alexisrodrigues Alexis Rodrigues

Saudade: ''sentimento nostálgico causado pela ausência de algo, de alguém, de um lugar ou pela vontade de reviver experiências, situações ou momentos já passados''. A gente costumava velar os nossos mortos. A gente costumava velá-los depois de lavá-los e vesti-los. Rezávamos por eles ou pedíamos a algum sacerdote que assim o fizesse. A gente tinha tempo pra se despedir deles, de sofrer, de viver o luto e superá-lo, seguir em frente. Sim, a gente costumava...


Short Story For over 18 only. © Alexis Rodrigues

#distopiabr #doença #morte #guerra #distopia #brasil #decomposição
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único

antes de tudo, preciso dizer que esse texto saiu de controle enquanto eu estava escrevendo ele. eu pretendia fazer um conto sobre uma história completamente diferente, uma que fosse feliz, mas meu estado psicológico não se encontra em seus melhores dias. eu precisei me segurar para não ter uma crise de choro com o desespero que eu senti enquanto escrevia esse conto. isso significa que aqui tem gatilhos (morte de entes queridos, enfermidade, guerra). se você, assim como eu, não está bem emocionalmente, eu recomendo que não leia. pode ser que não te afete nem um pouco, pode ser que te afete muito, então eu não recomendo.

uma musiquinha pra acompanhar.


~


Saudade: sentimento nostálgico causado pela ausência de algo, de alguém, de um lugar ou pela vontade de reviver experiências, situações ou momentos já passados.


A gente costumava velar os nossos mortos.

A gente costumava velá-los depois de lavá-los e vesti-los. Rezávamos por eles ou pedíamos a algum sacerdote que assim o fizesse.

A gente tinha tempo pra se despedir deles, de sofrer, de viver o luto e superá-lo, seguir em frente.

Sim, a gente costumava...

Mas desde que o vírus se espalhou, desenvolveu novas mutações uma atrás da outra, nosso direito ao luto sumiu.

Entendo que talvez a gente tivesse culpa nisso, e quando digo a gente, não digo todo mundo. Essa culpa eu não carrego, eu fiz o que podia, mesmo que não fosse muito. A humanidade não é perfeita, mas eu pensei que depois de tantos milhões de mortos, as pessoas iriam entender, iriam aprender.

Eu fui ingênua pra caralho.

O vírus era só uma desculpa que os governos mundiais precisavam, mas, como sempre, tudo no Brasil sempre piora muito.

Primeiro algumas leis foram mudadas no país. Isso não foi feito às escondidas, não. Foi bem na nossa cara e ninguém fez nada. Depois alguns projetos começaram a ganhar força, a construção de uma bomba atômica própria do país, algo que eu ainda não entendo como conseguiu acontecer.

E é claro, o maldito presidente tinha que declarar guerra aos inimigos de seus aliados.

‘‘Quando ele fizer merda, a gente tira ele do poder’’.

Hm, certo. Centenas de milhares morrerem por um vírus e outras centenas de milhares serem enviados para lutar contra países com os quais nunca tivemos problemas políticos antes não era o suficiente? Cacete, o que mais seria preciso?!

Logo a gente começou a ter problemas muito mais sérios a nível nacional, obviamente. Rios secando, matas queimando espontaneamente com ainda mais frequência, poluição da pouca água doce que tínhamos...

Obviamente, nosso presidente era um genocida. Ele queria nos matar, ele ria de nós. A gente avisou que daria merda e ninguém levou a gente a sério.

Até o momento em que outros países que nos cercavam ameaçaram nos atacar.

Ah, a ironia! Um país como o nosso querido Brasil, que cuidava mal de sua própria população e que tratava de forma ainda pior refugiados que fugiam de outros países próximos, logo percebeu que sua população estava debandando.

Óbvio, ninguém queria morrer.

Eu e minha família, todos do Amazonas, estávamos financeiramente fodidos demais pra conseguir fugir para a Venezuela. Quem não tem o dinheiro do pão não tem dinheiro pra pagar uma passagem. Que escolha a gente tinha, a não ser permanecer em casa?

E assim ficamos.

Todos que podem estão fugindo. Os ricos estão ilegalmente fugindo para a Europa, como é de se esperar, ou pedindo asilo político, ou qualquer coisa do gênero.

Mas a gente, que é pobre, sempre se fode. Mesmo que grupos de resistência se unam e se ajudem, sempre há alguma coisa que gere discórdia, sempre há conflitos com a polícia ou com os militares.

Eu acompanho as notícias pelo celular, como tenho feito desde o começo. As coisas não dão sinais de melhora.

Encaro o teto do quarto, deitada em nosso colchão fino e manchado. O gesso azul do teto está descascando e cai um pouco mais cada vez que chove.

No quarto ao lado, meu marido e meu sogro estão em decomposição, mas ninguém virá aqui para buscar os corpos. Eles não são prioridade.

Eu abri as portas de casa há muito tempo para deixar que as minhas duas cachorras e meus cinco gatos decidam se querem ir ou ficar, pois não temos ração e a única ajuda financeira que eu tinha foi cortada. As duas ficaram, mas eu sei que é uma questão de tempo até que elas arrombem a porta do outro quarto para se alimentar da carne disposta ali. Eu já não tenho forças para brigar com ninguém, que dirá com a fome delas.

A gente costumava velar os nossos mortos.

A gente costumava velá-los depois de lavá-los e vesti-los. Rezávamos por eles ou pedíamos a algum sacerdote que assim o fizesse.

A gente tinha tempo pra se despedir deles, de sofrer, de viver o luto e superá-lo, seguir em frente.

Sim, a gente costumava...

Mas desde que o vírus se espalhou, desenvolveu novas mutações uma atrás da outra, nosso direito ao luto sumiu. Eu não posso lavá-los e velá-los. O terreno é pequeno demais até para enterrá-los, e desconfio que mesmo que eu enterrasse eles, as cachorras cavariam a terra para comê-los.

A maioria dos vizinhos decidiu ceder às milícias ou aos traficantes por ajuda. Eu não tinha dinheiro e nada que pudesse usar para pagar pelo que eu precisava pra sobreviver. Eu não tinha como me defender.

Então enquanto eu encaro o teto descascando acima de mim, eu espero ansiosa pela morte, porque sempre pensei que aquelas coisas não aconteceriam enquanto eu vivesse, que eram coisas de filme. Eu já estava morta por dentro desde que o meu amor morreu sem que eu pudesse fazer nada. Maldito vírus em constante mutação, o matou silenciosamente. Não percebi até que fosse tarde demais.

Eu estava puta por ser a única viva. Eu tinha pegado várias variações do vírus em um período de dois anos e estava imune aos principais tipos, mas Deus, se é que esse merda existe, sabe que eu preferia ter morrido há muito tempo.

Lembro que vi em algum filme que os mercadores de armas herdariam o mundo, pois seriam os únicos vivos depois que todo mundo se matasse, independente dos motivos. Eu concordo com isso.

Porque agora só me resta saudade dos tempos que não voltam mais, da saúde e das vidas que foram tomadas de mim. Da minha inocência, da minha vontade de viver. Só me resta saudade do Brasil que eu mal conheci. Só me resta saudade dos meus mortos, os mortos que eu não consigo enterrar.

Só me resta saudade e esperar pela morte.


~


sobre a bomba atômica brasileira: por favor, por favor, votem contra isso.

o link para votar

eu não quero viver no país que o Brasil se tornou nesse conto.

p.s.: editei o texto porque vi uns errinhos.


Feb. 5, 2021, 4:10 a.m. 36 Report Embed Follow story
17
The End

Meet the author

Alexis Rodrigues no fim do dia, eu só tô tentando sobreviver. para os perdidos de plantão, a ordem de leitura das fanfics de universo interligado (Supernatural, Twilight, Sons of Anarchy, Sandman) é a seguinte: Wayward, Winds of Fortune, Don't Stop The Devil, Bad Company, Hell's Bells, Crucified, Bad Moon Rising. tem referências a uma personagem em Venom of Venus e futuramente talvez em Chosen.

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Ruana Aretha Ruana Aretha
Uma crítica muito interessante da tua parte , você abordou como a humanidade se perdeu mediante a tantos fatos que foram ocorrendo e descreveu isso muito bem. A gente consegue acompanhar o personagem percorrendo a casa, olhando pro teto , descreve a situação dos corpos e como ela dá o desdém quanto a sua própria situação , porque realmente já desistiu de viver. Como a pandemia criou histórias que podem vir a acontecer ? Como a pandemia também tirou a humanidade das pessoas ... Fazendo-as desistir de si mesmas e ignorando o que há lá fora. Honestamente , nessa história a gente percebe o teu coração e tua marca, ela é bem característica, tu delineia cada tom do personagem em relação ao momento vivido . Obrigada pela história.
March 18, 2021, 03:05
Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá, Alexis! Primeiramente, gostaríamos de agradecer a sua participação no #DistopiaBr! Ter vocês, autores, nos apoiando com suas histórias incríveis e participando ativamente deste desafio nos deixou realmente felizes. Saudades foi a primeira história a ser lançada no desafio e, sinceramente, a sensação foi de termos sidos tragados para dentro dela enquanto a leitura acontecia. As críticas soam suaves, no entanto pontuais e certeiras. Um apelo, um aviso e um alerta. O mais interessante de tudo, no entanto, é o título do conto, que faz um paralelo entre o que vivemos hoje, o que vivemos no passado e o que podemos viver no futuro, ao mesmo tempo em que traça essas mesmas questões dentro da realidade do mundo em que a personagem está. Impossível, também, não falarmos sobre a intensidade dos sentimentos, sobre o olhar magoado, aflito e cético que a personagem traz. Terminamos tudo com a sensação de ter prendido a respiração durante toda a leitura. Apesar de não ser tão claro o sentimento distópico, a história está, sim, dentro do tema. As falas da personagem caracterizam quase que de forma exata o que é uma distopia. Viver com medo, onde um governo abusivo e cruel está ditando o que devem fazer ou não, onde se é negligenciado até mesmo o básico para uma vida humana. Viver em um território controlado por gangues também não deve ser nada fácil. A característica primordial do tema do desafio é o tratamento desumano para com a população, onde o surreal pode ser visto como normal. Sendo a primeira participante, seu acerto para com o tema proposto foi impressionante. A leitura enervante nos deixa roendo as unhas a cada parágrafo, tão mais quando a personagem principal coloca em pauta toda a agonia que a consome diante de sua realidade familiar e social; sua posição no mundo caótico tomado por uma doença impiedosa. Ela não tem para onde fugir, a quem recorrer, e a cada nova descoberta sobre sua vida ficamos ainda mais boquiabertos. Seu desânimo com relação à vida torna-se compreensível à medida que se destrincham as informações sobre ela, e o mero pensamento de conviver com os cadáveres de entes queridos no quarto ao lado nos deixou com calafrios. E o que a protagonista poderia fazer com os corpos, afinal? Na melhor de suas esperanças, a carne serviria de alimento para os cachorros, os últimos e leais companheiros nos quais ainda há o sopro da vida. Em seu trabalho como autora, você conseguiu pontuar bem os sentimentos da personagem, tanto quanto situar o leitor no cenário ao qual ela foi inserida. Um Brasil desprovido de esperanças, devastado pela doença e pela guerra. O leitor é infectado pelo desespero conforme o texto avança e ele nos obriga a refletir sobre as condições atuais do país. Afinal, será que estamos muito distantes da realidade de Saudades? Será que um dia teremos a infeliz realidade da protagonista e de sua família? Com relação à gramática e a ortografia, você, como sempre e mais uma vez, fez um ótimo trabalho. E devo pontuar que o uso das repetições foi uma ideia muito boa e executada de maneira perfeita: o texto não ficou pesado, em vez disso criou uma atmosfera e nos preparou para as coisas que se seguem. O fato de ter usado uma linguagem coloquial na história, como se realmente estivéssemos apenas ouvindo o pensamento e vendo as imagens mentais criadas pela personagem, fez com que nos sentíssemos mais próximos dela, como se a realidade que ela vivencia verdadeiramente estivesse a um passo de distância da nossa. E, claro, ela é cheia de razão em vários momentos, afinal de contas “A gente, que é pobre, sempre se fode”. Parabéns, Alexis, pelo trabalho feito no desenvolvimento da sua história e por através dela nos fazer abrir os olhos para o que vem acontecendo debaixo dos nossos narizes; esse projeto de bomba atômica é de deixar os cabelos em pé, e mal se vê sobre nas notícias! Saudades foi um conto tocante, que nos propõe pensar e sentir, e compôs magistralmente as histórias do desafio #DistopiaBR. Obrigada pela sua participação, foi muito bom poder contar com você neste desafio e esperamos poder vê-la em outros. Os resultados serão divulgados em breve nas nossas mídias sociais. Fique de olho e boa sorte!
March 06, 2021, 21:44
Kehillah Sanchez Kehillah Sanchez
Quando mencionou velar os mortos, logo lembrei da minha avó que faleceu no início do mês de março em 2020, época em que se falava da covid-19 como algo que ninguém imaginava que viria tornar-se numa pandemia. Por isso, lembro como hoje que ainda tive tempo de velar o corpo da minha falecida avó, porém é lamentável admitir que muitas pessoas morreram sozinha e sobretudo que seus entes queridos não puderem se despedir pela última vez. A história apesar da enredo triste, ele relata fielmente o cotidiano dos brasileiros que não possuem recursos financeiros para se manterem em casa a pedido das autoridades.
March 06, 2021, 02:23

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Sinto muito pela sua avó ;-; espero que vc encontre algum conforto nesse momento difícil que estamos passando. Fique bem ♡ Obrigada por ler ♡ March 06, 2021, 05:38
Gabriel Amaro Gabriel Amaro
Eu acho de verdade que seu texto é um dos melhores frutos desse desafio. Talvez seja o mais amargo, mas a necessidade dele consegue superar isso, pelo menos pra mim. Como alguém que perdeu familiares e conhecidos pro vírus, ler ou escrever sobre isso ainda é algo delicado pra mim, mas eu consegui me conectar com seu texto quando eu passei a enxergá-lo como um desabafo. Parabéns pelo conto e por conseguir tornar seu texto tão sensível, por mais que a gente torça pra que nada disso se torne real. Boa sorte no desafio!!
March 05, 2021, 20:54

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Sinto muito que vc tenha perdido pessoas queridas ;-; imagino o quão difícil deve ser, especialmente considerando o cenário de descaso que estamos enfrentando. Espero que você e seus entes queridos fiquem bem. Vamos torcer pra essa distopia não rolar, pra ciência vencer e iluminar a mente das pessoas um pouquinho. Obrigada por ler ♡ March 05, 2021, 21:38
A. G. Mars A. G. Mars
Kralho que texto denso! Quando vi tuas notas juro que pensei que era exagero, mas to arrepiada até os pelos que não tenho. Eu, particularmente, fujo de escrever sobre nossa realidade atual, sabe? Acho que é vivido demais na minha pele e, ao mesmo tempo, distante da minha realidade. Nem sei mais o que é e o que será daqui para conseguir colocar palavras em cima. Ler seu conto, porém, foi INACREDITAVEL! Você conseguiu traduzir bem os passos que podemos tomar. É assustador onde chegamos e para onde acabaremos indo se nada mudar. A sensação de impotência é maior a cada dia. Enfim, um conto foda pra caralho! Amei demais! Parabéns!
March 05, 2021, 12:47

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Acho que esse conto foi a coisa mais pesada que eu já escrevi na vida e espero nunca mais fazer nada parecido ;-; eu sempre coloco avisos, pq, vai que né... Fico feliz que tenha gostado ♡ March 05, 2021, 19:06
Arnaldo Zampieri Arnaldo Zampieri
Li teu texto nessa manhã e foi razão da minha motivação pra escrever. É tão bom quando lemos algo que surpreende pela qualidade. =)
March 02, 2021, 19:06

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    ♡♡♡♡♡♡ fico feliz que tenha te impulsionado à escrever March 05, 2021, 19:01
 Silva Silva
Alexis, a analogia com a realidade ficou tão crível, carregada de profundidade e na real, uma leitura que incomoda porque a distopia aqui é assustadoramente próxima da realidade. Parabéns pelo conto!
March 02, 2021, 00:02

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Obrigada ♡ eu tinha planejado uma história de distopia mais leve, mas no fim saiu isso ;-; culpa dos tempos que vivemos ;-; March 05, 2021, 18:59
Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
Olá, Alexis. Você fez um conto que escancara muitas verdades e que é desconfortavelmente próximo a nossa realidade em certas partes. Não sei o que dizer, seu conto não era o que eu esperava e me surpreendeu de uma forma muito boa. Tudo que você escreveu toca muito profundamente quem lê por ser tão real e possível. Você está de parabéns.
March 01, 2021, 21:48

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Eita, fico feliz em ter surpreendido de um jeito bom ^-^ e realmente, ficou muito próximo da nossa realidade porque ela está batendo na minha porta .-. Espero que dias melhores venham. Obrigada por ler ♡ March 01, 2021, 22:13
Jade Wu Jade Wu
Oi, Alexis. Mulher, como você faz isso? Tudo que você escreve tem tanta profundidade e significado. Uma autora como você não se vê todo dia. Você é brilhante e seu conto quase me fez chorar. Não é o primeiro conto seu que eu leio e espero que não seja o último. Espero que o que estiver abalando o seu psicológico melhore logo e que você mostre cada vez mais esse seu talento todo para a gente.
March 01, 2021, 21:39

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    aaaaaaaa :3 fiquei até sem graça ^-^ muito obrigada pelo encorajamento, ele significa muito pra mim ♡ obrigada por ler ♡ March 01, 2021, 22:11
Isís Marchetti Isís Marchetti
Pelo amor, Alexis! Agora venha aqui e me ajude a recolher os caquinhos do meu coração, por favor! Eu não tenho nem palavras para poder expressar o quanto esse conto mexeu comigo e eu gostaria que de alguma forma ele se tornass um aviso para aqueles que infelizmente ainda não dão o o mínimo para o que está acontecendo. Espero de coração que não cheguemos a isso. Abraços.
February 28, 2021, 03:14

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Eita, Isis .-. Espero que ele não esteja mais em caquinhos E espero que não cheguemos nisso também ;-; Obrigada por ler ♡ March 01, 2021, 22:09
Alex Lorenzo Alex Lorenzo
Vivemos um momento de aflição e seu texto transmitiu essa emoção, esse conflito que faz a gente repensar para onde nós (não apenas brasileiros) estamos indo. Parabéns pelo texto.
February 15, 2021, 20:32

Perfil Inativo Perfil Inativo
Deixo aqui registrado que chorei durante a leitura. A trilha sonora em consonância com cada palavra me fez lembrar de muitos que infelizmente perderam a vida para essa terrível doença e me deixa triste, pois realmente existem pessoas que não dão a mínima para isso. Parabéns pelo trabalho. E boa sorte! ❤
February 12, 2021, 16:18

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Eu tô surpresa que vc e outras pessoas tenham chorado lendo (apesar de eu ter escrito chorando) porque achava que o texto não expressaria o meu medo corretamente, mas tô feliz que eu me equivoquei ^^ obrigada por ler e comentar ♡ eu sinceramente espero que as coisas melhorem por aqui, por todo dia é o mesmo medo dessa distopia rolar ;-; forças para todos nós February 12, 2021, 16:22
Tomas Rohga Tomas Rohga
Eu entendo perfeitamente a angústia que sente. O Brasil de hoje me sufoca. Sinto um misto de nojo, raiva, tristeza, e nem sei mais o quê. Sobre o texto: forte, pesado, mas muito bom.
February 11, 2021, 19:10

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    estamos todos tão sufocados com a situação do nosso país que é difícil escrever sobre o Brasil do futuro de forma esperançosa ;-; obrigado por ler <3 February 12, 2021, 04:22
Henrique Carvalho Henrique Carvalho
Uau! Texto forte, e carregado de emoção! A gente sente a angústia tomar conta enquanto lê! Parabéns por entregar a alma a esse texto!
February 08, 2021, 23:51

CC C Clark Carbonera
Uau, seu conto é tenso e muito psicológico! Difícil mesmo não se envolver no processo de escrita de algo assim (eu ainda estou escrevendo o meu pro desafio e não está sendo fácil), o tema é ferrado mesmo... Parabéns pelo conto e pela abordagem :) Vi que você é de Manaus: minhas orações pra todos por aí, pra você, seus familiares e amigos <3
February 07, 2021, 13:02

Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Oiê! Meu pai, mulher, você quer arrancar meu coração e comer? Eu te dou! Alexis, eu tô me sentindo destruída com este conto. Eu adorei a linguagem que você escolheu usar nele: tornou a história tão mais nítida e próxima, que foi difícil não me imaginar na pele da personagem. E, caramba, a carga emocional empregada em cada frase, as súplicas, o desabafo e tudo o que a personagem trouxe pra gente de lá do fundo do coração dela tornou tudo tão intenso, que honestamente podia me enxergar deitada ao lado dela enquanto observava o teto e imaginava as possibilidades do futuro próximo junto a ela. Muito obrigada por esse texto maravilhoso. Espero que você esteja bem ♥️.
February 05, 2021, 19:13

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Eita, mana 😂😂😂😂 por favor, mantenha seu corazón no lugar 😂 fico feliz que apesar do peso dele vc tenha gostado ♡ obrigadão por ler e comentar 😍 February 05, 2021, 20:17
𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 . 𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 .
Oi, Alexis! Boa tarde. ♡ Antes de mais nada, já agradeço pela tua participação e dedicação para o desafio DistopiaBR! Ficamos muito contentes quando vimos sua história postada; arrisco dizer, sem nem 24h desde a postagem do edital. E a senhorita mais uma vez inaugurando um desafio, hum? Eita que eita, queria ter a habilidade de produzir tão rápido com você, admito. O seu texto transmite um sentimento infeccioso de agonia, intensificado com o apelo da personagem pela morte. No decorrer da leitura, por mais que tenha sido breve, senti a garganta fechando por mais de uma vez. O tema escolhido é muito atual, temos a impressão de que pode acontecer com um mísero piscar de olhos. Meus parabéns pela construção da sua narrativa! Nos vemos novamente em breve.
February 05, 2021, 15:55

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    Juro que esse texto saiu do nada 😂 eu tava planejando outra coisa 😂 obrigadão por ler e comentar 😍 February 05, 2021, 20:15
Marianna Ramalho Marianna Ramalho
Que texto forte. Impressionante. Eu geralmente não me afeto muito pelas histórias, mas assim que entendi a situação da personagem a ficha caiu com tudo, ainda mais pelo contexto ser tão plausível.
February 05, 2021, 05:28

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    aaah ;-; espero não ter te afetado muito ;-; foi difícil escrever isso, mas eu precisava botar isso pra fora ;-; obrigada por comentar <3 February 05, 2021, 05:41
A Louca dos Cavalos A Louca dos Cavalos
SOCORROOOOOOOOOOO Menina do céu, se você tivesse escrito isso no papel eu diria que você espremeu o coração e escreveu as palavras com o sangue. Macabro!! Tenso! Deixou meu coração apertado, um pouquinho mais que eu tivesse na bad ia passar a madrugs chorando. O duro é ver o grau de desespero, por que esse medo é real, tanto seu quanto da personagem quanto de todo mundo ao nosso redor. Nada poderia causar mais agonia do que uma possível realidade horrenda a qual pode ser vivenciada por negligência. Isso não deveria ficar só aqui, esse conto deve ter reconhecimento por que é uma dor real e é um sentimento cortante descrito por uma forte onda de horror imposta. Mds, eu vou chorar nesse comentário o que eu não chorei lendo o conto. PQP! Eu não sei encerrar as coisas que me deixa arrepiada. Mano, não esperava me deparar com algo tão entranhado, contos gente, contos é alma da gente descarada em forma de escrita, por isso amo eles. MMMM DDDDD SSSSSS !!!!!!!!!!!!
February 05, 2021, 05:07

  • Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
    ai, mana, foi difícil escrever esse conto curtinho ;-; o desespero/medo são reais pra mim e só a vaga ideia de perder meu marido e meu sogro é suficiente pra me deixar chorando de soluçar ;-; não se esqueça de votar contra o projeto da bomba atômica e espalhar isso, os brs precisam saber que isso tá por ai e impedir que saia do papel ;-; obrigadão por ler <3 February 05, 2021, 05:12
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