Passos invisíveis Follow story

Era tarde de outono, o céu estava nublado sem nenhuma perspectiva do sol se pôr em meio as colinas como todas as tardezinhas sucedia, as folhas secas caiam sobre a casa velha do lago, enquanto na cozinha um aroma agradável de chá exalava por toda a casa trazendo a sensação de equilíbrio e bem-estar! Quando de repente se ouve um barulho vindo do quarto.

Era dona Bete que se inclinava para alcançar sua caneca de chá de camomila algo que era como um ritual todas as noites antes de dormir, cai a noite ela observa pela janela as colinas e fica imaginando o que teria depois delas pois sua idade e seu corpo já cansado nunca conseguiriam chegar até lá sem qualquer ajuda! Dona Bete adormece, da varanda da casa se ouve um alto som pois o vento fazia com que as folhas secas se movessem de um lado para o outro acordando assustada se levanta pega seu casaco xadrez e calça suas sandálias e vai em direção a porta, o vento forte faz com que as luzes se apague, com medo de se machucar no caminho de volta para cama se joga na rede e ali fica quieta observando as colinas enquanto as horas se passam e nada da energia voltar, já cansada de esperar fixa seus olhos nas colinas e avista umas luzes que pareciam mais setas que direcionavam a um caminho, admirada com tudo aquilo se levanta! Com pequenos passos e ao mesmo tempo curiosa começa a ir em direção aquelas colinas, quanto mais andava mais se distância da casa do lago mesmo assim com seus olhos fixos nas colinas ela ia cada vez mais rápido sem medo e sem vontade de voltar, já era tarde dona Bete se sentia fraca mas as luzes eram como uma motivação para que ela não desistisse! Até que finalmente chega no lugar que tanto admirava todas as noites pela sua janela da casa velha do lago...

Ela respira fundo sentindo o cheiro da terra seca molhada pelo sereno da noite, observando cuidadosamente todos os detalhes. Com um sentimento de alegria em um suspiro só ela grita...

— Eu estou aqui! Eu consegui!

Sua voz ecoa em meio aquela bela paisagem, dona Bete não foi surpreendida com nada que faria sua vida mudar em um passe de mágica porém dona Bete não se sentia a mesma senhora que tomava chá todas as noites antes de adormecer, que vinha de varia primaveras, a velha senhora da casa do lago, não! dona Bete, se sentia mais forte dali em diante não saberia pra onde ir ou qual caminho seguir porém de uma coisa ela tinha certeza! que para aquela velha casa do lago ela não voltaria mais.