Lembro-me perfeitamente de suas feições amaldiçoadas. O corvo. Ele possuía penas grandes e escuras como a noite. Frias. Intensas. Mortas. O bicho tinha em seus olhos o desejo soberbo de matar. Devorar. Comer. A ave me encontrou no chão, morrendo de angústia e desespero. Gritando alto, ditei: "MATE-ME, SENHOR CORVO!". Então o corvo fez o que pedi: devorou a minha pele, os meus olhos, o meu coração. A minha carne podre permaneceu no chão gélido, o corvo não se deu o trabalho de terminar a sua refeição. Deixou-me ser devorada por pragas pequenas e nojentas. No momento de meu óbito, o corvo cantou alto anunciando uma nova morte. O corvo havia ganhado.
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