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embaixadabr Inkspired Brasil Os autores estão indecisos, escondidos, com medo: a Gramática os ameaça de todas as formas. É neste cenário caótico que um esquadrão se formou: soldados competentes em busca de justiça, recrutando mercenários para lutarem ao seu lado e, juntos, combaterem o Obscurantismo. Assim, o Esquadrão da Revisão ergue-se contra a tirania da Gramatica para submetê-la aos autores. Entender como funciona a gramática normativa é a base de qualquer escritor. Passar a ideia da cabeça para o papel de forma harmônica é a maior dificuldade de muitos literatos. Nós queremos, neste blog, mostrar a vocês que a gramática não é uma tirana; ela não passa de uma ferramenta que serve para ajudá-los. Juntem-se ao nosso esquadrão para desvendar os mistérios da Gramática e de suas normas.

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Mais sobre pronomes: de tratamento, possessivos e demonstrativos

Mais sobre pronomes: de tratamento, possessivos e demonstrativos


Texto por XixisssUchiha


Olá! Tudo bem?


Pronto para continuar nosso papo sobre os pronomes?


Primeiramente, vamos finalizar o assunto que diz respeito aos pronomes pessoais. Lembra-se deles, certo? No último texto nós falamos sobre os pronomes pessoais do caso reto e os pronomes pessoais oblíquos. Desta vez, falaremos sobre os pronomes pessoais de tratamento. Como o próprio nome já diz, eles são os pronomes que indicam que tipo de tratamento o falante dirige a quem está se referindo. Em outras palavras, os pronomes de tratamento indicam o grau de formalidade que há entre os atores do discurso.


Lembram do pronome você? Como a língua está sempre em mudança, hoje ele é muito utilizado como pronome pessoal e conjugado na terceira pessoa. Por conta disso alguns gramáticos já o consideram um pronome pessoal do caso reto. Porém, originalmente, ele era apenas um pronome de tratamento, indicando informalidade/intimidade entre os falantes.


Os demais pronomes de tratamento expressam mais formalidade na relação. Os mais utilizados no dia a dia são: senhor, senhora e senhorita.


Senhor se refere a pessoas do gênero masculino, quando se quer demonstrar uma posição de respeito. Um exemplo de uso desse pronome é quando o falante é bem mais jovem do que o homem a quem está se dirigindo. Senhora e senhorita seguem a mesma lógica, mas a diferença entre eles é que o primeiro se refere a mulheres casadas e o segundo a mulheres civilmente solteiras. É claro que esse não é um tipo de informação que se tenha de imediato em toda e qualquer situação, então muitas vezes o critério para qual deles utilizar se baseia novamente na idade presumida da pessoa com quem se fala.


Há também os pronomes de tratamento utilizados em relação a pessoas que ocupam posições de prestígio social ou de grande autoridade, acionados em contextos de formalidade como Vossa Senhoria e Vossa Excelência. Por fim, alguns pronomes de tratamento indicam um cargo específico ocupado pela pessoa. Por exemplo: Vossa Santidade refere-se ao Papa, sumo-sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana; Vossa Alteza é o pronome utilizado para se referir a príncipes e princesas, enquanto o adequado para reis e rainhas é Vossa Majestade.


Duas coisas que é preciso ter em mente quanto a esses pronomes: quando falamos diretamente com a pessoa em questão, utiliza-se Vossa, mas quando falando sobre a pessoa com uma terceira utiliza-se Sua. Quer um exemplo?


“A rainha se olhou mais uma vez no espelho antes de se virar para sua dama de companhia.

— Como estou?

Vossa Majestade está belíssima — a aia respondeu.

— Ótimo. Por favor, pode avisar que já estou pronta.

A dama de companhia então deixou os aposentos e foi diretamente até o conselheiro real.

— Com licença. Sua Majestade Rainha Eva comunica que já está pronta para a cerimônia.”

Exemplo hipotético.


A segunda coisa a se observar diz respeito à concordância. Em geral, os pronomes de tratamento são substantivos e colocados no lugar da segunda pessoa do discurso, mas sua concordância sempre é feita em terceira pessoa. Ou seja, não fazemos a concordância com a pessoa “tu” e sim com a pessoa “ele(a)”.


Com licença, senhorita. Essa bolsa é sua? (e não “...essa bolsa é tua?”).


Existem vários outros pronomes de tratamento, mas corriqueiramente esses pronomes mais formais não são muito utilizados. Porém, a depender do contexto de uma história a ser contada, o uso de alguns pronomes de tratamento específicos pode ser interessante, então sempre vale se atentar para não cometer alguma gafe.


Pronomes pessoais finalizados! Agora vamos falar sobre os pronomes possessivos. Não é nada difícil deduzir a que eles se referem, não é? Em linhas gerais, os pronomes possessivos indicam que determinada coisa pertence a uma das pessoas do discurso. A forma assumida por eles depende da pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) a que se referem.


São eles: meu(s), minha(s), quando a pessoa é 1ª do singular; teu(s), tua(s), na 2ª pessoa do singular; seu(s), sua(s), na 3ª pessoa do singular; nosso(s), nossa(s), 1ª pessoa do plural; vosso(s), vossa(s), 2ª pessoa do plural; e seu(s), sua(s) na 3ª pessoa do plural.


Mas atenção! No que diz respeito à concordância de gênero e número, os pronomes possessivos acompanham aquilo a que se referem, ou seja, a coisa possuída. Veja os exemplos:


Aqueles sapatos são iguais aos meus.

Aquela blusa é igual à minha.


Percebe que o contexto e a pessoa (1ª) são os mesmo em ambas as frases, porém o pronome possessivo sofreu variação? Porque no primeiro exemplo ele precisou concordar com o substantivo sapatos, assumindo portanto gênero masculino e número plural, enquanto no segundo se adequou ao substantivo blusa, feminino e singular.

Os pronomes possessivos também são utilizados em outros momentos, quando queremos incluir a pessoa em determinada comunidade, indicar uma relação de hierarquia etc. Por exemplo:


A Bia está em casa hoje. Teve um problema no encanamento da escola dela.


Observando essa frase sabemos que a escola não pertence à Bia, e sim que ela a frequenta. Ainda assim, fazemos o uso do pronome possessivo.


Opa, mas espera um segundo. “Dela” não estava naquela lista de pronomes possessivos ali em cima. Então, na verdade, esse tipo de pronome possessivo é uma contração de uma preposição (de) com um pronome pessoal (ele/ela(s)). Dele/dela(s) costuma ser utilizado nessa função porque o pronome possessivo de 3ª pessoa, seu/sua(s) pode gerar ambiguidade. Com exemplo tudo fica mais fácil, não é? Então veja só:


Bruna garantiu para Thiago que o trabalho estava sob sua responsabilidade.

x

Bruna garantiu para Thiago que o trabalho estava sob responsabilidade dele.


Na primeira frase não é possível identificar se o trabalho em questão estava sob a responsabilidade de Bruna ou de Thiago. O uso de dele como pronome possessivo resolve essa questão na segunda construção. Tranquilo, não é?


Ainda tem fôlego? Vamos falar de mais um tipo de pronome então, os pronomes demonstrativos. Se você precisa de uma pausa, a hora é agora. Pode beber um gole de água, relaxar os músculos e então voltar aqui, porque esses são bem importantes.


Os pronomes demonstrativos situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e em relação às pessoas do discurso. Existem algumas regras na utilização deles, então vamos apresentá-los a você junto com elas.


Tempo presente, objeto próximo de quem fala, o que será mencionado a seguir.

Para esses tipos de situação são utilizados os pronomes: este(s) esta(s), isto.

Ex.: Meu sonho é este: me tornar uma grande escritora.


Passado recente, objeto próximo de quem ouve, o que já foi mencionado anteriormente.

Nesses casos são utilizados os pronomes: esse(s), essa(s), isso.

Ex.: Me tornar uma grande escritora. Era esse meu sonho.


Passado ou futuro distante, objeto distante tanto da pessoa que fala quanto da pessoa que ouve, o que foi mencionado anteriormente, com certa distância no discurso.

Para tais situações usa-se: aquele(s), aquela(s), aquilo.

Ex.: Quando era jovem, me esforçava para ser uma grande escritora. Aquele era meu sonho.


Não é tão complicado, certo? Mas é sempre bom ficar atento. Lembre-se de que, se você já mencionou algo e vai retomar em seguida, o pronome a ser utilizado é o que tem “dois s” (esse e seus derivados). Se você se refere a algo que ainda vai citar, deve-se utilizar o pronome com “t” (este etc.). É importante notar também que o pronome esse e seus derivados costumam ser os mais utilizados, já que na escrita em português é comum que a narrativa seja construída no pretérito.


Mas espere um instante. Parece tão pouco, não é mesmo? Bom, na verdade temos mais. Esses pronomes citados, a depender do contexto da frase, podem se ligar a algumas preposições, assumindo assim novas formas. São elas:


“A” - quando ligados à essa preposição os pronomes assumem as formas: àquele(s), àquela(s), àquilo.


“De” - quando ligados à essa preposição temos: deste(s), desta(s), disto; desse(s), dessa(s), disso; daquele(s), daquela(s), daquilo(s).


“Em” - no caso dessa ligação os pronomes são: neste(s), nesta(s), nisto; nesse(s), nessa(s), nisso; naquele(s), naquela(s), naquilo.


Além disso, algumas outras palavras podem assumir a função de pronome demonstrativo, por exemplo:


O(s), a(s) - acompanham os pronomes relativos que e qual. Podem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.

Ex.: Você anotou o que o professor disse? (Ou “Você anotou aquilo que o professor disse?)


Mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s) - utilizados para reforçar pronomes pessoais já citados.

Ex.: Ele mesmo percebeu que tinha feito uma bobagem.


Atenção! Muita atenção! É muito comum que mesmo e suas variações sejam utilizados na função de pronome pessoal, mas isso não é recomendado. Provavelmente você já leu ou até escreveu algo como:


André estava atrasado. O mesmo saiu de casa às pressas.


Não parece haver nada de errado, não é? Porém, quando utilizadas na função de pronome, a palavra mesmo e suas variações devem obrigatoriamente ter função demonstrativa, acompanhando/reforçando um pronome pessoal, não assumindo função de um. Isso costuma ocorrer muito na busca por evitar repetições, mas, na prática, mesmo não pratica ação. O adequado nesse caso seria utilizar o pronome pessoal correspondente ao sujeito. Ou seja, se você puder, substitua por ele/ela(s).


André estava atrasado. Ele saiu de casa às pressas.


É muito importante saber utilizar bem os pronomes demonstrativos, pois confundi-los pode alterar o sentido da frase. Seu uso não é muito complicado, mas requer atenção. Mas não se desespere se não conseguir decorar as regras logo de cara. Você sempre pode voltar aqui e “colar” ;).


Ufa, tivemos bastante informação hoje, não é?! Então vamos parar por aqui. Temos ainda mais alguns pronomes para conhecer melhor, mas faremos isso na próxima oportunidade.


Até lá!


Revisão por Camy


Referências

PRONOMES possessivos. Norma culta, Rede 7Graus, Matosinhos, entre 2007 e 2018. Disponível em: <https://www.normaculta.com.br/pronomes-possessivos/>. Acesso em: 21 jul. 2018.

PRONOMES demonstrativos. Norma culta, Rede 7Graus, Matosinhos, entre 2007 e 2018. Disponível em: <https://www.normaculta.com.br/pronomes-demonstrativos/>. Acesso em: 22 jul. 2018.

MARCONDES, Solange, L. Mesmo: você sabe utilizar o pronome? UOL Educação, São Paulo, 2007. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/mesmo-voce-sabe-utilizar-o-pronome.htm>. Acesso em: 22 jul. 2018.

Aug. 3, 2018, 4:20 a.m. 1 Report Embed 3

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É sempre bom e importante aprender mais sobre os pronomes. Hoje percebi estar usando a palavra "mesmo" na função de pronome pessoal. Agora, não cometerei mais esse erro.
July 11, 2021, 11:43
~