stefen-moonwalker1536698162 Stefen Moonwalker

Nem toda princesa tem sapatinhos de cristal e vive um conto de fadas onde espera seu lindo príncipe chegar em um belo cavalo branco. Apesar de milhares de garotas sonharem em ter um dia de princesa e casar com um príncipe encantado, Laura renega o título e luta todos os dias por sua liberdade. Nascida em berço de ouro e rodeada por luxos, Laura nunca se sentiu feliz com sua vida e busca incansavelmente, sua liberdade. Por ser uma princesa, filha do rei de Londres, é pressionada a viver como seus pais exigem. O rei Hanan não aceita o estilo de vida que a filha quer levar, roupas longas, cabelo solto e estilo de garota urbana. Todas características que contestam a tradição da família real. Em meio a conflitos familiares, Laura se apaixona por um pebleu que revelará a ela o que é o amor e ao mesmo tempo, mostrar o outro lado, o ódio. E tentando mudar essa situação onde um rei comanda e o resto obedece, Laura trará a tona, problemas e mistérios de sua família. Um conto de fadas nada convencional, onde o amor é a única nobreza. O romance que fará você se arrepender em lembrar que já desejou ser uma princesa. Suas roupas longas, seu estilo de garota urbana, contesta a família real, e pra piorar, se apaixona por um plebeu que a fará descobrir o que é o amor e ao mesmo tempo, ensinará a odiar. E tentando mudar essa situação onde um rei comanda e o resto obedece, Laura trará a tona, problemas e mistérios de sua família. Um conto de fadas moderno onde o amor é a única nobreza, o romance que fará você se arrepender em lembrar que já desejou ser uma princesa.


Romance Young Adult Romance All public.

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Crise familiar

Viver em uma comunidade traz algumas vantagens, por exemplo, quando está sendo perseguido por cachorros ou por alguém, entra em becos e desaparece. Quem dera se meu problema fosse cachorros, sofro com uma perseguição constante.

Apesar de não ter cometido nenhum erro e nem dever dinheiro a ninguém, a máfia vive em minha cola.

E mais uma vez, correndo por vielas e becos, consigo fugir dos brutamontes que só de olhar dá medo.

Chegando em minha casa, encontro uma mulher bêbada e drogada deitada no sofá. Essa mulher, infelizmente, é minha mãe.

Ela sempre me agrediu e deixou minha avó cuidar de mim desde pequeno, sem ao menos se preocupar com a situação financeira de sua própria mãe.

Poderia ter jogado ela na rua? Sim, teria autoridade pra isso porque no testamento que minha avó fez, a casa dela ficou a meu poder. Porém, sempre fui um cara de coração mole e deixei que ficasse.

Eu teria que ser bem cínico para julgar minha própria mãe, sendo que uma máfia está me perseguindo, mas como havia dito, não fiz nada, eles me perseguem porque descobriram que sou filho da mulher que está devendo a eles. Por causa dos vícios, ela acabou devendo e agora não tem dinheiro para pagar, e como sempre a corda quebra para o lado mais fraco, sobrou pra mim também.

Já estou resolvendo e se tudo der certo, vou arrumar um emprego e sair de São Paulo. Não aguento mais ser perseguido por erros que não cometi. Além de tudo que enfrento, tenho que ter paciência para não fazer uma besteira, pois só recebo ofensas dessa mulher. A cada dia é uma nova briga, um escândalo para divertir os vizinhos.

– Por que você não arruma um emprego?Pelo menos pagaria suas dívidas!

– Eu faço o que quiser, não estou comendo sua comida, e não te devo satisfações!

Ela sempre falava isso, o tom de voz era tão alto que parecia usar um microfone. Além de tudo, era irónica, tinha a coragem de dizer que não estava dependendo de mim, só porque recebia a pensão do falecido marido, que não era meu pai.

Naquele dia, sai para procurar emprego. É muito ruim ficar desempregado, pois me sinto insuficiente e não consigo fazer nada além de reclamar o dia inteiro.

Depois de 2 dias, recebi uma ligação que mudaria minha vida. Tinha uma entrevista marcada para o dia seguinte. Desligando o celular, me apressei e arrumei todos meus documentos e tratei de escolher a melhor roupa que tinha para causar uma boa impressão.

Tentei dormir para não ficar com cara de sono no outro dia, mas o máximo que consegui foi 4 horas, e como não gosto de ficar na cama sem ser dormindo, levantei e fiz um lanche.

Já estava de madrugada e quando olhei na direção da porta, vi minha mãe cambaleando na sala. Até então tudo parecia estar normal, mas ao tomar o suco, ouvi um barulho bem forte e então, corri.

O barulho foi causado pela queda de minha mãe que bêbeda, ficou no chão, roncando. A sorte é que algumas almofadas estavam no chão, e também o tapete era meio que fofo, parecendo um pequeno colchão. Era terrível presenciar aquela cena todos os dias, isso afetava toda a minha vida pessoal e profissional.

Tinha poucos amigos. O único se chamava Matheus, ele tinha estudado comigo uns 3 anos, ou seja, o ensino médio inteiro. Matheus é um garoto bem inteligente, atualmente está cursando faculdade de biomedicina. Ele sempre me incentiva a fazer uma faculdade também, mas minha situação está cada vez mais complicada, e não tenho tempo pra isso.

Por causa de brigas e escândalos provocados pela minha querida mãe na presença de amigos e algumas namoradas, ou digamos "peguetes", fiquei sem ninguém ao meu lado.

Dentre tantas pessoas que perdi, uma me deixava triste, o nome dela é Kelly. Eu era muito apaixonado por ela, na realidade ainda sou. Muitas noites já chorei sentindo sua falta.

A dor da solidão é terrível, você fica entre quatro paredes procurando por algo que parece nunca mais vir. O choro é a forma de se expressar no momento, mas o alívio buscado incansavelmente nunca chegará. Sinto muita culpa por ter deixado tudo isso acontecer, devia ter sido mais autoritário e evitar que tudo isso acontecesse.

Kelly tem 17 anos e é muito linda, pelo que sei ela não está namorando ainda, mas, com certeza, já beijou alguns garotos no período em que nos distanciamos.

Vou ser sincero, não tenho um pingo de orgulho, procurei ela diversas vezes, pedi pra que pudéssemos prosseguir com nossa relação que estava começando, mas ela foi franca dizendo que não era obrigada a aguentar ofensas de bêbados. Realmente fiquei chateado por ouvir isso, pois minha mãe estava conseguindo estragar não só a vida dela, mas a minha também.

No dia seguinte, estava pronto para fazer a entrevista, quando já estava saindo, minha mãe me interrompeu.

– Está saindo com alguma peguete?

– Não. Eu vou procurar emprego.

– Hum.

Fechei a porta com muita força, revoltado por ela ainda estar bêbada, mas tinha que me concentrar. O dia era longo e exigia muito de mim.

Chegando 10 minutos adiantado, deu tempo de tomar uma água, queria café, mas fiquei com medo de ficar com bafo, então nem arrisquei.

Com a autorização de uma bela mulher que era responsável pela recepção, entrei na sala encorajado e confiante. Havia recebido muitos não, mas dessa vez acreditei que o final seria diferente. E foi. Fui contratado por uma grande empresa e logo comecei a trabalhar, estava muito feliz. Enfim, depois de muito tempo, tinha encontrado algum refúgio para sair de casa e ficar longe de minha mãe.

Fazia horas extras e estudava no tempo que sobrava. Estava pensando em até fazer uma faculdade.

Em uma bela noite, estava comendo pizza com Matheus em uma pizzaria, e colocando o papo em dia, como sempre.

– Então quer dizer que o galã aí está querendo fazer uma faculdade?

– Sim, senhor. - sorri, olhando para ele.

– Que bom. Estou orgulhoso. Meus parabéns Peter, você merece até o último pedaço da pizza.

Dando umas boas risadas, curtimos a noite assistindo futebol no bar. Tudo estava em paz até parar um carro de polícia na frente do bar onde estávamos. Com certeza havia sido chamado pelo dono do estabelecimento que não aguentava mais as ofensas dos clientes que não eram tão educados como ele merecia.

– Iiii, mais uma encrenca. Será que é melhor sairmos, Peter?

– Não. Relaxa, Matias.

Matheus era um ser muito preocupado, a todo momento ficava olhando para dentro. Onde acontecia uma confusão, ele já ficava com medo de morrer.

Por causa dos gritos que estavam bem altos, fomos olhar o que estava acontecendo, mas logo voltei para meu lugar, pois o show veio até a mim.

Um bêbado lutava contra dois policiais para tentar entrar do bar, apesar de já ter bebido todas, queria um pouco mais. Os policiais perderam a paciência e derrubaram o homem no chão. Tentavam imobilizá-lo para pôr as algemas, mas não conseguiam, então tiveram que ser mais brutos. Chutaram o homem na cabeça e na barriga, até que conseguiram prendê-lo, já desacordado.

As pessoas que viam essa cena, gritavam incentivando a polícia a bater mais. O sangue que sujou parte da calçada parecia não ser suficiente para agradar eles. Fiquei revoltado e não suportando mais, me levantei para discutir com o homem que estava animado.

– Como pode ser tão mal em se divertir com essa maldade?

O homem que até então estava sentado olhando para a viatura, se levantou com uma garrafa na mão.

– Por quê? Por acaso está incomodado?

Quando Matheus percebeu que eu responderia ao homem, se levantou e me puxou pelo braço.

– Vamos embora Peter, já deu por hoje.

Após pagar a conta, saímos do local. Minha vontade era virar o soco nele, mas me contive.

– Você enlouqueceu em procurar briga no bar?

– Me desculpe, acabei perdendo a paciência.

– Não perda mais. Sabe que não temos força nenhuma contra criminosos.

– Sim. Infelizmente, eu sei disso. Fiquei muito revoltado com aquela cena, principalmente com os comentários que as pessoas faziam. Sabia que esses comentários também eram feitos em relação a minha mãe, mesmo que ela não ligasse, minha reputação estava no lixo.

A violência vinha de todos os lados, não havia diferença entre a brutalidade que os criminosos e a polícia cometiam, pois eram contra inocentes. Quase sempre era assim.

Repórteres viviam na comunidade fazendo reportagens sobre assassinatos e até chacinas. Por causa do aumento do crime, tive que parar com meus passeios, para evitar com que as perseguições voltassem.

Minha mãe havia conseguido alguns "seguranças" pagos com bebida, para protegê-la. Parecia que tinha adiantado, porque não tinha mais sido perseguida.

O que me deixava mal era não ter privacidade, tinha que sempre fechar meu quarto com chave para minha mãe não invadir, pois ela tinha a mania de procurar dinheiro. Infelizmente, um dia deixei a porta aberta e ela acabou entrando. Ao chegar, minhas gavetas estavam todas reviradas e por minha sorte, já tinha gastado meu dinheiro e o resto estava no banco, mas ela sempre arrumava um jeito para me extorquir. Um dia chegou correndo e me pediu 30 reais emprestado, é lógico que ela não pagaria. Eu não daria, mas acabou apelando e se ajoelhou aos meus pés, dizendo que era pra pagar sua dívida, pois estava ameaçada de morte.

Na realidade, ela não estava mentindo quando disse que estava ameaçada, mas ela não pagou, apenas comprou mais drogas e cachaça. Tentava dialogar para assim convencê-la a se tratar, mas não adiantava. Era triste ver ela se acabar aos poucos. Apesar de não termos uma relação saudável, ficava pensando como minha avó estaria decepcionada ao ver tudo isso.

Com o passar do tempo percebi que estava dando muito dinheiro a ela, foi aí que resolvi parar e tomar uma atitude.

– Daqui uma semana mudarei de casa. Você pode ficar com a casa, só vou tirar minhas roupas e meu notebook.

– Já vai tarde.

Era a única coisa que ela falava.

No dia da mudança, não levei muita coisa, só duas malas e uma mochila. Quando já estava fora da casa, olhei para o quintal onde trazia lembranças de uma infância feliz. Lembrei dos dias em que brincava de futebol com meu irmão. A sorte é que ele tinha encontrado uma mulher legal e se casou com ela. Era um alívio ver meu irmão feliz, sem precisar se preocupar com nada.

E depois de tanto tempo, consegui ter coragem de sair de casa, deixando todo o sofrimento para trás. Não estava morando muito longe, mas o suficiente para não ser encontrado por minha mãe.

Com a violência diminuindo aos poucos na minha comunidade, voltei a sair com meu amigo Matheus. Fomos em uma lanchonete de fast-food onde estávamos comendo X-burguer, até que uma garota parou em nossa frente, nos abordando.

– Posso acompanhá-los?

Eu olhei para Matheus, e ele olhou para mim, na dúvida, disse que veio em minha mente.

– Pode.

A garota era muito linda, cabelos longos e loiros, olhos verdes, não sei se era lente, mas me deixou impressionado. Matheus não conseguia tirar os olhos dela, estava bobo, na verdade ele sempre foi bobo, principalmente quando via uma mulher bonita.

– Vocês são de onde?

– Sou de São Paulo mesmo, moro na comunidade de Pássaros.

– Ah, eu conheço lá.

– Já foi lá?

– Não. Já ouvi falar na televisão.

– Ah sim. É um lugar bem violento, notícias boas não fizeram você conhecer o local, né? - disse, cruzando as pernas.

Ela apenas sorriu, e percebendo que Matheus a olhava, puxou assunto com ele, enquanto eu devorava meu lanche.

– E você, é de onde?

– Também moro na comunidade, mas tenho carro, comprei no ano passado.

– Ah nossa. E o que um homem bonito como você está fazendo sozinho aqui?

Olhei para a mulher, insatisfeito. Ela achava que eu não era nada, ou invisível?

– Digo o mesmo pra você. Uma garota linda como você, sozinha aqui?

Eu disfarçadamente sorri. Não querendo ficar ouvindo as bobagens de Matheus, sai para pegar uma garrafa de guaraná. Quando voltei, encontrei os dois se beijando. Fiquei surpreendido, pensava que Matheus mentia quando dizia ser o "pegador", mas não querendo incomodar o novo casal, fui ao banheiro.

– Eu vou no banheiro, já volto. - disse a mulher.

– Está bem, mas volta logo hein, quero repetir o beijo.

Prestes a abrir a porta, a mulher me surpreendeu no corredor, segurando minha cintura.

– Que isso, garota?!

Ela apenas me beijou. Tentei sair, mas insistia no beijo e tentava tirar minha camisa. Nervoso, a empurrei.

– Primeiro você beija meu amigo, agora você vem aqui e me beija também. Não tem vergonha?

Não recebi nada além de um sorriso, a garota saiu e eu fui atrás para ver o que ela aprontaria, mas não fez nada, passou por Matheus e foi embora. O idiota ainda levantou e ficou chamando por ela, até que sentei e exigi que sentasse também.

– Ué, o que deu nela?

– Simples, ela me seguiu até o banheiro e me beijou.

– O quê?! Talarico!!

Matheus se levantou demonstrando estar nervoso, eu fiz apenas um sinal com a mão para ele se conter.

– Achei muito estranho essa garota.

– Estranho? Quem achou fui eu, mais uma vez iludido.

– Para de bobeira, Matheus. Estou achando essa garota muito suspeita. Acho que não veio até nós a toa.

– Como assim? Você está criando ideia, vamos embora que é melhor.

Como sempre, Matheus não suspeitava de nada, ainda achava que eu estava errado. Parecia que agora toda vez que eu tentava sair, algo acontecia.

Quando estava voltando para casa, já sem a companhia de Matheus, fui passando na frente de um beco que era mais escuro do que as trevas. Um murmúrio me fez retornar ao local e ver o que estava acontecendo. Não conseguindo ver nada, fui mais ousado e se aproximei. Percebendo que tinha uma lixeira em minha frente, usei ela como esconderijo. O farol de um carro quase me descobriu, a sorte é que fui mais rápido.

Pelo que ouvia, parecia uma discussão entre uma mulher e um homem, até então pensei que era briga boba de casal, já ia até embora, mas quando ouvi um barulho forte como se fosse um soco, atrevi a olhar e não acreditei no que vi.

Minha mãe estava no chão, sendo espancada por 3 criminosos que sem piedade sorriam com a dor dela.

Oct. 5, 2020, 12:45 a.m. 0 Report Embed Follow story
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