Audra está caminhando por sua cidade a caminho de seu trabalho. Passando por lojas de eletrônicos, noticiários informam que estamos completando um ano desde o início da pandemia mundial. No reflexo do vidro vemos Audra com sua calça jeans preta, sua camisa cinza e uma jaqueta preta. Em sua mão, um copo de energético pela metade. Em seu rosto, sua máscara é a mais simples que existe. Uma máscara branca apenas com pontos pretos para os olhos e um sorriso abaixo. Ela continua a caminhar, vê pessoas sem máscaras como se nada estivesse acontecendo. Ela vê crianças brincando no parque e pais que até então pareciam responsáveis...até que simplesmente tiram as máscaras e começam a encher a criança de beijos. Audra olha a frente e imediatamente vai para o outro lado da rua, porém, ele a segue.
-Audry, você tem que entender o meu lado. Disse o homem com uma calça comum e uma camisa polo.
-Me chama de Audry de novo...aliás, aparece na minha frente de novo e eu te mando pro hospital. Disse Audra ao acertar um soco em seu nariz. Ela continuou a caminhar enquanto o homem segurava o Nariz e agonizava de dor.
Chegando em seu trabalho, Audra já havia terminado de tomar aquele enorme copo de energético e o joga no lixo, o canudo descartável e jogado em uma pilha para higienização e incineração. Assim como todos os seus dias anteriores, Audra passa seu crachá pela porta e entra no escritório. Haviam várias cabines, porém menos da metade estava trabalhando. Chegando ao seu cantinho, Audra é recebida por seu melhor amigo.
-Fala, Audry. Como você está?. Tenho uma novidade muito boa para te contar. Disse ele sorrindo.
-Oi, Tommy. Eu estou ótima e você?. Pode me contar sua novidade, mas antes eu preciso de mais um pouco de energia. Disse Audra ao replicar uma risada enquanto uma lágrima escorria em seu rosto.
-Certo, digamos que eu estou pensando em pedir a mão da Kathy novamente. Ela anda deixando muitas pistas que quer um segundo casamento e....dizia Tommy enquanto Audra deixava de prestar atenção nele e começar a se lembrar de cenas de seu passado. Com a atenção fixa em uma pilha de jornais em sua lixeira, Audra concordava com Tommy enquanto lembrava do que havia passado com Leon. Ela lembrou daquele dia em que eles haviam jantado num restaurante chique, depois trocaram beijos dentro do carro e em seguida irem para sua casa. Audra disse que estava cansada, mas Leon não queria aceitar. Enquanto ela assistia televisão em sua casa, Leon vinha do banheiro e gritava pra ela "tudo" que ele já fez por ela. A chamou de ingrata e falava cada vez mais alto enquanto Audra sentia o aroma do vinho que emanava de sua boca. No dia seguinte, ele acorda e pede desculpas para ela. Audra pensou que seria a única vez que ele iria surtar assim. Uma semana depois foi pior. Leon e Audra chegam em casa aos berros. Leon discute que o garçom estava cantando Audra e que ela estava gostando disso. Audra nega absolutamente todas as acusações, mas Leon não a ouve. Ela tenta ir para seu quarto para trocar de roupa, mas ele diz que ainda não terminou de discutir. Ele segura pelo pulso, Audra tenta puxar seu braço, mas ele aperta com mais força e desfere um tapa com os dedos juntos no rosto de Audra. Em seguida, ele simplesmente olha pra ela desnorteado e vai em direção ao banheiro com as mãos na cabeça. Audra está sentada no chão com a mão em sua bochecha vermelha e lágrimas a molhar o tapete. Leon volta para a sala minutos depois implorando desculpas, dizendo que não foi por mal e que nunca mais iria acontecer, mas quando ele percebe...Audra não estava mais ali e havia deixado a porta aberta naquela noite gélida.Audra estava caminhando e olhando para aquele asfalto escuro até que a chuva começasse a cair e Audra não conseguir mais distinguir oque vinha da chuva e oque vinha de seus olhos.
Repentinamente Audra ouve um estalar de dedos, ela havia deixado seus pensamentos e estava de volta ao escritório com Tommy a observando.
-Audry, Oque houve?. Perguntou ele preocupado.
-Eu encontrei o Leon hoje na rua...eu tinha superado, nem sentia mais as cicatrizes psicológicas, mas eu me lembrei do que ele fez comigo. Nem a um tribunal nós fomos, apenas uma medida de restrição, ele não foi punido pelo que fez... Disse Audra ao conter as lágrimas.
-Ei, vem cá. Disse Tommy ao abraça-la. Você não vai dormir sozinha hoje, moça. Você irá para a minha casa, hoje teremos noite de jogo e você não vai faltar. Minha família te ama e vai ser muito bom pra você. Concluiu ele.
-Obrigado, Tommy. Disse ela ao sair de seus braços.
-Vamos lá, temos que trabalhar e você não vai mais precisar disso. Concluiu Tommy ao tirar o copo cheio de energético da mesa de Audra.
-Qual é, Tommy. Eu paguei por isso, viu. Concluiu ela. Em seguida, Tommy largou uma nota de dinheiro que cobriria o copo de energético. No fim do expediente, Audra e Tommy começam a caminhar e Audra vê o copo de energético cheio sendo jogado na lixeira.
Ali aconteceu o primeiro encontro de Freddie e Audra. Ao virarem a esquina, Freddie e Audra se encontram frente a Frente, até então, não se olharam e muito menos se conheciam.
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