o tempo pra mim? O peru tá no forno — pediu o mais velho. — Faltam 10 minutos.

— Claro. — Jimin sorriu, aproximando-se quietamente. Chegou bem próximo de Yoongi, até conseguir enlaçar o corpo do mais velho em um abraço por trás sem atrapalhá-lo. Mesmo que Jimin não pudesse vê-lo, Yoongi sorriu. — Eu to nervoso — confessou contra as costas do mais velho. Ele não estava, mas ao ver tudo pronto, não conseguiu parar de pensar em como tudo poderia dar errado.

Na mesma hora, Yoongi abandonou a torta de framboesa e virou-se de costas, ficando de frente para o namorado. Cercou seus braços por ele, esperando que assim pudesse aliviar parte do medo do namorado.

— Vai ficar tudo bem, Ji, você vai ver. Tá tudo incrível — começou ele, fazendo um carinho nas costas do homem que enterrou o rosto em seu pescoço —, você fez tudo ficar incrível. Esse dia vai ser maravilhoso, e todo o crédito é seu.

— Que mentira — Jimin murmurou. — Como se não fôssemos comer congelados caso você não estivesse aqui.

Yoongi riu.

— Tem razão, o que você faria sem mim? — brincou. — O ponto é: não precisa ficar nervoso. As coisas vão se sair bem; temos a comida praticamente pronta, a casa tá linda, temos uma decoração temática que eu tenho certeza que nossos pais vão amar, e se não amarem, não vão comer a minha comida. — Jimin soltou uma risada nasalada, ainda com o rosto pressionado no pescoço de Yoongi. Mesmo assim, Yoongi podia sentir um pequeno sorriso encostando em sua pele. — E… você vai estar aqui — pausou ele, afastando Jimin levemente, apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos. Deixou que seus dedos percorressem as bochechas do mais novo, sem desviar o olhar. — Tem tudo para ser o Natal perfeito.

Jimin sentiu um sorriso crescer em seus lábios antes que pudesse contê-lo e, sem se segurar, se jogou nos braços do mais velho novamente, dessa vez capturando seus lábios em um beijo apaixonado. Era simplesmente como se as palavras de Yoongi conseguissem trazer uma calmaria sem igual para seu coração; era como se tudo fosse dar certo apenas por tê-lo ao seu lado, como se ele não tivesse que temer.

Já mais calmo, sorriu para Yoongi quando se separaram.

— Já deram os 10 minutos do peru, hyung — falou suavemente.

Yoongi deu um selinho nos lábios do mais novo em agradecimento.

— Desliga o forno pra mim? Vou terminar de decorar a torta.

Jimin assentiu, caminhando em direção ao forno. Depois de desligar o forno, sob as instruções de Yoongi, deixou o peru lá dentro para mantê-lo aquecido até que seus pais estivessem para chegar.

Em poucos minutos, Yoongi terminou de decorar a torta e ambos concordaram que estava tudo pronto, só precisavam arrumar a mesa e tomar um banho, então resolveram tomar banho primeiro.

— Você vai primeiro — ditou Yoongi, enquanto separava suas roupas para usar.

— Nhá, quero tomar banho com você, amor — disse o mais novo, enquanto já retirava suas peças.

— É uma péssima ideia, Jimin. Se tomarmos banho juntos, podemos demorar mais do que o previsto.

— Mas, hyung, é só você não tentar me agarrar, eu prometo não te dar nenhum beijinho embaixo do chuveiro — falou Jimin, aproximando-se do mais velho, que estava distraído demais para sentir sua aproximação. — Por favor, amor — sussurrou no ouvido alheio, mordendo o lóbulo da orelha do mais velho, que estremeceu todinho.

— Você é o diabo, Park — sussurrou, antes de largar a calça sobre a cama e agarrar a cintura do namorado.

— Eu? Jamais! — Riu o mais novo, vendo Yoongi revirar os olhos e soltar seu corpo, para retirar a própria camisa.

— Eu sinto que eu vou me arrepender, que a gente com toda certeza do mundo vai se atrasar, mas vamos, Jiminie — ditou, começando a retirar a roupa também, jogando a peça em qualquer lugar. Ele ajeitaria depois.

— Não vamos, amor, eu prometo me comportar, desde que você também prometa.

[...]

Yoongi sabia que ele iria se arrepender, que não deveria ter cedido aos encantos dos 1,74m que compunham a perfeição chamada Park Jimin. Entretanto, mesmo sabendo disso... ele era fraco demais.

Por isso, ele estava agora tentando secar os cabelos correndo com a toalha enquanto Jimin ria da sua cara.

— Você deveria estar correndo para abrir a porta. Podem ser seus pais, sabia?! — resmungou, levemente irritado, porque havia vestido a blusa antes de secar seus cabelos e havia a molhado um pouco.

— Eles esperam, vão entender que a gente se atrasou, porque… — parou a frase, já que agora precisava pensar na desculpa coerente que inventaria.

— Porque você é o diabo em pessoa e aproveitou que eu pedi a você que esfregasse minhas costas para poder apertar minha bunda e me chamar de gostoso? — Yoongi questionou, caminhando até o guarda-roupa, iria vestir outra blusa, era mais prático.

— Mas eu não menti, você é gostoso. A culpa não é minha se você pulou em mim apenas porque eu dei uma apertadinha de nada no seu bumbum — brincou o mais novo, saindo do quarto antes que Yoongi pudesse lhe acertar a escova de cabelo.

Yoongi aproveitou o silêncio por alguns minutos. Ele estava realmente com medo do que aconteceria naquele jantar, principalmente porque ele só havia topado, pois precisava que seus pais e os de Jimin estivessem presentes naquele dia e no mesmo lugar.

Quando ele ouviu a voz de seus pais na sala, decidiu que havia enrolado demais no quarto, não podia deixar Jimin sozinho com sua mãe. Contudo, mesmo que caminhasse o mais rápido possível, ele sabia que cinco segundos seria o suficiente para sua mãe falar algo que magoaria o mais novo.

Porém, quando ele chegou ao quintal, os cinco estavam olhando a decoração que Jimin havia feito. Nem havia notado que os pais do loiro estavam ali também, muito provavelmente porque sua mãe e seu pai — diferente de si — falavam alto demais.

— Boa noite — cumprimentou a todos com uma reverência e aproximou-se de seus progenitores, dando um abraço em cada. Ele apenas sorriu amarelo para a senhora Park.

— Você deveria ter nos recebido, Yoongi. — Ouviu seu sogro dizer e se segurou muito para não revirar os olhos.

— A culpa é minha, papai — Jimin falou, atraindo a atenção de todos para ele. — Eu pedi ao hyung que eu fosse tomar banho primeiro e acabei demorando demais do que deveria lavando o banheiro.

— Você não precisa assumir a culpa por ele, Park Jimin — falou Park Youngsik, que agora olhava seu filho. — O que vocês compraram para a ceia?

— Jantar — Jimin o corrigiu. — Se fosse ceia, vocês não chegariam tão cedo — resmungou. Ele odiava a forma como seu pai tratava Yoongi. — Mas não compramos nada, Yoongi hyung fez tudo.

A careta que havia se formado na cara do seu pai fez Jimin dar dois passos para perto do namorado, simplesmente porque conhecia o gênio do mais velho. Ele estava realmente começando a cogitar que estava extremamente bêbado quando teve a ideia de convidar ambos os casais para o Natal.

— Não se preocupe, meu filho foi educado muito bem — sua sogra falou, dando um sorriso amarelo para seu pai. — Bem demais, devo lembrar, para não envenenar ninguém.

— Bom, ser educado e ser bom cozinheiro são duas coisas diferentes — respondeu de volta, fazendo Jimin rir baixinho; se tinha algo que ele tinha certeza, era que Yoongi cozinhava melhor até mesmo que sua mãe e sogra juntas.

— Para saber disso, o senhor tem que provar, senhor Park — Yoongi disse, sorrindo fraco, segurando a si mesmo. Por algum motivo, ele sabia que voaria no pescoço de alguém naquela noite.

— Você concorda, senhor Min? — O pai do Jimin olhou para o mais alto ali, que estava calado. — Que seu filho cozinha bem?

— Eu acho que você vai descobrir em breve. Ou vai mostrar sua péssima educação rejeitando a comida que meu filho fez para o senhor? — Responder com uma pergunta era algo típico do seu pai, que Yoongi sabia bem que ele fazia apenas quando estava nervoso.

Céus, por que diabos ele topou aquele jantar? O arrependimento ficava cada vez maior à medida que seus pais e os pais de Jimin trocavam olhares atravessados.

— Jiminie — chamou baixinho. — Nunca mais, tá me ouvindo? — reclamou em seu ouvido, vendo o mais novo assentir rapidamente.

— Se no ano que vem eu, por acaso, tocar no assunto, me tranca no manicômio até segunda ordem — sussurrou de volta e buscou a mão do namorado. Ele também odiava aquela situação e estava ficando com o saco cheio já. Mesmo assim, respirou fundo antes de chamar a atenção de todos. — Então, vocês não acham que está na hora de comer?

— Não são nem dez horas da noite ainda — resmungou a senhora Min. — Ora essa, uma ceia sendo servida a essa hora…

— Como falamos, mamãe, é um jantar — corrigiu Yoongi. — Porém, se a senhora não quiser comer agora, sinta-se livre para esquentar a comida de novo quando der meia-noite.

— É claro que vou comer agora. — A senhora Min arqueou as sobrancelhas, como se a sugestão de Yoongi fosse infundada.

— Então tudo bem. — Yoongi assentiu, puxando Jimin pela mão junto com ele. — Jimin arrumou a decoração sozinho — falou Yoongi, orgulhoso. — Ficou tudo muito lindo.

— E… muito vermelho e verde — implicou o senhor Min.

Os pais de Jimin, embora analisassem com atenção os enfeites e a decoração, nada falaram. O mais novo tentou não ficar magoado com o silêncio de seus pais, porque sabia que algo do tipo iria acontecer — contrariando suas melhores expectativas —, porém não conseguiu evitar. Parecia que eles nunca aprovariam suas escolhas, seja sua profissão, seja seu namorado.

Yoongi balançou suas mãos interligadas como uma forma de ancorá-lo no momento, como um consolo.

— Eu achei perfeito — finalizou ele.

— Sempre soube que tinha um péssimo gosto — murmurou o senhor Min, porém todos ouviram.

— O que quer dizer com isso?! — Youngsik esbravejou, parando de andar no mesmo instante.

— O que você acha? — O sarcasmo estava evidente na voz do senhor Min.

— Por favor, não briguem — interrompeu Jimin. — É véspera de Natal. Por favor…

Os mais velhos voltaram seus olhos para ele. Seu pai apenas cruzou os braços e se calou, porém o pai de Yoongi bufou, desviando o olhar. Mesmo depois de tantos anos, eles não se davam bem; nem com seus respectivos genros, nem com os pais dos mesmos.

Yoongi balançou a cabeça em negação, sentindo-se decepcionado com os próprios pais. Naquele momento, ele só queria que tudo acabasse logo.

— Sentem-se, vou pôr a mesa. — Yoongi gesticulou para as mesas com decoração de tema natalino. — Me ajuda, Jiminie?

— Claro, amor.

Ainda de mãos dadas, ambos se dirigiram para a cozinha a fim de buscar os alimentos que estavam lá. Como tinham ficado tempo demais no banho, acabaram não tendo tempo para arrumar a mesa como pretendiam.

Yoongi e Jimin fizeram seu máximo para ignorar a troca de farpas que estava acontecendo no cômodo ao lado, porém não foi o suficiente. Uma sensação de frustração subia por suas gargantas e eles a engoliam em seco, juntamente com os insultos encobertos por sarcasmos que vinha do pai do namorado.

Naquele momento, em que depositava a torta de abóbora que Yoongi havia feito para o sogro na mesa, Jimin só pensava que definitivamente não gostaria de passar por essa experiência de novo. Era exatamente por isso que tinham decidido que não juntariam mais as famílias; e, mesmo assim, o fizeram novamente, para o Natal daquele ano.

— O Gi fez para você, pai — comentou ele, apontando para a torta.

— Ele quer me envenenar?! — O senhor Park fez uma careta de desgosto. — Eu nem gosto de torta de abóbora! — Ele desviou o olhar, cruzando os braços.

Jimin revirou os olhos, porque ele sabia que era a sobremesa preferida de seu pai, mas não se deu ao trabalho de discutir.

— Certo, certo.

Enquanto voltava para a cozinha para buscar mais comidas, passou por Yoongi, que carregava o peru assado que ele tinha preparado.

Em poucos minutos, a mesa de jantar estava completamente arrumada, com as pequenas decorações de Natal entre os pratos de comida.

Esperava-se que, assim que sentassem para comer, seus pais finalmente largariam do pé do namorado e parariam de brigar entre si, porém não foi o que aconteceu.

Quando Yoongi estava pronto para levar um garfo de arroz — sem passas — à boca, o senhor Park voltou a falar.

— Que seco — reclamou ele, referindo-se ao pernil. — Sabia que a comida não estaria boa. O que tinha dito mesmo, senhor Min?

Yoongi franziu as sobrancelhas, pronto para argumentar que a carne de pernil era naturalmente mais seca que as outras e aquilo não fazia dele um péssimo cozinheiro. Contudo, apenas respirou fundo discretamente e, antes que seu pai correspondesse a provocação, respondeu:

— Desculpe, senhor Park, vou lembrar disso para a próxima vez — não que vá ter uma próxima vez, completou ele mentalmente.

Jimin, por sua vez, não gostou do comentário.

— A comida está ótima, papai, pare de implicar com o Yoongi.

Foi, então, a vez do pai de Yoongi incomodar. Ele riu, debochado, da fala de Jimin.

— E pensar que o namorado do meu filho não respeita os mais velhos… Assim fico preocupado, e se esse comportamento for contagioso?

— Pai! — Yoongi brigou, sério. Sua mão esquerda, que estava embaixo da mesa e repousando na perna de Jimin, foi fechada em punho com o tamanho de sua irritação. — Não fale assim do Jimin, ele é extremamente respeitoso e foi muito bem educado.

— Se tivesse sido bem educado, ele teria escolhido ser um advogado ou engenheiro — resmungou Youngsik, para logo então levar mais um pedaço do pernil seco à boca. Sua mulher, ao seu lado, dirigiu-lhe um olhar feio. — Às vezes penso no que eu errei.

— Eu sou feliz com a minha profissão, papai. — Jimin sentiu-se triste. Nem mesmo com a belíssima decoração natalina, seu pai se sentia satisfeito com sua escolha, então… por que tentar?

A mão de Yoongi envolveu sua mão por debaixo da mesa, tentando lhe passar um pouco de conforto, porém não foi o suficiente.

Yoongi franziu as sobrancelhas, ficando extremamente chateado. E olha que não tinham chegado nem na sobremesa ainda! Que droga, era pra ser uma data especial e seus pais faziam questão de estragar o dia.

Sinceramente, mais alguma provocação e Yoongi colocaria todos para fora, porque Jimin parecia a dois passos de chorar! Ele não aguentava aqueles olhinhos tristes por causa, tanto de seus pais, quanto dos pais de seu namorado. Não fazia sentido, não era justo. Ele só queria que eles pudessem ficar no mesmo local em paz, mas… parecia impossível.

— O Jihyun não veio, não é? — o senhor Park voltou a falar, parando para mastigar mais um pedaço de pernil. — Aquele desgraçado não é nem um pouco filial, esquecendo da família justamente numa data tão importante.

— Também acho que deveria ter vindo — comentou a mãe de Jimin, soando mais gentil que o marido. — Faz tempo que não o vejo, ele tá sempre tão ocupado.

— Ele avisou que não viria — respondeu Jimin. Yoongi levou seu olhar para o rosto do namorado e pôde ver uma sombra de tristeza em seu semblante; as mãos pequeninas brincavam com o garfo. — Disse que não teve uma experiência muito boa da última vez e que preferia passar o dia com a namorada.

Jimin não o culpava; era verdade, o último jantar que tiveram com as duas famílias juntas havia sido insuportável. Muitos insultos, brigas, estresse. Não valia a pena, Jihyun estava totalmente certo em evitar estar no mesmo cômodo que as famílias reunidas. E, mesmo que Jimin entendesse seu irmão, ele não conseguia deixar de ressentir um pouco seus pais por fazerem tudo um inferno.

Yoongi sentia a mesma coisa. Seu irmão também não havia vindo, por estar em outro país, porém ele tinha a sensação de que o mais velho não viria mesmo se estivesse em Seul naquele momento.

— Ingrato — reclamou o senhor Park.

Contudo, o assunto terminou ali. A senhora Park não ousou acrescentar nada, apenas sorrindo triste para o filho mais novo e voltando a comer sua comida em silêncio. Ela podia até não dizer nada, porém, pelo olhar satisfeito em seu rosto, Jimin conseguia perceber que ela havia gostado do que Yoongi tinha preparado. Ele sentiu vontade de sorrir minimamente; pelo menos algo de bom havia saído daquela noite.

— Eu disse que a comida do meu filho era boa — retomou o senhor Min, escondendo um sorriso orgulhoso. Ele voltou seus olhos para Jimin, franzindo levemente a sobrancelha, o que fez Yoongi se preparar mentalmente para o que viria. — O seu filho, pelo outro lado, sequer preparou algo. Um absurdo.

— Nós dividimos as tarefas, senhor Min — explicou Jimin, tentando soar o mais calmo possível. Aquele jantar já estava acabando com seu bom humor, sua paciência, seu tudo, ele não estava aguentando mais. — Concordamos que eu ficaria responsável pela decoração.

— Ah, mas isso é fácil de fazer. — Ele abanou a mão, fazendo pouco caso.

— E você, Yoongi, já foi promovido? — interrompeu o senhor Park, cortando o assunto bruscamente.

— Ei, eu estava falando, seu… — O senhor Min virou-se para o pai de seu genro, mas foi totalmente ignorado.

— Ou ainda é apenas um secretário?

— Continuo no mesmo cargo de dois meses atrás, senhor Park — Yoongi respondeu, um pouco mais próximo de explodir do que gostaria. — Não há nada de errado em um trabalho digno.

— E você chama isso de trabalho digno? — debochou ele. Sua mão que segurava o garfo era usada para apontar para Yoongi, espalhando um pouco da farofa que estava na carne por toda a mesa. — Com o salário que você deve ganhar, aposto que depende de Jimin para cuidar de todas as despesas da casa.

Yoongi respirou fundo, tentando ignorar as vozes em sua cabeça que diziam que aquilo era o suficiente. Aquela discussão vinha de muito antes, enraizada entre eles desde que Yoongi havia feito 18 anos. Era sempre o mesmo argumento, com pequenas adaptações ao longo dos anos.

Jimin merecia muito mais do que alguém sem futuro; Yoongi nunca seria capaz de dar uma vida digna a seu filho; Yoongi vivia às custas de Jimin e dos próprios pais, não merecia qualquer reconhecimento; o emprego de Yoongi era péssimo, por isso Jimin também havia escolhido uma carreira horrível. Yoongi não era o suficiente.

Lembrar de tudo aquilo fez seus olhos lacrimejarem de raiva e sua mão se fechar em punho novamente. Seu sangue corria mais rápido em suas veias e suas sobrancelhas se franziram enquanto apoiava o cotovelo na mesa, olhando seriamente para o sogro.

— Senhor Park, eu não sou nenhum delinquente, nenhum ladrão ou criminoso para o senhor dizer que meu trabalho não é digno. — Olhou no fundo dos olhos do mais velho, tentando passar cada um dos sentimentos que estavam acumulados dentro de si. A raiva pela tristeza de Jimin, pela forma como seus pais e os pais do namorado tratavam o homem da sua vida… tudo estava sendo despejado naquelas palavras. — Eu ganho o suficiente para mantermos um estilo de vida confortável, em nenhum momento eu me aproveito de Jimin para algo.

Mesmo com a seriedade no olhar de Yoongi, Youngsik riu com gosto, pousando o garfo no prato com um barulho desagradável.

— Papai — chamou Jimin, extremamente frustrado. — Por que essa implicância toda com o Yoongi hyung? Sério, eu simplesmente…

— Tá dizendo que meu filho quem vive às suas custas?! — Youngsik ignorou Jimin, levantando a voz. — É isso que tá insinuando?

— O quê?! — Yoongi arregalou os olhos no mesmo instante, espantado com a linha de pensamento do outro. — É claro que não! Jimin dá duro no que ele faz, ele ganha tão bem quanto eu e tem um emprego maravilhoso, que ele ama!

— Emprego maravilhoso — repetiu o mais velho lentamente. — Ser decorador é um emprego maravilhoso. Há! Que piada!

Os olhos de Jimin começaram a marejar, vendo seu pai debochar de sua profissão tão abertamente. Tudo aquilo parecia tão… tão… inútil. Decorar a casa pro Natal, chamar seus pais, esperar que tivessem uma celebração animada, feliz, como todas as outras famílias… Isso nunca seria possível, não quando seus pais, os pais de Yoongi, Jimin e o namorado estivessem reunidos.

— Youngsik, pare — sussurrou a senhora Park, puxando o tecido da roupa do marido. — Está magoando o Jimin.

Depois das palavras baixas de sua sogra, Yoongi se virou para Jimin no mesmo momento, vendo as lágrimas traiçoeiras que ainda não tinham se aventurado pelo rosto do namorado. Aquela foi a gota d’água.

Yoongi levantou, lívido.

— Olha só o que você fez! — Yoongi se irritou. — Chega! Não dá mais, não dá. É impossível conviver com vocês por um segundo. Sério. E com vocês, eu estou incluindo vocês também, mãe, pai. — Ele se virou rapidamente para seus próprios pais, porém voltou a encarar o senhor Park. — Eu entendo que não goste de mim, você não precisa gostar de mim, mas o seu filho gosta, então o senhor vai ter que me aturar. Não precisa ficar jogando piadinhas — cuspiu — pra cima de mim ou me provocando sobre o meu trabalho, nós podemos ser jovens, mas sabemos o que queremos. O seu filho sabe o que ele quer, e ele ama ser decorador.

Yoongi virou-se levemente, abaixando apenas o suficiente para pegar a mão de Jimin e puxá-lo para se levantar junto com ele. Jimin, que ainda não havia dito nada, fez conforme Yoongi o conduziu e retribuiu o aperto em sua mão, ignorando totalmente as duas lágrimas que escorreram por sua bochecha. Ele levantou sua cabeça, não querendo dar a seus pais o gostinho. O menor também se sentia frustrado.

— Vocês deveriam ver os olhinhos dele brilhando quando ele monta o design completo de uma casa, ou quando ele me mostra possíveis futuras decorações para anossacasa, que tem tanto a minha personalidade, quanto a dele. É simplesmente tão lindo que eu sempre paro um segundo para admirar a paixão nos olhos dele. Ele é perfeito, assim como a escolha dele de profissão. Não tem nada de errado em ser decorador, e ele tem talento pra isso.

Yoongi fez uma pequena pausa para respirar fundo, porém não ousou desviar o olhar do senhor Park. Respirar fundo não o acalmou.

— Isso que você faz, de diminuir seu filho, implicar com ele por conta do que ele escolheu para a vida dele, é errado. Você deveria se envergonhar de fazer com que ele passe por isso. Você, como pai, deveria apoiá-lo. Está tudo bem corrigir os erros, aplicar uma lição quando necessário, mas dizer que ele não foi bem educado porque ele gosta de decoração? Qual é a porra do seu problema?! — Sua voz saiu mais alta, indignada.

Naquele momento, todos estavam calados e apenas observavam.

Jimin sabia que provavelmente não deveria deixar seu namorado falar assim com seu pai, mas… Yoongi estava totalmente certo. Ele também estava cansado de tudo; das brigas, das críticas… No fundo, ele só queria paz. Que se foda o Natal. Ele nunca mais passaria por isso.

Contudo, Yoongi ainda não havia acabado.

— O Jimin é simplesmente a pessoa mais perfeita do mundo e eu tenho sorte de ser quem ele escolheu pra estar do lado dele, não consigo mais aceitar essa situação. Nem de você, senhor Park, nem de vocês — ele se referiu aos próprios pais. — Nós não precisamos agradar nenhum de vocês, o relacionamento é nosso, o namoro é entre mim e o Jimin, e eu tenho certeza que ele concorda com tudo que eu disse.

Yoongi buscou o olhar de Jimin para confirmação, que apenas acenou com a cabeça.

— Viram? Pelos últimos seis anos, vocês fizeram da nossa vida quase um inferno, mas nós ainda estamos aqui, juntos, então apenas aceitem. É com o Jimin que eu quero passar o resto da minha vida, e vocês não vão conseguir estragar isso como estragaram a noite.

— O quê? — Jimin sussurrou, sua voz quebrada soando tão alto quanto um berro por conta do silêncio que estava no cômodo.

Na mesma hora, o secretário se virou para o namorado, preocupado que tivesse dito algo de errado. Estava tão focado em dizer tudo que estava entalado em sua garganta há seis longos anos que não se surpreenderia se tivesse ofendido alguém.

Ao se virar, encontrou Jimin de olhos arregalados, lábios entreabertos e as bochechas um pouco cheinhas e coradas, a típica expressão de quando ele estava completamente surpreso. Ué?

— O quê? — Yoongi perguntou de volta, confuso, com a raiva já totalmente dissipada. Sua respiração ainda estava levemente ofegante, porém isso não o incomodava; um enorme peso tinha saído de seu peito e ele sentia que finalmente podia respirar em paz.

— Gi… O que você disse? — Os olhos de Jimin pareciam buscar algo nos orbes de Yoongi quase desesperadamente. — Você quer passar o resto da sua vida comigo? Eu ouvi direito?

Yoongi piscou lentamente, finalmente entendendo o que estava acontecendo. Droga! Era para ser o pedido perfeito, era para eles terem o momento perfeito e… seus pais estragaram tudo. Como sempre faziam.

Ele respirou fundo, virando-se totalmente para Jimin e segurando ambas as mãos do menor. Enquanto olhava no fundo de seus olhos antes de voltar a falar, ele deu dois passos para trás e começou a se abaixar, os espectadores completamente esquecidos.

— Sim — respondeu lentamente, enquanto pousava seus joelhos com cuidado no chão. — Não era assim que eu queria que acontecesse, mas...

Ele tomou seu tempo, tentando gravar na mente cada detalhe de Park Jimin naquele momento que, se desse certo, seria mais uma recordação inesquecível de sua vida a dois com ele. Seu coração acelerado não ajudava, batendo tão forte que o som ecoava em seus ouvidos, porém Yoongi decidiu ignorar.

— Park Jimin, durante todo esse tempo que estivemos juntos, você foi a luz na minha vida — começou ele. Permitiu que seu polegar percorresse os dedos pequenos de Jimin em um carinho, enquanto novas palavras eram proferidas: — Você foi meu melhor amigo, a pessoa com quem eu podia sempre contar, dividir segredos, preocupações, medos, angústias… alegria, paixão, felicidades. Você me viu crescer, cresceu comigo, enxugou minhas lágrimas e me ensinou que amar alguém também é apontar as falhas e ajudar a corrigir os erros.

Sem desviar o olhar dos orbes que já começavam a lacrimejar novamente, por um motivo totalmente diferente — esperava Yoongi —, ele recolheu sua mão, levando-a até seu bolso devagar.

Um pequeno “Gi…” soou pelos lábios de Jimin, acarretando um sorriso nos lábios finos de Yoongi.

— Eu não sabia que poderia amar tanto alguém como eu te amo, Ji. — Yoongi tocou a caixinha de veludo com a ponta dos dedos; seu coração estava batendo tão forte que parecia que ia sair por sua boca, mas Yoongi precisava continuar, porque ele queria tanto ter Jimin ao seu lado pelo resto de suas vidas. — E parece que esse sentimento só aumenta cada vez que eu vejo o seu rosto ao acordar, ou seus olhos brilhando porque está empolgado com um projeto novo, ou quando você ri de forma tão sincera que seu corpo ri com você.

Era agora… Estava na hora.

Seus dedos puxaram a caixinha e a expuseram na frente de Jimin, enquanto sua outra mão parava o contato com Jimin para que ele, enfim, pudesse abrir a caixa.

— Tudo que eu mais quero é acordar ao seu lado por todos os dias da minha vida e ouvir sua risada para sempre — sussurrou ele, incapaz de conter a emoção em sua voz. Sentiu sua garganta apertar e se forçou a continuar, apenas porque ele precisava. — Por favor… Me dá a honra de ser seu esposo? Casa comigo?

Mal Yoongi terminou de falar, Jimin se abaixou e o abraçou, apertando-o forte contra si. Havia sido tão rápido que o cérebro de Yoongi não conseguiu acompanhar; era como se os joelhos de Jimin tivessem, enfim, cedido e Jimin houvesse caído sobre si.

Jimin soluçou uma, duas, três vezes antes de responder.

— Sim! Meu Deus, Yoongi, sim! — Jimin fungou, agarrando cada pedaço de tecido que conseguia encontrar e beijando a pele que alcançava.

Yoongi respirou aliviado, deixando que um sorriso tomasse conta de seus lábios. Naquele segundo, eram apenas os dois ali, pressionando seus corpos para provar que o momento era real, que eles realmente iriam se casar. Ah… Yoongi estava tão feliz.

Jimin não estava diferente. Qualquer que fosse o motivo por trás do nervosismo de Yoongi, ele nunca imaginaria que… que… meu Deus! Ele o amava tanto… Depois de tanto estresse e decepção naquela noite, uma surpresa boa dessas… Seu coração estava contente.

O mais novo se afastou minimamente, apenas o suficiente para conseguir capturar os lábios de Yoongi em um beijo cheio de emoções. Amor, felicidade, euforia, esperanças, paixão… Seus lábios pareciam numa sincronia perfeita, como se compartilhassem um só ritmo, assim como seus corações.

Palmas começaram a soar, quebrando a bolha do casal. Eles se separam, um pouco assustados pelo barulho repentino, e finalmente se lembraram que estavam no meio de um jantar na véspera de Natal com seus pais.

— Muito bom! — O senhor Park sorria, contrastando com tudo o que havia acontecido anteriormente. Yoongi piscou lentamente, para logo então franzir as sobrancelhas, confuso.

— Parabéns! — A senhora Min também sorria, parecendo extremamente animada com o que estava acontecendo. — Ah, meu filho casando… Mal posso esperar!

— Podemos planejar juntas! — A mãe de Jimin se empolgou, batendo palmas levemente para descontar sua animação.

Yoongi olhou para Jimin, tentando entender, mas seu… noivo estava tão confuso quanto ele. Com calma, eles se levantaram, voltando para seus lugares à mesa bem mais felizes do que antes.

— Já estava na hora! — falou o senhor Min. — O Yoongi faz tudo nesse relacionamento.

— Querido, não fale assim — brigou sua mãe, antes que Yoongi pudesse falar alguma coisa.

— É brincadeira, brincadeira — o homem se defendeu, levantando as mãos em rendição.

— Yoongi — chamou o senhor Park, atraindo sua atenção. Yoongi franziu as sobrancelhas, quase preparado para brigar novamente. — Até que enfim você me enfrentou! Sabe… tudo o que você falou estava totalmente certo. Durante todos esses anos, eu só queria me certificar se você era homem o suficiente para estar ao lado do meu filho, se lutaria por ele ou se deixaria intimidar, então… desculpe.

Yoongi arqueou as sobrancelhas, sem saber o que dizer. Aquilo… era o motivo de Youngsik o tratar como se fosse lixo? Simples assim? Há. Que piada. Mas Yoongi tentou deixar aquilo de lado, então apenas acenou, demonstrando que tinha ouvido.

— Desculpe também, meu filho, por ter feito você se sentir mal pela sua profissão — continuou o mais velho. — Acho que deixei meu lado amargurado tomar conta de mim durante esse tempo e… vai ser difícil mudar, mas vou tentar. Não quero ser o motivo da sua tristeza.

— É, tipo… — O senhor Min chamou a atenção para ele. — Nós também vamos tentar ser mais civilizados. Admito que boa parte da culpa também é minha, por cair nas provocações do Youngsik, mas vou tentar melhorar.

Jimin e Yoongi sorriram, surpresos pelo rumo que aquela pseudo-ceia estava tomando. Então era assim que eles deveriam ter tentado resolver os problemas das famílias antes? Pedindo o outro em casamento?

— E, por favor, parem de tratar o Jimin mal — pediu Yoongi aos pais. — Ele é o homem da minha vida, não aguento vocês o tratando como se fosse uma pessoa qualquer.

— Os Park que começaram, te tratando como se fosse um rato de esgoto — resmungou o senhor Min.

— Mesmo assim, você não deveria ter feito o mesmo! — brigou ele. — Vocês não fazem ideia do quão mal fizeram a gente.

— Desculpe — disseram os quatro, quase em uníssono.

Jimin balançou a cabeça, suspirando levemente. Ele sabia que, em seu coração, já tinha os perdoado — pelo menos pela maioria das coisas —, então apenas deixou os sentimentos bons do momento de poucos minutos atrás inundarem todo seu ser.

— Passado é passado — disse, virando-se para Yoongi e estendendo sua mão direita. Yoongi baixou o olhar, parecendo entender rapidamente. Ele abriu a caixinha rapidamente e passou a aliança pelo dedo fofinho de Jimin. O menor sorriu, olhando encantado para sua mão. — O que importa é o futuro.

Yoongi retribuiu o sorriso, feliz e finalmente em paz.

— A ceia já deve ter até esfriado com tanto drama.

— Youngsik!

— Já são quase meia-noite, já posso chamar de ceia, ué. A propósito, a torta de abóbora e o pernil estão ótimos mesmo, parabéns, Yoongi.

Yoongi respondeu brevemente, sem desviar os olhos de Jimin.

O pedido não havia saído da forma como esperava, o dia tinha exigido mais do autocontrole do casal do que eles esperavam, mas… no fim, tudo havia dado certo. E, pelo visto, agora seria mais seguro organizar reuniões em família.

Yoongi inclinou-se levemente, depositando um selinho nos lábios de Jimin, e o resto apenas fingiu que não viu. Se tudo desse certo, aquele seria o último Natal de Yoongi com seu namorado. No ano seguinte, Jimin seria seu marido.

Era tudo que ele poderia pedir de Natal. Papai Noel havia sido generoso naquele ano.

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Notas finais:

Aaaaaah esperamos que gostem 💛

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Capa perfeita pela @tmessi / ThalieMessi , que é maravilhosa

Fanfic betada por: YinLua/ YinLua

Dec. 28, 2021, 10:41 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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