Pelas tuas curvas deveria existir fascínio e gratidão, contudo, somente podridão e morte... O que fizemos-te, rio querido?? Engolfado pela selva cinza que nada percebe do teu valor e te critica quando, cheio de tanta mal querência, expeles teu vômito amargo de volta aos que te poluiram! Que mundo! Onde o dinheiro tem mais valor que a vida. Viva rio! Um dia renascerás, quando a hipocrisia der lugar ao bom-senso. Um dia tornarás a ser refúgio e fonte que matarás a sede de água e a sede do belo.

aquele ou aquele que nunca leva um desaforo pra casa, algumas vezes, perde também a oportunidade de levar o perdão... uma oportunidade de ser diferente daquele que "desaforou", não por ser melhor, mas só por escolher não alimentar essa energia S2

não adianta! minhas "imperfeições" nunca vão caber nas suas "perfeições"... Mas elas podem completar as "imperfeições" de outro alguém e, talvez, se tivermos tolerância um com o outro, perceberemos o quanto aprendemos e mudamos na Roda do Tempo S2

Tempo ameno, nada melhor para uma telepata do que descansar a mente... Horas livres: momento certo para alguns sonhos tornarem-se realidade... Ele a acompanha até a mansão, estranhando seu silêncio e sentindo no ar que havia estado fora de algo muito bom... THE END?

difícil, árdua, seca... Logan fecha os olhos, extasiado. Quando os abre, seus lábios aproximam-se e, no ápice do beijo e do desejo, bem ao longe, Jean ouve uma voz grave, firme e preocupada: - Jeannie, cê tá bem? A ruiva abre os olhos e vê Logan na posição de antes, músculos retesados, corpo suado a mesma camisa. - Tô te chamando há algum tempo, ruiva... Tá tudo certo? Sonho. Será? Ela queria que não, mas todas as evidências levam ao óbvio...

O canadense aproxima-se, calmamente, estranhando -por que não?- a cena à sua frente; ajoelha-se perto da cabeça dela. Nada a dizer. Frases, sons, qualquer coisa poderia arruinar para sempre aquele momento. Toque. Ele a toca no rosto. Os olhos de Jean fecham-se e seus lábios beijam, descuidadamente, aquela forte mão. Toque. Ela põe a mão em seu ombro e desce pelo seu peito, a camisa desabotoada faz com que ele sinta a textura suave de sua mão; bem diferente do restante de sua vida:

Mesmo que isso signifique um caminho sem volta; mesmo que a tênue linha quebre-se para sempre. Isso não importa! Não agora. Nunca sua mente pareceu tão liberta! Jamais teve tão pouco com o que se preocupar. O calor do Sol em seu rosto, a leve brisa movendo seus cabelos. Essas eram as maravilhas do mundo, eram suas preocupações naquele instante. Nada de salvar o mundo, viajar para outros universos. Somente a vida, como ela deveria sempre ser.

A telepata contempla. Logan age. Eles sempre foram assim: opostos. Quantas vezes Jean não queria ter agido? Ter deixado seus sentimentos manifestarem-se? Ela espera. Ele para a alguns passos de distância, como que esperando a reação da ruiva para agir; como um predador esperaria sua presa. Ela deita-se no banco, esse é seu único movimento. Jean sabe o que ele quer e, do modo como as coisas vão com Scott, ela também quer.

A ruiva começa a deixar-se levar pelas sensações visuais e olfativas do lugar. SilêncioA ruiva começa a deixar-se levar pelas sensações visuais e olfativas do lugar. Silêncio... Ela vê o céu azul e, quando se dá conta, ele também está lá. Não muito longe, provavelmente pelo retesamento de seus músculos e o suor de sua pele. Correndo... Era isso que ele devia estar fazendo... Cada um aproveita o tempo ameno e as horas livres como quer...

Tempo ameno; nada a se fazer. Jean está numa daquelas pausas que antecedem o "fazer tudo de uma vez"; ela sabe disso, porém, resolve aproveitar esse tempo livre. Sai, dirige-se ao jardim da mansão, senta-se, meio que distante de tudo, num banco bem próximo à vasta vegetação. Nenhum pensamento pior perto, somente os pássaros e insetos entre a explosão de flores e cheiros da primavera. Autocontrole. Como Jean gostaria de esquecer-se dele, às vezes...

Amigo tenho saudades do teu jeito de ser. Amigo, tenho sofrido, muito, por não te ver. Amigo, sinto falta do seu sorriso que me consolava. Amigo, sinto falta de coisas muito amadas. Amigo, sinto sua falta! Mas sei onde te achar... Procurarei no meu coração, Bem no fundo, até te encontrar...

Jamais vivi com nexo, vivo em retrocesso avanço-regresso, sem meio nem fim. Não sei do começo, não sei se mereço, somente obedeço. Pra você, sempre “sim”. Foi então que me vi num beco sem saída onde toda minha vida era pensar em ti. Não era meu meio, nem mesmo meu fim... era sua vida, vivendo em mim...

Diz-me só uma verdade, só uma, pra eu ficar. Quando eu contigo estiver meias-verdades irão bastar; mas agora, do que preciso, é de uma verdade, nada mais... Uma verdade que seja dita da forma mais bonita, aquela verdade que fala e que, depois, tudo cala... Diz que vai me amar! É essa verdade que quero escutar...

Você nunca diz que me ama, Mas isso não é preciso! Pois sei ler o mapa Do seu olho indeciso Que me olha quando não vejo E finge não me ver, enquanto te admiro!

Apenas arfando... Seus olhos me diziam que apesar do momento e dos tremores involuntários em seu corpo havia paz em seu coração. Entendimento em sua alma. Sua aceitação da situação me fazia questionar saudavelmente as revoluções.  Veio o último suspiro, forçado, profundo. E com ele o silêncio. Aquele que mostra quando a alma se vai... Você desencarnou, minha querida amiga de quatro patas, mas sua lição será indelével!

Ele pedala. Sua bike é uma extensão de seu corpo. O vento, a liberdade, o compromisso... Apesar de ter hora para chegar enquanto não chega há a sensação de completude. Vai até onde precisa pelo caminho que escolher: calçadas, guias, meios de praças, desvia de uma árvore, sobe a viela pela rua deserta. Chegou. Toca a campainha e é recebido por uma senhora e seu gato. Entrega o pedido e uma conversa fiada que faz bem para os três. Recebe o pagamento e seu telefone toca, nova corrida vai começar.

O dia vai passar. Isso é um fato. E toda escolha de como isso vai acontecer está em suas mãos!! Atreva-se! Chute as cobertas! Saude o dia e repita: tudo tem dois (ou mais) lados! Eu escolho aquele que me faz bem, sempre! Levante da cama, olhe-se (e se reconheça) no espelho. Com amor, saúde e auto-compreensão.  Olhe para além da tela, para a pessoa ao seu lado, para a natureza; sinta o vento. Ninguém pode te impedir, além de você mesmo... Viva!

Pela janela, do lado de fora, ela anseia por contato. Em sua altura tremenda, com seu corpo na calçada, seus galhos buscam refúgio no sétimo andar. Eu a saúdo toda manhã, ainda sem conseguir trocá-la, esperando que algum dia, numa ventania, o "tic-tic" de seu galho na janela me desperte da monotonia e acompanhemos juntas a chegada da chuva, na companhia dos pássaros que nela se abrigam.

Ainda penso. Meu corpo decrépito exortando cuidados de terceiros, num leito que quer seja de linho, quer seja de fibra sintética, não serve ao tamanho da imensidão que meu espírito vislumbra! Sei que ainda posso amar e, com os olhos languidos, reconheço a pessoa ao meu lado, sem contudo ser capaz de expressar a palavra. Nesse leito, um corpo caquético luta para continuar respirando... Nesse leito está um espírito que foi mulher, mãe e amante. Estou livre! Nesse leito agora jaz somente um corpo!